Capítulo 26
Fui cuidar do meu serviço e fazer minhas coisas.
A noite passou se arrastando, o dia não foi diferente e sempre que eu ia ao quarto da Natália só falava o necessário com a Beatriz. Queria tentar esquecer tudo isso. É muita loucura pra mim.
Se passou 2 meses e a situação era a mesma. De casa pro hospital, do hospital pra casa e falando o necessário com a Beatriz, e isso estava me doendo tanto. Achei que com o tempo eu me acostumaria, mas não.
Nem vou comentar da Rafa né. Vivia falando pra eu criar coragem e falar com ela, mas eu mentia pra mim mesma, mentia achando que queria esquecer, que conseguiria.
O novo tratamento que eu estava fazendo na Natália estava mudando um pouco o quadro dela, mudando pra melhor, mas não dava sinais de que acordaria tão cedo.
Em um dia depois de um plantão de 48 horas fui pra casa e a Rafa praticamente me obrigou a sair com ela no tal barzinho no lado do hospital. Eu estava exausta, mas depois desses últimos meses ela queria me alegrar e insistiu tanto que eu aceitei.
O lugar era muito aconchegante, a luz era baixa e o som muito agradável.
Pegamos uma mesa, pedimos algumas bebidas e ficamos conversando.
A Rafa sempre foi uma ótima ouvinte e tentava a todo custo me fazer falar de uma vez com a Beatriz ou partir pra outra.
Pra mim não era tão fácil assim, mas eu sei que ela só queria me ajudar.
Depois de um tempo fui ao banheiro e quando entro tenho uma surpresa.
-- Dra. Camila!
-- Renata.
-- Nossa, você lembra de mim? Achei que já tinha esquecido.
-- Claro que lembro.
-- Você não me ligou.
-- Você também não me ligou.
-- É verdade né? Mas eu não queria ser chata, eu imagino o quanto você deve ser ocupada.
-- Não seria chata rsrs
-- Mas então, você ta muito tempo aqui?
-- Mais ou menos, não tinha te visto.
-- Nem eu. Ta acompanhada?
-- Com a Rafa. Lembra dela?
-- A menina simpática, claro que lembro.
-- A que fala de mais, haha. Você esta sozinha ai?
-- Não não, vim com uma amiga também.
-- Legal, podemos sentar todas juntas.
-- Eu adoraria.
Fomos em direção as mesas e para meu espanto, ou não a Rafa estava se agarrando com uma garota.
-- Meu Deus, mas a Rafa não é fácil heim. Eu dou as costas e ela já arruma alguém.
-- É, não se fazem mais amigas como antigamente mesmo hahahahaha
-- Chegamos na mesa e elas notaram nossa presença e pararam.
-- Cah. – Rafa
-- Renata. – menina
Eu olhei sem entender nada e a Renata caiu na gargalhada.
-- É Camila, acho que estamos bem de amigas. Essa é a Gabriela, minha amiga com quem vim pro bar. – Renata
-- Muito prazer Gabriela. Vejo que você e a Rafa já se conheceram.
-- É rsrs
Sentamos todas juntas e ficamos conversando, as vezes as duas ficavam se agarrando de um jeito que eu chegava a ficar constrangida.
Depois de muito tempo, já estava tarde e resolvemos ir embora. A Rafa foi pra casa da Gabriela e como vim de carona com a Rafa e a Gabriela veio com a Renata, acabei indo pra casa de carona com a Renata.
-- É, nossas amigas se deram bem. – Renata
-- Nem me fale, é difícil sair com a Rafa, nunca volto pra casa com ela. – eu
-- hahaha ela é muito bonita, vocês nunca?... – Renata
-- A gente já namorou.
-- E o que houve?
-- Notamos que éramos só grandes amigas e o relacionamento estava acabando com isso.
-- Nossa, legal isso. Bem, chegamos. – Renata
-- Obrigada pela carona.
-- Não foi nada. Camila, você estará ocupada amanha a noite? – Renata
-- Não.
-- O que acha de sairmos?
-- Podemos sim.
-- Ótimo, te pego aqui as 22:00, pode ser?
-- Marcado. Até amanha
Fui me despedir dela com um beijo no rosto, mas ela virou e beijou minha boca. O beijo aconteceu instantaneamente e não pude evitar. O beijo dela era muito envolvente e ficamos um bom tempo ali então demos um selinho demorado e ficamos nos olhando, até ela quebrar o silencio.
-- A noite foi ótima e sei beijo é maravilhoso. Até amanha! - Renata
-- Também adorei. Até amanha. - eu
Sai do carro e fui direto pro meu apartamento.
Eu adorava a companhia da Renata, o beijo foi ótimo, mas eu só pensava na Beatriz. Eu preciso falar com essa garota ou esquecer ela de vez. Mas como?
Fui dormir pra ver se ganhava uma luz e no outro dia já estava no hospital. Cheguei cedo e fui no quarto da Natália. A Beatriz não havia chego ainda e a mãe da Natália estava la com ela, conversamos um pouco e depois fui fazer minhas visitas.
No almoço eu estava no restaurante do hospital sozinha lendo algumas coisas que pesquisei para o tratamento da Natália até que ouço uma voz familiar.
-- Dra. Camila?
-- Beatriz, como vai?
-- Vou bem e você?
-- Com bastante trabalho, mas bem.
-- Faz um tempo que não conversamos, você tem me evitado, fiz alguma coisa?
-- Não. Claro que não, é que eu ando meio ocupada com o caso da Natália.
-- A ta, então não quero te incomodar. Vou te deixar sozinha.
-- Não. Fique, eu gosto da sua companhia.
-- Não vou atrapalhar mesmo?
-- Fique tranquila, só esta me ajudando ficando aqui.
-- Esta bem então.
Fiquei um tempo “lendo”, na verdade eu não conseguia me concentrar com ela ali me olhando o tempo todo e então num impulso e momento de coragem perguntei
-- Beatriz, posso te fazer uma pergunta?
-- Claro.
-- Você namora?
-- eer, na verdade não.
Sem querer dei um sorriso de felicidade, mas logo me contive para que ela não achasse que eu estava desesperada.
-- Você namora? – Beatriz
-- Não.
Ficamos em silencio mais um tempo.
-- Lembra aquele dia que você convidei você pra ir no barzinho... - eu
-- O que tem?
-- Bem... Ainda esta de pé.
Ela ficou igual da ultima vez, me olhando, não respondia. Mas dessa vez eu não fugi, fiquei olhando nos olhos dela, confesso que eles me fazem tremer e então ela falou.
-- Ok, podemos ir.
-- Ótimo, pode ser amanha?
-- Claro.
-- Te espero aqui no hospital então. – eu
-- Ta certo.
-- Bem, meu almoço acabou, preciso ir. A gente se fala.
Depois disso meu dia não poderia ficar melhor, ficava pensando no que ela falou. Não namorava, aceitou meu convite, acho que tenho chances.
Fim do capítulo
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