Capítulo 25
No outro dia acordei cedo, me arrumei e fui para o hospital. Eu estava decidida a falar com a Beatriz naquele dia e eu esperava por uma resposta positiva da parte dela.
Quando cheguei fui direto no quarto da Natália pra ver como ela estava e encontro o diretor do hospital la.
-- Bom Dia chefe.- eu
-- Dra. Camila, que bom que esta aqui. Essa paciente é sua, não é? – chefe
-- É sim, acabei de chegar e vim aqui direto avalia-la.
-- Bem, eu conversei com o pai dela ontem e cuidei pessoalmente dela ontem na sua ausência. Ele elogiou muito a sua competência e pediu pra que eu não a tirasse do caso.
-- Obrigada.
-- Mas o caso dela é grave. As fraturas estão se curando bem, mas seu coma é profundo e duvido que ela acorde. É uma situação muito triste, mas temos que ser realistas com os pais.
-- E o que o senhor acha que deveria ser feito?
- -Isso depende da família, mas acho que o mais sensato a fazer é desligar os aparelhos e aceitar que ou ela fica essa cama por muito tempo ou até pra sempre, ou aceitamos que não há mais nada a ser feito e anunciamos o óbito.
-- Senhor, eu tenho acompanhado o caso da Natália desde o começo, ela lutou muito para estar viva, e eu acredito que ela possa sair dessa.
-- Dra. Camila, você não tem muita experiência com esses casos. É raro, muito raro que um paciente no estado dela acorde.
-- É raro, mas já aconteceu, e pode acontecer de novo. Eu só peço que o senhor me de um tempo, para que eu tente fazer de tudo para fazer ela melhorar. Eu já andei lendo algumas coisas sobre o quadro dela e quero tentar.
-- Esta certo, eu vou te dar 5 meses Dra. 5 meses é tempo suficiente para sabermos se ela acordara ou não, mas vou ter que informar a família dela.
-- Sim senhor, vou me dedicar muito a isso. Obrigada pela chance.
-- Me surpreenda Dra. Camila. Já me disseram que você fez um milagre com essa garota, faça outro.
-- Eu vou fazer tudo que eu puder.
-- Certo, vou falar com os pais.
-- OK.
Confesso que saber que o estado da Natália era assim tão grave me deixou triste, pois sabia que isso deixaria a Beatriz ainda mais triste. Mas dedicaria os meus próximos 5 meses para salvar a vida da Natália.
Quando estava saindo do quarto me encontro com a Beatriz. Depois daquele nosso beijo no canto da boca não nos falamos mais e não sabia se ela tinha ficado chateada.
-- Dra. Camila. Que bom te ver aqui. – Beatriz
-- Bom te ver também Beatriz. – eu
-- Já foi ver a Nat?
-- Fui sim, estou vindo de la agora.
-- E como ela esta?
Eu não queria mentir pra ela, mas também não queria deixa-la mais triste.
-- Ela continua estável.
-- Então ela não esta melhorando?
-- Não, infelizmente não, mas eu vou fazer de tudo para que ela melhore.
-- Tenho certeza que sim. Como foi sua folga? Conseguiu descansar?
-- Foi bom ficar um tempo com a Rafa.
-- Rafa? Ela é sua nam...
-- Ela é minha amiga, moramos juntas.
-- Ah bom. Mas que bom que você aproveitou.
-- É, então, eu tenho que ir visitar alguns paciente.
-- Claro, depois nos falamos
Ela ia se afastando e eu não segurei.
-- Bia...
-- Oi.
-- eer, você vai passar a noite aqui no hospital?
-- Não, fiquei aqui na noite passada, preciso ir pra casa. Por que?
-- A gente pode sair logo então? Tem um barzinho aqui no lado do hospital.
Ela ficou me olhando e não falava nada, comecei a ficar nervosa.
-- eer, você não pode né? Deve estar ocupada, desculpa. A gente se fala depois. – eu disse saindo
Fui fazer minhas visitas me achando a pessoa mais idiota do mundo.
É claro que ela já deve ser comprometida e não quer nada comigo, mas o que eu posso fazer se ela não sai da minha cabeça? Eu to ficando doida com esses pensamentos, melhor eu me ocupar com o trabalho.
O dia passou e não via mais a Beatriz, resolvi ficar de plantão pra não ir pra casa e encarar a Rafa e dizer que não tive coragem de falar com a Beatriz.
Depois de uma longa noite fui pra casa dormir um pouco e sim, eu estava evitando a Beatriz. Eu sei que estava agindo como uma adolescente, mas eu não sabia mais o que fazer.
Como a Rafa trabalhava durante o dia, não a vi. Passei a tarde pesquisando sobre o caso da Natália e vendo o que eu poderia fazer e a noite voltei pro hospital.
Fui direto no quarto da Natália e a Beatriz estava la. É Dra Camila, você é médica da amiga da garota, não esperava evitar a Beatriz pra sempre né.
-- Boa Noite, como ela esta? – eu
-- Na mesma. – Beatriz
-- É, pelo que vejo ela não mudou muita coisa. Estive estudando e vou começar a mudar o tratamento dela, vou tentar de tudo pra ela melhorar.
-- Muito bom saber disso. Eu sei que ela esta em ótimas mãos.
-- Obrigada, agora eu preciso ir.
Quando eu já estava saindo na porta ela me chamou
-- Dra. Camila. – Beatriz
-- Sim.
-- Sobre ontem, com o seu pedido pra gente sair...
-- Não precisa se explicar Beatriz, foi só um convite e entendo que você deve ter mais coisas a fazer.
-- É que... é difícil explicar. – Beatriz
-- Não precisa explicar, eu entendo. Preciso ir.
É, tenho que aceitar os fatos, eu sou uma covarde. Como essa garota consegue me deixar assim? Totalmente desarmada e entregue.
Fim do capítulo
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