Capítulo 2
Notei que estava quase na hora da segunda aula e fui correndo pra faculdade.
Cheguei na aula e a Dani já veio falar comigo.
-- Natalia, achei que você fosse chegar cedo, fiquei te esperando. – Dani
-- Desculpa Dani, aconteceu um imprevisto e me atrasei. – eu
-- hum, então ta. – Dani
A aula começou e no intervalo fui pra cantina conversar com a Dani de novo, ela era muito legal, tinha um papo super descontraído e era muito divertida.
-- Então senhorita Natalia, não falamos sobre isso ainda. Você namora? Você nunca fala nisso. – Dani
-- Namoro sim, o nome dele é Felipe, faz engenharia aqui também. – eu
-- E você gosta dele? – Dani
-- Nem um pouco, nosso relacionamento é extremante carnal, se é que você me entende. – eu
-- haha entendo, mas você não sente falta de algo mais? Sentimentos...
-- Não, eu gosto do jeito que ta, não acredito em amor, e você Dani, namora?
-- Namoro a 3 anos já.
-- Nossa, já é quase casada então.
-- É, tipo isso rsrs
-- Ele veio com você morar aqui?
-- Sim
-- Legal.
-- Pois é, mas então, vamos entrar?
-- Vamos
A aula passou se arrastando e depois fui pra casa.
No caminho vi Beatriz andando de skate, fui andando mais devagar acompanhando toda aquela desenvoltura encima daquelas 4 rodinhas e parei na sinaleira e continuei olhando, ela foi se aproximando de uma garota com um sorriso aberto, a garota olhava para Beatriz como se visse uma escultura rara em sua frente. Beatriz chegou até ela, elas se abraçarem e se beijaram com um selinho rápido.
Eu fiquei sem reação, não imaginei que ela fosse lésbica e que tivesse uma namorada.
Senti uma coisa estranha, o sinal abriu e começaram a buzinar atrás de mim chamando a atenção de Beatriz que me viu e deu um sorriso ainda mais largo, mas logo imaginou que eu teria visto o beijo e ficou meio sem graça.
Cheguei em casa, nem almocei e fui pro quarto.
Eu nunca fui preconceituosa, mas nunca tinha conhecido alguém gay.
Fiquei pensando nisso por um tempo e acabei pegando no sono.
-- Filha, acorda
-- Oi mãe
-- Oi querida, tudo bem?
-- Tudo e com você?
-- Também, vamos, o jantar esta na mesa.
Descemos e jantamos eu e a minha mãe, já que eu meu pai mais uma vez estava de plantão.
Depois fui tomar banho e ler um pouco, acabei pegando no sono de novo e acordando só no outro dia.
Tomei banho, me arrumei e fui pra faculdade.
Encontrei a Beatriz no ponto de novo, ela me viu passando, acenou pra mim, mas eu fingi que não tinha visto.
Não tenho dever de cumprimenta-la, nem a conheço, e agora nem quero mais conhece-la, pode pegar mau pra mim ser pega andando com uma lésbica.
A aula passou rápido e na saída encontrei a Dani conversando com uma garota.
-- Dani, logo te mando minha parte do trabalho ta?
-- Ta certo, Nat.
-- Oi, como vai? – eu disse para a garota
-- Bem, obrigada. Então você é a Natália que a Dani tanto fala.
-- Eu acho que sim, mas nos temos aula a uma semana e a Dani não conhecia ninguém, como você ouviu tanto de mim? - eu
-- Você não contou pra ela? – a garota disse pra Dani
-- eer, mais ou menos. – Dani
-- Não me contou o que? – eu
-- Nat essa é a Julia, minha namorada. – Dani
-- NamoradA? – eu
-- Pois é, não falei antes por que não sabia como você reagiria, e sendo a única que eu conheço aqui ainda. Sei la, desculpa. – Dani
-- Hum.. OK.. Er, eu preciso ir. – eu
-- Nat, ta tudo bem? – Dani
-- Sim, tchau pra vocês.
-- Tchau, até amanha - Dani
-- Prazer em te conhecer - Julia
-- Até
Fiquei surpresa com tudo isso. Que isso, virou epidemia agora? E todas pra cima de mim?
Enfim, fui pra casa.
Como já era sexta feira fui no shopping passar o tempo.
Cheguei la, fiz minhas compras e depois resolvi ver um filme.
A fila pra comprar entradas pro cinema estava enorme, mas resolvi encarar.
-- Natalia?
Ouço uma voz conhecia me chamar, olhei pra traz.
-- Oi Beatriz – eu
-- Tudo bem?- Bia
-- Tudo.– eu
-- Eu vou bem também, obrigada. – Disse com um sorriso irônico. -- Vai ver qual filme?
-- Não sei ainda, to decidindo. – eu
-- Vai ver o mesmo que eu então. – Bia
-- Já falei que você é muito abusada? – eu
-- Já, mas eu adoro quando você fala isso. – Bia
-- Vai ver que filme? – eu
-- Surpresa – Bia
Ela comprou as entradas e fomos.
A sala estava meio vazia, sentamos nas ultimas cadeiras e só tinha a gente naquela fileira.
-- Nossa por que tão longe? – eu
-- Eu gosto daqui, não tem ninguém. – Bia
-- Garota estranha – eu
O filme começou e era de terror, e eu sou muito medrosa, se eu soubesse que era um filme de terror nunca teria aceitado.
Eu tentava não demonstrar, mas estava morrendo de medo. Em uma hora no filme eu ganhei um susto tão grande que a abracei me escondendo em seus braços.
-- Calma, é só um filme. – Ela disse com uma voz suave e tranquila
-- Eu morro de medo dessas coisas – eu
-- Eu estou aqui com você. – Bia
Ela segurou a minha mão e ficou fazendo carinho nela. Esqueci até do que eu tinha medo, aquelas mãos macias nas minhas me causavam sensações desconhecidas.
Ganhei outro susto e a abracei de novo, mas dessa vez fiquei ali por um bom tempo sentindo aquele perfume maravilhoso dela.
- Hey, ta tudo bem? – Bia
- Ta sim - eu disse levantando um pouco a cabeça.
Nossos rostos estavam bem próximos, ela tinha um olhar intenso, forte e ficamos nos olhando por um tempo, cada uma tentando decifrar o que a outra estaria pesando.
Como que se um imã nos atraísse, fomos nos aproximando mais uma da outra, eu já sentia sua respiração. Eu não tinha mais controle dos meus atos.
Até que as luzes do cinema se acenderam me trazendo de volta pra realidade.
- eer, o filme acabou. – eu
- Pois é. – ela disse sem graça
- Vamos, todo mundo esta saindo. – eu
Saímos do cinema e já era noite.
- Bem, eu vou pra casa, você quer uma carona? – eu
- Não obrigada, eu moro aqui perto. – Bia
- Então tá, até mais – eu disse dando um beijo no rosto dela
- Até.
Entrei no carro e fiquei ali com a cabeça no volante pensando.
MEU DEUS EU QUASE BEIJEI UMA GAROTA! O que deu em mim?
Até ontem eu nem queria conhece-la direito por que ela é lésbica, agora isso.
Essa menina fez alguma coisa comigo, não pode.
Eu perdi completamente meus sentidos, minha forças, e o que era mais difícil de aceitar. Eu queria aquele beijo.
Incrédula do que eu quase tinha feito liguei pro Felipe, era disso que eu precisava, sex* com um homem pra tirar essas besteiras da minha cabeça.
Fui pra casa, logo ele chegou já me agarrando e fomos pro meu quarto.
Ele quis dormir na minha casa, mas eu não quis, então ele foi embora.
A noite foi longa, mesmo depois de trans*r com o Felipe a Beatriz não saia da minha cabeça, aquele quase beijo me intrigava e me irritava, por que eu queria tanto aquilo? Depois de horas peguei no sono
No outro dia, acordei cedo como de costume, mas era sábado.
Tentei dormir e não consegui e resolvi descer.
Sábado a minha mãe não trabalhava, ela dizia que fim de semana era sagrado e tinha que ser com a família, mas meu pai mesmo querendo não conseguia, às vezes aparecia uma cirurgia de emergência e ele trabalhava até aos domingos.
Aos sábados a Maria também não trabalhava la em casa, então minha mãe que cozinhava. Apesar de não parecer, minha mãe cozinhava muito bem, eu adorava a comida dela.
-- Bom Dia mãe – eu
-- Bom Dia filha – mãe
-- Mãe, vamos ao shopping comigo hoje? – eu
-- Claro querida, eu queria comprar umas roupas e adoraria passar um tempo com você. – mãe
-- Ótimo, vou me arrumar e almoçamos la. – eu
-- Ta certo. – mãe
Fui pro quarto, tomei um banho e me arrumei, desci e fomos.
Minha mãe passava em quase todas as lojas, comprou varias roupas e depois paramos pra tomar um sorvete.
Conversamos muito, minha mãe tinha um papo muito bom, me dava vários conselhos.
-- Natália? – ouvi uma voz atrás de mim
Me virei pra ver quem era
-- Beatriz? – eu
-- Nossa acho que é destino te encontrar por aqui agora – Bia
-- Acho que você esta me perseguindo, isso sim. – eu
-- Que indelicadeza com a sua amiga Natália. Muito prazer sou Ana Vasconcelos, mãe da Natália.
-- Muito prazer senhora, me chamo Beatriz. – Bia
-- Que senhora o que, nem sou tão velha assim, pode me chamar de Ana. – eu
-- Ta certo, bem, eu vou indo. – Bia
-- Fica aqui com a gente, a Natália não fala muito das amigas, na verdade nem sabia que tinha muitas. – mãe
-- Nossa mãe, falando assim parece que eu sou uma antissocial, e nós não somos amigas. – eu
-- Que drama, mas fica, vamos conversar – mãe
-- Acho que a Natália não esta muito afim da minha companha. – Bia
-- Não de bola pra ela, ela parece ser assim brava, mas é um doce de pessoas. Beatriz, tenho a impressão que te conheço de algum lugar, mas não lembro de onde. – mãe
-- Ah, eu vivo andando na rua, deve ter me visto por ai. – Bia
-- Pode ser. – mãe
-- Bem, agora eu preciso mesmo ir, minha mãe esta me esperando pro almoço. Foi um prazer te conhecer Ana e foi ótimo te ver de novo Natália. – Bia
-- O prazer foi meu Beatriz, apareça la em casa qualquer dia desses. – mãe
OMG, minha mãe ta louca?
-- Claro, certamente aparecerei. – Beatriz disse me olhando com aquele sorriso sarcástico dela.
Nos despedimos com um beijo no rosto e ela foi embora.
No caminho pra casa minha mãe me pergunta:
-- Filha, você já conhecia essa menina antes?
-- Não mãe, nos conhecemos a pouco tempo.
-- Estranho, tenho a impressão que já a conheço e não é de vista.
-- Estranho mesmo.
Chegamos em casa e minha mãe foi ver uns papeis de uns clientes e eu fui pro meu quarto.
O fim de semana passou muito devagar, eu não tinha muita coisa pra fazer, ficava lendo a maior parte do tempo.
Segunda feira chegou e como de costume, acordei com um bom humor completamente estranho, já que não era muito frequente, peguei meu carro e fui pra aula.
Encontrei a Beatriz no ponto de ônibus de novo, mas dessa vez resolvi parar. Meu bom humor estava fazendo milagres naquele dia.
-- Oii, que bom te ver – Beatriz
-- Oi, hoje é dia de caridade de novo, quer carona? – eu
Fim do capítulo
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Em: 09/09/2015
Cara Dufa,
Estou gostanfo bastante de sua história e concerteza vou acompanha-lá até o final! Abraço.
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