Oi meninas, essa história ja estava postava a um tempo no ABCLes, então vou postar ela completa aqui.
Capítulo 1
Me chamo Natália, tenho 20 anos, cabelos longos e loiros, olhos verdes.
Moro com meus pais (Ana e Rafael Vasconcelos) são casados a 20 anos, conheço poucos casais que se amam tanto quanto eles. Minha mãe é psicóloga e meu pai é um Médico Cirurgião muito conceituado. Devido a isso tenho uma vida muito confortável, moramos em uma casa bem grande, sou filha única então tenho minhas mordomias.
Namoro à um ano com um garoto chamado Felipe, não o amo e sei que ele não me ama, mas a gente gosta de ficar juntos, nosso relacionamento se consiste apenas em sex*. Ele é filho de um amigo do meu pai que sempre disse que o Felipe é um ótimo partido pra mim, eu na verdade não estou nem ai pra isso.
No período que eu cursava o ensino médio confesso que fazia muito sucesso na escola, a maioria dos garotos queria ficar comigo, eu ficava com muitos, depois comecei a namorar o Felipe, mas sei que ele me trai e eu também fico com outros caras quando quero.
Eu não acredito nessa coisa de amor, acho que todas as pessoas são interesseiras ou só estão em busca de sex* e nada mais.
No colégio eu tinha muitas amigas, ou pelo menos achava que tinha, a maioria eram interesseiras, sempre queriam vir pra minha casa pra ficar na piscina, eu não ligava, mas sentia falta quando precisava de uma amiga de verdade.
A única pessoa que posso considerar minha amiga mesmo é a Carol, filha da amiga da minha mãe. Nos conhecemos desde crianças, éramos grudadas mas ela começou a fazer faculdade e a trabalhar e acabamos nos afastando um pouco.
Passava meus dias no shopping comprando roupas e sapatos, vivia uma vida fútil, confesso, mas eu não podia reclamar, adorava tudo aquilo. Tinha exatamente tudo que eu queria, pelo menos era o que eu achava.
Depois que me formei no ensino médio fiquei meio sem saber o que fazer, não sabia em que carreira seguir, meu pai me incentivava bastante a fazer medicina e seguir seus passos, minha mãe nunca quis me forçar a nada, sempre me deu apoio a fazer o que eu tivesse vontade, mas eu nunca pensei em algo, talvez por não precisar.
Como meu pai era cirurgião ele passava muito tempo de plantão no hospital, eu o via raramente em casa. Minha mãe tinha seu consultório, mas também só vinha pra casa pra dormir, e geralmente chegava tarde.
Tínhamos uma empregada a Maria, ela era como uma mãe pra mim. Foi minha baba quando eu era pequena, mas criamos um laço tão forte com ela que ela continuou aqui em casa e é ela quem me faz companhia, já que meus pais não tem tempo pra mim.
Em uma das minhas idas ao shopping, chamei o taxi e tinha muito transito. O taxi parou em frente a um ponto de ônibus e uma menina que estava lá em pé me chamou a atenção.
Ela usava uma roupa simples, mas que a deixou simplesmente linda, uma calça jeans escura, uma blusinha branca e um casaco preto com touca e com um all star. Morena, cabelo liso com as pontas cacheadas, da minha altura e um skate na mão.
Como eu poderia achar uma menina que parecia um moleque bonita?
Não pude ver seu rosto direito por que estava com a touca, depois a perdi de vista quando o taxi começou a andar.
Logo cheguei no shopping e eu desci, fui ao cinema e comprar uma roupa pro aniversario da minha mãe que seria na semana que vem.
O ano estava começando e mais uma vez eu não tinha pensado em algo pra fazer. Comecei a pesquisar profissões, fazer testes vocacionais pra ver no que eu poderia ser boa e tudo indicava pra psicologia. Eu nunca tinha pensado em seguir a carreira da minha mãe. Mas eu a admirava muito pelo seu trabalho.
Resolvi tentar, comecei a ler muitas coisas sobre psicólogos e me encantei com a carreira.
Quando minha mãe chegou em casa fui conversar com ela sobre isso e ela adorou minha escolha, me falou varias coisas sobre a carreira dela, do que ela mais gostava e eu acabei me encantando ainda mais.
Conversamos com meu pai e por mais que ele quisesse medicina ele adorou eu seguir os passos da minha mãe.
Na outra semana já fomos fazer minha matricula em uma faculdade particular aqui da cidade que era uma das melhores do Brasil.
O Felipe cursava engenharia na mesma faculdade que eu estudaria, teria que atura-lo todos os dias.
Eu estava super animada, ia conhecer pessoas novas, fazer amizades.
No dia que as aula iam começar, acordei cedo, tomei um banho demorado, caprichei no look, não pude ir de carro pois meu pai tinha levado ele pra oficina, pra ver se estava tudo certo, então fui de taxi mesmo.
No caminho tinha um transito horrível, vi que faltavam 15 minutos pra aula começar, não estava longe, mas com o transito parado daquele jeito eu nunca chegaria a tempo. Paguei o taxista e fiquei por ali mesmo.
Fui andando contrariada pelo azar da segunda feira e primeiro dia de aula, o que mais poderia dar errado?
E como tudo sempre pode piorar aparece uma criatura de skate e esbarra em mim me fazendo cair e a pessoa também.
Acabei machucando a mão, e fui tentar me levantar.
- Ai, eu não acredito! Você é louca? Não olha por onde anda? - eu
- Me desculpa, eu me distrai – menina
- Não acredito, além de atrasada agora eu estou machucada sua idiota – eu
- Caramba, deixa eu te ajudar com esse machucado – menina
Eu estava tão atordoada com tudo isso que nem olhei pra garota, ela tinha uma voz calma, mas vi que ela estava nervosa. Quando a olhei, vi que era a menina do ponto de ônibus.
- Não precisa. – eu
- Imagina, eu fiz a burrada, preciso me redimir de alguma forma. – menina
- Você vai piorar ainda mais. – eu disse contrariada, estava muito irritada
- Fica calma, eu vou dar um jeito nisso.
Fomos até um banquinho ali perto e ela começou a tirar praticamente um kit de primeiro socorros da mochila.
- Nossa, você é enfermeira ou algo do tipo? – eu
- haha, que nada, eu ando de skate, de vez em quando eu caio e já ando prevenida. – menina
- hum – eu
Ela começou a limpar o machucado e depois passou uma coisa que ardia de mais.
- aaai, isso arde muito – eu
- Para de ser fresca, já vai passar – ela disse rindo de mim
- Como você é abusada, me derruba, me machuca e ainda me chama de fresca, eu vou embora – eu disse me levantando e saindo
- Hey, me desculpa, eu só estava brincando – menina
- Não preciso ficar aqui ouvindo isso. – e sai andando
- Tchau, a gente se esparra por aew hehehehehe – menina
- Vou andar com caneleira e cotoveleiras então – eu disse enquanto já me afastava dela
Cheguei na faculdade e a aula já ia começar.
Todos já estavam na sala e só tinha um lugar no fundo, me sentei la e tinha um garoto do meu lado.
- Oi gatinha
Nem olhei pro lado
- Hum, ta se fazendo de difícil? Adoro as difíceis.
Continuei ignorando
- Hey, para de doce gata
- O seu idiotia, não ta vendo que ela não ta afim? E você ta atrapalhando a aula. – a menina da minha frente falou
- iiih, ta com ciuminho é lindinha? Tem pra todas aqui.
- Ow querido, eu to querendo prestar atenção na aula, da licença? – eu
- Só se eu ganhar um beijo por isso.
- Senhor Ricardo, estou atrapalhando? – professora
- Não não, só tava batendo um papo com as meninas aqui
- Mas aqui não é lugar pra conversa, se vocês 3 quiserem conversar saiam da sala por favor. – professora
- Professora, eu e ela não estávamos conversando com ele. Ele é que ta se achando o garanhão e ta dando em cima dela.
- Ricardo, faça o favor de se comportar como adulto, não sei se já notou mas não esta mais no ensino médio.
Ele nem falou nada, só abaixou a cabeça e ficou ali quieto o resto da aula.
No intervalo quando íamos sair da sala fui falar com a menina da minha frente.
- Hey, eu poderia ter me livrado daquele babaca, mas obrigada. – eu
- Que isso, odeio garotos como ele, me chamo Daniela, mas pode me chamar de Dani e você?
- Natália, primeiro dia de aula, dia péssimo, hoje o dia ta difícil. – eu
- Nem me falei, odeio primeiros dias de aula, sou nova na cidade, não conheço ninguém daqui. – Dani
- Agora conhece. – eu
- É, vamos descer? – Dani
Fomos até a cantina, tomamos um suco e ficamos conversando.
Depois voltamos pra sala e o resto da aula foi bem rápida.
Fui pra casa, almocei com a Maria e depois fui pro meu quarto ler.
Perto da noite o Felipe apareceu na minha casa
- Oi gata, como foi o primeiro dia na facul? – Felipe
- Péssimo – eu
- Por quê? – Felipe
- Ai Felipe quer mesmo ficar conversando? – eu
- Não, vamos ao que interessa então. – ele disse começando a me beijar
Já íamos subindo as escadas no maior amasso até chegarmos ao meu quarto.
Eu não podia reclamar, ele tinha uma pegada incrível, trans*mos e logo depois ele foi embora.
No outro dia meu carro já estava em casa, e fui pra faculdade de carro.
No caminho vi a menina do skate no ponto de ônibus. Sem nem pensar no que estava fazendo parei o carro.
Abaixei o vidro e tentei chama-la.
- Hey, psiiiu
Ela nem olhava pro lado
- O menina do skate – eu
Nessa hora ela olhou meio desconfiada.
Quando ela me viu abriu o sorriso lindo que fez eu me arrepiar
- Você? – menina
- Pois é, resolvi fazer uma caridade hoje, quer uma carona? – eu
- Sério? – menina
- Não, eu só queria ver se você seria uma presa fácil pra traficantes. – eu
- hahahaha ta indo pra onde? – menina
- Pra faculdade aqui perto, mas vou ter a primeira aula livre, te dou uma carona – eu
Por que eu estou fazendo isso? Sabe-se la onde ela mora, ou quem é ela. Poderia ser uma maluca que mora na favela e me assaltaria. Mas por algum motivo estranho queria conhecer ela.
- Então ta.
Ela abriu a porta de traz e colocou o skate e a mochila la e se sentou no meu lado.
- Certo, pra onde vamos? – eu disse já saindo com o carro
- Pra onde você quiser – ela
- Pra onde aquela lata de sardinha iria te levar? – eu
- Pra faculdade também – ela
- Ah por que não disse antes? Eu também vou pra la – eu
- Não, você estuda daquela ali na frente né? – ela
- Sim, você não? – eu
- Não, eu estudo na... em uma mais longe daqui – ela
- Humm, então ta, vamos pra la =D – eu
- Não precisa, pode me deixar em uma esquina ali na frente que vou o resto do caminho de skate, gosto de andar. – ela
- Ok - eu
- Que curso você esta fazendo? – ela
- Psicologia e você? – eu
- Faço Administração, comecei esse ano – ela
- Eu também. – eu
- Nossa, eu já te machuquei, você esta me dando carona, mas eu nem sei seu nome ainda – ela
- É mesmo, me chamo Natália e você?
- Beatriz, mas me chama de Bia
- Ta certo, Beatriz.
Enfatizei o “Beatriz”, não queria dar o gostinho pra ela achar que tem intimidade coimigo.
Ela sorriu e balançou a cabeça.
- Natália?
- Diga
- Por que você esta fazendo isso por mim? Ontem eu esparrei em você acabei te machucando te chamei de fresca. E hoje você me oferece carona?
Juro que fiquei até sem reação, nem eu sabia essa resposta, mas improvisei.
- Crédo garota, como falei queria fazer uma caridade, mas pode descer aqui se esta tão incomodada.
- Relaxa, só achei estranho.
Ficamos conversando, e quando chegamos em uma esquina ela pediu que eu parasse.
- Natalia, muito obrigada pela carona, eu fico aqui mesmo – Bia
- OK, pelo menos assim você não atropela ninguém na rua com essa coisa com rodas. – eu
- haha, Meu único meio de transporte, faço o que posso. – Bia
- Ta certo. – eu
- A gente se vê? - Bia
- Como posso saber? - eu
- Não sei, eu queria te ver de novo - Bia
- Quem sabe. - eu
- Ta bom então, vou nessa, até mais.
Ela me deu um beijo no rosto e eu reagi na hora me arrepiando toda, não sei se ela notou, mas deu um sorrisinho lindo e saiu do carro.
Fiquei ali parada olhando ela subir no skate e sair andando até eu perde-la de vista.
Fim do capítulo
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Ana_Clara
Em: 08/09/2015
No Abc peguei a história já completa, então não comentei, mas já que estou tendo a oportunidade de vê-la novamente, quero dizer que essas duas são simplesmente lindas. Um amor super mágico e intenso! Sofreram, choraram, mas no final deu tudo certo.
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