-- Preciso conversar com você! -- ela disse, antes a voz dela era a coisa que mais amava ouvir na vida, mas agora...

 

-- Você precisa é de vergonha na cara! -- Flá quase gritou na cara dela, e ficou a minha frente.

 

-- O que você quer Nat? Espera... Você quer se desculpar por oito anos da nossa vida que você me fez de idiota? Pode ir, eu te desculpo, só não quero ficar remoendo isso todo instante, entendeu? Trair eu te perdoou mesmo, ninguém manda no coração, e no desejo, mas roubar, isso não! Mas quer saber? Vou nem perder tempo colocando você na justiça, porque meu tempo agora já está cheio! Cheio de amor, amizade, carinho e coisas que você não tem! Por exemplo: Amigas de verdade! Agora seria bom você sair da frente, pois preciso passar -- caminhei, mas ela segurou meu braço, estava difícil terminar a conversa.

 

-- Me ouve um minuto -- fui obrigada a escurar -- É sobre nosso filho! -- falou séria.

 

-- Que filho Nat? Você nunca quis ter.

 

-- A assistente social me procurou, havia chegado o nosso momento, pegue esse cartão caso queira ainda ter um filho, talvez você consiga, pois ainda existe chances, mesmo não estando mais juntas, decida logo porque a criança irá passar para o próximo da fila -- falou e saiu feito um furacão.

 

-- Que raiva dessa mulher, ela quer estragar sua vida! Aposto que ela soube que você esta feliz e só agora trouxe essa resposta da adoção. Acho até, que faz tempo que ela tem esse resultado e não te contou, porque sabe que é seu sonho -- Flá me disse, mas dessa vez concordava com ela, não acreditava em Nat mais.

 

-- Ela sabe como me deixar pensativa, agora vou querer ir atrás e saber de tudo -- era óbvio.

 

-- Amiga quer um conselho?! Não pense nada hoje, até porque você não está estabilizada, deixe para pensar sobre isso depois, além de tudo, você não está estabilizada, como vai adotar uma criança sem casa? E ainda tem a Sabrina, como ela vai reagir a isso tudo? Vocês nem sabem qual é o sonho uma da outra.

 

-- Ela vai vir morar aqui -- falei baixo.

 

-- Como? -- ela praticamente gritou.

 

 -- Na verdade ela me falou assim sem grandes detalhes, não sei exatamente como será.

 

-- Aí gente, muito informação para uma noite só – me puxou para fora -- Vamos beber, depois conversamos, tipo próxima semana! -- ria e me puxava -- Mas em relação a adoção não vejo que seja é um bom momento, a criança pode ser adotada por outra pessoa.

Era muita coisa mesmo para minha cabeça, nossa! Talvez fosse melhor mesmo não pensar em nada por enquanto mesmo, saímos para aproveitamos a festa.

 

 

Que por sinal estava ótima, músicas animadas, as meninas dançando demais, Sabrina e Sandra não me deixava quieta, sem falar que minha mãe e Cíntia davam um show a parte, charme e elegância era com elas.

 

Estava sentada em uma cadeira onde a mesa ficava mais afastada do pessoal que dançava, depositei a taça de champagne sobre a mesa, e fiquei ainda olhando o pessoal dançar, mas distante Nat dançava também, parecia que não tinha acontecido nada importante nos últimos dias na vida dela, continuando meu olhar vi Sabrina, esta sentiu o meu e retornou de imediato, sorriu, deu um sensualizada na dança e logo veio ao meu encontro, não aguentou meu olhar, estava fulminante, secante, posso até dizer apaixonante.

 

-- Posso sentar? -- ela parou na minha frente,  suas curvas eram desconcertante, tanto que meus olhos foram obrigados a visualizar eu corpo.

 

-- Claro! -- puxei a cadeira e o ar ao mesmo tempo.

 

-- Prefiro aqui! -- sentou em meu colo, ai ai, mulheres decididas são ainda mais encantadoras.

 

-- Hum... -- pensei uma besteira, tipo... Vamos ali ao banheiro? Ou vamos subir para o quarto? -- Você é tão cheirosa! -- foi o que consegui dizer após meu pensamento, mas não dava para ser tão focada, então passei meu nariz para sentir o cheiro em seu pescoço.

 

-- Sabia que você iria me provocar! -- só porque passei a mão levemente em sua perna, sua coxa, iria subir até.

 

-- E mesmo assim sentou em meu colo, né? -- falei mordendo o lóbulo se sua orelha.

 

-- Sabia que gostei muito de você? -- mudou o assunto, mas seus olhos denunciavam o que minhas mãos faziam em suas pernas.

-- Sabia, porque dar para saber, seu olhar me diz tudo! E outras coisas também... -- ri.

 

-- Tudo mesmo? O que meus olhos dizem agora?

 

-- Em ir para um quarto comigo! -- falei e ela virou-se mais de frente, colocando os braços ao redor do meu pescoço.

 

-- Sério? -- fingiu cara de surpresa.

 

-- E ainda me diz que quer fazer amor a noite toda! -- falei passando meu nariz no dela, e chegando a tocar sua calcinha.

 

-- Realmente meu olhar anda falando demais... -- beijou-me -- Alisei sua calcinha com meu dedo e ela logo largou o beijo.

 

-- Melhor parar! -- falou com a voz excitada.

 

-- Mas só porque ouvi ele pedir isso? -- agora foi minha vez de beijei-la, depois o beijo ficou mais longo... Estava difícil de segurar, nem dava para lembrar que tinha dezenas de pessoas ali ao redor, voltei a tocar a sua calcinha.

 

-- Aqui não, esperaremos a festa acabar! -- falou manhosa, encostando a cabeça em meu ombro.

 

-- Vamos subir, lá para o quarto! -- enfim, fiz o convite.

 

-- Vamos ficar só mais um pouquinho? Apesar de está louca para te coçar, quero ficar mais um “tiquin” -- piscou -- Falando nisso, por que tirou o vestido? E nosso trato?

 

-- Sabrina, estou toda vermelha. Sério mesmo, olha! -- mostrei uma mancha vermelha devido o coçar exagerado.

 

-- Relevarei, pela prova que estou vendo, mas estava linda naquele vestido.

 

-- Você me acha cafona? -- perguntei de supetão, o clima já tinha esfriado mesmo.

 

-- Não exatamente, você tem um estilo próprio.

 

-- Flá me encheu lá no quarto com isso.

 

-- Às vezes você não combina nas cores, mas isso pode ser mudado.

 

-- Ela disse que esse tênis é o fim, você acha? -- apontei, ela logo olhou-o.

 

-- Digamos que ele não seja propício para ocasião -- riu.

 

-- Ou seja?

 

-- Você está linda! -- beijou-me.

 

-- Mas? -- separei para saber.

 

-- Uma sandália ficaria mais elegante, mas é seu jeito de ser, isso não podemos mudar, além do mais, ninguém é perfeita né?

 

-- Tá me zuando também?

 

-- Estou não, você continua linda! -- piscou, e me deu mais uma beijinho.

 

-- Muito bem, o assunto já deu -- encerrei.

 

-- Sim, não precisa se preocupar com isso.

 

-- Ainda bem, Flá que fica me atormentando!

 

-- Ela gosta de te zoar.

 

-- Eu sei, mas fiquei um pouco pensativa sobre isso, vai que você não tinha coragem de me dizer.

 

-- Relaxa, vem cá! -- me puxou para nos beijarmos.

 

O beijo demorou, passei minhas mãos das pernas passaram para as brechas do vestido que ela usava, soltávamos uns gemidos, o clima era perfeito.

 

-- Licença! -- ouvi a voz de Nat -- Vim só me despedir! -- a cara de pau voltou, e sozinha mais uma vez.

 

-- Boa noite, Natália! -- falei o nome dela para Sabrina saber quem era, não iria esconder.

 

-- Ah! Então você é a Natália! -- Sabrina levantou-se do meu colo -- Prazer, sou a Sabrina, futura esposa da Aux! -- Sabrina já entregou o cartão de visitas.

 

Elas duelaram com os olhares praticamente, sendo sincera não gostava da situação, logo me levantei e tentei ficar entre as duas, terminar com aquilo.

 

-- Que bom já arrumou uma mulher Aux! -- Nat falou com deboche.

 Esse foi o problema dela, pois ela não conhecia a Sabrina, e nem eu tão bem ainda.

 

-- Não arrumei, o destino me presenteou! E olha que ela é algo bem mais além de apenas uma mulher.

 

-- Já vejo que está apaixonadinha! -- segundo deboche, e esse Sabrina não ficou calada.

 

-- Ah, então você pode ver que ela também é correspondida -- falou e abraçou.

 

-- Aí, amor! Estava lhe procurando -- a tal da esposa dela chegou e deu um selinho.

 

-- Já que é a noite das apresentações... Essa é Marina minha esposa! -- Nat apresentou para Sabrina, eu já conhecia muito bem, e ela a mim.

 

Apenas a olhei, não queria bancar a simpática e cumprimentá-la, porque não seria eu, mesmo eu não curtindo barracos, não 100% paz e amor!

 

-- Prazer Marina! Realmente acredito que as pessoas possam mudar -- Sabrina apertou a mão da outra, ela foi simpática, até porque ela não tinha nada contra Marina.

 

-- O que você quer dizer com isso? -- Nat já queria confusão, na verdade, durante todo casamento ela quis.

 

-- Quero dizer que as pessoas podem sim mudar, por exemplo, não cometerem o mesmo erro, reverem sua mudança de caráter, coisas assim... Mas vejo que é difícil você entender! -- falou sorrindo ou provocando a Nat.

 

É Nat, parece que você tem uma desafiante a altura, pensava.

 

-- Engraçado, talvez você já tenha mudado, por isso quer dar exemplo, apesar de não precisar posso tentar seguir sua experiência de vida! -- Nat respondeu.

 

O tempo fechou! Alguém me empresta um guarda-chuva?! Ok, não é hora de brincadeira.

 

-- Engraçado é alguém ser tão sínica a ponto de não saber mais o que é realmente, saber que não é bem vida aqui e mesmo assim vir, saber que esse núcleo familiar não faz mais parte de sua vida, saber que fez escolhas erradas e ainda mais, saber que toda a sua vida é uma mentira, acho que o tempo passou para você! Sabe... A porta é ali, mas por precaução caso se perca assim como seu caráter, eu posso levá-la até lá! -- dessa vez eu ri, não tinha como me segurar.

 

-- Sério isso mesmo?! -- Nat olhou-me -- Vai ficar rindo do que essa escrota fala?

 

-- Escrota é você Nat, melhor você ir embora! Marina, leve sua esposa -- falei.

 

-- Acho que ficarei mais um tempo!

 

-- Pois eu não acho, tenho certeza que você vai embora agora -- Sabrina disse, oh mulher decidida, ainda deu mais um passo para a frente.

 

 

Nesse momento eu já estava olhando desesperada para Sabrina, não queria que ela continuasse aquela conversar desagradável, muito menos alguma agressão física.

 

-- Agora vou mesmo, já estava indo antes! Queria ficar só porque essa conversa me agradou demais! Vamos amor? -- olhou marina -- Boa noite meninas! -- saiu de mãos dadas com a Marina, depois de fingir que nada aconteceu.

 

 

-- Muito linda, mas sem nenhum caráter... -- Sabrina me abraçou olhando elas saírem.

 

-- Acho que conheci um pouco mais da Sabrina hoje -- falei a beijando.

 

-- Conheceu mesmo, nossa quando você falou o nome dela me deu uma raiva, olha que me controlei para não chegar dando uma voadora.

 

-- Nossa! Fiquei surpresa! Voadora?

 

-- Você não sabe do que sou capaz quando gosto! E essa “Nat” que mulher insuportável!

 

-- Bem, já vi um pouco! E ela deu motivos, concordo.

 

-- Deu muitos! Mas quero saber de nós daqui a pouco, espero que a presença dela não tenha te afetado.

 

-- Bateu ciúmes?

 

-- Claro, ela é quase uma capa de revista.

 

-- Pode até ser, fiquei louca pela parte externa, tanto que passei anos sem saber a pessoa que ela era, mas nunca é tarde para conhecermos verdadeiramente alguém.

 

-- Isso mesmo, só não entendo como ela fez isso tudo com você. É tão perfeitinha!

 

-- Sou é? -- gargalhei -- Achei o mesmo de você!

 

-- Achou é? -- riu também me imitando.

 

-- Sim, mas já passou na hora de irmos, não acha?!

 

-- Para onde vamos? Você escolhe.

 

-- Apê das meninas!

 

-- Hum... Vamos! Será que minha noite vai ser ótima igual a anterior?

 

-- Vai ser inesquecível! E sem dúvida melhor!

 

-- Hum... Então vamos logo!

 

-- Vou perguntar se as meninas querem carona -- falei olhando na direção de Flá.

 

-- Certo! Vou avisar a minha irmã, vi ela entrando na casa, aproveito e pego a chave do seu carro.

 

 

Caminhei até a minha amiga, sentei na cadeira vazia ao seu lado.

 

-- Flá estou indo lá para o apê, vocês vão ficar ainda?

 

-- Claro, a festa está longe de acabar!

 

-- Então vou indo.

 

-- Sei... Vão direto para o quarto, pois não quero chegar e encontrar sex* selvagem no meu sofá.

 

-- Vai dançar Flá.

 

-- Ei mocinha! -- Lu chegava e me segurou -- Nat saiu falando um monte de palavrões, o que aconteceu? Vocês brigaram?

 

-- Não exatamente, ela e Sabrina meio que soltaram farpas.

 

-- Hum..  A loira chegou junto? -- Flá se interessou.

 

-- A loira praticamente colocou um carimbo na testa de Nat escrito: Ela tem dona! -- as meninas riam do modo que falei.

 

-- Eu queria ter visto esse fight!

 

-- Sei, você queria ter filmado para me zuar o resto da vida.

 

-- Mais ou menos isso!

 

-- Ok, chega de conversa, vou me despedir de mamãe -- saí, mas não antes de ouvir piadinhas.

 

-- Para fazer sacanagem sai mais cedo que as noivas né?! -- nem te respondi.

 

 

 

Procurei mamãe, quando a encontrei me despedi. Falei rapidamente com minha sogra, elas viajariam só a tarde do dia seguinte e combinamos de almoçarmos juntas antes delas viajarem.

 

 

Sabrina não demorou e voltou, se despediu delas também e fomos para o carro.

 

Fim do capítulo