Acordar mais um vez com Sabrina foi maravilhoso e não ser acordada pela Sandra ainda mais.

 

Dois dias se passaram assim, entre muitos carinhos entre nós e a loucura que estava nossas mães em relação ao casamento.

 

 

Quando o sábado chegou, e com ele um solzão, era o dia do casamento. Havíamos jantado juntas e acabei dormindo mais uma vez com a Sabrina, ficamos um pouco na cama preguiçosas e depois saímos para tomar café.

 

A casa tinha muita gente, cozinhado, arrumando, mexendo, uma correria daquelas.

 

-- Nossa! Acordamos tarde demais! -- Sabrina me falou -- Quase meio dia, como não ouvimos esse barulho?!

 

-- Apagamos! -- ri a beijando.

 

Tomamos café, depois dei uma saída para resolver coisas da empresa e voltei perto da hora do casamento, na verdade queria fugir daquela casa por momento, aquela preparação toda me cansava, quando voltei  fui direto me arrumar.

 

As coisas já estavam quase tudo prontas para o casamento.

 

 

O início da tarde estava lindo, toda parte ao redor da casa estava sendo utilizada, tendas personalizadas, havia fotógrafos por toda parte, uma rapaz amigo da minha mãe fazendo caricaturas, uma espaço para bar girls, um mesa mais afastada onde serviria o jantar, muitas outras mesas distribuídas pelo espaço. Eram mesas e cadeiras brancas, detalhes azuis clarinhos nas toalhas e flores, o sol ainda esta alto, o horário do casamento era ao pôr-do-sol, estava muito bom o clima, senti uma mão em meu ombro distraída observando o lugar, que ficara lindo.

 

-- Já esta arrumada?! -- era Sabrina.

 

-- Faz um tempinho -- falei, ela estava maquiada e arrumada também, ficava ainda mais linda.

 

Ela não usava muito maquiagem, quando usava fica mais irresistível.

 

– Acho que vou pegar uma toalhinha ali -- falou.

 

-- Por quê?

 

-- Porque você babou! -- sorriu.

 

-- Engraçadinha né?! -- a abracei, ela me deu um selinho -- Não vamos estragar a maquiagem, ok? -- tentei aprofundar o beijo, mas ela logo me impediu.

 

-- Depois você passa batom de novo -- falei.

 

-- Vai borrar, melhor beijar depois -- me deu mais um selinho.

 

-- Tá bom, estou adorando te conhecer, de verdade! -- falei sincera.

-- Eu também, nunca imaginei que nos daria tão bem, você é muito fofa!

 

-- E você me surpreende, iria te falar que tá uma mulher fatal vestida assim -- falei.

 

-- Estou é? -- perguntou em dúvida.

 

-- Muito sexy! -- ela nem fazia ideia.

 

-- Aguarde, porque estou me sentindo o máximo nesse vestido! -- deu uma voltinha.

 

-- E realmente está o máximo mesmo, e já tem companhia ok? Nada de dar papo para ninguém neste casório.

 

-- Hum, ciúmes?

 

-- Apenas deixando claro.

 

-- Sei... -- me deu mais um selinho -- Dessa vez, quis um beijo mais demorando -- não aguentou.

 

-- Já prevejo o próximo casamento -- era minha sogra.

 

-- Mãe menos, daqui uns 5 anos talvez.

 

-- Tudo isso? -- perguntei, antes levei na brincadeira, dessa vez questionei.

 

-- Pensei que não queria casar mais, pois imaginei que levaria tanto tempo para casar contigo! -- falou tão linda.

 

-- Ai não, não quero meu bebe casando tão rápido! -- sogrinha fazendo uma de difícil.

 

-- Mãe?! Daqui a pouco tenho 50 anos e a senhora não quer ter netos?

 

-- Quero filha, mas não fazem nem uma semana que se conheceram já querem casar -- sogrinha continuo no drama.

 

-- Calma mãe, estava brincado, ainda estamos nos conhecendo.

 

-- Ok, vocês querem me enlouquecer, agora vou colocar meu vestido, ainda vou casar, nossa estou tão nervosa, gostaram da maquiagem?

 

-- Linda sogra, vai matar minha mãe hoje hein?

 

-- Ela que vai, sei bem como ela é -- piscou.

 

-- Ah, então mãe e filha são insaciáveis? -- olhou para mim.

-- Não sei a filha, mas a mãe dar trabalho -- minha sogra falou saindo.

 

-- Hum... Então é de família? -- ela perguntou segurando meu pescoço e puxando para um beijo.

 

-- Não faço ideia -- falei entre o beijo -- Mas se quiser descobrir mais sobre a minha pessoa, estou disponível hoje a noite.

 

-- Hoje, amanhã e depois da amanhã, até eu ir embora, viu senhorita?

 

-- Já pensou no depois? -- o clima ficou sério, estava tão bom, mas tinha que pensar.

 

-- Já.

 

-- E?

 

-- Quero que você vá me visitar e eu venho te visitar, até eu organizar tudo para vir morar de vez aqui -- ela soltou com se fosse algo simples.

 

-- E em quanto tempo pensa fazer isso?

 

-- No máximo três meses!

 

-- Três meses? -- perguntei surpresa.

 

-- Sim, mas não se preocupe dará tudo certo.

 

-- Você falando assim, vou me apaixonar logo -- falei.

 

-- Acho bom, vamos fazer assim, quem se apaixonar primeiro compra alianças e pede em namoro.

 

-- Uma proposta?

 

-- Não uma ordem mesmo.

 

-- Tá bom, e se ninguém se apaixonar, e se foi só mais contato físico mesmo? -- perguntei.

 

-- Ninguém perde nada, apesar de achar difícil isso acontecer... -- parei a fala dela com um beijo.

 

 

Sabrina entrou para ajudar a mãe, já eu, fui no outro quarto ver a minha  a mãe, estava cheio de amigas, não era o meu ambiente favorito, um alvoroço, opiniões sobre maquiagem e outras coisas.

Desci logo, voltei para a parte externa, fiquei sentindo vento, ajudando a receber os convidados, e até presentes.

 

Uma das convidadas era Nat, chegou com a atual mulher, minha mãe convidou acreditando que estávamos bem ao termino do casamento, apesar dos pesares estávamos, mas minha mãe não sabia os reais motivos da separação se soubesse dificilmente teria a convidado.

 

-- Boa tarde, Aux! -- ela falou, mas não ousou me cumprimentar mais de perto, tínhamos uma distância considerável.

 

-- Boa tarde! -- falei simplesmente.

 

Sendo sincera não senti nada quando a vi, parecia apenas uma estranha.

 

-- Vamos nos sentar -- ela falou para a mulher.

 

-- Fiquem a vontade! -- falei.

 

A presença dela não me afetava, nem mesmo da mulher, as coisas acabaram e eu já estava em outra fase. Poderia usar minha educação muito bem.

 

Minha mãe chegou ao meu lado e me abraçou.

 

-- Você está linda demais hein?! -- falei, o vestido dela era tomara que caia, branco, tinha uma flores na renda.

 

-- Obrigado filha! Nossa estou nervosa, nem parece meu terceiro casamento!

 

-- Fica calma! A sogra te ama, e além do mais está linda!

 

-- Você já a viu?

 

-- Só a maquiagem, ela veio dar uma olhada.

 

-- Hum... Estou ansiosa, vou conversar com os convidados para me distrair -- ela saiu e eu fiquei ainda observando o pessoal.

 

-- Oi, cunhada! -- Sandra bateu em meu ombro.

 

-- Mania das irmãs baterem no ombro é?

 

-- Pior que é, nos temos essa mania, como estou? -- deu uma volta.

 

-- Vou desculpar só porque está gata demais! -- segurei sua mão e girei-a mais uma vez.

 

-- Se minha irmã ver te bate de verdade!

 

-- Hum... Então ela é ciumenta?

 

-- Demais! Mas comigo ela sabe que nem precisa!

 

-- Nem com você e nem com ninguém!

 

-- Uí! Vejo corações flutuando! Vou dar uma olhada nas noivas.

 

 

 

No fim da tarde havia chegado, e assim a hora do casamento. Primeiro o civil, esse foi bem burocrático. Minha mãe e Cintia usavam os vestidos lindos, uma senhora do cartório falou umas palavras bonitas, depois do sim assinaram a oficialização, as madrinhas eram as amigas delas, eu fiquei de lado com Sabrina e Sandra assistindo tudo, umas choravam e outras sorriam.

 

O casamento simbólico aconteceu  logo a após, este foi mais demorado do que pensei, eram tantas pessoas prestando homenagem que quase pedi para a cerimonialista continuar sem interrupções, concordo que eu não tinha paciência para esses eventos especiais.

 

Minha mãe havia entrado de mãos dadas com Cíntia, o lugar tinha uma energia tão boa, ainda bem que tinha chegado a troca de alianças, apesar de ser bonito e emocionante, era um pouco cansativo, demorou mais de uma hora. Enfim o beijo, e que beijo!

 

-- O que esta pensando? -- Sabrina me cutucou.

 

-- Que demorou demais para acabar.

 

-- Muito romântica você!

 

-- Muito mesmo, mas isso tudo é porque quero ter a honra de dançar com a filha da noiva -- falei.

 

-- Hum... É um bom motivo, achei bem linda a filha da noiva também -- falou olhando em meu olho.

 

-- Achei ela bem gostosa, sem falar que o olhar dela é tão mágico -- sustentei o olhar.

 

-- Desse jeito vou acabar me apaixonando! -- disse segurando minha mão.

 

-- Eu te acompanho! -- sorri.

 

Ela era linda demais, gentil demais, disponível demais, e eu bem, esta feliz com ela mesmo não sabendo do futuro.

 

-- Cadê meu abraço? -- minha mãe cortou o clima e meus pensamento.

 

-- Agora esta ferrada! -- falei em seu ouvido -- Mas saiba que estou feliz por você e pela sogra.

 

-- Obrigada, pelo apoio de sempre filha!

 

-- De nada, além do mais, ela bem gata e minha futura sogra.

 

-- Ai, ai! -- riu.

 

-- Parabéns sogrinha! -- agora era Cíntia que me abraçava -- Casou com a mulher mais incrível do mundo.

 

-- Eu sei, por isso quando achei não soltei mais.

 

-- Hum... Então essa é a técnica? -- perguntei olhando para Sabrina.

 

-- Sim, segurar e não soltar mesmo! -- riu olhando para filha também.

 

-- Amor, vamos as fotos! -- minha mãe chamou Cíntia.

 

-- Lá vem a tortura! -- Cíntia falou e saiu junto.

 

-- O pessoal já vai começar a tocar -- Sabrina me falou sorrindo e olhando para um mini palco armado.

 

-- Já? Hum... Vou aproveitar para tirar esse vestido, essas pedrinhas estão dando uma coceira -- cocei meu ombro.

 

-- Fica com ele, está tão linda! -- fez carinho em meu ombro – Assim com ele fica tão irresistível! E eu posso cuidar da coceira mais tarde.

 

-- Por um simples acaso está me seduzindo?

 

-- Por um simples acaso -- imitou -- Estou querendo te ver ainda mais um tempo com ele, ficou muito sexy também! -- riu, mas deixou claro mordendo o cantinho da boca qual era sua verdadeira intenção.

 

-- Assim não vou querer esperar -- falei.

 

-- Mas vai esperar sim, vou aproveitar essa festa toda, e você só sairá comigo para fazermos estas coisas só quando eu quiser.

 

-- Então vou querer coisas além da coceira.

 

-- Tudo que você quiser, mas agora vamos tirar fotos com elas, olha estão nos chamando.

 

Tiremos algumas fotos, mas realmente estava difícil ficar com o vestido e subi para tirá-lo.

 

-- Ingrata, está muito ocupada com a loira, né?

 

-- Oi, amiga! -- abracei Flá, ela havia chegado atrasada e nem nos falamos -- Vem, vamos subir que irei tirar esse vestido.

 

Entramos no meu quarto.

 

-- Conta tudo, está pirada na loira, vi que não paravam de conversar?

 

-- Nossa, ela é fantástica, olha que não estou fazendo esforço algum para esquecer a Nat, estou sentindo algo fulminante pela Sabrina, estou parecendo uma idiota!

 

-- Isso é ponto favorável para loira, amiga tô tão feliz que você tá com alguém legal, não queria entrar no assunto, mas quando ela se for?

 

-- Não vou sofrer por antecedência, estou feliz vou deixar as coisas acontecerem.

 

-- Isso aí!

 

-- Por que isso coça tanto? -- abri o fleche do vestido, e joguei-o no chão.

 

-- Opa, strip? Adoro! -- minha amiga sendo safada.

 

-- Mas é vagabunda mesmo! -- ri, peguei um jeans preto e uma blusa branca fininha de mangas longa.

 

-- Ai amiga, só não tênis né? Pelo amor de deus!

 

-- Por que não? -- perguntei.

 

-- Aí! Por que você se veste tão mal? Nunca entendi por que Natmonstro não te ajudava, acho que ela deixava você usar roupas listada e coloridas simultaneamente de propósito.

 

-- Como assim? Eu tenho estilo ok?!

 

-- Estilo medíocre ne?

 

-- Ok, concordo que não me visto charmosamente bem, mas quem é bonita já se destaca por si só não?

 

-- Metida feiosa, mas Deus me livre das suas roupas cafonas, depois terei uma conversa com Sabrina, pelo vestido que ela escolheu e como se vestiu esses dias, ela tem estilo.

 

-- Poe essa sandália aqui -- jogou pra mim depois de fuçar meu armário.

 

-- Não sei andar com isso não, não sei nem de quem é.

 

-- Deve ser da sua mãe ou da Natmonstro, aliás sua mãe me fez perguntas sobre você hoje, ela fica preocupada mesmo no dia de seu casamento.

 

-- Vou pegar meu tênis mesmo, o que mamãe perguntou?

 

-- Ela disse você parecia estar feliz com a Sabrina, o que eu achava, como estava seu envolvimento com o outro ser lá, como estava as coisas dos seus negócios com ela, enfim, mil perguntas.

 

-- O que respondeu?

 

-- Que a melhor coisa não podia existir em relação a Sabrina ter aparecido na sua vida, falei que acho que a loira gosta de você também, e claro falei nessa oportunidade que ela errou só em não te ensinar a se vestir.

 

-- Vai te catar! Vamos descer, como é bom ser eu de novo.

 

-- Pensando bem acho melhor Sabrina não te mudar, porque pelo menos tenho do que rir sempre, essa roupa social até que dar para ser usada vai, mas esse tênis? Socorro!

 

-- Parei tá?!

 

-- Parei, vamos beber?

 

-- Vamos sim, essa banda é boa?

 

-- É sim, tocam tudo!

 

-- Hum... Faz tempo que não danço, vamos aproveitar.

 

Descia a escada com Flá, quando vejo Nat levanta-se do sofá e ficar parada em frente a mim, haviam poucas pessoas na sala e o barulho da banda começava a entrar no ambiente. Tentei passar por ela, mas logo interrompeu minha passagem.

 

Fim do capítulo