Capitulo 40 – Paz para uma... guerra para outra!

            Eu senti meu coração disparar ao ouvir Júlia dizendo que poderia mesmo se apaixonar por mim. Tudo que eu mais queria era que ela realmente se apaixonasse por mim. Que sentisse por mim tudo que eu já sentia por ela. Eu sei que arrisquei muito alto me abrindo para ela mais eu já não aguentava mais manter meus sentimentos por ela guardados. Eu precisava correr esse risco. E sinceramente, quando ela me beijou fez valer a pena ter me revelado pra ela. Valeu por cada vez que eu chorei por ela, por cada vez que a vi com Patricia e desejei estar em seu lugar, por cada vez que meu coração se apertou imaginando que nunca seria possível tê-la em meus braços.

            Mas agora eu a tinha. Eu a tinha em meus braços, eu sabia que o jogo ainda não estava totalmente ganho, seu termino ainda era recente e eu não esperava que ela me amasse assim de uma hora pra outra, mas só o fato dela se abrir pra mim, de me abrir uma possibilidade de se apaixonar por mim, isso já me bastava para lutar ainda mais por ela. Eu me mantive calada por todo esse tempo por que sempre achei que nunca teria a menos chance com ela, mas agora, tudo era diferente. Existia uma chance. E por menor que fosse eu brigaria por ela até o final. Eu brigaria para ter seu amor só para mim, para ser a única dona do seu coração, a única a despertar seus desejos, a queimar sua pele de prazer e a despertar nela os sorrisos mais felizes.

            As poucas peças de roupas que eu ainda usava saíram de meu corpo com extrema rapidez, assim como as dela. Nossos corpos nus se encontraram sentindo o calor que emanava das peles, nossas bocas se buscavam em beijos cálidos, sedentos de carinho, de paixão, de prazer. Suas mãos deslizavam, pelo meu corpo explorando-me com lentidão, numa busca incessante por cada milímetro do meu corpo.

            - Você me enlouquece Júlia! – Sussurrei em seu ouvido.

            - Já você me dá uma razão pra sorrir – respondeu. – Uma nova razão todo dia que passo ao seu lado – completou deslizando sua boca em meu pescoço em beijos carinhosos.

            - É tão bom ouvir isso! – Confessei afastando-me dela. Deitei ao seu lado e ela rolou seu corpo deitando-se sobre o meu, mantendo seus olhos fixos nos meus.

            - Então vou te falar isso sempre... pra que você nunca se esqueça! – Passou a mão por meus cabelos numa caricia suave.

            -  Parece que estou sonhando! – eu disse e senti uma leve mordida em meu pescoço que me fez dar uma grito baixo.

            - É bem real – Júlia disse rindo me fazendo rir com ela. Ela voltou a fitar-me ficando séria – Também é bem real tudo que eu disse agora para você Flá. Eu estou mesmo me apaixonando por você! – aproximou nossas bocas selando-as num beijo – me apaixonando muito por você – disse mantendo os olhos fechados e voltando a me beijar.

            Minhas mãos envolveram suas costas subindo até seus ombros. Enrosquei-as em seus cabelos segurando sua nuca, mantendo sua boca colada a minha enquanto minha língua a invadia num beijo que se tornava cada vez mais quente. Estávamos ambas apenas de calcinha, nossos corpos entrelaçados um ao outro, desfrutando de cada toque. 

            - Adoro sentir suas mãos tocando meu corpo – eu disse quando seus dedos deslizaram pela lateral da minha cintura.

            - Quero sentir você de todas as maneiras – respondeu. – Conhecer todos os seus lados! Quero o seu lado selvagem e o seu lado romântico. Me ensina a te amar... eu quero fazer amor com você! Faz amor comigo! -  pediu com os olhos brilhando. Como resistir a uma mulher como ela. Era impossível resistir a Júlia. Busquei sua boca outra vez e desci meus lábios por seu pescoço.

            - Vou te amar a noite inteira... – disse passando a língua por sua orelha – a vida inteira se você quiser!

            - Eu quero! – disse e sorri feliz em meio ao beijo que trocávamos. Era tudo que eu queria ouvir dela. Abracei sua cintura puxando-a para ficar sob mim.

            Minha boca explorou cada parte do corpo de Júlia com amor. Minha boca se perdeu em seus seios por muitos minutos, explorou seu colo, seu pescoço. Cada vez que Júlia gemia baixo eu me contorcia de prazer. Desci minha boca pela sua barriga beijando-a por inteiro. Minhas mãos retiraram sua calcinha com destreza, fazendo o mesmo com a minha. Meu sex* encostou-se ao dela sentindo seu calor, sua umidade. Eu rebol*va sobre ela devagar, pressionando meu corpo contra o seu enquanto nossas bocas se beijavam.

Suas mãos deslizavam pelas minhas costas num toque forte, porém, carinhoso. Sua respiração se alterava cada vez mais conforme meu quadril pressionava o dela. Eu sentia seu sex* latejar sob o meu, assim como o meu pulsava de prazer. Suas mãos passaram a deslizar sobre os meus seios, explorando-os, sentindo-os plenamente. Seu toque era demasiado excitante. Era quente, malicioso, uma pegada forte e amorosa ao mesmo tempo. Suas mãos desceram até minha bunda e puxaram-me contra seu corpo. Quanto mais eu rebol*va mais ela me puxava contra ela, aumentando o atrito entre nossos sex*s.

- Assim eu não resisto... – gem*u baixo mordendo meu pescoço – Você vai me fazer goz*r assim – disse gem*ndo mas alto quando pressionei-a com mais força.

- Então goz* pra mim... – disse mantendo a mesma pressão sobre seu corpo. Eu estava enlouquecendo de tesão. Era bom demais sentir Júlia sob o meu corpo, ouvir seus gemidos, ter seus beijos em meu corpo, seus toques carinhosos.  – Goz* pra mim Júlia – pedi sussurrando seu nome em seu ouvido de forma sensual. Ela apertava os lençóis da cama enquanto eu aumentava o ritmo com quer meu corpo se esfregava ao dela. – Goz* pra mim! – entrelacei nossas mãos apertando-as no alto de sua cabeça – Ohh Júlia – gemi seu nome excitando-a – Goz* pra mim! – pedi uma ultima vez e suas pernas envolveram minha cintura apertando-me com força. Um gemido alto escapou de seus lábios e suas mãos apertaram ainda mais as minhas. Seu corpo contraiu-se em espasmos intermitentes, para aos poucos ir relaxando sob o meu.

Minha boca buscou a sua num beijo delicioso. Seu corpo ainda se contorcia embaixo do meu. Minha boca buscou seu pescoço e ela tentou soltar suas mãos das minhas, me fazendo segura-las com mais força.

- Amo sentir o seu corpo se contrair quando você goz* – eu disse em seu ouvido e ela gem*u baixo – Amo o calor da sua pele – mordi de leve sua orelha – Amo o seu cheiro... o seu gosto! – deslizei minha língua pelo seu pescoço descendo até seus seios e cobrindo-o um deles com minha boca, ch*pando-o com delicadeza. Minha mão desceu até seu sex* e sem delonga penetrei-a devagar. Ela mordeu os lábios. Senti meus dedos deslizarem com facilidade dentro dela. Júlia estava uma delícia e senti-la assim só aumentava minha vontade de ama-la ainda mais.

- Ahh que gostoso! – ela sussurrou, ofegando cada vez que meus dedos a penetravam profundamente. Desci ainda minha boca e passei a explorar seu clit*ris com a língua enquanto a penetrava. Júlia passou a gem*r mais alto, mais rouco, mais sexy, e eu passei a provoca-la, alternando a exploração em seu sex* entre meus dedos e minha boca. Seu gosto já era perceptível em minha boca. Eu queria sentir mais, queria senti-la goz*r novamente para mim, ver seu corpo se contorcer ainda mais. Subi meu corpo deixando nossos rostos frente a frente, encarando seus olhos que estavam mais escuros. Encaixei sua coxa entre meu sex* e passei a movimentar-me num vai e vem que seguia o ritmo das penetrações de meus dedos. Eu já estava totalmente excitada, tanto que podia sentir meu sex* molhar sua perna.

- Goz* comigo! – pedi baixinho puxando sua boca para um beijo. Voltamos a nos olhar. Eu já estava próxima do orgasmo de tão excitada que estava. Sabia que não conseguiria me segurar por mais tempo, e senti meu corpo render-se ao prazer enquanto minha boca chamava o nome dela. Júlia gozou logo depois de mim, cravando suas unhas em minhas costas e descendo-as até o quadril, arranhando-me com força, algo que me deixaria marcada com certeza. Sentia seu sex* contrair-se apertando meus dedos dentro dela enquanto eu retomava minha respiração. Nossos corpos suados, se contorciam relaxando um ao lado do outro na cama. Senti ela resmungar algo quando retirei meus dedos de dentro dela.

- Isso foi... maravilhoso! – ela disse ofegando. Enrosquei minha boca em seu pescoço depositando beijos leves sobre ele.

- Você é maravilhosa Jú! – eu disse buscando sua mão com a minha. Apoiei minha cabeça em seu ombro e nossas mãos ficaram brincando uma com a outra no ar, ora entrelaçando nossos dedos, ora deslizando-os uma na outra.

- O que acontece entre a gente daqui pra frente Flá? – ela perguntou olhando para nossas mãos. Levantei minha cabeça, apoiei o cotovelo na cama e com a palma da mão sustentei minha cabeça olhando-a.

- Eu sou apaixonada por você Júlia. Guardei esse sentimento por tanto tempo que eu nem esperava mais que um dia fosse te dizer isso. Mas agora eu não preciso mais esconder o que sinto! – Toquei seu rosto e ela sorriu – Eu sou completamente apaixonada por você! Eu quero você só pra mim Jú. Eu juro que você sempre terá só o melhor de mim. Me deixa pelo menos tentar te fazer feliz – pedi. – Namora comigo?

            A melhor coisa do mundo era poder abrir os olhos e encontrar Patricia deitada ao meu lado. Era como acordar num paraíso tropical, numa manhã com céu límpido e azul com vista para um oceano de aguas calmas e transparentes, e sentir uma brisa refrescante tocar sua face, fazendo-lhe agradecer pelo simples fato de estar viva. Era como eu me sentia ao lado dela naquela cama. Patricia era o meu agradecimento matinal, era o meu porto seguro. Fiquei muitos minutos observando seu sono sereno até que ela abriu os olhos devagar me dando e presente aqueles lindos olhos azuis que me hipnotizavam.

            - Bom dia amor! – eu disse olhando para seus olhos tão claros e brilhantes.

            - Bom dia minha vida! – respondeu-me. Busquei seus lábios e dei-lhe um beijo doce, apaixonado. – É tão bom acordar e te ver ao meu lado.

            - Se quiser, me caso hoje mesmo com você e poderemos acordar assim todos os dias pro resto da vida! – deslizei a mão pelo seu rosto.

            - Isso é tentador – disse sorrindo.

            - Então caia nessa tentação comigo – disse beijando-a intensamente. Levei meu corpo sobre o dela e suas mãos envolveram-me apertando nossos corpos um no outro, causando uma descarga de sensações em mim. Senti sua pele quente sob a minha e imediatamente meu corpo reagiu ao dela.

            - Primeiro eu preciso contar a novidade pra minha mãe – disse ao afastar-se. – Você sabe que ela vai surtar né?

            - Imagino... ela me detesta! – eu disse olhando em seus olhos.

            - Ela não detesta você amor – disse e eu franzi a sobrancelha fazendo uma bico contrariado – Talvez só um pouquinho – corrigiu-se. – Ela tava quase aceitando a ideia de que a sua única filha estivesse apaixonada por uma mulher quando você me traiu Ana – disse e embora sua voz não tivesse magoa ou cobrança, eu me senti mal por ter estragado o que tínhamos naquela época – Ai quando eu descobri que estava gravida ela achou que eu e o João acabaríamos nos casando pela Valentina.

            - Você já disse a ela que eu voltei? – perguntei.

            - Meio por cima, mas disse. No dia que sua mãe passou mal eu disse que vocês estavam no hospital e ela me perguntou se eu e Júlia ainda estávamos juntas.

            - E o que respondeu?

            - Que não né amor! Ela fez uma cara daquelas de quem já havia percebido tudo. E depois disso ainda não tivemos tempo de conversar.  E como nós duas não tínhamos nada definido eu não entrei em detalhes.

            - Mas agora você é minha noiva e eu faço questão de estar ao seu lado quando for contar a ela.

            - Mesmo? Por que eu pretendo contar ainda hoje – olhou-me e confirmei com um menear de cabeça. Regina, mãe de Patricia, nunca foi a favor do nosso namoro. No começo ela infernizou nossa vida, sempre tentando jogar sua filha de volta por braços do ex namorado. Ela deixava claro sua insatisfação sempre que nos encontrávamos. Eu já imaginava qual seria sua reação ao descobrir que nós nos casaríamos. Não seria nada agradável.

            - Podemos pelo menos deixar isso pra mais tarde? Quero aproveitar o dia com você e a Vavá antes que sua mãe dê o sermão dela.

            - Tudo bem! Podemos ir lá no fim da tarde o que acha?

            - Perfeito – disse abraçando-a – Quer tomar café?

            - To morrendo de fome! Você acabou com minhas energias essa noite.

            - E você com as minhas! – disse beijando de leve seus lábios. – Vou preparar algo pra nós. – disse me levantando cama e tendo meu corpo puxado de volta.

            - Você não deveria saia da cama assim toda nua na minha frente. Não é muito recomendável – beijou meu pescoço me fazendo arrepiar.

            - Se não me soltar agora mesmo amor eu juro que não teremos mais energia nem pra preparar o café – disse sussurrado e ela riu soltando meu corpo.

            - Eu te amo – disse me olhando.

            - Eu te amo mais – respondi. Sai da cama e procurei uma roupa em minha mochila, vestindo-a. Patricia fez o mesmo e enquanto eu segui para a cozinha ela foi ate o quarto da Vavá ver como a pequena estava. Alguns minutinhos depois ela apareceu na cozinha enquanto eu preparava o café.

            - Ela ta bem? – perguntei ao sentir seus braços me envolverem.

            - Dormindo como anjinho.

            - Estava pensando em passearmos no zoológico. A Vavá já foi? – perguntei.

            - Não. Eu a levei uma vez até o aquário. Ela amou os peixinhos – disse sorrindo.

            - Então depois que ela acordar e tomar café iremos as três ao zoológico. E de lá levarei vocês para almoçar!. Quero passar todo o final de semana ao seu lado. Matar a saudade de todo esse tempo que fiquei longe de você. – disse terminando de preparar o café. – fiz suco de laranja e de melancia. Café preto, frios, ovos mexidos e pão de forma. Patricia e eu comemos primeiro. Valentina levou por volta das 10:00hs da manhã. Ela ficava tão linda com a carinha amassada de sono, que me dava ainda mais vontade de acordar perto dela todos os dias.

            - Bom dia minha princesinha! – eu disse quando Paty entrou na sala com ela no colo. Beijei seu rostinho e ela esticou os bracinhos vindo para o meu colo e deitando a cabeça em meu ombro.

            - Quelo dormi ainda – disse com a vozinha baixa.

            - Ainda... achei que fossemos passear hoje. Eu quero tanto ir no zoológico – disse e ela levantou a cabeça me olhando. Estava com a ch*peta na boca e o coelho de pelúcia numa das mãos.

            - Lá tem bichinho? – perguntou-me e eu sorri. Havia ganho sua atenção e isso já era um começo pra despertá-la.

            - Um monte de bichinho! – disse passando a mão em seu rostinho – Coelho, leão,  elefante, girafa... – continuei a listar outros animais.

            - A gente vai agola? – perguntou.

            - Depois que você tomar café. A mamãe ta fazendo seu pratinho e depois a gente vai tá bom. – ela continuou ali sentada em meu colo até que Paty veio busca-la. Ela comeu pouco e tão logo estava de banho tomado e roupa trocada já queria sair. Nos arrumamos e saímos de casa, eu segurava as mãos de Patricia junto das minhas enquanto Valentina segurava sua outra mão. O caminho até o zoológico foi divertido, Valentina estava animada para conhecer o zoológico.

            Assim que descemos do carro ela se pôs ao meu lado segurando minha mão. Patricia segurou a outra e passamos a caminhar assim, com ela entre nós. Os primeiros animais que vimos foram os tigres. Animais lindos, impetuosos. Pus Valentina sobre meus ombros pra ela poder enxergar melhor. De lá seguimos para as girafas que as deixou encantada. Ela não queria mais sair de lá. Passamos pelos elefantes, os hipopótamos e quando chegamos na jaula do leão ela queria a todo custo ver o bicho de perto. Mas a parte mais divertida foi na área dos ursos. Tinha um grupinho de meninos que tinham entre 6 e 10 anos junto da família e um deles foi dar um chute no ar quando o tênis do garotinho caiu lá em baixo. Um dos ursos pegou o tênis e começou a mastiga-lo. Valentina se divertia com o urso mastigando o tênis.

            Depois de passarmos horas visitando todos os animais, saímos de lá para almoçar pois já passava das 14:00hs da tarde. Fomos até um restaurante japonês na região do Itaim Bibi. Pedi um teppan de salmão, hot holls, guioza e harumaki. Uma coca para mim, a qual eu dividi com a Vavá, e Paty tomou banchá gelado. Almoçamos muito bem, e de lá seguimos para a casa dela. Nosso dia foi espetacularmente incrível. E no fim da tarde partimos com destino a casa de minha futura sogra. Essa definitivamente seria a pior parte do meu dia. Assim que abriu a porta para nós e me viu com Valentina dormindo em meu colo ela já fez uma cara de desagrado.

            - Oi mãe – Paty disse a senhora de cabelos acobreados e olhos verdes.

            - Oi filha – ela respondeu. Paty entrou primeiro e se virou em minha direção.

- Entra amor! – disse estendendo sua mão pra mim. Recebi sua mão com carinho enquanto mantinha Vavá em meu braço esquerdo. – Vamos coloca-la na cama – puxou-me em direção ao quarto de sua mãe. Assim que entramos acomodei Valentina na cama e me voltei para onde Patricia estava.

- Ela podia pelo menos disfarçar que não me detesta né – eu disse e Paty me puxou para um abraço.

- Então eu terei que ter amar mais ainda pra compensar essa raiva dela – me deu um beijo no pescoço e me apertou ainda mais em seus braços.

- Eu te amo Patricia – eu disse. – Eu te amo muito! – envolvi-a num abraço protetor. – Vamos? – disse suspirando. Ela afastou-se e entrelaçou suas mãos nas minhas e seguimos ate a sala, encostando a porta do quarto. Assim que entramos Dona Regina estava sentada no sofá.

- Tudo bem com a senhora mãe? – Patricia perguntou.

- Poderia estar melhor – respondeu num tom seco – Você voltou mesmo pra ela? – foi direta. – Depois de tudo que ela te fez sofrer, de toda dor e humilhação que ela te causou você ainda teve coragem mesmo de voltar pra ela minha filha? – sua voz soava decepcionada.

- Mãe eu amo a Ana Cecília! – disse um tom calmo. – Eu sempre amei ela!

- Ela não serve pra você Patricia. – exaltou-se. – Ela não vale nada!

- Eu não admito que fale assim de mim Dona Regina! – eu disse me impondo perante ela e dei um passo em sua direção ficando na frente de Paty – A única que pode dizer se eu sirvo ou não pra sua filha é ela própria. E só pra deixar isso bem claro pra senhora eu vou me casar com ela a senhora gostando ou não! – disse mais forte.

- Casar? – olhou Patricia.

- Sim mãe – ela confirmou – Nós vamos nos casar!

- Você enlouqueceu se acha que vou permitir esse casamento. – disse com raiva – Não permitirei que ela – disse apontando o dedo em minha direção – crie minha neta e tenho certeza de que o João também não permitirá isso.

- A senhora e o João não tem que permitir nada mãe! – falou alto – Eu sou maior de idade e posso muito bem tomar minhas próprias decisões. – gritou e no mesmo instante ouvimos Valentina chamar Patricia do quarto.

- Vai lá ver ela amor! – eu disse beijando sua testa. Ela me olhou preocupada, mas com um olhar amoroso tranquilizei-a. – Pode ir. – Assim que saiu voltei meus olhos para ela.

- Não pense que tenho medo das suas intimidações Dona Regina. – disse baixo – A senhora nunca gostou de mim. Mesmo antes quando eu namorava sua filha sempre fez questão de deixar isso bem claro não é.

- Eu estava certa não estava. Você não servia pra minha filha e na primeira oportunidade a traiu com uma mulherzinha qualquer.

- A senhora não é ninguém pra julgar os erros que cometi! – eu disse subindo meu tom de voz.

- Eu sou sim! Sou a mãe da mulher que você usou e descartou!

- Eu não usei sua filha! – disse tentando controlar minha voz para não gritar com ela - Eu não estou porque preciso do seu perdão Dona Regina. Eu já tenho o perdão da única pessoa que me interessa e essa pessoa é a sua filha. Estou aqui por que eu amo aquela mulher, amo aquela menininha que está com ela e eu vou me casar com Paty mesmo que o mundo inteiro seja contra esse casamento.

- Não se eu puder impedir – disse alto no mesmo instante em que Patricia entrava na sala com Vavá no colo. Ela parou, estática e com a face decepcionada ao ouvir as palavras da mãe. Aproximei-me dela ao perceber se olhos lacrimejarem. Peguei Valentina no colo. 

- A vovó ta blava? – perguntou.

- Não meu amor... ela só está feliz e acabou falando alto demais! – eu disse.

- Eu também to feliz tia Ana – disse. – A mamãe me disse que agola eu você vai ser minha mamãe também.

- Ta feliz meu amor? – eu disse beijando-a – Também tô muito feliz por que eu te amo muito. – Abracei-a – E eu ficarei muito feliz em ser sua mãe minha princesinha – Dona Regina me olhava com raiva.

- Eu jamais aceitarei isso – disse fazendo com que Patricia voltasse sua atenção para ela.

- Essa é uma decisão sua mãe! Você pode escolher participar da nossa vida ou não. Se escolher participar vai me deixar muito feliz. – deixou as lágrimas que segurava cair de seus olhos. – Espero que tome a decisão certa!

- Essa conversa ainda não terminou Patrícia – disse aproximando-se mas Paty estendeu a mão fazendo-na parar onde estava.

- Eu passo aqui outra hora mãe. Não quero discutir esse assunto na frente da minha filha. – segurou minha mão e seguimos para a porta, saindo de lá num clima extremamente pesado.

- Você ta bem minha linda? – perguntei.

- Estou bem amor – ela respondeu. – Obrigada por estar ao meu lado!

- Sempre estarei! – puxei-a dando-lhe um selinho e Vavá deu uma risadinha ao nos ver. – Tem beijo pra você também! – disse enchendo minha pequena de beijos e fazendo-a gargalhar.

Seguimos para a casa dela, jantamos e passamos uma noite incrível juntas. Valentina estava mais ligada a mim e foi difícil faze-la dormir. No fim das contas ela só pegou no sono depois que a coloquei para dormir entre Patricia e eu. Enquanto eu contava mais vez a estorinha da Cachinhos dourados ela apagou. Patricia a levou para a cama e passamos mais uma noite nos amando intensamente. Cada noite de amor ao lado dela me renovava a alegria de viver. Definitivamente ela era a mulher da minha vida. Adormeci agradecendo a Deus pela oportunidade de poder ter aquela que eu tanto amava em meus braços outra vez.

Fim do capítulo