O beijo no início foi lento, talvez ela não esperasse que eu agisse tão rapidamente, mas ela queria,  tinha certeza. Porque aos poucos nosso beijo foi se encaixando, até nos envolvermos a boca uma da outra completamente, quando senti a língua dela bateu uma adrenalina que acho que cheguei a assusta-la mais uma vez, pois dessa vez explorando e sugando a língua dela com muita vontade. Sabe quando a pessoa fica excitada ao extremo? Se eu não raciocinasse tiraria a roupa dela ali mesmo na cozinha. Estava tão envolvida que para amenizar comecei a brincar com sua língua, tentar diminuir o que estava sentindo internamente, coisa que não foi combinada com ela... Pois foi pior,  ela não colaborava, puxava minha camiseta querendo meu corpo mais junto ao seu, ficava me mordendo os lábios, unhas na nuca... Chegou uma hora que os pulmões não aguentaram, encostamos nossas testas dando um tempo, mas logo voltamos novamente aos beijos. Era uma vontade inexplicável, muito surreal o desejo que nascera. Acredito que durou bastante tempo, nem fazia mais ideia de quanto tempo que estava nos beijando.

 

-- Você é linda! -- ela falou, me abraçando, e dando alguns beijos em meu rosto, tão fofa! -- E ainda beija bem demais! -- olha eu ganhado elogios!

 

-- Você que é!  -- sorri a puxando para mais um beijo, esse não tinha nada de selinho.

 

-- Ok, nos somos! -- ela riu.

 

-- Fechado! -- dei um selinho, apesar de está um clima ótimo ainda tinha a carne que tinha esquecido --  Deixa eu terminar de cortar essa carne, daqui a pouco elas descem famintas -- pisquei -- Acho que até gelou!

 

 

Continuei a cortar a carne sendo observado por ela, logo Sandra apareceu e continuamos conversando sobre outros assuntos.

 

 

Pouco tempo depois minha mãe chegou com Cíntia,  o jantar foi servido, conversamos muito durante o mesmo. O assunto um hora ou outra caia sobre casamento, o meu que acabou e da minha mãe que estava preste a se realizar.

 

-- O seu como foi? -- Sandra me perguntou.

 

-- Foi algo simples, na praia -- disse sem dar detalhes.

 

-- Deve ter sido lindo! -- Sabrina disse.

 

-- Foi bonito sim! -- ri sem muita vontade -- Na época foi simbólico, sem nenhum direito.

 

-- Diferente do nosso -- mamãe falou.

 

-- Eu quero me casar assim também! -- Sandra disse -- Tudo certinho, com direitos e festão claro!

 

-- Ai! Quem não quer? Mas daqui a uns cinco anos -- Sabrina falou.

-- Você nem tá namorando, como quer casar daqui a cinco anos?! -- Sandra debatia com a irmã.

 

-- Isso não é problema querida! -- Sabrina protestou.

 

-- É sim, amor de verdade está em extinção -- Sandra continuo.

 

-- Concordo, sua chata! Mas tenho certeza que irei me casar antes de você! -- Sabrina falou mostrando a língua para a irmã.

 

-- Não vai mesmo! -- rebateu.

 

 

O assunto continuou, foi aberta uma garrafa de vinho, depois outra, estava tudo muito interessante até Sabrina dizer que iria dormir, digamos que o brilho tinha se apagado um pouco da noite.

 

-- Estou exausta, amanhã conversamos mais -- falou me beijando o rosto.

 

-- Vai descansar filha -- Cíntia a incentivou.

 

-- Boa noite -- falei.

 

Fiquei um tempo ainda na sala, depois todas resolvemos deitar, pois o dia seguinte seria corrido e já era tarde.

 

 

 

Como pensei o dia foi corrido, assim que acordei tinha algumas ligações do pessoal que trabalharia comigo. Assim, retornei as ligações e demorei um pouco para sair do quarto, tinha umas perdidas de Flá, deveria está preocupada ou uma fera mesmo comigo, saí para pegar minhas “irmãs” e não voltei mais.

 

Quando saí do quarto mamãe já tinha ido com Cíntia trabalhar, e as meninas estavam na piscina, curtindo o sol que fazia,  Sabrina nadando e Sandra na espreguiçadeira.

 

-- Bom dia! -- falei olhando o visual, as meninas eram muito bonitas!

 

-- Bom dia! -- falaram juntas.

 

-- Dormiu bem hein cunhada?! Acordou tão tarde! -- Sandra disse sorrindo, provavelmente Sabrina tinha contado sobre nossos beijos.

 

-- Não estava dormindo, estava resolvendo umas coisas pelo telefone -- falei explicando.

 

-- Da ex? -- Sabrina quis logo saber.

 

-- Não, sobre a empresa que estou abrindo, está sendo um pouco trabalhoso selecionar o pessoal, pois quero só mulheres trabalhando.

 

-- Hum que legal! Clube da Luluzinha... Não vai tomar café? -- Sabrina continuo.

 

-- Ainda estou sem fome -- falei sentando ao lado de Sandra.

 

Fiquei com elas na piscina, assunto não faltava, apesar de está muito curiosa sobre a vida de ambas, não queria fazer uma entrevista, então os assuntos era aleatórios até mamãe ligar para irmos experimentar os vestidos do casamento.

 

-- Meninas hora de experimentar o vestido -- falei as chamando.

Esperei ainda elas tomarem banho para irmos.

 

 

A prova dos vestidos foi demorada, cada uma experimentou o seu, confesso que não fiquei espionando os outros vestidos, o meu era um tom azul nem muito escuro e nem muito claro.

 

Como tinha sido a primeira, fiquei esperando conversando com a menina do atendimento.

 

-- Onde posso beber um pouco de água?! -- perguntei.

 

-- Só um minuto que vou providenciar -- a atendente saiu.

 

Fiquei mexendo no celular, olhei umas fotos que tinha tirado da nossa bagunça na piscina.

 

-- O que achou?! -- era Sabrina que apareceu com seu vestido.

Primeiro assimilei o visual, depois foi olhar mais detalhadamente o vestido dela. Era um tom de vermelho mais escuro, com partes abertas na lateral, abdome, costas e tinha alças finas.

 

-- Ficou muito sexy em você! -- falei sincera.

 

-- Pelo seu olhar imaginei o que tinha pensando -- riu -- Vou ficar com esse mesmo, está perfeito!

 

-- Muito! -- falei igual uma idiota babando.

 

Ela saiu e atendente já voltava com água, agora estava com mais sede ainda.

 

 

Depois das provas dos vestidos acabarem, fomos mais uma vez comer fora, dessa vez no restaurante que Cíntia mais gostava, era de crustáceos.

 

 

-- Vou comer só salada, se não, o vestido não entra! -- Sabrina disse.

 

-- Que exagero filha! -- Cíntia se pronunciou.

 

-- Eu também Sabrina! -- mamãe falou.

 

-- Eu como por vocês então -- Sandra disse.

 

-- Também do jeito que é magra -- Sabrina disse rindo da irmã.

 

-- Não sei a quem puxei! Vocês cheias de curvas e eu uma taboa! -- Sandra falou se referindo os corpos de Sabrina e Cíntia.

 

Realmente elas tinham um corpo privilegiado, e Sandra não fica atrás.

 

No restaurante foi mais uma vez muito divertido. Mamãe e Cíntia voltaram a trabalhar, era o último dia de trabalho antes do casamento delas, acabei levando as meninas para casa novamente.

 

As duas irmãs vinha conversando no carro.

 

-- Você gostou mesmo Sabrina do meu vestido?

 

-- Gostei Sandra! Aquele verde é perfeito para você, combina com seus olhos.

 

Durante a tarde, as meninas descansaram e ficaram na piscina, eu fiquei junto.

 

Em uma oportunidade quando Sandra foi tomar banho, Sabrina chegou mais perto de mim e nos beijamos mais uma vez, com intensidade e pegadas. Não conversamos sobre os beijos, estava acontecendo naturalmente.

 

O restante da tarde as meninas desarrumaram as malas e organizaram suas roupas no armário, ganhei uma camiseta de cada, me dei bem! Depois assistimos um filme de comédia, na verdade Sandra nos obrigou, mas foi bom que Sabrina ficou abraçadinha comigo no sofá.

 

 

Quando a noite chegou, nos arrumados para sair, minha missão era mostrar a noite da cidade as meninas.

 

-- Aux vocês nem jantaram?!

 

-- Vamos comer fora -- falei para Cíntia, quando esperava elas.

Eram quase vinte horas, iriamos para um barzinho e depois balada. Elas iriam conhecer a vida noturna, coisa que eu estava desacostuma a fazer.

 

-- Estou pronta! -- Sabrina entrou na sala.

 

 Linda demais! Cabelos soltos, vestido preto colado, salto, maquiagem... Acho que me daria bem aquela noite, mesmo estando só de jeans e jaqueta, simples demais para ela.

 

-- Linda! -- Cíntia falou -- Vai arrasar corações!

 

-- Talvez mãe! -- respondeu, olhando para mim.

 

Digo nada, ela provoca demais...

 

Sandra ainda demorou um pouco, ficamos na sala esperando, esperando, esperando...

 

Quase uma hora de atraso Sandra desceu, seguimos no meu carro depois de vários conselhos, nossas mães meio que não tinham noção das nossas idades, coisas de mães, eu já tinha trinta anos, Sabrina quase isso, Sandra não ficava muito atrás e elas preocupadas.

 

Primeira parada foi em um bar, ficamos durante um tempo, tinha música ao vivo, e depois entramos na boate, mudando radicalmente para música eletrônica.

 

A música era muito alta, a predominância escura no local era ótima para fazer certas coisas... Pessoas esbarrando nas outras, isso era um ponto negativo, pois já tinham molhado meu braço com bebida. Depois do meio banho fui pegar uma bebida, para tomar, mas Sabrina me fez ir dançar logo com ela.

 

-- Vem! -- puxou-me.

 

Dançamos muito, apertadas pelo pessoal, mas ela estava muito sensual, rebol*va, encostava em meu corpo, já eu tentava entrar no seu ritmo, uma das coisas que eu não sabia e nem tinha era ritmo e ainda dançava muito mal. Ela teve paciência de início, depois que peguei o ritmo ela acabou colando seu corpo mais ao meu, ficamos dançando juntas até nos beijando mais uma vez. O beijo foi lento, muito delicado inicialmente, o encachei estava perfeito, nossas línguas, mordidas, minhas mãos em seu corpo, uma sintonia deliciosa com o ritmo da música que para nós não era eletrônica, passou-se a ser romântica.

 

-- Estou ficando viciada... -- ela disse em meu ouvido -- Do seu beijo!

 

-- Ui! Sou irresistível mesmo! -- sorri e ela me deu um tapinha -- Vamos sentar um pouco ali -- chamei.

 

Sentamos, mas logo fui pedir uma bebida.

 

-- O que você quer tomar? -- perguntei a ela.

 

-- Ice, por favor!

 

Logo voltei com duas, iria beber uma ice também, sentei ao lado dela, ela havia escolhido uma mesa mais distante do bar.

 

-- Apesar de conhecer sua mãe, não te conheço nada, espero que esses dias eu consiga te conhecer melhor -- falou menos alto do que a última vez pela distancia do barulho.

 

-- Tenho certeza que sim! -- aproximei-me -- Pode até começar! -- ela entendeu e sorrimos juntas.

 

Voltamos a nos beijar, já sabia como ela gostava de beijar, de ser beijada e de ser pegada, já estava com alguma certa intimidade, tenho certeza que ouvi até uns gemidos nada discretos, e ela nem tentou que eles não fossem ouvidos por minha parte.

 

-- Já ganhei minha cunhada mesmo! -- Sandra chegou, nos fazendo parar o beijo, tínhamos esquecido dela.

 

-- Acho que sim! -- sorri.

 

-- Vou dar mais uma volta! -- piscou, não demorando nada ali.

 

-- Você ganhou minha irmã muito fácil, ela sempre fica com um pé atrás das minhas namoradas -- Sabrina disse rapidamente.

 

-- Já sou sua namorada?! -- em assustei.

 

-- Ainda não, mas você entendeu o que eu quis dizer -- desconversou.

 

-- Entendi sim, relaxa! -- puxei para mais um beijo.

 

Entendi bem, não entendi, mas para quer querer entender algo que não precisa ser explicado? Aquele momento estava tão bom, que definir ele era a coisa menos necessária.

 

 

Saímos da boate umas três da manhã, Sandra queria ficar, mas nem eu e nem Sabrina estávamos mais animadas e não deixaríamos ela ficar sozinha, além do amis estava alterada pela bebida alcoólica.

 

-- Sei bem o que vocês querem... -- ela disse um pouco irritada entrando no carro.

 

-- Sandra, dorme aí vai! Você dar muito trabalho! -- Sabrina esta discutindo porque Sandra não parava de fazer brincadeiras com nos duas.

 

Quando chegamos em casa Sandra queria conversar sobre a boate, sobre os rapazes que tinha lá, sobre as cores dos coquetéis, sobre a iluminação...

 

 

-- Ai, Sandra! Vai dormir! -- Sabrina já estava sem paciência.

 

-- Vou mesmo, mas amanhã minha cunhava -- olhou para mim -- Você vai ter que sair de novo comigo! -- disse quase se enrolando com as palavras.

 

-- Certo, Sandra! Agora vai dormir! Qualquer coisa nos chama -- falei um pouco cansada também pelos inúmeros assuntos que ela conseguia criar em um minuto mesmo estando bêbada.

 

Ela teve um pouco de dificuldade para driblar o sofá para chegar a escada.

 

-- Não acha melhor ajudá-la? -- perguntei.

 

-- Ela sabe se virar!

 

Sandra subiu e eu voltei a minha atenção a Sabrina.

 

Ela me olhava, eu retribuía o olhar, ela sorria e eu a presenteava com o meu. Fui me aproximando, ela também. Segurei sua mão direita e ela passou a esquerda sobre a minha. Segurei suas duas mãos e levei ao meu pescoço, ela logo fez um carinho no mesmo sorrindo e eu já fui chegando junto a sua boca para beijá-la.

 

Nosso beijo delicioso, precisava de pausa, ela ficou encostada em meu ombro.

 

-- Quer dormir lá no meu quarto? -- fiz o convite com o coração acelerado, foi por impulso, mas queria muito dormir com ela ao meu lado.

 

-- Não sei... Você não tem cara de santa! -- riu -- Preciso pensar com calma... Sim, eu quero!

 

-- Hum... Vem!

 

Fim do capítulo