CAPÍTULO 40: Impulsividade e dor.

 

 

 

Minutos depois da entrada de Otton na mansão, Luciano também chegou e foi rapidamente procurar por seu pai, sua mãe já havia ligado avisando-o do que estava acontecendo.

 

...

 

Rachel que tinha acabado de adormecer acordou assustada com um estrondo vindo de fora, o barulho foi forte e se misturava com a gritaria lá de fora.

 

-- O que aconteceu? – Manuela perguntou com a voz arrastada também acordando.

-- Não sei – respondeu olhando para o rosto da garota que estava agarrada em si e achando-a cada vez mais linda.

 

“Seus olhos são lindos garota, nunca tinha reparado na cor que eles tem, parece que trazem paz, hipnotiza, não sei dizer...” Rachel pensava a olhando e foi tirada de sua divagação por Manuela que se sentou.

 

-- Que barulho é esse?

-- Não faço idéia Manu, esse povo é louco, vai ver que estão fazendo alguma obra, vai saber.

 

Mais gritos foram ouvidos fazendo com que as garotas prestassem mais atenção.

 

-- Esse grito é da Júlia! – Manuela falou se levantando da cama e buscando suas roupas que estavam espalhadas.

 

Rachel sentiu uma pontada de irritação por vê-la indo saber o que acontecia com Júlia, mas não teve tempo de alimentar sua irritação pois também distinguiu em meio a barulheira outro grito.

 

-- É a Amanda – falou rapidamente se levantando e arrumando-se junto de Manuela e as duas assim saindo do quarto.

...

No corredor dos quartos próximo as escadas se encontrava o caos, Manuela e Rachel não entendiam bem o que acontecia, mas sabiam que alguém deveria fazer alguma coisa.

 

Otton que tinha entrado furioso na mansão atrás de Júlia não se importou com os demais que o seguiam tentando fazê-lo parar, seguiu em direção do quarto da jovem gritando xingamentos e ao se deparar com a porta fechada nem tentou abri-la normalmente, apenas com um chute forte fez com que a porta abrisse.

 

Júlia despertou com o estrondo, assustada e confusa. O que estava acontecendo?

Viu Otton ir em sua direção e sem entender o que acontecia de imediato levantou-se, mas sem poder ter mais reação do nada foi agarrada pelo colarinho da camisa e prensada contra a parede ao lado de sua cama.

 

-- Me larga! – pediu com a voz alta e viu a feição transtornada do rosto do homem que até um certo tempo atrás acreditou ser seu pai.

 

Otton estava vermelho de raiva, tinha uma veia saltando em sua testa e no seu pescoço, como se pudesse ter qualquer ataque fulminante do nada.

Ouviu ele pronunciando as palavras com raiva, quase cuspindo-as.

 

-- Quando estiver morta!

 

Pegou-a novamente pelo colarinho e a puxou com força como se fosse batê-la contra si mas antes que pudesse encostar a empurrou com toda força contra a parede fazendo com que o barulho fosse alto e Júlia gem*sse de dor.

Suas mãos foram em um aperto forte no pescoço da loira e teve as mãos cobertas pelas dela como se ela tentasse tira-las de seu pescoço para que pudesse respirar.

 

Otton não se importou com quem estivesse em suas costas o empurrando e tentando fazer com que soltasse a caçula dos San’Germany’s

 

No meio das tentativas de Amanda e os irmãos de Júlia de interromper Otton e ajudar a loirinha, todos acabaram para fora do quarto.

No corredor dos quartos Otton permanecia com uma mão no pescoço de Júlia, e a mesma o empurrava e esmurrava chutava parecendo que qualquer ação sua não surtisse efeito no homem. Ele parecia estar sob efeito de alguma coisa que o deixava mais agressivo do que o normal.

 

Em um instante Otton livrou o pescoço de Júlia e lhe direcionou um soco e um empurrão a fazendo cambalear um pouco para trás encontrando apoio no corrimão do topo das escadas.

Do alto de onde a garota se escorava tentando recuperar a respiração, dava para ver toda a sala e entrada da casa, era extremamente alto lá de cima.

 

-- Chega papai! – Lorena pediu se aproximando querendo evitar que Otton continua-se agredir sua irmã, mas em resposta levou um tapa que a fez virar o rosto colocando uma de suas mãos sobre a face de imediato.

-- Cale a boca! Eu acabo com essa vadia e com quem mais for preciso!

 

Luciano que já se encontrava na mansão subiu as escadas e encontrou todos lá, viu quando seu pai avançou novamente para cima de Júlia e assistiu os dois trocarem agressões.

Viu também Bryan tentando se meter no meio dos dois e o impediu.

 

-- Você não vai querer se meter nisso, e alem do mais nossa mãe esta vindo ai – falou o empurrando para trás impedindo que tomasse partido da briga.

 

Daniel e Breno tentavam pensar no que fazer, não era certo o que acontecia, mas era seu pai que estava ali, e eles o temiam, nunca o contrariavam.

 

Otton tinha pego Júlia novamente pelo pescoço e a enforcava prensando-a contra o encosto das escadas. Se sua intenção fosse a de jogar a loira de lá de cima, seria um grande estrago, embaixo deles tinha uma mesinha de centro, o sofá um pouco ao lado, a queda seria grande.

 

Quando Amanda se aproximou de Otton para tentar tira-lo de cima de Júlia, foi segurada por Luciano.

 

-- Me solta! – gritou se debatendo e batendo em seu cunhado que a segurava com força.

-- Cala a boca – a apertou mais – deixa que eles se resolvam.

-- Me larga! – gritou mais uma vez irritada.

 

Júlia tentava respirar e manter a calma, segurava as mãos de Otton o empurrando impedindo com que ele a jogasse lá de cima, nem percebeu a presença de Manuela e Rachel, apenas olhou Luciano agarrando Amanda.

Pode reparar que ele a segurava com tanta força que a pele branca da ruiva chegava a ficar marcada.

Aquilo tirou-lhe toda a calma que tentava manter e a concentração de manter-se no mesmo lugar para não ser arremessada de lá de cima.

 

-- Não encosta nela! – conseguiu gritar ficando vermelha, com as mãos de Otton que ainda pressionavam seu pescoço.

 

...

 

Uma distração.

Era tudo o que Otton queria para facilitar seu objetivo.

 

...

 

Rachel que chegou junto de Manuela via aquela cena sem entender muito e ao mesmo tempo entendendo tudo.

A garota de cabelos castanhos não conseguia entender como tinha toda aquela platéia vendo aquela cena e não faziam nada.

Percebeu o que aconteceria e que ninguém faria nada a respeito.

Tinham que fazer, não podiam ficar olhando o desandar daquela cena e deixarem que o pior acontecessem.

 Seus impulsos foram mais rápidos do que qualquer razão ou lógica que tivesse dentro de si, afinal por que ajudar a garota que você detesta? Nenhuma pergunta ou resposta foi dada, só a do seu impulso que foi de ajudar a loira.

 

Otton se aproveitou da distração de Júlia e a subiu no corrimão da escada a empurrando mais, ela já não tinha mais apoio, seus pés não tocavam o chão, apenas tentou-se se segurar com uma das mãos no corrimão que estava em baixo de si, e a outra mão ficou segurando a de Otton que apertava cada vez mais.

 

-- Solta ela! – escutou um grito muito perto.

 

Foi tudo muito rápido, foi empurrada e ao mesmo tempo foi trazida de volta, não entendeu como, seu estomago já estava vazio e preenchido por aquele famoso frio de quando descemos uma montanha russa, já sabia que iria cair dali, iria se machucar muito e o que aconteceria depois não fazia idéia.

Era um desespero sufocante saber o que aconteceria e não poder fazer nada, mas de repente foi trazida de volta e já não tinha as mãos de seu padrasto em seu pescoço.

 

Tentando entender e se situar do que tinha acontecido caiu de joelhos levando suas mãos ao seu pescoço enquanto tentava respirar normalmente, viu Rachel puxando Otton e lhe dando um soco com uma força que fez a loirinha pensar que ela teria machucado feio a mão, aquilo ficaria bem inchado.

 

Otton pegou Rachel e os dois trocaram socos, Júlia que olhava sem entender e sem ter reação como todos os outros viram os dois se aproximarem da escada e em uma fração de segundos muito rápido, Rachel ser arremessada das escadas.

 

-- Vagabunda! – Otton gritou enquanto empurrava a garota degraus abaixo.

 

Rachel nem teve tempo para nada, apenas sentiu forte o impacto de quando atingiu um dos degraus, primeiro bateu forte a lateral de suas costas e sentiu os outros impactos em seu corpo até que parasse de rolar os degraus.

 

-- Rachel! – Manuela gritou junto de Amanda.

-- Me solta! – Amanda gritou novamente tentando soltar-se de Luciano que ainda a apertava.

 

Otton conseguiu ver de onde estava seguranças que seguiam para a entrada da casa, queria terminar logo com aquilo, mas ouviu seu filho falar.

 

-- Saia pai, os fundos, terá tempo depois as coisas vão se complicar.

 

Virou-se para Júlia, seguiria o conselho de Luciano.

 

-- Isso não termina aqui, eu vou acabar com você! Assim como eu farei com essa vagabunda que me impediu agora!

 

Terminando de dizer saiu apressado e logo seguranças da mansão entram sendo seguidos por Elisabeth que parecida desesperada.

 

-- Júlia?! – entrou praticamente gritando o nome da filha e observou todo o ambiente.

 

Manuela correu até Rachel que estava imóvel ao chão, estava tão preocupada que quase chorava. Ver tudo o que acontecerá fez com que seu coração se apertasse e o desespero tomasse conta de si.

 

-- Rachel? – chamou e não obteve resposta – Rachel por favor, fala comigo!

Apenas um gemido baixo foi ouvido.

 

 

 

...

 

 

--Solta ela! -- Júlia levantou ainda com a respiração irregular e aproximou-se de Luciano.

-- Você pensa que... – ele ia dizendo quando foi interrompido pela voz de Elisabeth alta e cortante.

-- Solte-a, você não ouviu?

O garoto soltou a ruiva que de imediato correu para os braços de sua namorada.

 

-- Se machucou muito? – perguntou Amanda ainda agarrada no abraço como se o seu medo fosse tanto que não a soltaria mais.

 

Porem era notável que a preocupação com a namorada se dividia com a sua amiga, pois mesmo no abraço como quem não queria soltar, seus olhos buscavam os degraus das escadas.

 

-- Vai lá, eu to bem – respondeu apertando-a no abraço e a soltando.

 

 

Bryan já estava com Manuela que tentava não chorar, Lorena e os outros se aproximaram junto de Amanda que agachou-se com Manuela.

 

-- Rachel gatinha fala comigo

 

A respiração da garota de cabelos castanhos era pesada e dolorida, no meio das respiradas era emitido um gemido de dor, tentava-se manter-se o mais quieta possível, estava sentindo uma dor que estava sufocando-a.

Ouviu a voz de Manuela chamar seu nome de forma embargada, o que a fez tentar-se se mexer para demonstrar que estava bem, não a queria chorando, porem sua tentativa só lhe trouxe mais dor, uma dor aguda.

 

-- Ai! – gemia apertando uma de suas mãos tentando controlar-se.

-- Não se mexe – Bryan falou chamando a atenção de todos – temos que levá-la ao hospital, pode ter quebrado alguma coisa.

-- Eu vou pega-la – Daniel falou já pegando-a por um dos braços para passar envolta de seu pescoço.

-- Aii ai aiii! – gritou com mais força contorcendo-se um pouco.

-- Solta ela! – Manuela falou nervosa – esta machucando-a!

-- Eu só quis ajudar – se justificou soltando a garota.

-- Ajudou de forma errada, sai! – falou de forma autoritária e encostou devagar na mão de Rachel.

-- A gente precisa levá-la a um hospital, eu e Daniel pegamos ela – Breno insistiu contrariando Manuela.

-- Chamem uma ambulância, ninguém vai encostar nela, ela esta morrendo de dor – Júlia falou fazendo com que percebessem sua presença junto deles.

-- Façam o que Júlia falou, rápido – Elisabeth mandou.

 

Júlia lembrando-se da doutora que lhe passara seu numero foi até suas coisas e o pegou fazendo a ligação.

Pauline a atendeu e de imediato comprometeu-se a ajudar, ligando ela mesma para uma equipe ir buscar a garota na mansão San’Germany.

 

Sem muita demora Rachel já estava sendo posta em uma maca e sendo encaminhada para dentro da ambulância.

Manuela queria acompanhá-la, mas Amanda entrou junto dela sem que a morena nem pudesse protestar.

 

 

 

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Assim que Amanda seguiu na ambulância com Rachel, Júlia esperou que o motorista tirasse o carro para levar Manuela e ela ao hospital.

 

-- Ela vai ficar bem Manu – tentou acalmar a amiga que não conseguia disfarçar seus olhos marejados.

 

Recebeu em resposta apenas um aceno de cabeça em concordância.

 

-- Júlia – Elisabeth aproximou-se com cautela – como você esta filha?

-- Viva.

-- Fiquei preocupada, pensei que ele faria algo com você e... – ia dizendo quando foi interrompida pela voz fria da mais jovem.

-- Da ultima vez que estive aqui me disse que preferia que eu tivesse morrido no lugar de Paul, creio que seja uma pena para você não ter sido dessa vez que livrou o mundo de mim.

-- Júlia o que esta falando? Não quero isso, não quero seu mal, eu realmente fiquei preocupada filha...

-- Perdeu sua filha naquele dia Elisabeth, agora com licença, preciso ir até o hospital.

 

Júlia saiu deixando Elisabeth para trás, a loira mais velha odiava essa maneira da jovem agir, mas sabia que suas magoas tinham um fundamento e saber disso fez com que aceitasse essa atitude de sua filha.

 

Josias não demorou levando as duas jovens até o hospital que Rachel se encontrava, encontraram Amanda na sala de espera, esta logo se levantou e foi até a direção das duas e abraçou sua namorada, sentia-se preocupada com a amiga por tantos gemidos e gritos de dor cada vez que a maca se mexia.

 

-- Como ela esta? – Manuela perguntou demonstrando toda sua preocupação.

-- Com muitas dores, não parou de gem*r um minuto sequer, até gritou de dor.

-- Estou preocupada com ela – Manu disse passando uma mão em sua nuca em sinal de nervosismo.

-- Espere noticias e não sofra por antecedência, Rachel é acostumada a fazer escândalos... – Júlia dizia e teve seu corpo solto por Amanda que se afastou para encará-la, antes que terminasse a frase ouviu uma Manuela fria e dura como nunca tinha visto.

-- Ela esta assim por sua causa! Se não fosse por ela era você que estaria ali dentro de alguma dessas salas Júlia, então antes de fazer qualquer insinuação sobre ela ou a dor que ela esta sentindo agradeça, pois por causa dela você esta aqui agora!

 

A forma dura e fria que a morena falou fez com que Júlia a olhasse com uma feição que se comparava a surpresa, viu a amiga lhe dar as costas e sair do seu campo de visão.

 

-- Vou conversar com ela – Amanda disse indo atrás de Manuela.

 

 

...

 

Fazia algum tempo que Rachel estava sendo examinada e que Amanda tinha ido atrás de Manuela. Júlia percebeu o quão grande era a injustiça que estava fazendo falando daquela forma da pessoa que acabará de lhe ajudar, Manuela tinha razão, ela tinha que agradecer a Rachel mesmo contra gosto.

As vezes era assim impulsiva e se comportava dessa forma, se sentiu mal por ter dito aquelas coisas, sentiu-se mal por sua amigar ter se magoado com sua falta de sensibilidade com a outra.

 

Encostou-se na parede do hospital e fechou os olhos soltando um suspiro pesado, estava próxima a porta de saída e alguém lá de fora ouvia uma musica do Coldplay – In my place, aproveitou a musica para pensar, usou-a para embalar seus pensamentos.

A um ano atrás não imaginaria isso, sua vida tinha dado uma volta de 360º aquilo querendo ou não mexia muito consigo. Não se sentia mais a mesma, queria poder mudar tudo.

Queria poder ter Paul de volta, se pudesse voltar no tempo...

Sentia apenas vontade de se deitar e esperar que toda aquela confusão acabasse.

 

Seus pensamentos foram interrompidos por braços circulando sua cintura e a abraçando.

 

-- Ela só esta assustada, assim como sei que você também está – Amanda disse abraçando-a e recebendo um abraço apertado como se a loira tentasse expurgar todos sentimentos e pensamentos anteriores nesse abraço. – Ei amor, ta tudo bem.

-- Desculpa por ser essa babaca que as vezes eu provo ser, me perdoe não ser uma pessoa melhor pra você, eu não queria que... – ia dizendo mas foi interrompida por um dos dedos da ruiva na sua boca.

-- Ei meu amor, não diga essas coisas, você não tem que se desculpar, não é nenhuma babaca, não há o que perdoar, você é uma ótima pessoa e eu te amo, sei que você esta assustada com tudo o que anda acontecendo, é normal ter medo.

-- Eu te amo.

-- Eu sei – disse dando-lhe um beijo suave em seus lábios – vai falar com a Manu, só deixa ela se acalmar primeiro, ela esta preocupada, por mais que você não goste da relação das duas, não pode evitar que elas agora tem um envolvimento, deixe seus problemas de lado com Rachel, e apóie sua amiga, ela precisa de alguém que a acalme e não que a julgue por esse relacionamento, ela já deve se julgar o suficiente por não achar certo.

-- Eu sei – disse com um tom baixo como se assumisse um erro.

-- Então seja essa pessoa maravilhosa por quem eu me apaixonei e que sei que você é e vá falar com sua amiga, eu vou tentar obter noticias da Rachel.

 

Júlia concordou e viu a namorada sair em busca de noticias, respirou fundo e foi fazer o que lhe foi sugerido. Se aproximou com cautela de Manuela que estava de costas e com o corpo enrijecido, como se ainda estivesse com muita raiva.

 

-- Me desculpe Manu – falou baixo se aproximando mais, parando a poucos centímetros – eu sei que você esta gostando dela, eu sei que ela me ajudou e agradeço muito por isso, eu fui uma idiota, eu sei, me perdoe, não fique brava comigo por favor.

-- Você deveria medir suas palavras, mesmo sem ela gostar de você ela te ajudou, está aqui agora por sua causa – falou ainda de costas.

-- Eu sei, me desculpe Manu, eu sei que você esta gostando dela e que eu não deveria ter dito aquilo, eu agi como uma idiota, eu to aqui com você, não fique com raiva de mim por favor, logo ela estará aqui com você também.

 

Manuela virou um pouco para observá-la e ver se havia sinceridade no que Júlia falava.

 

-- Não me odeia por estar me envolvendo com ela? Você a odeia.

-- Eu não te odeio Manu, que idéia é essa? Eu não gosto dessa situação, não gosto nenhum pouco, mas porque tenho medo que você se machuque, eu não confio nessa garota nenhum pouco, mas se ela esta te fazendo bem o que me resta é me conformar, porem eu vou ficar de olho nessa garota, e se você derramar uma lagrima sequer por ela, eu juro que acabo com ela.

 

Falou fazendo Manuela a abraçar apertado e soltar algumas lagrimas presas.

 

-- Não chore Manu, vai ficar tudo bem.

-- Eu pensei que você iria me odiar, me julgar por me envolver com ela.

-- Eu não gosto dessa relação Manu, mas ninguém manda no coração e se você esta gostando dela o que me resta é aceitar e estar sempre aqui do seu lado para tudo.

-- Eu amo você.

-- Eu também te amo sua chorona – falou secando as lagrimas da amiga com carinho e beijando-lhe a testa – não chore, eu estou aqui com você, ta tudo bem, vai ficar tudo bem.

 

A outra concordou abraçando a amiga e se mantendo ali naquele abraço como se a ajudasse recuperar as forças.

 

 

Amanda olhava tudo de longe, era por aquela garota que havia se apaixonado, uma garota compreensiva e que se importava com os sentimentos dos outros, mesmo que não concordasse com algo estava ali se importando.

Fim do capítulo