Capítulo 62. Quando o amor é mais forte.
Três dias depois, Andressa recebia alta do hospital. Márcia foi buscá-la e no caminho para casa, a esposa pediu que ela parasse no Mc Donald's porque Andressa estava com vontade de comer um lanche e tomar milkshake. A coronel parou na lanchonete e comprou o lanche que ela tanto queria e também comprou o mc lanche feliz para cada um dos filhos que vinha com brinquedos, pois as crianças gostavam muito desse lanche.
Ao chegarem em casa tudo já estava preparado para receber Andressa e os novos membros da família. Os quatro avós corujas já esperavam a chegada dos netos. A tenente coronel nem imaginava que Márcia havia mandado fazer uma pequena reunião com todos os familiares e amigos para receber a esposa e os filhos. Quando Andressa viu a surpresa que a coronel havia preparado, começou a chorar. Márcia se aproximou da esposa e perguntou:
– O que foi meu amor? Está se sentindo bem?
– Sim meu anjo, você é incrível e eu estou muito feliz com a surpresa. Obrigada meu amor por me dar essa felicidade toda que eu estou tendo. Eu amo você.
– Eu também minha linda, mas se você quiser poderemos ir para o quarto e depois que você estiver menos cansada, desceremos e ficamos com nossos convidados.
– De jeito nenhum, você acha que eu perco isso? Nem pensar.
Andressa ficou na sala e como sempre Márcia e os filhos estavam ao seu redor. A coronel fazia de tudo para que a esposa se sentisse bem. Ela estava sentada na poltrona que a coronel havia comprado quando ela estava grávida dos dois primeiros filhos e realmente Andressa se sentia muito bem. Silvana e Carmela ficavam de paparico com as crianças, dona Severina e o coronel Raimundo estavam maravilhados com Nicola e Antônia. O menino era sorridente assim como a irmã.
Por volta das dez horas da noite, todos já haviam se retirado. Carmela precisava dormir porque na manhã seguinte iria para a faculdade e Silvana a pedido de Márcia que era advogada, tinha alguns documentos para providenciar.
Naquela noite depois de cuidarem dos quatro filhos, Márcia e Andressa foram dormir. A coronel estava em estado de graça. Conversou um pouco mais com Andressa e logo a esposa pegou no sono, pois estava muito cansada. Dormiram de conchinha, porém, não fizeram amor. Mas também nem precisariam porque o simples fato de estarem juntas na cama já era o suficiente.
A coronel acordou cedo e ao chegar na cozinha, encontrou a sogra que já estava preparando o café. Ao ver dona Severina, falou:
– Bom dia minha sogra linda, como estão as coisas com o Raimundão?
– Bom dia minha nora querida. Olha melhor não poderia ser, ele é impossível na cama e em outras coisas também.
– Ah velha assanhada, falou rindo para a sogra. Agora eu sei para quem a sua filha puxou.
– Ela é neta de baiano com português! Querias o que?
– É minha sogra, e dessas quatro raças surgiram quatro lindos bebês que são a nossa alegria. Minha e de sua filha.
– Como assim, quatro raças?
– Simples minha sogra. Do meu lado somos netos de espanhol e italiano, do lado da minha querida esposa baiano e português, então são quatro raças unidas em uma só. Agora que eu já tomei meu café, vou me trocar e ir para o trabalho. Mas antes posso pedir um favor para a senhora dona Severina?
– Peça filha, o que você quer?
– Cuide da minha primeira dama e dos meus filhos enquanto eu estiver fora?. A Andressa está afastada da cavalaria e a major Deise está temporariamente no comando, até ela voltar as atividades e eu, preciso voltar a trabalhar minha sogra. A contra gosto, mas eu preciso, pois agora são quatro boquinhas para alimentar.
– Vá em paz minha nora, se der algum problema ou se eu precisar, ligarei para você.
– Obrigada minha sogra, falou dando um beijo no rosto de dona Severina e logo saiu em direção ao quarto.
Quando chegou, olhou para a cama e viu que Andressa ainda dormia. Foi até o quarto dos filhos e eles também dormiam tranquilamente e no berço ficou admirando Nicola e Antônia que sorriam e isso fez a coronel pensar que eles estavam brincando com os anjinhos. Quando eles eram pequenos a avó materna da coronel dizia que quando o bebê estava sorrindo, era porque os anjinhos estavam brincando com ele.
Entrou no banheiro e tomou um banho demorado. Algo não estava bem e a coronel sentia isso, porém, resolveu ir para o quarto e começou a se vestir. Estava quase terminando quando Andressa acordou assustada e olhou em sua direção.
– O que foi amor? Está sentindo alguma coisa?
Andressa abraçou a coronel fortemente e disse:
– Eu tive um pesadelo horrível amor, sonhei que você estava em uma emboscada e que não tinha chance de escapar, ai foi medonho.
– Calma meu anjo, é só um sonho mau. Fique tranquila, não se esqueça que eu já escapei duas vezes da morte e creio que Deus não será injusto com todos nós. Lembre-se que Santo Expedito está sempre me acompanhando.
– Você vai trabalhar? Perguntou vendo a coronel totalmente vestida com a farda.
– Preciso ir meu amor, o dever me espera. Mas fica calma que na hora do almoço, eu estarei aqui e almoçaremos todos juntos. A Silvana vai me trazer alguns documentos e eu preciso analisá-los para poder reverter a situação em que o Nicola as deixou.
– Então vai meu amor e assim que chegar no quartel, você liga pra mim?
– Claro meu amor, já te falei para ficar tranquila. Eu te amo e tenha um bom dia.
Antes de sair, a coronel foi até o quarto dos filhos e beijou um por um.
– Durmam bem meus anjinhos, a mamãe ama muito vocês.
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Quando chegou ao quartel, o sargento Vasques veio dar os parabéns para a coronel e assim também fizeram outros policiais. Todos felicitavam a comandante pelo nascimento dos filhos. Márcia agradeceu a todos e depois disse que eles teriam uma surpresa. Isso porque se aproximava o dia do aniversário da Força Tática e como sempre fazia na cavalaria, a coronel decidiu por bem, dar um churrasco aos homens. Ela sabia que ali haviam pessoas de caráter e muito valor e para a sua sorte, eram a maioria.
Ao chegar em sua sala, mal sentou na cadeira e a cabo Renata chegou cumprimentando a coronel. Faziam oito meses que a jovem estava na Força Tática.
– Parabéns coronel Mantovanni, fiquei sabendo que seus filhos nasceram.
– Sim foi há quatro dias e estão vendendo saúde, graças a Deus.
– Também com uma mãe dessas, quem não gostaria de ter um filho com a senhora, não é coronel? Perguntou olhando sedutoramente para Márcia.
– É cabo, concordo com a senhora. Quem não gostaria? Mas eu já tenho quem gosta e não pretendo mostrar minhas habilidades sexuais para mais ninguém!
Vendo que a conversa não ia a canto algum, Renata se aproximou da coronel e disse:
– Mas e se alguém quiser experimentar essas habilidades coronel?
– Vai morrer na praia. Eu sou muito bem casada com a tenente coronel Pires Paiva e não há mulher alguma para me tirar dela. Portanto se alguém está com essa intenção, é perca de tempo.
– Concordo coronel, sua esposa realmente é uma mulher de sorte. Quem sabe eu um dia encontre alguém assim.
– Se você merecer cabo Renata, encontrará e sabe porque? Porque você é uma moça atraente e muito bonita. Só que comigo esse seu jogo de sedução não cola. E se dê por feliz , de eu não mandá-la de novo para o batalhão de transito.
– Desculpe coronel, mas eu não pude evitar. Com licença e mais uma vez parabéns.
A cabo Renata se retirou da sala e quando chegou na sua, ficou pensando no que a coronel havia falado. Ela era realmente bonita e atraente, mas no fundo, ela não estava a fim da comandante e sim com vontade de se vingar da morte do pai. Mas se perguntava o porque do coronel Dimitri ter morrido daquela maneira? Na realidade não o conhecia direito e não sabia que tipo de pessoa ele era. Só tinha algumas informações por causa do irmão que o considerava um herói. Mas e a coronel, porque matou o Dimitri? São perguntas que ela tinha que esclarecer. Resolveu que conversaria com a mãe e depois com a coronel sobre o assunto. Só que o irmão não poderia saber que ela procuraria informações sobre o pai. A coronel realmente não merecia ter a vida destruída por uma vingança a qual nem ela mesma Renata sabia o porque. Diante da conversa que tiveram ela viu o tipo de pessoa que era a coronel e não seria justo destruir uma família tão linda como a que ela tinha, afinal ela tinha quatro filhos pequenos e via-se que ela amava a esposa e os filhos. E a cabo Renata sabia o que era crescer longe de um pai ou de uma mãe.
Na hora do almoço como prometido, Márcia já estava em casa. Andressa e os filhos estavam felizes com a presença da coronel.
– Você vai voltar para o quartel amor? Perguntou Andressa.
– Não meu amor, hoje eu sou de vocês todos. Eu tirei a tarde para ficar com a minha família e não com um bando de homens ao meu redor.
-- Ah meu amor obrigada por estar com a gente como prometido, eu sinto tanto a sua falta e as crianças também. Você acredita que o André foi te procurar no quarto quando ele acordou?
-- Sério amor, e daí o que ele fez?
-- Começou a te chamar e ai eu disse que você tinha ido trabalhar e que logo voltaria. No começo ele chorou um pouquinho, mas depois, se acalmou e ficou brincando com a Celina.
-- Que bom meu amor, eu fico feliz com isso. Com a nossa família unida em plena harmonia e isso, eu devo a você.
-- Agora estamos mais do que tudo unidos. Eu, você e os nossos quatro lindos filhos.
-- Sim meu amor e isso será para sempre, eu amo você.
-- Eu também te amo coronel Mantovanni, muito mesmo.
Ficaram sentadas na sala vendo André e Celina brincarem. Enquanto isso, Antônia dormia no colo de Márcia e Nicola no de Andressa, a felicidade estava ali naquela casa, naquele momento e em seus corações. Márcia mostrou para Renata que nem todo o charme e a sedução de uma mulher, pode apagar um verdadeiro amor.
Fim do capítulo
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