Ame o que é seu por PriHh
Capítulo 36 – Zerando as contas
“O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício.” (Martin Luther King)
Júlia sempre foi a única pessoa pra quem eu nunca tive medo de abrir. E mesmo estando brigada com ela, foi a primeira pessoa que eu procurei para contar o que me atormentava naquela hora. No fundo eu sabia que a nossa relação era capaz de superar tudo, por que o nosso amor ia além de qualquer desavença, mágoa ou raiva que pudéssemos nos causar. Éramos irmãs e tínhamos o amor mais verdadeiro que o ser humano pode sentir. O amor pela nossa família. Júlia me acolheu num abraço fraterno enquanto eu chorava minha insegurança em seu colo.
Meu maior medo era que algo acontecesse a minha mãe e que eu nunca mais pudesse dizer a ela que apesar de nossa briga, de todas as coisas ruins que já dissemos uma pra outra, de toda magoa que nos causamos, eu a amava, que ela era minha mãe e que eu a amava acima de tudo. Eu queria dizer a ela que o quanto eu queria consertar as coisas entre nós, eu queria perdoa-la e que ela me perdoasse também. Eu queria a chance de ter a minha mãe ao meu lado como eu nunca havia tido antes. E eu estava correndo um sério risco disso não acontecer.
- Como assim 48 horas? – perguntei assim que o médico nos disse que a cirurgia tinha sido um sucesso, mas infelizmente ela ainda não estava fora de risco. – Isso que dizer que ela ainda pode... – não consegui terminar a frase e Paty aproximou-se de mim abraçando minha cintura.
- Infelizmente sim Senhorita. As primeiras horas serão cruciais. No momento ela está na U.T.I e seu quadro é bastante estável. Mas só poderei te dar uma certeza após o período de observação.
- E ela pode receber visitas? – Júlia perguntou.
- Infelizmente ainda não.
- Doutor um de nós poderá ficar para acompanha-la? – meu pai perguntou.
- Infelizmente não Senhor. Eu sugiro a vocês que vão para casa. Garanto-lhes que sua esposa está recebendo os melhores cuidados. Qualquer alteração no quadro dela nós informaremos a família imediatamente.
- Eu não quero ir pra casa – disse e Paty segurou minha mão me fazendo olhar para ela.
- Amor eu sei que quer ficar aqui mas não adianta você ficar aqui agora. Vamos pra casa? Você está nervosa lá pelo menos descansa um pouco. Aposto que vai te fazer bem passar um tempo com a Vavá. O que acha? – parei alguns minutos para pensar e por um lado ela tinha razão. Não havia nada que eu pudesse fazer por enquanto e tudo que eu desejava agora era estar na presença das pessoas que eu tanto amava.
- Tudo bem – concordei.
- Vocês querem nos acompanhar? – perguntou aos demais.
- Eu vou para casa filha – meu pai respondeu. Minha irmã estava inerte e só despertou quando Flávia tocou-lhe o ombro.
- Oi?
- Patricia perguntou se quer acompanha-las até a casa dela – Flávia repetiu.
- Na verdade preciso passar na minha mãe antes e pegar a Vavá. – Ela disse. - Eu a deixei lá quando sai e ela já deve estar agoniada. Eu prometi que ela veria você ainda hoje amor! – disse para mim.
- Claro. Eu também quero muito vê-la. – olhei para Júlia – Você quer vir conosco? Vavá vai adorar te ver também! – eu disse.
- Pode ser! – respondeu no automático.
- Vocês estão de carro? – Paty perguntou.
- Estamos com o da Ana – Júlia respondeu. - Acho melhor deixarmos a chaves dele com papai Ana. Você se importa?
- Não. Ele está sem carro mesmo. Eu vou com a Paty.
- E você vem comigo Júlia – Flávia disse e ela assentiu. – Nós seguimos você Paty. – completou. Nos despedimos do meu pai deixando a chave do meu carro com ele e saímos. Flávia e Júlia seguiram a gente o caminho todo. Pegamos Valentina e de lá fomo para a casa dela. Assim que nos encontramos no rol da prédio Valentina correu até minha irmã abraçando-a. Júlia pegou a pequena no colo e deu-lhe um beijo no rosto.
- Estava com saudades de você meu amor! – ela disse.
- Eu também tavo com saudades! – Vavá respondeu.
- Você está bem? – Júlia perguntou.
- Tô. Oi tia Fávia – disse pulando para o colo dela.
- Oi gatinha! – disse segurando-a. Entramos no elevador e subimos até o apartamento dela. Assim que entramos Paty deixou suas coisas sobre o sofá e seguiu até a cozinha.
- Vou fazer um café para nós. – disse.
- Obrigada! – Júlia disse sentando-se no sofá e Flávia sentou-se ao seu lado. Sentei-me de frente para ela e Valentina veio até mim.
- Tia Ana – disse baixinho – Que holas vamo faze a surpresa da mamãe? – eu estava com a cabeça tão cheia que nem me lembrava mais disso.
- Mais tarde tá bom meu anjinho. Agora cadê meu abraço apertado e meu beijo gostoso? – perguntei abrindo meus braços e ela se aproximou mais ainda envolvendo os bracinhos em meu pescoço. Fechei meus olhos e me lembrei das ultimas palavras que minha mãe tinha me dito na cozinha de manhã. Que no dia que eu tivesse meus filhos eu entenderia o seu lado. Valentina não era oficialmente minha filha mais eu já a amava como se fosse. E nem conseguia imaginar como seria minha vida sem poder ter aquele abraço gostoso que ela me dava. Senti uma lágrima escorrer de meus olhos e quando me afastei para limpa-la ela me olhou.
- Por que você ta cholando tia Ana? - Perguntou passando a mãozinha em meu rosto e olhei em direção a Paty como se pedisse socorro a ela. Como se pudesse entender meus pensamentos Patrícia veio até onde eu estava e sentou-se ao meu lado pegando ela no colo.
- Meu amor, a tia Ana e a Tia Júlia tão um pouquinho tristes hoje. A tia Helena ta doentinha e elas estão tristes por isso entendeu? – disse com calma.
- A tia Lelena vai ficar boa logo? – perguntou.
- Vai sim Vavá – Júlia disse e a pequena olhou pra ela.
- Eu posso ver a tila Lelena? – perguntou a Júlia.
- A tia Helena ainda não pode ver ninguém amorzinho! Mas assim que puder eu te levo pra ver ela tá! – Paty respondeu. – Porque você não busca a Dolly pra tia Júlia ver como ela cresceu! – disse colocando-a no chão e ela correu até a casinha da cachorra.
- Obrigada! – eu disse buscando seus olhos e ela sorriu. Paty voltou para a cozinha e segundos depois ela voltou com a cachorra no colo.
- Olha tia Júlia – disse estendo a cachorra a Júlia que a pegou.
- Nossa como ela cresceu! – disse passando a mão na cabecinha dela. Dolly tentava morder os dedos de Júlia e Valentina ria achando engraçado elas brincarem.
- Ela já modeu meu dedo – disse
- Mordeu seu dedo? Quando? – Júlia perguntou quando ela mostrou a mãozinha a ela.
- Faz tempo... – disse mexendo as mãozinhas - depois de ontem – disse e nós rimos de suas palavras.
- Antes de ontem filha – Patricia disse da cozinha.
- Tia Júlia quando você vai me por na caminha outa vez? Você nunca mais veio me conta estolinha. – disse e minha irmã levantou os olhos para mim. Eu apenas sorri para ela sem me importar com a pergunta
- Vamos fazer o seguinte. Eu vou falar com sua mãe e se ela deixar você dorme na minha casa essa semana ta bom? Ai podemos fazer festa na cama, eu te ponho pra dormir e te conto um monte de estorinhas ta!
- Eu vou pedir pra ela – disse correndo até onde Patricia estava e Júlia me olhou sorrindo.
- Mamãe! Eu posso dumi na tia Júlia?
- Claro meu amor! Depois eu marco um dia certinho com ela ta bom! – disse caminhando em nossa direção e colocando a garrafa de café sobre a mesa da sala. – O café está pronto. – disse e nos seguimos até lá. Cada uma se serviu de uma xicara e voltamos a sentar na sala.
- Você está bem Júlia? – perguntei já que ela estava quieta demais.
- Estou sim. Acho que preciso descansar um pouco. Você pode me levar pra casa? – perguntou a Flávia.
- Sim. – respondeu tomando o liquido fumegante lentamente. Assim que terminou olhou para Júlia. – Quando quiser podemos ir!
- Vamos sim! – disse levantando-se. Patricia e eu as acompanhamos até a porta.
- Vavá vem dar tchau pra tia Júlia – Patricia gritou e logo a pequena apareceu correndo. Deu um abraço apertado em minha irmã e voltou a correndo ate onde estava Dolly. Flávia e Paty trocaram um abraço apertado enquanto minha irmã e eu nos abraçávamos também. Assim que nos soltamos ela virou-se em direção a Paty e as duas se olharam. Foi de minha irmã a iniciativa para um abraço, apertado, porém, amistoso, fraterno.
- Obrigada! – Júlia disse ainda abraçada a ela.
- Qualquer coisa liga. – Paty respondeu. – Não importa a hora!
- Pode deixar. – afastou-se e saiu em direção ao elevador. Apertou o botão o ficou ao lado esperando.
- Cuida dela pra mim? – pedi a Flávia. Ela sorriu.
- Você nem precisa me pedir isso Ana! – disse beijando meu rosto – Se cuida hein. – deu alguns passos até onde Júlia estava parada e minha irmã apoiou a cabeça no ombro dela. Elas ficavam tão lindas juntas. Eu queria muito que Júlia percebesse o que Flávia sentia por ela, que ela desse a minha amiga uma chance pra fazê-la feliz. Assim que elas entraram no elevador nós fechamos a porta do apartamento.
- Você ta bem? – Paty perguntou e eu a envolvi num abraço apertado.
- Vou ficar com você junto de mim. Alias vocês duas – disse apontando Valentina.
- Vou estar sempre ao seu lado meu amor! Te amo! – disse dando um beijo suave em meus lábios.
- Também amo você. – respondi abraçando-a. – Amo muito você!
Passei o resto da tarde na casa de Patricia e como ela não quis me deixar sozinha acabei passando a noite lá. Ela passou a noite toda me dando colo, carinho. Eu não estava no clima pra nada mais que aquilo. Minha cabeça estava no hospital e eu só queria que aquelas 48 horas passassem de uma vez.
Saimos da casa de Patricia e eu fui deixar Júlia na casa dela. Seguimos o caminho todo em silencio. Era nítido o quanto ela estava triste e abatida o que era normal dada a situação de sua mãe. Parei o carro em frente ao prédio dela imaginando que ela quisesse ficar sozinha, entretanto, fui surpreendida com seu convite.
- Sobe comigo? – pediu.
- Imaginei que preferisse ficar sozinha. – respondi.
- Eu gosto muito da sua companhia Flá. Eu me sinto bem sempre que estou com você! Sobe? – tornou a perguntar.
- O que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo – respondi e ela deu um sorriso leve.
- Então vem! – disse abrindo a porta do carro e descendo e eu fiz o mesmo. Tranquei o carro e subimos. Assim que entramos eu mal tive tempo de guardar minha bolsa e ela já me puxou em direção ao quarto dela.
- Quero deitar um pouco. Deita comigo e me dá carinho? Preciso tanto de um pouco de carinho agora! – disse abrindo a porta do quarto.
- Claro – eu respondi. Entramos no quarto e ela foi até o banheiro. Trocou de roupa e voltou usando uma camiseta larga e um short.
- Quer uma roupa pra você? – perguntou me olhando.
- Não precisa. – respondi me sentando na cama. Ela deu a volta e deitou-se do outro lado.
- Deita aqui! – pediu batendo a mão na cama. Deitei e ela jogou sua cabeça sobre meu peito. Minha mão abraçou-a e fiquei fazendo um carinho suave em suas costas.
- Você tá melhor? – perguntei baixinho. Ela respondeu que sim com um resmungo. – Quer tentar dormir um pouco?
- Não! Quero que você continue assim. Tá tão gostoso. – disse colocando sua mão sobre minha barriga e involuntariamente senti meu corpo estremecer. Mesmo que eu quisesse não poderia controlar as sensações que os toques de suas mãos despertavam no meu corpo. – Você podia ficar fazendo carinho nas minhas costas pra sempre né – disse sorrindo.
- Você tá ficando muito mal acostumada mocinha. Já imaginou quando arrumar outra namorada? – eu disse mais por curiosidade de sua resposta do que por interesse na questão mesmo. Eu entendia perfeitamente que as coisas que rolavam entre Júlia e eu eram de comum acordo e não podia cobra-la por nada já que eu não tinha deixado claro meus sentimentos por ela.
- Não vou ter outra namorada tão cedo – respondeu-me.
- E se eu arrumar uma pra mim, como vai ser? – perguntei e ela levantou a cabeça me olhando.
- Você ta pensando em namorar alguém? – perguntou-me.
- Não necessariamente. Mas quem sabe né... eu posso conhecer alguém e essa pessoa pode se apaixonar por mim. – disse com inocência.
- Eu sei que isso pode acontecer. Você é apaixonante Flá – disse olhando-me com profundidade – Qualquer garota teria sorte de se apaixonar por você!
- Você acha? – perguntei baixo, quase sem voz, os olhos fixos nos dela. Ela subiu um pouco seu corpo e aproximou-se de mim deixando seu rosto frente a frente com o meu. Sua mão colocou uma mecha do meu cabelo atrás das orelhas e depois deslizou suave por meu rosto.
- Eu tenho certeza! – respondeu baixo. Aproximou sua boca da minha parando a milímetros dela. – Posso? – perguntou mantendo os olhos dela fixos no meus.
- O que? – respondi baixo, atordoada por nossa proximidade.
- Beijar você! – disse e eu suspirei apaixonada.
- Deve – Respondi e ela fechou os olhos pousando seus lábios sobre os meus delicadamente. Abri meus lábios dando passagem a sua língua quente, que invadiu minha boca e dominou a minha com maestria. Era um beijo diferente dos que já havíamos dado outras vezes. Era calmo, tranquilo, apaziguador. Nossas línguas se enroscavam com lentidão, sem aquela necessidade de apressar nada, sem aquele fogo incessante. Era um beijo puro, um beijo apaixonado. Ela afastou-se devagar e quando abrimos os olhos ela sorriu.
- Ual – sussurrou baixinho.
- Eu sei – disse olhando-a. Ela voltou a deitar a cabeça em meu peito e sua mão que antes estava na minha barriga buscou minha mão que estava livre. Seus dedos ficavam deslizando pela minha mão. – Acho bom você não aparecer com nenhuma namorada por enquanto – disse de um jeito descontraído, mas que demostrava um pouco de verdade nas palavras e eu ri de seu jeito.
Passamos um bom tempo ali deitadas na cama dela. Não aconteceram outros beijos entre nós, e não passou disso, uma troca de carinhos e afagos até que ela finalmente adormeceu. Internamente, eu comemorava, pois sabia que aquele tinha sido o melhor beijo da minha vida.
Segunda feira foi passou sem nenhuma novidade. Minha mãe ainda continuava na U.T.I, porém, estável. Quando finalmente chegou a terça feira, nós nos encontramos no hospital no horário de visitas. Assim que meu pai chegou fomos direto falar com o médico.
- Boa tarde. Estou procurando o Dr. Henrique Castro. – disse na recepção. – Ele foi o responsável pela cirurgia de minha esposa.
- Claro. – disse a recepcionista – Só um instante Senhor. – pegou o telefone e discou para algum lugar. Em poucos minutos o médico chegou até a recepção.
- Boa tarde Doutor – dissemos.
- Boa tarde.
- Como está minha esposa.
- Sua esposa está bem Senhor. Ela já foi transferida par um quarto mais ainda permanece dormindo por causa dos remédios – disse e por fim respiramos aliviados.
- Podemos vê-la – eu perguntei.
- Podem sim. – respondeu – Eu só pedir a vocês que evitem grandes emoções quando ela acordar. Não é recomendado que o paciente tenha alterações de emoções muito drásticas entendem.
- Claro doutor. – meu pai respondeu. Ele nos acompanhou até o quarto onde minha mãe estava e nos deixou a sós. Assim que entramos e a vimos deitada na cama, apesar de ainda estar com alguns aparelhos ligados a ela, já me tranquilizava mais. Minha irmã e meu pai sentaram-se numa cadeira ao lado da maca mas eu me mantive sentada num canto mais afastado, embora meus olhos não se desligassem dela. Demorou um bom tempo até que ela finalmente acordasse. Meu pai foi primeiro a falar com ela.
- Oi meu amor! – ele disse segurando sua mão – Você nos deu susto danado! – passou a mão por seu rosto. – Nunca mais faça isso... eu nem sei como seria a minha vida sem você querida!
- Eu não vou a lugar algum – disse com dificuldade.
- Não se esforce muito mãe! – Júlia disse. – O médico disse que você precisa descansar.
- O que aconteceu comigo? – perguntou.
- Você teve um infarto meu amor! – meu pai disse. – E precisou fazer uma cirurgia no coração.
- Mas agora está tudo bem mãe. – Júlia levou a mão dela até sua boca e deu um beijo carinhoso. Minha mãe então voltou seus olhos em minha direção e abriu um sorriso doce.
- Vem aqui perto de mim filha! – pediu e Júlia cedeu seu lugar para mim. Caminhei devagar ate lá e me sentei apoiando minha mão na cama e fitando seu rosto.
- Vou buscar uma agua. Você vem Júlia? – meu pai perguntou e Júlia entendeu que ele queria nos dar privacidade.
- Vou sim pai. – pegou sua bolsa e saíram. Minha mãe acompanhou os dois e em seguida voltou a me olhar. Pousou sua mão sobre a minha que estava na cama e eu cobri sua mão com a outra.
- Você tá bem? – ela perguntou. Eu me senti tão egoísta naquele momento. Minha mãe acabava de acordar de uma cirurgia cardíaca e ao invés de ser eu a pessoa a perguntar aquilo a ela, era ela quem perguntava para mim.
- Eu achei que você ia morrer! – respondi com a voz fraca apoiando minha cabeça na borda da cama. Ela fez um esforço e me deu um sorriso fraco. Retirou sua mão do meio das minhas e acariciou minha cabeça.
- Devo ter deixado vocês muito preocupados né – disse me olhando – principalmente você que estava comigo.
- Eu achei que nunca mais fosse te ver outra vez! – disse sentindo algumas lágrimas escorrer de meus olhos – Me perdoa mãe? - pedi olhando em seus olhos – Me perdoa por tudo que eu disse de ruim pra você! Por todas as vezes eu deixei você acreditar que eu não amava você! Me perdoa por ter dito a você que eu não tinha mais mãe! Eu amo muito você mãe!
- Oh minha menininha! – seus dedos limpavam as lágrimas que desciam por meu rosto. – Eu também amo muito você filha! E também preciso que você me perdoe por tudo que eu te disse Ana. Eu nunca quis ver nenhuma das minhas filhas mortas Ana. Eu sei que o que eu te disse te marcou muito filha, mas acredite em mim quando eu digo que eu realmente sinto muito por ter dito aquilo. Eu não tenho nada para perdoar você filha. Eu sei que nem sempre fui uma boa mãe pra você e sua irmã, mas eu quero corrigir isso. Se você deixar eu quero ser aquela mãe da qual você possa se orgulhar um dia filha! – levantei meu corpo e sentei na beirada da cama com cuidado colocando uma mão em seu rosto.
- Eu não estou pronta pra perder você ainda mãe! – disse fazendo um carinho nela.
- Você não vai me perder meu amor... – ela olhou-me – Ainda tenho que conhecer os netinhos que você vai me dar! Ou netinhas né – disse dando um sorriso e eu sorri em meio as lágrimas que desciam por meu rosto.
- Eu te amo muito mãe! – disse deitando minha cabeça sobre seu peito com cuidado.
- Eu te amo filha! Sempre vou te amar! – colocou a mão sobre minha cabeça e me deu um beijo demorado. Meu pai e Júlia entraram na sala minutos depois. Minha estava com um copo de chocolate quente na mão, o qual entregou a mim.
- Obrigada Jú – eu disse pegando o copo e ela me abraçou.
- Que bom poder ver minha família feliz e unida outra vez. Isso era tudo que eu mais queria! – disse e meu pai sentou-se ao seu lado segurando sua mão e os dois olhavam para nós, seus olhos brilhavam como se fossemos duas criancinhas ainda. Eu finalmente podia sentir a verdadeira paz inundar minha alma. Eu tinha minha família, tinha Patricia e Valentina e ainda tinha Flávia, que para mim, era mais que uma amiga, era minha irmã. Naquele momento eu senti que poderia realmente recomeçar uma vida do zero, sem pendencias, sem mágoas, sem rancor, era como apertar um botão de reiniciar para uma nova vida plena de felicidade.
Fim do capítulo
Boa noite meninas
Como prometido mais um capitulo!
Bjus
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jagarcia
Em: 02/03/2017
Olá PriHh, como foi o carnaval? Espero que tenha se divertido, ou descansado né? rs. Vc, por acaso, não seria a autora de pseudônimo Srta Prinn, que escreveu o conto "Na Batida do Coração"? Postado no falecido ABCLes? rs. (Desculpe a indiscrição rs) é que a sua escrita se parece muito com a dela. Mas, enfim, independente disso, quero parabenizá-la por esse conto. Maravilhoso, lindo. Amo contos assim, com riqueza de detalhes. Nos mostra, mesmo na ficção, situações que qualquer pessoa e família vivem. E quando acontece esse crescimento das personagens, amadurecimento, reconhecimento de culpas, amores não correspondidos, amizades verdadeiras. A gente suspira profundo, ri, chora, tem raiva, e torce também. Mexe com o íntimo da gente, porque qualquer de nós pode se ver nesse enredo criado por vc. É "A Vida Como Ela É" rs. Confesso que passei tantas vezes por esse conto, li e reli a sinopse e não me interessei Aff... Mas terça feira passei por ele e resolvi lê-lo, e pra minha surpresa estou devorando, na medida do possível, é claro rs, e me emocionando muito com ele. Parabéns, pela escrita perfeita e por nos presentear com um conto tão emocionante. Ansiosa pelo próximo capítulo. Bjs no coração.
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Mille
Em: 30/04/2016
Capitulos bem dificil onde o amor pela mãe fez as duas se acertarem.
Um novo começo para as três, Júlia aos poucos esta vendo na Flavinha um novo começo com tudo que ela merece um amor completo.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor em 02/05/2016:
Oi Mille
Pois é agora é recomeçar né?
Júlia ja está percebendo que ela tem uma grande pessoa ao seu lado... basta aproveitar né! Como diz uma frase que gosto muito: "Os opostos se distraem os dispostos se atraem". será que Júlia ta disposta?
Bjus
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Rafaela Vilella
Em: 30/04/2016
Putz, fiquei muito emocionada. Já tive uma amiga que passou por isso, mas hoje ela e a mãe já se entenderam! Parabéns viu PriHh?! Você é ótima
Resposta do autor em 02/05/2016:
Oi Rafa
é uma situação dificil né? Que bom que sua amiga e mãe dela estão bem!
Bjus
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Sabrina Veloso
Em: 30/04/2016
PriHh, você foi maravilhosa nesse capítulo! Beijos
Resposta do autor em 02/05/2016:
Oi Sabrina
Fico feliz que tenha gostado!
Bjus
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Barbara Rebeca
Em: 30/04/2016
Lindo lindo lindo, PriHh.
Resposta do autor em 02/05/2016:
Oi Barbara
Que bom que gostou!
Bjus
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Tazinha
Em: 30/04/2016
Mais uma prova de que o amor cura tudo, a Ana deixando o orgulho de lado e pedindo perdão a dona Helena. Espero que tudo continue bem, pois depois da calmaria sempre vem a tempestade. Viva o amor mais uma vez.
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Tazinha
Pois é um pouco de amor muda as vidas das pessoas! Quem dera nós aprendessemos a amar mais né! Será que ainda vem tempestade por ai?
Bjos
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Yasmin L
Em: 30/04/2016
Os erros do passado vão servir de lições para ambas serem diferentes no presente, pois amor de mãe e filha nunca morre. Vavá mais uma vez nos encantando com esse jeitinho dela!
Beijos, PriHh
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Yasmin
Espero que tenha razão e essas duas agora possam recomeçar né!
Vavá é tão linda!
Bjos
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Ca_Mille
Em: 30/04/2016
Eu me emocionei, de verdade mesmo. Fico muito feliz por dona Helena e Ana. Tá transbordando amor entre essas duas, é amor pra cá , amor pra lá. Realmente Paty e Ana juntas são lindas!
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Ca
Que bom que se emocionou... é bom qdo lemos algo que mexe com nossos sentimentos né? eu adoro!
Então quanto amor né? será que dessa vez vai pra frente?
Bjos
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Lolla
Em: 30/04/2016
A Vavá perguntando pra Ana porque ela estava "Cholando"!! Essa criança é tão fofa, sempre ela aparece faz a alegria de todas nós
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Lolla
Adoro escrever cenas da Vavá... fico horas imaginando as carinhas e as falas dela kkkk
Bjos
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Luana Marquez
Em: 30/04/2016
Eu adoro demais quando tem esses momentos da Ana com a Paty porque elas são tão fofas juntas
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Luana
Casal top né?
Bjus
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Luiza Volpato
Em: 30/04/2016
E a familia da Paty, como será que reagiu ao descobrir que ela está com a Ana ? Porque a Familia da Ana parece tudo se acertar agora. Beijinhos, PriHh
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Luiza
Ah vc saberá como será a reação da mãe dela em breve kkkk
Bjus
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Japa
Em: 30/04/2016
Quando a Vavá aparece eu sempre me divirto com esse jeitinho dela falar, o que será que ela e Ana estavam aprontando? Ansiosa por novos capítulos.
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Japa
Vavá faz a alegria da galera hauhauahu...
No proximo capitulo vc sabera qual era a surpresa!
Bjus
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Esther Maria
Em: 30/04/2016
O amor sempre prevalece!! Parabéns PriHh!!
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Esther
Obrigada!
Bjus
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Bruna Fernandes
Em: 30/04/2016
Mais uma realidade isso, pais que brigam com os filhos quando algum deles se assumem homossexual. mas ainda bem que aqui teve um final feliz entre elas. A Ana abrindo o coração pra mãe foi muito lindo, PriHh.
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Bruna
Eu sei bem o que isso, ter seus sentimentos magoados pela familia por amar diferente! graças a deus hj em dia minha familia me respeita muito e ate convivem muito bem com minha namorada!
Bjos
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Paloma Dias
Em: 30/04/2016
Já quero a Cintia surgindo e causando ciumes na Paty, seria querer muito? kkkkkkk. Sempre bom dar uma apimentada... Bjos
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Paloma
kkkkkk tu sempre quer uma confusão né... será que ela surge? vamos ver né?
Bjos
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Mari Brandao
Em: 30/04/2016
Eu amo esses momentos de cumplicidade entre a Paty e a Cecilia, a Paty chamando a Ana de amor na frente de todo mundo. Que bom que a dona Helena ficou melhor.
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Mari
As duas são muito fofas juntas... Dona helena vai se recuperar com certeza
Bjos
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Maria Luisa
Em: 30/04/2016
Eu chorei com a reconciliação da Ana com a mãe!!
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Maria luisa
Que bom que gostou...
Bjos
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Ray Campos
Em: 30/04/2016
A Paty tava insegura em relação a Ana mas ainda bem que parece não estar mais, ja assumiu na frente de todos que está com a Ana não desgrudando dela nem um minuto nesse momento ruim. Quem diria, agora a Paty que toma as atitudes! Muito feliz que a Ana se acertou com a mãe.
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Ray
São em momentos como este que percebemos quem realmente se importa conosco né? Tanto Paty quanto Flavia deixaram tudo para apoiar as irmãs!
Tão fofas essas duas
Bjos
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LuizaDantas
Em: 30/04/2016
E a surpresa pra Paty? Nossa, a Vava é muito esperta gente!!
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Luiza
Ah eu não esquedci da surpresa se é isso que pensou viu kkkkk
Com toda aquela agitaçõa Ana acabou deixando de lado por um tempo mas no proximo capitulo vc sabera o que é!
Bjus
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Lais Helenna
Em: 30/04/2016
A Vavá afasta qualquer maré ruim, é sempre bom ter ela nos capítulos. Fiquei curiosa pra surpresa que ela e Ana iriam fazer pra Paty
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Lais
Não se preocupe no proximo eu mato sua curiosidade
Bjus
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Barbara Cecilia
Em: 30/04/2016
Sem palavras pra esse momento da Ana com a mãe, foi lindo demais
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi barbara
Que bom que gostou
Bjus
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Carol Maria Leal
Em: 30/04/2016
A Vavá afasta qualquer tristeza, ela tá muito apegada a Ana já!
Resposta do autor em 02/05/2016:
Oi Carol
Vavá e Ana são uma graças juntas! adoro escrever sobre elas
Bjus
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Naiane Lins
Em: 30/04/2016
Muito emocionante, principalmente a Ana com a mãe
Resposta do autor em 02/05/2016:
Oi naiana
Realmente essas emoçoes entre mae e filha costumas sem sempre bem intensa né
Bjos
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Ana_Clara
Em: 29/04/2016
Este capítulo foi emocionante! Que lindas essas meninas e a cena da Ana com a mãe. Adorei! E cada dia mais apaixonada pela Flávia e Julia juntas. Só falta o relacionamento dessas duas dar certo agora.
Resposta do autor em 02/05/2016:
Oi Ana
Pois é Flavia e Júlia tão ganhando torcida ja rs
Bjus
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lis
Em: 29/04/2016
Boa noite PriHh, tudo bem? Parabéns pelos capitulos lindos e emocionantes, lindas a Julia e a Flavia juntas e pelo jeito o coração da Julia já esta batendo mais forte por ela, e essa união da familia linda demais, que bom que está tudo correndo bem, pois todas merecem serem felizes né rs. Mais uma opinião minha em particular não acho que a Ana e a Paty combinam tanto assim me parece mais bonito o casal Julia e Flavia elas juntas parece que se completam são lindas demais juntas.
Resposta do autor em 02/05/2016:
Oi Lis
Obrigada pelo elogio... Flavia ta cosnquistando Júlia aos pouquinhos mesmo! Familia é familia né... pelo menos na maior parte do tempo rs! Vc Acha que não combinam? acha que a Ana coimbinaria com a Cintia? Fla e Jú sao uma graça.
Bjus
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jake
Em: 29/04/2016
Nossa chorando ate agora...que cena linda da Helena com a Ana...mto linda mesmo...
Adorei tbm o bjo apaixonado da Ju com a Fla...
Autora eu sei que a Ju eh meio lerdinha nao percebe os fatos poxa vc poderia dar uma forcinha pra ela ,tipo criando uma cena que fizesse ela acordar em relação a Fla. Que fizesse ela perceber que ela que esta xonada pela Flavinha...
Bjs mto obrigada por mais esse lindo cap.
parabens bom fds.
Resposta do autor em 02/05/2016:
Oi Jake
que bom que gostou da cena!
kkkk Jú já ta percebendo o que tem nas mãos Jake... uma forcinha? vou pensar em algo ta
Bjus
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Marcinha
Em: 29/04/2016
Sem zueira....VC me fez chorar....
De vdd...chorei com a cena da Ana e Helena....foi lindo...
Essas coisas me deixam sensíveis..já q qd assumi pra minha mãe ela me falou altas barbaridades TB....mas mudando de assunto...
Esse cap foi maravilhoso...amei o beijo da Jú e da Fla...não escondo q sou mais fã delas neh?? RS
Prometido é cumprido heim autora...assim é bom....rsrs
Parabéns ta maravilhoso como sempre...
Ainda continuo com lágrimas nos olhos... :/
Resposta do autor em 30/04/2016:
Oi Marcinha
Poxa que bom que consegui tocar vc... eu sei bem o que isso pois tb ja ouvi coisas de minha mae que me magoaram muito... hj temos uma otima relaçao e nao guardo magoas, mas acho que no fundo nunca conseguimos esquecer por completo ne =(
Bjus
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Miss_Belle
Em: 29/04/2016
Acho que não tem nada mais sublime do que o perdão!!
Emocionante esse capítulo, chorei...muito lindo a redenção da Ana e da Helena!
Parabéns autora!!
P.s: Fiquei curiosa para saber qual seria a surpresa que a Ana e a Vavá estão aprontando!?
beijo
Resposta do autor em 29/04/2016:
Oi mille
nao se preocupe nao me esqueci da surpresa delas nao ta! No proximo cap vc descobre!!
bjus!!
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