Ame o que é seu por PriHh
Capítulo 35 – Não acumule magoas... acumule amor
“Perdoamos quando não sentimos mais necessidade de usar as mágoas antigas como garantia contra alguém.”(Jacqueline Collodo Gomes)
Deixei Patrícia na casa dela e segui para a minha. Apesar da vontade imensa que eu tinha de passar a noite ao seu lado eu achei melhor não correr o risco de3 cair em tentação. E que tentação era aquela mulher. Cheguei em casa tarde e me joguei na cama ainda sentindo os beijos que havíamos trocado a pouco. Eu recordava cada minuto daquele final de semana maravilhoso ao lado de Paty. Eu ainda conseguia ouvir sua voz dizendo que me amava e meu coração batia feliz por ouvir aquilo outra vez. Eu me sentia a mulher mais feliz do mundo naquele momento. Adormeci pensando nela, em seus beijos, seus carinhos, recordando sua voz.
Já fazia alguns dias que Patrícia e eu estávamos juntas. Nós não tínhamos uma relação definida, pois ela não queria apressar as coisas, então estávamos seguindo conforme o seu tempo. Nós maninhamos discrição na presença de Valentina. Eu havia contado a Flávia tudo que se passou entre nós na viagem a Caldas Novas. Ela também me disse o que tinha rolado entre minha irmã e ela naquele mesmo final de semana. Mais uma vez Júlia e ela tinham vivido uma tórrida noite de sex* juntas e no dia seguinte ambas se portavam como se nada tivesse acontecido, embora eu soubesse perfeitamente bem que Flávia queria muito mais do que uma noite de prazer com Júlia.
Quanto a Júlia e eu, bem nossa relação continuava complicada. Nós estávamos nos afastando cada vez menos desde o termino dela com Paty ao mesmo tempo em que ela se aproximava mais de Flavia. O mês de maio havia chagado e junto com o ele o dia das mães. Patrícia iria almoçar na casa dos pais dela e minha mãe havia tido a brilhante ideia de fazer um almoço em casa, onde, é claro, exigiu nossa presença. Eu estava relutante em ter que passar todo o domingo ao lado de Júlia. Cada vez que estávamos no mesmo ambiente o clima ficava um tanto pesado, e se não bastasse apenas isso, eu ainda não tinha conseguido perdoar totalmente minha mãe apesar de todas as suas tentativas. Eu acabei chegando mais cedo na casa dos meus pais. Papai abriu a porta me recebendo com um abraço caloroso.
- Oi filha – disse afastando-se
- Oi pai – respondi entrando no apartamento.
- Tudo bem com você?
- Estou sim pai. E o senhor? – segui até o mini bar que tinha por ali e me servi de uma dose de whisky.
- Estou bem. Um pouco preocupado com algumas coisas mas nada demais eu acredito.
- Problemas na empresa? - disse seguindo até o sofá.
- Sempre tem algum probleminha né – disse sorrindo e sentando-se no sofá.
- A Lúcia está em casa hoje? – perguntei.
- Não. Sua mãe deu folga a ela. Foi ela mesma quem preparou o almoço.
- Helena na cozinha? – eu disse com incredulidade – Eu preciso ver isso – disse caminhando até lá. Assim que entrei no ambiente ela estava parada em pé em frente a pia. Fiquei na porta observando sem chamar sua atenção. Ela lavava algumas folhas de alface na pia e ao seu lado tinha uma linda travessa de porcelana já com outros ingredientes da salada. A cozinha tinha um cheiro gostoso de peixe assado. Voltei a observa-la e meus olhos perceberam que ela abria e fechava a mão esquerda varias vezes.
- Oi Helena – disse chamando sua atenção. Ela virou-se em minha direção e abriu um sorriso.
- Oi minha filha – disse. Ela tinha uma expressão fadigada no rosto mas sua voz demostrava muito carinho.
- Você está bem? – perguntei.
- Sim. Só com um pouco de tontura mesmo. Deve ser por falta do café da manhã. Seu pai e eu acordamos mais tarde hoje.
- Entendo – eu disse e estava virando de costas quando ela falou comigo novamente.
- Sua irmã já chegou? – perguntou-me.
- Júlia ainda não chegou – respondi indiferente.
- Estão agindo como quando eram crianças – disse e eu voltei a olha-la. – Vocês duas são muito parecidas nesse aspecto. Puxaram o gênio forte e orgulhoso do seu pai. Principalmente você! – disse apontando em minha direção.
- Se eu tivesse algo pra falar com Júlia eu falaria Helena.
- Não falaria não! Você nunca deu o braço a torcer nas brigas de vocês Ana. Sua irmã sempre tinha que puxar assunto. Você é geniosa demais para isso. Mesmo eu estando esses meses todos tentando me reaproximar de você, reconstruir um vinculo com você filha, ainda assim você insiste em me tratar apenas com educação.
- Se me chamou pra esse almoço pra um sermão de como ser mãe Helena sinto informar mas tá palestrando pra filha errada. Júlia é quem gosta destes seus dramas familiares.
- Isso não é drama Ana Cecília. A única coisa que eu gostaria é de ver minha família feliz. Você e sua irmã unidas como sempre foram! Isso não é pedir muito pra uma mãe. Um dia quando tiver as suas filhas você entenderá o que eu digo. – virei meu corpo e sai da cozinha sem responde-la antes que começássemos a realmente discutir. Assim que cheguei à sala ouvi a campainha tocar. Como já estava de pé caminhei ate a porta e abri.
- Oi – Júlia disse.
- Oi – respondi. Ela passou por mim e seguiu até onde meu pai estava. Fechei a porta e segui até eles, sentando-me num sofá mais afastado. Enquanto os dois conversavam eu lançava alguns olhares sobre Júlia. E algumas vezes ela fazia o mesmo. Meu celular tocou e olhei no visor vendo a foto de Paty ao lado de Vavá, uma foto recente que eu mesma tinha tirado em nossa viagem. Sorri e atendi o aparelho no mesmo instante.
- Oi – eu disse.
- Oi amor! – ela disse do outro lado.
- Tudo bem por ai? – perguntei.
- Sim. E por ai?
- Tranquilo por enquanto.
- Hum. Júlia está por perto? – perguntou-me.
- Não muito. – respondi olhando para minha irmã e encontrando seus olhos sobre mim.
- Eu ainda acho que você deveria conversar com ela. – disse e eu me levantei caminhando ate um canto mais afastado da sala. – Você duas precisam se acertar Ana. Não deveriam estar assim. Eu me sinto totalmente culpada pelo afastamento de vocês.
- Amor eu tentei conversar com ela. Júlia não quer tocar nesse assunto não posso força-la a isso.
- Tudo bem! – disse vencida. – Eu liguei por que a Vavá quer falar com você. Espera um pouco – disse e em segundos ouvia a vozinha dela do outro lado da linha.
- Tia Ana.
- Oi meu amor!
- Você vai por eu na caminha hoje a noite? – perguntou.
- Sim meu anjo. Mais tarde eu vou lá na sua casa ta bom?
- Plomete?
- Claro. Lembra do nosso segredo né?
- Eu não contei pla mamãe – disse e eu sorri de seu jeito inocente.
- Eu sabia que podia confiar em você – respondi – passa o telefone pra mamãe – pedi e em pouco tempo Patricia voltou a falar. - Oi minha linda!
- Posso saber o que vocês duas estão aprontando? – Paty falou.
- Não estamos aprontando nada – eu disse fingindo inocência. – Eu prometi a ela uma estorinha nova hoje a noite!
- E eu tenho que acreditar nisso? – perguntou rindo.
- Tem que acreditar em mim – respondi.
- Eu te ligo assim que sair da casa dos meus pais então tá!
- Claro. Você já contou pra sua mãe sobre nós?
- Ainda não. Vou falar com ela mais tarde.
- Bom almoço então. – eu disse.
- Te amo! – ela disse.
- E eu amo vocês duas! – disse referindo-me a ela e a Vavá. Desliguei o celular e ao sentar de novo no sofá Júlia ainda me olhava. Ela não tinha um olhar bravo nem magoado. Mas era um olhar frio, distante e eu senti falta daquela conexão que sempre existiu entre nós. Dos olhares repletos de carinho que trocávamos antes de tudo isso acontecer. Helena apareceu na sala pouco tempo depois anunciando que o almoço estava pronto para ser servido. Ela havia preparado Salmão assado ao molho de maracujá, acompanhado de arroz branco e salada de folhas verdes. Tenho que admitir que a comida estava deliciosa. E apesar do clima estranho entre Júlia e eu, o almoço correu tranquilo e agradável.
Após o almoço Júlia e meu pai sentaram-se na sala com uma taça de sorvete cada enquanto eu fiquei ajudando minha mãe a arrumar as coisas do almoço. Ela foi para a cozinha enquanto eu recolhia os pratos na mesa. Assim que peguei tudo fui até a cozinha e coloquei os pratos dentro da pia. Minha mãe estava parada ao lado dela, com as mãos apoiadas na pia. Ela estava totalmente pálida.
- O que você tem? – perguntei colocando minha mão sobre a sua. Ela estava gelada.
- Só uma dor no peito. – respondeu virando seus olhos para mim e no mesmo instante eu vi seu corpo amolecer e ela desmaiar em meus braços. Segurei-a e devagar deitei seu corpo no chão.
- Helena! – chamei e ela não respondeu. – Helena! – balancei seu rosto levemente e nada.
- Júliaaaa! – gritei da cozinha. – Júlia corre aqui! – gritei outra vez e em segundos minha irmã e meu pai entraram na cozinha.
- O que aconteceu? – eles perguntaram juntando-se a mim no chão.
- Eu não sei ela me disse que estava com dor e de repente desmaiou.
- Liga pra emergência pai – Júlia pediu ajoelhada ao meu lado. – Mãe! – chamou – Mãe acorda! - disse segurando sua mão. Eu senti meu coração disparar de medo. Meu pai pegou o celular e discou para o resgate. Eles levaram uns 15 minutos para chegar ate a casa dos meus pais. Acho que foram os 15 minutos mais longos da minha vida. Quando os paramédicos chegaram em casa minha mãe ainda estava desacordada. Eles fizeram os procedimentos iniciais e colocaram ela na maca. De lá eles a levariam até o pronto socorro. Meu pai seguiu com ela na ambulância pois só podia ir um acompanhante e Júlia e eu seguimos até lá de carro. Júlia estava mais nervosa do que eu então achei melhor eu mesma dirigir. Fomos no meu carro mesmo e devido ao transito caótico da cidade demoramos um tempo para chegar no hospital, assim que chegamos encontramos meu pai na recepção. Júlia correu ate ele abraçando-o forte.
- Como ela ta pai? – minha irmã perguntou.
- Os médicos levaram ela pra fazer alguns exames – respondeu. – o paramédico disse que é provável que seja um ataque cardíaco. Ela estava com o pulso muito fraco. Teve uma parada respiratória no caminho e eles tiveram que entubá-la. Teremos que esperar agora. – disse dando um beijo na cabeça de minha irmã e apertando-a ainda mais em seus braços.
- Ela vai ficar bem filha! – ele disse passando as mãos em suas costas. – Vai ficar bem!
Os minutos pareciam horas. Havia uma movimentação intensa no hospital. Muitos médicos caminhavam por ali, mas nenhum deles para nos dar noticias da minha mãe. Eu já estava ficando impaciente com tanta demora. Ouvi meu celular tocar e vi uma mensagem de Patricia. Eu tinha até me esquecido que tinha combinado de ir pra casa dela.
“Amor estou no Sírio Libanês. Minha mãe passou mal e estamos aqui. Se quiser ir pra casa te encontro lá depois. Bjos. Te amo” – enviei a ela. Os minutos passavam e um tempo depois finalmente um médico apareceu na recepção. Trocou umas palavras com a recepcionista e segui até onde estávamos.
- Você são parentes da paciente Helena Monteiro de Carvalho? – perguntou.
- Sim doutor – meu pai se pôs a frente – Como minha esposa está?
- Sua esposa teve um infarto do miocárdio Senhor. Felizmente o socorro foi rápido e conseguiu estabiliza-la, contudo, ela está passando por uma cirurgia de emergência nesse momento.
- Cirurgia? – Júlia perguntou. – Ela corre algum risco de vida doutor?
- Bom, toda cirurgia tem seu risco senhorita. Infelizmente só podemos te garantir que faremos o melhor possível.
- E quanto tempo levará essa cirurgia? – meu pai perguntou. Eu me mantinha calada o tempo todo apenas prestando atenção na conversa com meu coração morrendo de medo.
- Essa é uma cirurgia bastante delicada. Deve demorar um pouco. Manteremos vocês cientes de tudo que acontece.
- Obrigada doutor – meu pai disse estendendo a mão em sua direção e ele apertou aceitando o agradecimento. A partir daquele momento não nos restava mais nada a fazer a não ser esperar. E a espera era angustiante. Eu olhava o tempo no relógio. Cinco, dez, vinte minutos, meia hora. O tempo parecia uma eternidade.
- Cecília! – ouvi a voz de Patricia me chamando e ao me virar encontrei aqueles lindos olhos azuis me olhando. Ela veio em minha direção e me deu um abraço apertado, e eu me deixei envolver por seus braços que sempre me davam segurança, que eram meu porto seguro. – Como ela tá? – perguntou ainda abraçada a mim.
- Ela ta fazendo uma cirurgia – respondi afastando-me para encontrar seus olhos. Ela colocou as mãos sobre meu rosto segurando-o.
- Vai dar tudo certo meu amor! – disse – Ela vai ficar bem ta bom. – eu confirmei com a cabeça e voltei a abraça-la.
- Que bom que você ta aqui comigo! – eu disse afundando meu rosto em seu pescoço e apertando-a contra mim.
Apesar de já saber que minha irmã e Patrícia estavam se acertando eu ainda não as tinha visto juntas. E vê-las ali causou uma sensação estranha dentro do meu coração. Era um misto de dor e paz ao mesmo tempo. Não posso mentir que ver as duas abraçando-se com tanto amor me incomodou, mas ao mesmo tempo eu sentia uma leveza na minha alma. Era como se nossas vidas fossem um quebra cabeças e finalmente as peças começassem a se encaixar. O que me incomodava era que agora, eu me sentia como uma peça que estava sobrando no quebra cabeça. Elas afastaram-se e só então Patrícia olhou para onde meu pai e eu estávamos. Ela parecia sem graça com a situação, e a passos lentos aproximaram-se de nós.
- Oi – disse parecendo encabulada.
- Oi – respondi sendo seguida pelo meu pai. O silencio constrangedor voltou a reinar entre nós por longos minutos.
- Essa cirurgia não acaba nunca? – Ana disse. Sua voz tinha impaciência e preocupação. Eu sabia que apesar de toda magoa que ela guardava de nossa mãe ela ainda tinha muito amor por ela.
- Você precisa se acalmar um pouco amor! – Paty disse segurando as mãos dela – Vem tomar alguma coisa comigo! - Disse e minha irmã balançou a cabeça.
- Você querem alguma coisa? – perguntou e ambos negamos. Assim que elas saíram de mãos dadas eu também sai dali. Caminhei pelo hospital por um tempo e acabei me sentando numa parte do hospital que estava vazia. Apoiei minha cabeça com as mãos e deixei que um choro silencioso se libertasse. Não era apenas por elas que eu chorava, era por mim, por minha mãe e toda angustia que só crescia em meu peito, era por todas as coisas de errado que havia acontecido na minha vida nos últimos dias. A única coisa boa que ainda me restava era Flavinha. Limpei as lágrimas e sorri ao lembrar o nome dela. Era isso que eu precisava agora. Eu precisava dela. Eu a queria ali ao meu lado e não hesitei em pegar o celular e ligara para ela. Ela atendeu depois de alguns toques.
- Oi linda! – atendeu com a voz alegre.
- Flá – eu disse com a voz chorosa – Eu preciso de você! – pedi deixando as lágrimas descerem outra vez.
- O que aconteceu Júlia? – perguntou preocupada – Onde você está?
- No hospital... no Sírio!
- Tá tudo bem com você? – perguntou – Aconteceu alguma coisa com você? com a Ana?
- Você pode vir pra ca? Por favor?
- Claro Jú. Estou indo já! – Disse desligando o celular. Alguns minutos se passaram até que uma voz conhecida me chamou.
- Jú! – Era Ana Cecília. Ergui meus olhos em sua direção. Ela estava sozinha. – Trouxe um café pra você! – disse estendo o copo.
- Obrigada! – respondi aceitando. Ela permaneceu de pé parada, me olhando. – Quer sentar? - Disse afastando-me um pouco e cedendo um lugar ao meu lado. Ela sentou-se em silencio.
- Ela vai ficar bem não vai? – perguntou com os olhos perdidos na parede e levei minha mão ate a dela segurando-a com carinho, confortando-a.
- Sim. Ela vai ficar bem! – respondi tentando transparecer confiança na voz.
- E se ela... – calou-se e eu a fitei. Ela tinha os olhos marejados e uma expressão de medo que eu nunca tinha visto em seus olhos – Se acontecer algo com ela eu nunca mais ter a chance de acertar as coisas entre nós Jú. Ela vai morrer achando que eu odeio ela. Mas eu não odeio Jú. Eu não odeio a mamãe Júlia eu não odeio. – disse deixando um choro lhe dominar eu a abracei.
- Ela não vai morrer hoje Aninha. – disse controlando meus próprios medos - Ela vai ficar bem e você vai poder dizer tudo que sente pra ela ta bom! Ela vai ficar bem! - ela me apertava num pranto dolorido. Naquele momento nada mais importava pra nós. Nem Patrícia, nem nossa briga, a única coisa que importava era o amor que ambas sentíamos pela nossa mãe. Um amor tão forte e verdadeiro que estava nos unindo outra vez. Ali, com Ana no meu abraço, naquele momento de dificuldade para ambas, eu entendi que não importava quantas brigas, discussões ou magoas pudessem surgir entre nós, o nosso amor, aquele que sentíamos uma pela outra, esse sempre superaria os obstáculos da nossa vida. E no fim, eu sempre amaria minha irmã e sei que o sentimento sempre seria reciproco. Ficamos um bom tempo ali, ambas em silencio, mas eu sei que internamente nós mantínhamos um único pensamento. Era uma oração silenciosa pedindo que tudo corresse bem na cirurgia e nossa mãe sobrevivesse. Era tudo que queríamos, tudo que importava.
Quando saímos de lá e voltamos para retornar até onde meu pai estava eu andava com Ana abraçada a mim e ao nos ver de longe Patrícia deu um sorriso singelo. Ela se aproximou de nós e minha mão que estava nas costas de Ana deu um leve empurrão em seu corpo, como se eu estivesse entregando minha irmã a ela. Ana ainda tinha os olhos vermelhos pelas lágrimas e deixou-se abraçar por Paty e eu me aproximei de meu pai.
- Alguma noticia? – perguntei a ele.
- Nada ainda filha – disse me abraçando.
- Essa demora mata a gente de preocupação. – eu disse aflita.
- Isso é bom – ele disse e eu olhei para ele – Significa que ela ainda está conosco. Caso contrario já teriam aparecido por aqui. – Ana e Patrícia se aproximaram de nós. Por incrível que pareça a presença das duas já não me incomodava mais.
- Acho que tem alguém procurando você Júlia – Patrícia disse apontando a porta de entrada do hospital e eu vi Flávia entrando por ela. Não pensei duas vezes antes de seguir em sua direção. Ela abriu um sorriso lindo ao me ver e eu me joguei em seus braços, num abraço acolhedor, um abraço que naquela hora me trouxe paz.
- Oi – ela disse ainda abraçada a mim.
- Obrigada por ter vindo! – eu disse sem solta-la.
- Eu jamais te deixaria sozinha numa hora dessas Jú. – afastou-se e passou uma das mãos pelo meu rosto num carinho singelo. – Eu não pretendo te deixar sozinha nunca! – disse com a voz carinhosa e eu voltei a abraça-la. Caminhamos devagar até onde eles estavam. Flávia cumprimentou meu pai e ela e minha irmã trocaram um abraço demorado.
- Você está bem? – ela perguntou e Ana confirmou com a cabeça. - Sabe que pode contar comigo pro que precisar!
- Obrigada por ter vindo – Ana disse.
- Oi Paty. – disse esticando o braço e Patrícia segurou sua mão carinhosamente.
- Oi Flá.
- Noticias dela? – perguntou a mim.
- Ainda não!
- Você comeu alguma coisa? – perguntou.
- Ana me levou um café agora pouco. Estou sem fome! – respondi.
- Precisa comer alguma coisa. Vem eu te acompanho. Quem sabe quando voltarmos já tenhamos boas noticias. – segurou minha mão e me puxou em direção a lanchonete que tinha ali perto, e eu me deixei levar por ela. Meu coração ainda temia pelo que poderia acontecer mais a presença de Flávia me dava força, renovava minha esperança a cada palavra consoladora e doce que ela pronunciava. Se existia mesmo anjos na terra, Flavia com certeza era o meu. Estávamos sentadas numa das mesinhas, mas não perdíamos minha família de vista. A todo momento eu os olhava na expectativa de que o medico surgisse com noticias de minha mãe.
- Você e Ana se acertaram? – ela perguntou e olhei para ela.
- Você tinha razão... – respondi e ela sorriu abertamente – Eu amo minha irmã mais que tudo nessa vida e não tem sentido algum brigar com ela por causa de mulher. Tem tanta coisa mais importante para vivermos Flá. Não quero desperdiçar minha vida acumulando rancor e magoa. Isso só me trará infelicidade.
- Ual – disse sorrindo – Senhorita Júlia admitindo outra vez que estava errada. Isso é épico – disse de uma forma divertida e eu ri de suas palavras.
- Ai Flávia só você pra me fazer rir numa hora dessas – eu disse levando minha mão até a sua sobre a mesa e segurando-a com carinho. – Você é melhor pessoa que eu conheço.
- Fazer o que se o dia fica melhor quando você sorri – ela disse me olhando e eu senti meu rosto corar pela vergonha. Eu ia responder quando meus olhos avistaram o medico que tinha conversado com a gente antes se dirigir até onde minha família estava. Me levantei apressada e peguei Flávia pela mão puxando-a até lá. O medico tinha uma expressão cansada e meu coração se apertou no peito ao vê-lo. Eu temia por noticias ruins.
- E então doutor? Como está minha esposa? – meu pai perguntou assim que ele parou sua frente.
Fim do capítulo
Ola meninas...
Mais tarde posto o outro ok?
Bjus
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rhina
Em: 19/05/2016
Ola.
Sua leitora Baiana disse que pula as partes de Ana e Paty, quase faço isso tb.
Beijos.
Resposta do autor em 20/05/2016:
Ola Rhina
kkkkkkkk nãos faça isso não linda! senão vc pode ficar perdida com os rumos do que pode acontecer ainda...
Bjus
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Baiana
Em: 29/04/2016
Confesso que eu pulo as partes da Ana com a Paty. Prefiro ler a cenas da Julia com a Flavia.
Gostei das irmãs terem se entendido, agora só falta a Ana se acertar com a mãe.
Resposta do autor em 29/04/2016:
Oi Baiana
kkkk eu me divirto com vcs qdo pegam birra de uma personagem sabia...
Tem mais capitulo la
Bjos
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Ada M Melo
Em: 29/04/2016
ja estou ansiosa pelo proximo cap, mas vou roer a unha ainda....kkkkkkkk
Resposta do autor em 29/04/2016:
Oi Ada
kkkkkkkkkkkk ja pode parar de roer unhas ja tem capitulo la
Bjos
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Lais Helenna
Em: 29/04/2016
Ainda bem que tem mais um capitulo hoje porque se fosse amanhã eu não ia aguentar de ansiedade
Resposta do autor em 29/04/2016:
Oi LAis
pois entao ja pode conferir o capitulo novo
Bjos
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Ray Campos
Em: 29/04/2016
Por um lado foi bom esse susto, assim a Ana tenta deixar as magoas no passado e dar uma chance para a mae dela
Resposta do autor em 29/04/2016:
Oi Ray
vc tem razão as vezs a gente precisa de um susto desses pra abrir os olhos né?
Bjus
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Ana Lua
Em: 29/04/2016
Fiquei feliz da Paty não negar o que sente pela a Ana diante da Julia, mas oa mesmo tempo fiquei bem triste pela a Helena
Resposta do autor em 29/04/2016:
Oi Ana
Pois é menina não adianta ficar adiando o inevitavel né! uma hora ou outra essas tres iriam se reencontrar mesmo né!
Bjos
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Freitas S
Em: 29/04/2016
Nossa que capítulo cheio de emoções, mas dona Helena não pode morrer porque a Ana ia ficar muito mal sem ter a chance de se reconciliar com a mãe.
Resposta do autor em 29/04/2016:
Oi Freitas
Bom fico feliz que tenha gostado e sim foi bem cheio de emoçoes! Será que dona Helena está bem? Ja pode conferir
Bjus
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jake
Em: 29/04/2016
AH PRIHH....NAO MATE A HELENA ,CONFIO EM VC
ANA NAO IA SE PERDOAR..POXA AGORA QUE TODAS ESTAO SE ACERTANDO NAO SERIA JUSTO ...
AUTORA FICO FELIZ POR VC ESTA DANDO A CHANCE DA JU SER FELIZ NOVAMENTE E ENCONTRAR UMA PESSOA ESPECIAL COMO A FLA
AGORA FALTA SOH A FLA SE DECLARAR TIPO CASA COMIGO JU.E ELAS SEREM FELIZES PARA SEMPRE..ANSIEDADE MIL
PARABENS PELA LINDA ESTORIA
AMANDO DESDE O PRIMEIRO CAPITULO.
Resposta do autor em 29/04/2016:
Oi Jake
Bom só lendo o capitulo que postei pra vc saber o que aconteceu com a Helena
Ju merece ser muito feliz né! será que a Flavia vai se declarar?
Bjos
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Ada M Melo
Em: 29/04/2016
autora nem como agradecer, nossa mas um cap obrigada!!! historia linda e estou torcendo para d. Helena se recuperar e ainda curtir muito a felicidade das filhas....
abraço!!!
MENINAS DIA DE DOAÇÕES, VAMOS DOAR!!!
KERNELB KD VOCÊ?
Resposta do autor em 29/04/2016:
Oi Ada
fico feliz que esteja gostando
Bjos
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Marcinha
Em: 29/04/2016
Graças a Deus as notas foram "mais tarde posto outro", porque se fosse amanhã... :(
Sacanagem para nessa parte autora.....rsrsrs
Ta ótimo, não vejo a hr da Flá se declarar logo pra Júlia, ansiosa pela reação dela..
Toma q Helena fique bem...coitada neh...agora q esta quase acertado os laços entre todas...seria triste...Mas confio em vc...sei que não vai matar ela...rsrs
Bjos e ta ótimo, cada vez melhor!!
Resposta do autor em 29/04/2016:
oi Marcinha
kkkkkkk adorei o seu comentario sobre as notas finais
Da uma olhada lá... ja tem capitulo novo!
Bjos
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