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Noites com Valentina por Sweet Words

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Palavras: 4020
Acessos: 4969   |  Postado em: 00/00/0000

A Cliente

 

 

 

 

 

 

Era manhã de domingo. O dia ensolarado estava bonito. O vento fresco que vinha da brisa do mar me trazia uma sensação de paz incrivelmente boa. Da sacada do meu quarto, com a xícara do meu café recém coado em mãos, eu observava a imensidão azul à frente.

Eu desejava voltar a sentir aquela sensação da mesma maneira que eu sentia há algum tempo atrás. Sentindo como se a minha vida estivesse nos trilhos, tudo perfeito como sempre esteve. Sem nenhuma preocupação a rondar a minha mente a todo instante.

Algo me incomodava. Muitas coisas me incomodavam, mas eu não fazia ideia de como acabar com tudo aquilo que não me deixava sentir a plena paz interior novamente.

Pensei em começar a fazer Ioga, mas logo desisti. Sou inquieta demais para isso. E então pensei que talvez eu devesse procurar um terapeuta para me ajudar com as minhas questões, mas desisti mais rápido ainda. Eu não me sentiria confortável em dizer que estou noiva, mas não quero me casar, apesar de gostar do meu futuro marido. E muito menos que cogitei a possibilidade de encontrar a solução dos meus problemas em um encontro com uma prostituta. Não, não mesmo. Eu precisava resolver tudo isso comigo mesma. O problema é que eu não fazia a menor ideia de como.

Olhei para o mar mais uma vez enquanto dava um último gole no café. Eu precisava tomar decisões urgentes, mas antes eu iria a um lugar primeiro.

 

Dirigir pela orla do mar era algo que me deixava contente. Especialmente em um dia de domingo, quando o trânsito era amigável. Rodei por alguns quilômetros sem pressa, apreciando a bela vista que eu tinha a benção de poder contemplar. E alguns minutos mais tarde cheguei ao meu destino.

O letreiro inconfundível da embarcação mediana que estava atracada no píer me fez sorrir involuntariamente.

Esmeralda.

Logo avistei o senhor de porte atlético e pose elegante aparecer no convés. Acenei para ele que sorriu largo ao me reconhecer.

- Papai!

- Diana!

Subi ao seu encontro e fui recebida com um abraço aconchegante.

- Por que não me avisou que vinha? Por pouco não me encontra aqui, eu já estava de saída.

- Quis fazer uma surpresa.

- Linda surpresa! – ele disse sorrindo.

Em poucos minutos estávamos velejando mar adentro.

Voltei da cozinha do barco com dois drinks em mãos. Papai andava sempre prevenido. Por vezes saía sem destino e passava dias, até meses velejando.

Entreguei o drink a ele que prestava atenção no comando da embarcação.

- Humm... Eu estava com saudades disso. – ele disse levantando o copo assim que provou.

Sorri para ele provando o meu também.

- E então, – ele continuou – O que te traz aqui assim de repente?

- Senti saudades. Você não tem aparecido. Desde que se aposentou não sai mais desse barco.

- A minha ausência é recente, você não pode me culpar. Há um motivo pelo qual tenho estado afastado e você sabe muito bem qual é.

- Sim, eu sei.

- Um belo motivo de longas e belas pernas, sotaque francês e lindos olhos de esmeralda. Mas ainda assim um motivo extremamente perigoso, diga-se de passagem.

- Vocês não se falaram ainda desde que ela chegou?

- Não. É mais seguro deixar que ela faça o primeiro contato.

Gargalhei. Era nítido o amor que o meu pai ainda sentia pela minha mãe, mas a forma como ele se referia a ela era cômica.

- Vocês precisam manter a paz, pelo menos até o meu casamento, afinal quero meus pais entrando elegante e amigavelmente juntos na igreja.

- Eu tenho que confessar que mal posso esperar por isso. A última vez que sua mãe me deixou encostar nela eu ainda tinha alguns cabelos pretos na cabeça. - ele disse levantando a boina e mostrando os fios completamente grisalhos me fazendo rir.

- Você ainda a ama, não é? – perguntei dando mais um gole na minha bebida.

Ele me sorriu fraco.

- Muito.

- E por que não...

- Não, não vamos entrar nesse assunto, filha. – ele não me deixou terminar – O meu tempo com a sua mãe já se foi, eu tive a minha chance e desperdicei. Não a culpo por ter me deixado. Eu tinha uma pedra preciosa em mãos e a perdi.

- Eu entendo. Acho que entendo...

- Sabe, filha, tudo na vida é decisão. As escolhas que fazemos, os rumos que tomamos, tudo isso nos levará a caminhos. E o mais importante disso não é onde iremos chegar, mas sim como chegaremos. O destino final para todos é o mesmo, isso que estamos vivendo agora é o caminho. A forma como lidamos e como seguimos, isso sim é com o que temos que nos preocupar. Eu vivi a minha vida achando que alcançar os meus objetivos era tudo. Fiquei tão cego que acabei deixando escapar o que eu tinha de melhor. Não prestei atenção no quão belo era o caminho por onde eu passava, achando que chegar ao meu destino era o mais importante e era onde eu encontraria o lugar mais bonito, mas eu estava tão errado. E só me dei conta disso quando cheguei ao meu destino, onde eu queria tanto chegar. E então eu percebi que a beleza esteve toda durante o caminho, mas eu estive tão cego e focado em uma única coisa que não percebi. O tempo passou e quando me dei conta era tarde demais.

- Você está se referindo à mamãe?

- Também. À você, sua mãe, minha vida como um todo. Minha família. Eu não estive suficientemente presente na vida de vocês, coloquei o trabalho em primeiro lugar e olha onde estou agora. Um velho solitário em um barco velejando sem rumo por aí.

- Não é para tanto, papai. Você tem seus amigos, tem a mim. E aposto que em cada porto tem alguém que lhe espera. Você não me engana, senhor Ricardo.

Ele sorriu sem jeito.

- Ah, filha, não é bem assim. Tenho uma companhia vez ou outra sim, mas não é como ter uma família de verdade.

- E eu não sou sua família?

- Claro que é! Não foi isso que eu quis dizer.

- Sim, eu entendi, pai. Eu estava brincando.

- Se eu tivesse feito essas escolhas antes, se eu tivesse tomado as decisões certas mais cedo, talvez estivesse melhor hoje. Demorei demais, sempre achando que eu teria uma vida inteira pela frente para me dedicar à outras coisas e deixei passar o mais importante. Não seja assim, minha filha. – ele me encarou – O que você tiver que decidir sobre a sua vida, decida hoje. Não espere chegar ao seu destino, aproveite o caminho, a vida é o caminho e não o destino final.

Ele me olhava nos olhos como se soubesse de todas as minhas dúvidas, todos os meus questionamentos. E mesmo sem saber de nada, ele tinha os melhores conselhos. O conselho certo, para o momento certo.

- Obrigada, pai. Eu vou guardar isso comigo.

O abracei de lado e recebi um beijo em meus cabelos.

- Guarde sim, filha. Guarde e pratique!

 

***

 

Após velejar a manhã inteira com o meu pai, retornamos ao píer e depois de ele recusar o meu convite para almoçar, alegando receio que minha mãe aparecesse, retornei para casa sozinha. Me sentia mais leve e decidida. Eu tinha me esquecido de como era bom ter esses momentos com ele, que apesar de não tão frequentes, passaram a acontecer mais vezes desde que ele passou o cargo da presidência da empresa dele adiante e começou a viver intensamente a vida de aposentado.

Estava terminando de preparar o meu almoço quando a campainha tocou. Gritei um "já vai" da cozinha e desliguei o fogo para ir atender.

- Bonjur. – mamãe me deu dois beijinhos no rosto.

Ou o meu pai tinha o dom da vidência ou o instinto dele em relação à minha mãe ainda estava vivíssimo.

- Bonjur, mamãe. – respondi com o mesmo gesto – Entre, estou preparando o almoço. Almoça comigo? - perguntei me encaminhando para a cozinha.

- Se eu viesse para almoçar teria dito quando liguei avisando que viria. Não é de bom tom fazer esse tipo de surpresa.

Voltei para minha panela revirando os olhos pelo excesso de etiqueta de minha mãe.

- Por favor, Madeleine! Você é minha mãe, não é como se fosse uma estranha chegando de surpresa me obrigando a colocar mais água no feijão.

Sorri a vendo me encarar em desaprovação, fazendo a careta que imaginei que ela faria. Mesmo depois de anos de experiências aqui, ela não adquiriu um pouco da leveza brasileira enquanto viveu com meu pai.

- De qualquer maneira, eu já almocei. Obrigada. – disse por fim, não querendo prolongar a conversa.

- Então diga, o que a senhora queria falar comigo?

- Vim lhe fazer um convite. – ela disse tentando se acomodar desajeitadamente no banco do balcão no centro da cozinha – Eu fui convidada para participar do evento de caridade em benefício da Associação de Orfanatos da cidade. O grupo de senhoras do meu círculo de amizades, quando soube que eu retornei ao Brasil para o seu casamento, fez questão de me convidar. E o convite se estende à você e ao Eduardo também.

- O Eduardo está viajando a trabalho, só volta no fim da semana.

- Ótimo, o evento é no sábado que vem.

- Eu não sei, mamãe. – disse levando o meu prato já pronto em direção ao balcão – O restaurante nos fins de semana é uma loucura. Eu farei uma doação e você me representa.

- Jamais! Eu não vou compactuar com essa sua sua falta de delicadeza. Vê-se que esse tempo no Brasil fez com que você adquirisse hábitos nada agradáveis. – ela dizia tudo num só fôlego, me encarando acusadora enquanto eu almoçava – Diana Émeraud! Por que não faz sua refeição à mesa? Balcões de cozinha são para cozinheiros e não para...

Ela parou de repente se dando conta do que havia acabado de dizer. Eu a encarava com uma sobrancelha arqueada tentando segurar o riso que não demorou para sair.

Ela suspirou.

- Eu não vou discutir com você.

- Okay. – eu disse ainda rindo e voltando a comer.

- Preciso ir agora. Marquei um chá com a Jorgete e não devo me atrasar.

- Madame La Roux nunca se atrasa!

- Colocar o meu nome e a palavra atraso numa mesma frase é uma ofensa gravíssima.

Eu agradecia sempre por ter a leveza do sangue brasileiro correndo em minhas veias, caso contrário eu não teria a menor paciência para lidar com todos esses excessos de minha mãe.

- Au revoir. – ela se despediu com um beijo em minha testa e saiu num rompante da mesma maneira que veio.

O meu bom humor havia voltado e o peso em minha consciência estava bem mais leve. Eu estava decidida a tomar decisões importantes e a partir daquele dia não haveriam mais dúvidas ou receios. Eu tomaria o controle da minha vida. E começaria com algo que estava me tirando o sono há alguns dias. Valentina.

 

***

 

Diferente da primeira vez em que fui me encontrar com a "Srta. acompanhante de luxo", quando fiquei nervosa a ponto de cogitar tomar um calmante e pensei em desistir milhões de vezes durante o dia, dessa vez eu estava até feliz em poder encontrá-la e resolver essa situação de uma vez.

O restaurante estava cheio novamente e o trabalho em minha cozinha foi árduo. Mas nada foi capaz de mudar o meu humor.

A pouco mais de uma hora para o encontro, eu deixei o restaurante sob o comando do sub chef e fui me aprontar. Não é só porque o assunto seria com uma prostituta que eu iria de qualquer maneira. Além do mais, Valentina não parecia mesmo ser uma simples mulher qualquer. Eu não deveria estar menos que elegantemente apresentável.

Por um momento, enquanto escolhia uma roupa adequada, me senti como a minha mãe. Balancei a cabeça em negação. Foi impossível não imaginar qual seria a reação de Madame La Roux se sequer sonhasse que a sua primogênita e única filha foi capaz de contratar os serviços de uma senhora de vida fácil, como ela mesma diria. Céus e terras caindo sobre a minha cabeça, foi o que consegui imaginar.

Me olhei no espelho pela milésima e última vez, pensando que talvez eu estivesse formal demais.

- Okay. – suspirei – A prostituta é ela e não eu!

E foi com essa frase em mente que deixei o meu apartamento, já sentindo um certo nervosismo me abater.

Cheguei àquele mesmo hotel novamente e conferi em meu relógio que ainda faltavam 15 minutos para o horário combinado.

Dessa vez eu teria um tempo para a bebida.

Fui até o recepcionista de sorriso forçado, o mesmo que me recebeu na outra noite, e perguntei se havia uma reserva na mesma suíte para aquele horário. Ele me confirmou ao perguntar o meu nome e me entregou o cartão de acesso ao quarto. Até então eu estava estranha e demasiadamente tranquila, mas a calmaria foi embora logo após ele me entregar o cartão.

- A Srta. Viegas está a sua espera. Tenha uma excelente estadia.

Ou eu estava enlouquecendo ou aquele homem havia sorrido maliciosamente para mim.

Caminhei em direção ao elevador, agora extremamente tensa. Antes das portas se fecharem encarei o recepcionista mais uma vez e sim, ele sorria como se soubesse de algo. Sim, ele sabia quem era Valentina e sabia exatamente o que eu provavelmente havia ido fazer ali.

Respirei fundo algumas centenas de vezes até que o elevador parou.

Calma. Pense racionalmente. Ele é apenas um funcionário do hotel. Discrição é uma das regras de conduta a qual ele tem que cumprir. Ele não me reconheceria, não é? Ela deve trazer tantas pessoas aqui, ele não se lembraria justamente de mim. Certo? Certo. Não há motivos para pânico.

Saí em direção ao quarto e a cada passo que eu dava meu coração se acelerava mais. Respirei fundo mais uma vez e bati na porta. Não sei exatamente o porquê eu não simplesmente a abri. Talvez seja porque o nervosismo me deixa lerda. Ou talvez seja porque ela já estava ali. E no fundo eu sabia que era por isso sim.

A ouvi abrir a porta e imediatamente deixei de encarar os meus sapatos para olhar para frente. Seus olhos sorriram ao me ver e quase que no mesmo instante seus lábios também.

- Diana.

- Srta. Viegas. – a tratei com formalidade para deixar claras as minhas intenções ali.

- Por favor, Srta. Émeraud. – ela se corrigiu me dando passagem para entrar.

Assenti e caminhei poucos passos adentro.

- Perdão por ter iniciado antes de você chegar. – disse indicando a mão levantada e só então eu percebi que ela segurava um copo com um líquido de cor âmbar dentro – Devo confessar que estava um pouco ansiosa à sua espera.

- Eu não cometeria a indelicadeza de deixá-la sem respostas uma segunda vez.

Ela assentiu com um leve sorriso.

- Bebe algo? – se encaminhou até a pequena mesa com as bebidas.

Não pude deixar de notar os seus movimentos, leves e sutis. Tão elegantes como os da dama mais nobre da alta côrte inglesa. Me peguei pensando em como ela haveria chegado nessa vida. Certamente recebeu uma excelente educação e... Foco, Diana! Foco!

- Não, obrigada. – recusei. Não deveria me prolongar.

Eu havia me permitido voltar ali com um único objetivo e eu o cumpriria e tiraria aquele peso de minha consciência o mais breve possível.

- Como quiser. – ela se serviu de mais um pouco da bebida e se voltou para mim novamente - Se me permite. – a observei tomar um gole enquanto se aproximava devagar, sem tirar os olhos de mim.

Me vi me afastando para trás em um movimento involuntário. Eu não gostava da maneira como ela me olhava. Definitivamente!

- Não se preocupe. – acho que ela notou a minha tensão e parou onde estava – Eu não irei revelar a sua identidade secreta. Nem sob tortura!

A fitei sem entender e percebi que ela se esforçava para não sorrir demais.

- Bartgirl... – ela disse e dessa vez fui eu que me esforcei, mas para não revirar os olhos para ela - Engraçado, eu sempre achei que Diana fosse o verdadeiro nome da Mulher Maravilha, não da Batgirl. – ela pausou, acredito que esperando que eu entendesse as referências – Perdoe-me. O meu senso de humor às vezes fica aflorado.

A observei sorrir, ainda sem entender muito bem do que ela falava. O seu sorriso era encantador, não posso negar.

- Bem, Srta. Viegas, – enfim eu consegui dizer algo depois de acordar do meu breve devaneio – Eu estou ciente de que cometi um erro ao faltar com o meu... Compromisso, meu compromisso com a Srta. Então eu vim aqui na intenção de me retratar.

- Pois não... – ela me disse com expectativa.

- Por favor, me diga quanto eu lhe devo. – disse abrindo a bolsa e pegando a minha carteira – Lhe farei um cheque para compensá-la pela noite de sexta e pela de hoje.

No mesmo instante vi o seu sorriso se desfazer em seu rosto.

- Não é necessário. – ela se afastou e foi até a mesa de bebidas, deixando lá o seu copo.

- Por favor, eu não quero que fique nenhuma pendência entre nós. Me diga quanto eu lhe devo. Acertaremos isso e prometo que não desperdiçarei mais o seu tempo.

- Não me deve nada. – ela voltou a me encarar – Você está aqui a meu convite. E eu não cobraria pela companhia de uma convidada tão... Especial.

- Srta. Vieg...

- Me chame de Valentina, por favor.

Ela caminhou passando por mim e foi em direção à sacada. As cortinas balançavam com o vento e por um instante senti um calafrio percorrer o meu corpo. Devo ressaltar que não foi, em hipótese alguma, por eu ter analisado seu belo corpo enquanto ela esteve de costas para mim.

- A vista daqui é linda. Você já viu? – ela se virou para mim e rapidamente voltei a encará-la.

- Sim, eu já... – balancei a cabeça me atentando ao meu foco – Srta. Valentina, por favor. – fui até ela – Vamos acertar isso de uma vez, eu preciso ir embora.

- Não está nem um pouco curiosa?

- Sobre o que?

- Você realmente acha que aquele cartão foi parar em suas mãos por obra do acaso?

- Eu não... Isso não importa agora. Eu só quero...

Antes que eu pudesse terminar a frase ouvi o barulho do meu celular abafado em minha bolsa. Abri rapidamente com a intenção de dispensar quem quer que fosse, mas assim que vi o nome e a foto na tela meu coração se congelou por alguns segundos.

- Oi... Oi, amor. – atendi tentando não gaguejar.

- Está cada dia mais difícil aguentar essa saudade de você, sabia?

Encarei Valentina com aflição enquanto ela esperava que eu continuasse ou desse fim à ligação.

A vi sorrir e se afastar indo de volta ao quarto, me deixando sozinha na sacada.

- Amor, eu não posso falar muito agora. O restaurante está lotado.

- Me desculpe, meu amor. Imaginei que estivesse trabalhando, mas resolvi tentar a sorte e acho que consegui te pegar em um intervalo, certo?

- Sim, eu... – olhei para o quarto e me deparei com Valentina sentada na beira da cama tirando os sapatos. Eu não faço ideia do porquê, mas aquela cena fez com que meu coração palpitasse três vezes mais rápido – Eu vim tomar um ar, mas já preciso voltar. Posso te ligar quando eu chegar em casa?

- Claro, tudo bem. Só queria ouvir sua voz um pouquinho.

- Então até mais tarde, amor. Beijo, te amo.

Não esperei uma resposta e desliguei rapidamente. Eu temia voltar para o quarto e encontrar aquela moça se despindo de mais alguma coisa.

- Namorado? – ela perguntou assim que voltei e confesso que suspirei aliviada por encontrá-la ainda vestida.

- Noivo. – respondi e a vi sorrir. Não parecia nem um pouco surpresa.

Comecei a imaginar o que ela pensaria de mim agora sabendo que eu tenho um noivo.

Mas por que diabos eu estava preocupada com isso? Ela é uma prostituta, não uma irmã carola da igreja.

Nota mental: Eu realmente preciso entender essa minha necessidade de afirmar que ela é uma prostituta, e apenas isso, a cada instante.

- Bem, – saí dos meus devaneios novamente, eu precisava parar com aquilo – Eu vou fazer um cheque em seu nome. Colocarei o valor que acredito ser justo, já que você não quer me dizer.

- Eu já disse que não é necessário. – ela se levantou e dessa vez pareceu irritada.

- Eu faço questão.

- Srta. Émeraud, espero que esteja claro para você que eu não a vejo como uma simples cliente. A menos que você queira ser.

- Não! Eu não sou e não pretendo ser uma cliente sua. – me encaminhei até a pequena mesa no centro do quarto e peguei o talão para preencher – De qualquer forma, não quero que fique nenhuma pendência entre nós. Na verdade eu quero esquecer que algum dia cogitei a possibilidade de...

- Transar com uma prostituta? – ela questionou parando ao meu lado.

Me voltei para ela sem saber o que responder. Ela me encarava de maneira intimidadora, mas ao mesmo tempo seu olhar era tão doce. Havia algo em seus olhos, algo que eu não conseguia compreender. Aqueles olhos castanhos e tão expressivos me deixavam desconfortável, mas ao mesmo tempo me impediam de deixar de olhar.

- Eu... Não era isso que eu queria dizer. Bom, aqui está. – lhe mostrei o cheque já preenchido e o coloquei em cima da mesa, me afastando logo em seguida – Eu espero que esse valor cubra a minha dívida e peço desculpas por te fazer perder o seu tempo.

Ela pausou por alguns segundos, me analisando. Era o que ela fazia, o tempo todo, desde que a vi pela primeira vez. Ela me analisava. Como se quisesse me descobrir ou desejasse que eu a descobrisse.

- Fique com o seu cheque, Srta. Émeraud. – ela pegou a folha na mesa e veio até mim entregando-o – Guarde-o, quem sabe um outro dia...

- Não vai haver um outro dia.

- Como quiser.

Aquela aproximação estava me deixando cada vez mais tensa. Ela tinha esse poder. Era tão segura de si e ao mesmo tempo tão sutil em cada gesto e em cada palavra que usava. Ela não forçava nada, não precisava disso. O seu poder de atração era de um magnetismo inexplicável.

- Eu preciso ir.

A observei por alguns segundos e notei que ela se mantinha calma. Tão calma que me deixava impaciente.

Confusa. Era como eu me sentia naquele momento. Extremamente confusa.

Ela abaixou a cabeça, colocou uma mecha de seus longos e sedosos cabelos castanhos atrás de sua orelha, me olhou outra vez e sorriu.

- Eu te levo até a porta.

A segui e parei atrás dela esperando que abrisse, mas antes de o fazer ela se virou para mim, me encarando daquela maneira que me incomodava.

- Que possamos nos encontrar novamente.

Ela disse e se aproximou, ultrapassando a distância segura que eu tentei manter dela por todo esse tempo. Sem reação, eu permaneci imóvel esperando o que viria a seguir, e o que veio, tenho que confessar, não foi exatamente o que eu esperava.

Senti os seus lábios tocarem o meu rosto suavemente para logo então se afastarem. Ela me olhou mais uma vez, com aquele mesmo sorriso encantador no rosto e então me permitiu sair.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Hoje eu vou dedicar esse capítulo à uma leitora muito querida que fez aniversário ontem e me pediu uma atualização.
Thais (@TBressanini)), espero que você goste! Feliz aniversário, meu bem! <3 

Espero que tenham gostado! 
Sobre as referências, me desculpem, mas eu não pude evitar a piadinha com os personagens super heróis >< Vocês já perceberam que eu gosto bastante, não é? Espero que todos tenham entendido, se não, tem mais capítulos aí pela frente para entenderem... rsrs 

E para quem assistia The 100, essa referência no final foi uma homenagem sim. 
"May we meet again." (Que possamos nos encontrar novamente). #LexaForever *----* 

Okay, agora eu paro rsrs 

Beijos e até mais! <3 <3 <3


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Comentários para 3 - A Cliente:
JeeOli
JeeOli

Em: 17/04/2018

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JeeOli
JeeOli

Em: 17/04/2018

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JeeOli
JeeOli

Em: 17/04/2018

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JeeOli
JeeOli

Em: 17/04/2018

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JeeOli
JeeOli

Em: 17/04/2018

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JeeOli
JeeOli

Em: 17/04/2018

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rhina
rhina

Em: 30/07/2016

 

Olá. 

Boa noite. 

Estava louca esperando a atualização. 

Fiquei muito interessada neste romance. 

Gracias. 

Beijos. 

Rhina. 


Resposta do autor:

Olá!

Que bom saber!

Muito obrigada! Espero que esteja gostando...

Beijo

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Jean Grey
Jean Grey

Em: 15/05/2016

Hei Lindinha, finalmente consegui ler... Sorry pela demora!!  Ate to meio perdida, vou reler os capítulos... Kkk

Bom, adorei as referências!! 👏😊💕

Bjoo 😘 

 

 

Ps.: ainda leio bocabertamente "noites com valentia"  haha 😉


Resposta do autor em 21/05/2016:

Oii!!

Ah, tudo bem. Não se preocupe com isso não rsrs

Que bom que gostou. Adoro esse universo também rsrs

Obrigada por acompanhar mais esse!

Beeijo <3


Resposta do autor em 21/05/2016:

Ah, Noites com Valentia? kkkkk 

Te entendo, às vezes faço essas coisas também >< Cérebro enganando a gente rsrs

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Anastacia
Anastacia

Em: 10/05/2016

Ei, Sweet!

 

"(...) tudo na vida é decisão. As escolhas que fazemos, os rumos que tomamos, tudo isso nos levará a caminhos. E o mais importante disso não é onde iremos chegar, mas sim como chegaremos. O destino para todos é o mesmo, isso que estamos vivendo agora é o caminho"

 

Se você já não tivesse me enredado o suficiente nos dois primeiros capítulos, essa fala cuidaria definitivamente disso, rsrs. Como sempre as relações familiares tendo um papel importante nos seus trabalhos. Gosto disso. 

 

E gosto mais ainda de perceber que mais uma história fascinante está por vir. Diálogos inteligentes, sutilizas, entrelinhas que falam mais que palavras escritas...Diana (a Batgirl com identidade secreta que carrega o nome de outra heroina), rsrs...Valentina...Sim, sem dúvidas, grandes expectativas!

 

Resta-nos esperar? Sim, esperaremos. 

Beijos e até breve.

Anastácia Salles.  

 

P.S. Já que estamos falando em super heróis, tenho que confessar que "nossa" Diana aqui já ganhou até contornos (para mim, pelo menos, rsrs)...como não pensar na fabulosa Gal Gadot...


Resposta do autor em 21/05/2016:

Oii!

rsrs Tenho que confessar que não fiquei muito satisfeita com essa parte do capítulo, achei que ficou um pouco confuso. Mas é muito bom saber agora que você conseguiu compreender a essência e que gostou. Obrigada!

Eu acredito que a família tem um papel muito, muito importante na vida das pessoas. Seja positiva ou negativamete. E gosto de explorar isso rsrs

Obrigada mais uma vez por expressar as suas impressões e opiniões, sempre tão detalhista... rsrs Muito obrigada.

Uma surpresa para mim: saber que você gosta e está por dentro do universo cinematográfico de super heróis... rsrs

Nesse conto eu deixo a cargo de cada um imaginar as personagens de acordo com suas impressões pessoais. Tenho que confessar (mais uma vez) que a Valentina e a Diana já tem rostos para mim, e que são pessoas reais rsrs Mas não vou dizer quem são para não estragar a imagem de cada um rsrs

E devo notar que é uma bela escolha a sua. Apesar de que eu tenho outra preferida para interpretar a Mulher Maravilha nas telonas, mas... rsrs

 

Beijo, Anastácia! <3

Responder

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JanBar
JanBar

Em: 01/05/2016

Sweet, fiquei arrasada com o maneira como terminou o episódio "May We Meet Again", do The 100. Clark e Lexa forever! Rarara... Gostei das referências à Batgirl e à Mulher Maravilha.  Tb amo HQs! Rarara...

Mas a Diana, com todas suas inseguranças e dúvidas, e a Valentina, com sua segurança, porte e leveza, estão fazendo meu coração bater mais acelerado de ansiedade e expectativa! Rarara...

Adoro seu jeito de escrever e contar histórias! Se possível, traga Diana e Valentina com mais frequência pra gente! ;-) Bjs, Jan 

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JanBar
JanBar

Em: 01/05/2016

Sweet, fiquei arrasada com o maneira como terminou o episódio "May We Meet Again", do The 100. Clark e Lexa forever! Rarara... Gostei das referências à Batgirl e à Mulher Maravilha.  Tb amo HQs! Rarara...

Mas a Diana, com todas suas inseguranças e dúvidas, e a Valentina, com sua segurança, porte e leveza, estão fazendo meu coração bater mais acelerado de ansiedade e expectativa! Rarara...

Adoro seu jeito de escrever e contar histórias! Se possível, traga Diana e Valentina com mais frequência pra gente! ;-) Bjs, Jan 


Resposta do autor em 21/05/2016:

Ai, eu sofro até hoje com isso :( mas fazer o que, né... 

Gostou? Ah, que bom! Eu também! Já deu pra perceber, né rsrs

Bom saber disso... 

Muito obrigada! Fico muito feliz!

Pode deixar que trarei sempre que possível rsrs

Beijo

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lia-andrade
lia-andrade

Em: 30/04/2016

Comecei a acompanhar a história agora e confesso que estou amando. Parabéns autora.

Beijos


Resposta do autor em 21/05/2016:

Que bom! Feliz por saber :)

Obrigadaa

Beijo

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Kynha87
Kynha87

Em: 29/04/2016

Senhorita Sweet, como a senhorita faz isso com meu pobre coração???

Primeiro Eve e Camila, que amo de paixão, agora Diana e Valentina, será que meu coração aguenta????

Brincando Sweet, amando e já apaixonada no 1 capitulo no 3 já não vejo sem ler o restante.

Exagero meu?

Drama mexicano?

Sou exagerada?

Sim para as 3 e outras perguntas, que culpa eu tenho se você escreve tão bem e nós envolve assim e nós deixa apaixonada?

Beijo e amei te ver por aqui.

Sou fã e isso não nego.

Ps: Cade Eve e Camila????? :( 


Resposta do autor em 21/05/2016:

Ops rsrs

Não faço por mal, juro rsrs

É bom saber disso, mais um incentivo para mim *-*

Eu fico muito feliz, de verdade!

Muito obrigada mesmo <3

 

Eve e Mila estão voltando... Calma só mais um pouquinho aí rsrs

Beijo

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Mille
Mille

Em: 29/04/2016

Ola baby S

Estou adorando a história e a amizade do pai e filha é encantador.

Diana ainda irá se render ao charme de Valentine.

Bjus e até o próximo.


Resposta do autor em 21/05/2016:

Olá!

Fico feliz por isso. Obrigada!

Será? Saberemos em breve... rsrs

Até! Beijo

Responder

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line7
line7

Em: 29/04/2016

Rrsss...ótima história querida autora, the100😍:rsss, estou vendo que a história  vai ser algo inefável surpreendente mas eu acho que exagerei..rsss😊😘até  mais.


Resposta do autor em 21/05/2016:

Muito obrigada!

Sim, The 100... rsrs

Eu espero que seja :)

Beijo

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Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 29/04/2016

Puxa vida, esta história está uma delícia! Apareça mais vezes Sweet. 


Resposta do autor em 21/05/2016:

Obrigadaa!

Apareci agorinha rsrs Espero que goste do quarto capitulo.

Beijo

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foxxy96
foxxy96

Em: 28/04/2016

Caraca, adorando essa história, sério, volte logo com um novo caítulo, pleaaaaase!

*o que me convenceu a comentar foi esse "May we meet again" *---------* Hahaha adorei a referência. Bjs. ;] 


Resposta do autor em 21/05/2016:

rsrs Voltei agora há pouco...

Ah, que bom que você gostou. Eu fico feliz que tenha se identificado rsrs 

"May we meet again" vai ficar gravado pra sempre agora, né... Tive que fazer minha homenagem rsrs

Obrigada e até mais!

Beijo

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Agatha__
Agatha__

Em: 28/04/2016

Finalmente você voltou! Confesso que ficava atualizando sempre o site p vê se tu tinha postado um novo capítulo. Seja bem-vinda novamente e não suma mais, por favor 


Resposta do autor em 21/05/2016:

Oi! Me desculpe pelo sumiço, estou passando por problemas técnicos... rsrs

Estou tentando ser breve, mas agradeço pela paciência, viu?!

Obrigada!

Beijo

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