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Palavras: 4003
Acessos: 4348   |  Postado em: 00/00/0000

Notas iniciais:

Música do capítulo: A letra A - Nando Reis. 

Capítulo 9 - Eu te amo

Pierre nos olhava numa animação contida. Enquanto isso pensei em várias maneiras de tirar Luiza dali. Esse domingo estava sendo eletrizante sem dúvidas. Começou com minha primeira briga com Luiza, ou melhor, briga dela comigo. E agora isso. Ele. Minha mente funcionava tão rápido que esqueci completamente de respirar. Luiza me lançava um olhar de lado super preocupado. Tentei sorrir enquanto soltava o ar e só saiu uma careta estranha. O que será que Pierre pensará da minha relação com Luiza? Pensei que eu nem sequer o conhecia o suficiente para saber o que achava de relacionamentos entre pessoas do mesmo sex*. Mas para alguém que se preocupa tanto com sua imagem, imaginei que as minhas probabilidades não eram boas. Não deve ter passado mais de 2 minutos enquanto eu me perdia em divagações. Ainda perdida em pensamentos o observei se aproximar de Luiza com a mão esticada. Meu cérebro não assimilou que aquilo era apenas uma forma de cumprimento bastante comum na sociedade ocidental. Luiza e eu nos levantamos juntas e sem pensar me coloquei na frente dela de maneira protetora. Pierre arqueou uma sobrancelha sem entender nada. Pensando rápido fingi que tinha levantado para comunicar Fátima de sua chegada, ele sorriu concordando. Me encaminhando para o corredor ouvi:

 

-- Olá, como vai? Pierre Bittencourt, pai da adorável mal educada que não nos apresentou. -- Disse sorrindo com a voz. Chegando ao corredor encontrei Fatima e voltei correndo.

 

-- Tudo bem e com o senhor? Maria Luiza, muito prazer.-- Escutamos-a cumprimenta-lo cordialmente. Voltei a sala e ele me viu.

 

-- Aí está ela! Agora pode dar um abraço no seu pai.-- E mais daqueles sorrisos odiosos. Com o estômago embrulhado pela sua presença desagradável caminhei até ele e abracei sua cintura. Ao acabar o abraço ele manteve o braço em meus ombros. E perguntou a Luiza: -- Maria Luiza de que? Onde mora? É como você e a Alice se conheceram?

 

Agora ele estava parecendo uma velha fofoqueira. Odiava essa mania imbecil de julgar quem as pessoas são pelo sobrenome. Fiquei indignada, mas Luiza me acalmou com um olhar.

 

-- Maria Luiza Vieira de Albuquerque. Moro em Botafogo. E nós somos da mesma turma e Alice me ajuda com a matéria. -- Luiza falou seu nome com tanto desinteresse que me apaixonei mais por ela.

 

-- Vieira de Albuquerque? -- Ficou sério. -- Filha de Fernanda Vieira de Albuquerque? -- Seus olhos brilharam ao falar o nome. Olhando rápido, pela primeira vez em 17 anos, ele me pareceu humano.

 

-- E de Leonardo Albuquerque. Conhece minha mãe? -- Luiza perguntou desconfiada.

 

-- Pode-se dizer que conheço. -- E riu como se existisse uma piada que só ele conhecesse. -- Ora, mas que mundo minúsculo é esse? -- Disse pra si mesmo.

 

Maria Luiza disse que precisava ir e meu querido pai, muito solícito, disse que a levaria. Ela tentou se livrar da carona, mas não conseguiu. Muito pelo contrário ao ligar para a mãe e avisar que estava indo, a mesma se animou tanto quanto Pierre. Ela pediu para Luiza ligar o viva-voz e nos intimou a ir para um café. Disse que precisávamos nos conhecer e celebrar as coincidências maravilhosas da vida. Luiza foi juntar suas coisas e eu já a segui, mas um feliz Pierre me disse:

 

-- Quem diria hein, Alice? Você unindo o que separou há anos atrás! -- Minha cabeça deve ter se transformado numa interrogação gigante. Ele completou -- Deixa pra lá, e vê se esconde essas marcas no pescoço. O que Fernanda pensará de você? Francamente, Alice! -- Quase corri pro quarto.

 

 

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

 

 

Chegamos a casa de Luiza em silêncio como foi todo o caminho até lá. Escondi as marcas com maquiagem e deixei o cabelo solto para frente. Era um condomínio de casas bem localizado. Após entrarmos e parar o carro fomos até a casa de Luiza. Pierre passava a mãos no terno toda hora, Luiza parecia tranquila e eu estava inerte. Só balançava a cabeça quando me perguntavam algo. Fernanda nos esperava na sala com uma bebida qualquer na mão. Parecia whisky, mas o copo escuro não me deixava ter certeza. Luiza com uma desculpa, me arrastou para seu quarto. Os dois nem se importaram com nossa ausência.

 

Subimos a escada e entramos na primeira porta a direita. Luiza me agarrou e nos jogamos na cama. Corri os olhos por seu quarto enquanto relaxava e respirava depois de séculos. As palavras de Pierre não saíam de minha mente. O que eu tinha separado? Ele e a mãe de Luiza? Mas como? Essas perguntas pairavam em minha mente.

 

-- Por que tem tanto medo dele? -- Luiza perguntou me olhando. Eu sabia que me olhava mesmo com os olhos grudados na estante de livros e cd's. Seu olhar sempre queimava de leve minha pele.

 

-- Quem disse que tenho medo de Pierre? -- Perguntei sem olhar pra ela.

 

-- Alice, você mal respira perto dele. Dá pra notar seu desconforto. -- Fiz uma careta. Era tolice negar.

 

-- Só fico confortável com você, Malu. -- Pisquei para ela, mas nem sorrir eu consegui. -- Um dia te explicarei tudo. Só preciso entender antes. -- Ela ficou pensativa.

 

Achamos melhor descer de uma vez e encarar as feras. Eles se olhavam e conversavam baixo, o clima parecia tenso. Fernanda estava sentada com as pernas cruzadas e com seu copo na mão. Pierre tinha um copo de água a sua frente, seu corpo estava todo voltado para o dela parecendo suplicar algo mesmo sem palavras. A mãe de Luiza agora olhava para o copo, com ar triste. Quando Pierre ia tocar sua mão, nossa presença foi anunciada por um comentário pouco gentil da parte de Maria Luiza.

 

-- Não é um pouco cedo pra já estar agarrada com seu companheiro inseparável, Fernanda? -- Perguntou como se não temesse nenhuma represália. Meu pai se arrumou no sofá, perturbado.

 

-- Pode ao menos deixar para ser desagradável depois que as visitas forem embora, minha filha? Sua depreciação diária a minha figura pode esperar não é mesmo? -- Fernanda rebateu bebendo tranquila. Luiza revirou os olhos e se sentou. -- Olá, Alice. Como está? Sente-se, por favor. -- Falou me olhando de lado, com interesse genuíno. Me senti um quadro de galeria. Para não dizer um animal de zoológico. Sentei entre ela e Luiza onde deu um tapinha no sofá.

 

-- Tudo bem, Dona Fernanda e a senhora? -- Respondi formal sentindo o olhar de Pierre grudado em mim.

 

 

-- Tudo bem, mas me chame de Fernanda não sou velha como o seu pai. Na verdade sou mais velha que ele, mas ninguém diz, né? -- E sorriu carinhosa olhando-o. -- Como você ficou linda! Esses olhos são a coisa mais intrigante que já vi, os colocaria naquela parede ali. No lugar do quadro. -- Ela leu meus pensamentos? Apontou para a parede em frente.

 

Na parede tinha um quadro impressionista que devia valer mais que aquela casa. Seu traço era borrado, mostrava uma paisagem de um rio, pessoas em pé na beira e um navio soltando fumaça lá atrás. As cores estavam definidas apesar do efeito .Um dos quadros mais bonitos que já vi.

 

-- Duvido que meus olhos valham esse impressionista. Não consigo reconhecer o artista, mas esse traço não é pra qualquer. É lindo. -- Nao me toquei que estava falando alto.

 

-- Adoro impressionismo. Minha escola preferida. Acho que temos o amor pela arte em comum. -- Ela respondeu satisfeita. Pierre não escondeu a alegria em ver que eu a tinha impressionado.

 

-- Infelizmente, tenho que voltar ao hotel. -- Ele disse pesaroso. -- Precisamos marcar um jantar, Fernanda. Agora que as meninas são amigas vai...

 

-- Elas não são só amigas, meu caro. Mesmo se eu não soubesse as preferências de minha filha, Maria Luiza olha para Alice como se pudesse morrer por ela nesse instante. Estão apaixonadas. -- Ela disse como quem informa as horas. Luiza me olhou preocupada. Eu e Pierre pareciamos ter ensaiado pois nossos queixos cairam na mesma hora. Ele se recuperou mais rápido. Já comigo foi diferente, o medo de perder Luiza me imobilizou.

 

-- Isso é verdade, Alice? -- Ele me perguntou sério. Mas não estava amedrontador como diariamente. Eu não sabia o que dizer, mas não quis mentir. Não quis esconder Luiza dele nem de ninguém eu estava apaixonada. Ele não tinha nada com isso.

 

 

-- É.

 

 

-- Você continua me surpreendendo. --Respondeu simplesmente. -- Então mais um motivo para marcamos um jantar. Até logo. -- Disse beijando a mão de Fernanda. -- Vamos, Alice!

 

 

-- Na verdade, Pierre, você podia deixá-la aqui. Eu tomo conta e daqui a pouco Maria Luiza a deixa em casa. -- Fernanda solicitou com um olhar penalizado. -- Quero conhecer mais a Alice. Você faria isso por mim?

 

 

-- Ora claro, assim é até melhor, vou logo para o hotel. Nada de ir muito tarde, Alice! Aula amanhã. -- Advertiu e se foi.

 

 

-- Qual a necessidade de fazer isso, mãe? -- Luiza perguntou após a saída de Pierre.

 

 

-- Isso teria que acontecer, não é? Melhor que fosse aqui com o meu intermédio. Não tenho nenhum plano maquiavélico, Maria! -- Revirou os olhos e me sorriu. -- Você está bem?

 

 

-- Como o conheceu? -- Ignorei sua pergunta. Fernanda encheu o copo novamente e aí se sentou novamente pois havia se levantado para se despedir de Pierre.

 

 

-- Nos conhecemos desde sempre, minha querida. Nossas famílias eram amigas. Meu pai era advogado do seu avô. Seu pai desde muito pequeno era apaixonado por mim. Na adolescência foi se intensificando. Confesso que até flertei com ele, mas aí entrei na faculdade e ele era só um meninote magrinho de lindos olhos verdes, isso não é o suficiente para uma mulher como eu. Lá no fundão conheci o Léo, pai dos meninos. Quando meu pai começou a apostar nosso dinheiro e perder grandes somas, surpreendentemente engravidei do Guilherme não é uma coincidência realmente maravilhosa? E aí nos casamos e logo depois... Ora não faça essa cara, Maria Luiza! Sente-se ao meu lado, Alice. -- Luiza parecia chocada pela naturalidade com que ela contava o golpe da barriga. -- Eu gosto de dinheiro, Alice. Gosto muito. Não tenho problema com isso, mas minha filha tem. Enfim, quando menos esperava veio a Maria. Eu realmente me encantei por Leonardo, mas aí reencontrei seu pai. Na faculdade de turismo já um homem, apesar de ainda jovem já se preparando pra substituir seu avô. E ele ainda me olhava da mesma forma, essa que me olhou hoje. Você viu. É de balançar até o coração mais frio.- -- Mexeu o copo e os gelos fizeram barulho. -- Me apaixonei por ele num jantar de amigos em comum, lembro o minuto e o segundo exato. Ele me olhou daquele jeito e veio um estalo que só olham assim pra gente uma vez na vida. Destranquei a faculdade e passei a encontrá-lo la. Ele um calouro e eu veterana. Passamos várias tardes juntos por dois meses. Eu cheguei a realmente cogitar largar meu casamento falido para ficar com seu pai. Mas aí a empregada estava grávida. E meu mundo desmoronou. Eu tinha dois filhos pequenos, uma ainda era bebê, muita gente iria me virar o rosto se eu os largo para assumir uma relação com ele é agora ainda tinha essa. Como vocês dizem hoje em dia, não deu, sabe? Terminei tudo e fiquei onde estava mesmo infeliz. E agora vocês nos unem novamente quem poderia prever? -- Se levantou suspirando, não pude deixar de notar que estava meio tonta. -- Vou subir, boa noite pra vocês e não durmam tade. Foi um prazer, Alice. -- Subiu as escadas devagar e parou no meio dela perguntando sem se virar.

 

-- Ele é um bom pai? 

 

-- Não. Não é. -- Respondi sincera. Ela assentiu muitas vezes.

 

-- Nunca achei que seria. -- Sumiu no segundo andar.

 

-- Agora entendi porquê ele me odeia. -- A essa altura nem me lembrava da presença de Luiza no cômodo. Por isso me assustei quando respondeu:

 

-- Posso dizer o mesmo em relação a ela. -- Ela falou baixinho e me abraçou. -- Vamos, você precisa dar uma volta.

 

Fomos até o quarto dela para procurar a chave do carro. Convenci a preparar a mochila com roupas e o material da escola assim dormia lá em casa e íamos juntas para escola de manhã. Ela pegou o violão e descemos. Ela pegou as chaves do carro de Fernanda pois nao achamos as suas e nem sabíamos do paradeiro de Guilherme. Luiza disse que me levaria a um lugar para espairecer. Eu não falei nada durante o caminho inteiro. Chegamos depois de um tempo ao Arpoador. Sentir o vento no rosto já fez que um pouco de vida começasse a se manifestar dentro de mim. Caminhamos de mãos dadas e peguei uma canga que trouxemos na mochila dela e nos sentamos. Luiza estava com o violão e eu sentada abraçando as pernas. As lágrimas desciam e eu não sabia porque, essa overdose de emoções do fim de semana me deixou vulnerável. Pedi tão baixinho que achei que ela não ouviria.

 

-- Canta pra mim. -- Não olhei para ela porque não queria que me visse chorando. Limpei as lágrimas disfarçadamente e a olhei sorrindo. Deve ter sido um sorriso triste, ela fez um carinho no meu rosto. Comecou a cantar olhando em meus olhos.

 

A letra A do seu nome
Abre essa porta e entra
Na mesma casa onde eu moro
Na mesa que me alimenta

A telha esquenta e cobre
Quando de noite ela deita
A gente pensa que escolhe
Se a gente não sabe inventa

A gente só não inventa a dor
A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor

A abelha nasce e morre
E a cera que ela engendra
Acende a luz quando escorre
Da vela que me orienta

Apenas os automóveis
Centenas se movem e ventam
Certeza é o chão de um imóvel
Prefiro as pernas que me movimentam

A gente movimenta o amor
A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor

 

 

 

 

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

 

 

E enfrentando o mal passamos os meses. Os males, é melhor dizer. Luiza teve mais alguns surtos daqueles. No mais grave ela quebrou meu computador quando o jogou com força na parede quando me viu conversando com Matheus por e-mail, novamente me pegou pelo braço. Depois o ritual se seguia. O choro, as desculpas e o meu consolo. Ela não me falava a causa desse trauma. Essas situações não me faziam esquecer de todo o bem que ela me fazia. Eu estava me abrindo e me preparando para contar sobre a minha mãe. Pierre e Fernanda mantinham contato frequente, mas ela resistia as investidas dele. Não sei porque, mas ela parecia gostar de mim. Conversávamos semanalmente e quase sempre sobre arte. Luiza comentou que ela até bebia menos nos dias em que me via. Ela tinha se tornado alcoólatra. No entanto, essas crises de Luiza me faziam ter algumas recaídas. Nunca lidei bem com emoções e essas crises despertavam todas elas de uma vez. Matheus se tornou um amigo, mesmo que tivesse que vê-lo ou falar com ele escondido. Ele não gostava muito de me fornecer drogas, mas quando eu insistia cedia rapidamente. Luiza já me ligou querendo me encontrar quando eu estava chapada umas poucas vezes e desconfiou, mas despistei e disse que precisava ficar sozinha. Na maioria dos dias, estávamos bem ou tentando ficar.

 

 

Novembro começou e meu aniversário estava chegando e passaria no bar onde Luiza iria tocar. Ela tinha entrado de vez para a banda. Chamei Eduarda e chamaria Matheus, mas já estava cansada das crises de Luiza e eu odeio cenas então não o chamei. A comemoração seria no sábado, mas meu aniversário cairia numa quarta feira, a primeira do mês.

 

 

Na terça-feira anterior Luiza dormiu comigo e meia-noite me deu o parabéns mais lindo do mundo. Beijou todo meu rosto, me fazendo sorrir. Me deu uma cartolina onde desenhou uma linha do tempo do nosso relacionamento com vários fatos engraçados. Um um player de música com ela cantando várias das minhas músicas preferidas e um anel lindo que ela disse representar o nosso amor. Ela me entregou um presente cada vez parecendo super tímida. No último quando ia colocar o anel no meu dedo, eu ainda ria da colagem na parte que reconheci a bêbada patética, ela me disse:

 

 

-- Você me deixa meio idiota. -- Eu a olhei e perguntei divertida.

 

 

 

-- Não é de nascença, meu bem? -- Ela gargalhou, mas depois ficou séria.

 

-- Estou me preparando para dizer algo que sei que vai nos destruir, Alice. -- Ela não poderia estar querendo terminar comigo no dia do meu aniversário, né? Depois de todos esses presentes? -- Não, não pensa besteira. Não é nada disso. -- Isso agora era normal. Luiza ler meus pensamentos.

 

 

-- O que é então? -- Meu coração desacelerou, mas só um pouco.

 

 

-- É... eu sei que tenho errado repetidas vezes e que ajo como psicopata às vezes... -- Sorriu de lado, mas os olhos estava sérios. -- Não sei porque você me atura, mas é que... A última vez que disse isso às coisas não poderiam ter saído mais errado.

 

 

-- Ei, amor, acho que já sabe que pode confiar em mim, né? -- Ela assentiu. Peguei em suas mãos e estavam suadas.

 

 

-- Eu te amo. -- Luiza falou como se tirasse uma mochila muito pesada das costas e jogasse no chão. Quase pude vê-la esticando as costas e balançando os ombros. Segurei seu queixo fazendo-a desgrudar os olhos do chão e me olhar.

 

 

-- Você quase me mata do coração pra me dizer algo que já estou cansada de saber? -- Ela apertou os olhos -- Claro que você me ama.

 

 

-- Você é convencida assim mesmo ou é só comigo? -- Ela perguntou já relaxada com ar de riso.

 

 

-- Não é convencimento, é certeza. Eu sou sua e você é minha. Nunca tive tanta certeza de algo como eu tenho disso. Não importa o que aconteça daqui para frente, não importa o quanto vamos nos magoar ou o que vamos quebrar pelo caminho. Podemos foder com tudo, mas isso não vai mudar. Nós nos pertencemos.

 

 

 

Luiza me beijou com tanto amor que o meu coração quase parou depois fizemos amor até a exaustão.

 

 

 

 

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

 

 

 

 

 

Acordei por volta de meio-dia e Luiza já não estava ao meu lado. Lembrei que almoçaria com ela, Fernanda e Pierre hoje. Levantei devagar e abri a porta do quarto. Saí dando um nó em meu cabelo bagunçado e fui andando até encontrar alguém em casa. Encontrei Luiza como sempre na cozinha com Fátima, as duas eram inseparáveis a essa altura. Luiza comia cereal enquanto Fátima praguejava e arrumava a cozinha. Ela estava irritada porque viria um bufê nos servir o almoço e cismou que iriam bagunçar toda a cozinha. Beijei o ombro da minha namorada e ela me sorriu estranho com a boca cheia de leite e cereal. Gargalhei com a cena e Fátima notando minha presença me deu um abraço e parabéns. Ela então disse que buscaria meu presente. Voltou com uma caixinha na mão.

 

 

-- Fátima, você não deveria ter gasto dinheiro comigo. -- Retruquei fazendo cara de brava. Era o que eu dizia todos os anos.

 

 

-- Não gastei, Licinha. Só guardei durante muitos anos. -- Me entregou e eu abri. Era um colar de ouro bem fininho com uma letra A de pingente. Lindo muito delicado. -- Sua mãe comprou pra você antes de falecer. Ela estava guardando para te entregar.  -- Sorri e pedi para Luiza colocar o cordão em mim. Depois abracei Fátima de novo.

 

 

-- Obrigada, Fá.

 

 

Fui tomar banho e me arrumar para receber o casal 20. Me arrumei e Luiza também. Coloquei um vestido longo verde claro, uma sandália baixa e prendi o cabelo em um coque. Fiz uma maquiagem caprichada mas com um ar natural. Não usei jóias, além do anel que Luiza me deu e o colar da minha mãe.

 

 

-- Uau -- Luiza comentou ao sair do banheiro.

 

 

-- Uau pra você também. -- Pisquei. Ela estava com uma blusão social com a parte da frente presa no short jeans. O cabelo com ar desgranhado como sempre. Luiza parecia estar indo ou voltando da praia quase sempre e eu adorava isso. Principalmente pelo fato de sermos cariocas que não gostavam de praia.

 

 

 Já estavámos prontas quando eles chegavam. Ambos me deram os parabéns e me abraçaram. O de Fernanda pareceu sincero, agora o de Pierre nem preciso comentar, né? Almoçamos enquanto eles conversavam amenidades, eu permaneci calada como em todos os encontros que ele estava. Fernanda elogiou meu vestido e perguntou a Pierre onde estava o whisky. Ela começou a beber logo depois do almoço e impedi com apenas um olhar que Luiza fizesse algum comentário sobre isso. Sabia que Pierre estava ali só por causa dela, nunca passou nenhum aniversário comigo. Não entendi porque fazer isso nos meus 18 anos. Nos sentamos na sala e Fernanda comentou:

 

 

-- Seu pai quer te dar seu presente, Alice. -- Me virei para ele e esperei sem dizer nada.

 

 

-- Ah sim, está aqui. -- Tirou um envelope do bolso e me entregou. Era um vale presente de uma concessionária. -- Você está inscrita na auto-escola aqui perto. As aulas começam segunda.

 

 

-- Obrigada, Pierre. Foi muito atencioso da sua parte. -- Respondi simplesmente. Será legal ter um carro, mas nada demais. Só andava de táxi ou com Luiza mesmo.

 

-- Agora o meu. -- Me entregou uma caixa grande. Tinha um vestido de uma grife francesa. Era preto com detalhes prata. Lindissímo. -- Gostou?

 

 

-- É lindo, Fernanda. Muito obrigada. -- Dei um abraço.

 

 

Eles saíram e logo depois Luíza foi para o ensaio da banda. Fiquei sozinha ouvindo música e Eduarda me ligou dando os parabéns, meu avô, uns amigos de Pierre também ligaram e por fim Guilherme ligou pedindo desculpas por não ter ido ao almoço. Já estava quase pegando no sono quando Fátima me disse que eu tinha visita. Matheus estava na minha sala com um sorriso debochado.

 

 

-- E aí, pirralha? Só vim te dar os parabéns, prometo não demorar. -- Ele disse já justificando sua presença, talvez com medo de Luiza está ali.

 

 

-- Tudo bem, Math. Você lembrou... -- Sorri pra ele, meio culpada por não fazer ideia de quando é seu aniversário. Me aproximei e ele me abraçou de um jeito carinhoso. Como se tivesse medo de me quebrar.

 

 

-- Quero que você seja feliz, Al. -- Ele disse no meu ouvido. Se afastou me entregou um livro de presente.

 

 

-- Obrigada, Math, estou sendo. -- Quando desembalei vi que era um livro de auto-ajuda sobre drogas. -- MATHEUS!-- Ele já corria e o livro que joguei bateu na porta que ele fechou ao sair.

 

 

 

Enquanto eu ria da brincadeira dele, Luiza voltou do ensaio e o viu sair do prédio quando estacionava o carro. 

Fim do capítulo


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