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O dia por thays_

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Palavras: 3479
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Capítulo 14 - Encontros e Despedidas

 

 

- Você acha que eles podem voltar? - Azizah conversava com Mel, apoiadas nas grades do portão da casa. Já se passava das seis da tarde e o sol se punha no horizonte. Havia uma aura melancólica pairando sobre as duas.

            - Eu não sei. Só sei que não queriam que fôssemos atrás deles. Não teria outro motivo por terem estourado os pneus do Palio e do Audi.

- Não da pra acreditar que eles foram cruéis a esse ponto. – Azizah brincou. – Só porque queria ele pra mim.

- Sua cara foi a melhor quando eu apareci na garagem.

- Fiquei muito desconfiada.

- Já Carol foi toda centrada.

- É, ela é assim. – Azizah deu um sorriso tímido, lembrando-se de algumas horas atrás, perdida em seus próprios pensamentos. Deixaram o silêncio reinar, olhando as redondezas. Nenhum sinal de zumbis por perto. Será que algum dia eles seriam extintos por completo?

            - Vocês meio que se acertaram, não? Você ta com um olhar de quem transou a noite toda...

            Azizah ficou em um misto de surpresa e vergonha.

- É tão visível assim...?

Melissa piscou.

- Só joguei verde e você acabou de se entregar.

A tatuada riu de maneira tímida. A loira se virou, apoiando as costas no portão, encarando-a seriamente.

- Carol veio falar comigo. Se não queríamos ir com vocês.

Fez uma pausa.

- Ela me contou. - Azizah respondeu, cabisbaixa, já sabendo a resposta negativa de Melissa. Não queria precisar se despedir.

- Eu disse pra ela, pra vocês ficarem com a gente. A casa é enorme. Além do fato de que não iriam ficar sobrecarregadas quando a criança de vocês nascesse.

Azizah sentiu um arrepio percorrer seu corpo todo. Criança de vocês.

            - Você ta apavorada, né. Da pra ver nos seus olhos.

- Não é isso, é só que é muita coisa pra eu assimilar ao mesmo tempo. Ta tudo acontecendo muito rápido...

- Invariavelmente você vai ajudá-la a cuidar do bebê. É algo que vem naturalmente, sabe? Não é algo que precisa ser dito, é algo sentido. E você conhece aquele ditado, sobre mãe e pai serem quem cuida e não...

Azizah a interrompeu, não conseguindo nem completar aquele raciocínio.

- Já entendi.

- Você nunca pensou em ter um filho?

- Não, mas quando penso em Carol... No bebê... - disse baixo, olhando para o chão, era muito difícil assumir isso. Meu coração se aquece. Pensou. - É muito novo isso. Eu não quero ser prepotente, não quero entrar nessa posição como se tivesse roubando o lugar de outra pessoa.

- Roubando o lugar de quem, meu bem? Do marido morto?

            - Ela não me fala isso, mas eu acho que no fundo ela ainda deve ter esperanças que ele volte. Por isso quer tanto voltar pra lá, sabe?

            Melissa ficou pensativa, enfiando a mão nos bolsos de seu jeans rasgado.

- Só se voltar como uma dessas coisas. Acho improvável que ele esteja vivo. - Disse séria. – E ela precisa de você. Cuidar de um bebê é algo muito desgastante, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Eu vejo pela minha mãezinha, dona Alzira, que Deus a tenha em bom lugar. Ela sofreu muito pra tomar conta sozinha de mim e de minhas duas irmãs.

As lembranças vieram como uma tempestade se aproximando. Foi impossível não lembrar-se de sua mãe e de seu irmão. Balançou a cabeça tentando afastar aquela nuvem negra que pairava em sua cabeça.

- Está tudo bem? – Melissa perguntou, vendo o olhar perdido da outra.

- Está sim. – Ensaiou um sorriso não muito convincente, mas a loira não insistiu.

 - Não pense muito nisso. – Desencostou-se do portão. Apontou com a cabeça a casa e iniciaram a caminhada para entrar. – O que tiver que ser, vai ser.

- Vou sentir sua falta, Mel.

A loira colocou a mão em seu ombro, caminhando ao seu lado.

- Eu também, meu bem. Eu também.

 

****

 

Com um aperto no peito, Azizah despediu-se de Melissa e Rafael, vendo o reflexo do casal pelo retrovisor, enquanto acenavam. O carro foi se afastando cada vez mais da casa, até virarem a esquina e perdê-los de seu campo de visão.

Algo dentro dela dizia que talvez nunca mais fossem se encontrar.

- Não pense que não estou triste por partir. – Carol disse encolhida no banco do passageiro. Estava se sentindo indisposta naquela manhã, mas não queria adiar a retirada.

- Não faz sentido estarmos indo sem eles, você sabe o que penso sobre isso.

- Sim e nós já conversamos sobre. Eles tem a casa deles, nós temos a nossa.

Nossa.

Azizah buscou aqueles olhos castanhos, descendo até seus lábios, que se esticaram em um sorriso terno.

- Eles vão ficar bem, A., não se preocupe.

- Não tem como não me preocupar.

- Deixa eu fazer você relaxar então... – Tocou sua coxa, fazendo-a se arrepiar, lembrando-se da noite anterior, que tinha sido ainda melhor que a primeira vez. Carol tirou o cinto, indo pra cima de Azizah que a impediu.

- Senta direito. Coloca esse cinto. – Mandou preocupada.

            - Ta com medo de levar multa? – Ironizou, mas obedeceu.

            - Nem vou te responder, Caroline.

            Pegaram a rodovia, fazendo sentido contrário. Logo no início viram um grupo de zumbis aglomerados no chão. Azizah diminuiu a velocidade, eles estavam entretidos com um corpo. Será que estavam ali há muito tempo? Será que a pessoa tentou escapar e não conseguiu?

            Um deles, que costumava ser um homem, virou-se para o barulho do carro, tinha o rosto tomado de sangue e um pedaço de carne morta em suas mãos. Continuou a mastigar, lentamente, grunhindo e tornou a se entreter com a comida. Azizah acelerou, afastando-se.

            Já estavam rodando em uma velocidade boa, Carol estava sonolenta no banco do passageiro. Disse, com a voz pastosa:

- Quando eu era pequena eu gostava de olhar o céu e imaginar como seria meu futuro. De todas as possibilidades, essa nunca se quer passou pela minha cabeça.

- O que você acha que aconteceu? Que deu origem a isso tudo?

- Eu não sei. Eu comecei a ouvir as notícias que a infeccção tinha chegado na América do Norte, a Europa já estava dizimida. Dentro de pouco foi pro sul, chegou no Brasil e aí instaurou-se o caos.

- Eu fugi da capital, antes que tivesse sido totalmente tomada. Fiquei andando sozinha e sem rumo, indo atrás de comida, passando de casa em casa... Dormi na rua várias vezes e uma vez até dentro do porta malas de um carro, esperando um bando de afastar. – Fez uma pausa -  Eu não sei o que me deu, senti que precisava voltar pra minha casa, ver como minha mãe estava, se ela ainda estava viva... - Sua voz começou a falhar, ela limpou a garganta, recompondo-se. - O resto você já sabe.

- Marco não queria sair de lá, ele sempre foi muito apegado a coisas materiais, a casa dele, ao carro dele. Ele aumentou a segurança, implantando mais grades. Alguns vizinhos nossos tentaram escapar quando o primeiro bando apareceu, mas aos poucos todos foram morrendo e só nós que sobramos. Ele estava muito estranho naqueles últimos dias, acho que foi perdendo o juízo conforme os dias foram passando, sabe? Mas acho que termos ficado lá foi importante pra nossa sobrevivência. Ter um lugar fixo, sabe? Principalmente pelo...

De repente ouviram um barulho alto, a traseira do carro deslizou para um lado, Azizah tentou frear, mas o carro não mais a obedecia, a lateral bateu no guard rail e o veículo foi arrastado por alguns metros até parar totalmente.

- Puta merd*! – Carol gritou. – A., você ta bem? – Perguntou preocupada.

- Estou e você? – Azizah fazia uma cara de dor, o cinto tinha machucado sua pele e imediatamente viu o vergão vermelho.

- Estou.

Carol abriu a porta e saiu do carro, Azizah saiu pelo lado direito, estando o carro colado na mureta metálica. Deram a volta. O pneu traseiro tinha estourado. A tatuada chutou a lataria, preguejando. Levou as mãos à cabeça.

- Calma, é só trocar o pneu. – Carol tentou tranquilizá-la. – Ele só danificou a lataria, ainda podemos prosseguir com ele.

Abriram o porta malas e tiraram o estepe. No entanto, não havia nenhum macaco, nem nenhuma outra ferramenta. As duas emurcheceram ao mesmo tempo. Carol quem xingou dessa vez. Olhou em volta. Não havia nenhum outro veículo por perto.

- O último carro que vi estava há uns vinte minutos atrás de nós, mas estavamos rodando há mais de cem. Chegaríamos amanhã até ele, se é que íamos chegar.

- Não dá pra continuarmos andando com ele assim até encontrarmos outro? - Carol perguntou.

- Não, a roda vai sair, fora que o carro não obedece.

- Vamos seguir em frente. – Carol sugeriu. – É nossa única opção. Não tem como a gente voltar. Se não me engano deve ter um restaurante há uns 5km daqui, talvez tenha algum carro parado por lá.

 Carol pegou a garrafa de água e começaram a caminhada em frente, levando suas armas consigo. Era quase dez da manhã e o sol já estava forte em cima das duas. Caminharam cerca de vinte minutos imersas em seus pensamentos, temerosas e  desesperançosas demais para dizer alguma coisa, até Azizah romper o silêncio.

- Quais eram suas outras opções?

- Do que está falando? – Perguntou mal humorada.

- Disse que imaginava seu futuro quando criança.

- Ahh... Eu queria ser veterinária quando pequena, depois desisti, queria ser médica, mas era impossível passar em uma faculdade pública e não tinha dinheiro pra pagar uma particular também. Fui pra enfermagem pra tentar me enquadrar de alguma forma nisso, só sei que queria cuidar das pessoas de alguma forma.

O suor escorria pelo rosto de Azizah, que usava uma camiseta preta a qual já tinha dobrado as mangas improvisando uma regata.

- Eu ia começar a faculdade, mas não deu tempo.

- Quem sabe se algum dia o mundo voltar a ser mundo... - Carol lhe deu um sorriso triste. Azizah olhou para a barriga da outra, pensando em que tipo de mundo a criança nasceria.

Continuaram caminhando.

- To quase tirando a roupa. - Azizah disse, levantando a camiseta na altura dos seios, refrescando-se.

- Tira. - Carol sorriu de canto de boca. – Só tem eu pra te ver.

- Eu to sem sutiã.

- Melhor ainda.

- Besta. – Azizah sorriu. - Não da mais pra colocar, a alça passa bem em cima do meu machucado.

- Como ele está?

- Um pouco melhor.

- Eu já quis ir pro exército, sabia? - Carol dizia. Abriu a garrafa d'Água e tomou um gole generoso, estendeu-a para Azizah que também o fez.

- Pra ser enfermeira?

- Não, eu queria ser combatente, mas eles não aceitam mulheres.

- Isso porque eles não conheceram a gente. 

Continuaram a caminhada até avistarem o restaurante abandonado o qual Caroline tinha falado. Quase tiveram um colapso, pois felizmente havia um Celta vermelho estacionado na frente. Foram até lá, rezando para que tivesse um macaco, mais perfeito ainda se funcionasse para que elas pudessem voltar com um automóvel. Não aguentariam mais uma hora de caminhada.

As janelas estavam abertas e o estofado úmido fedia a cachorro molhado pela chuva dos últimos dias. Azizah ajoelhou-se e deu partida, o carro trepidou, mas não ligou, tentou novamente e o motor começou a soar perfeitamente. No entanto, havia apenas um quarto do tanque, logo precisariam trocar o pneu do Peugeot de qualquer maneira. Carol sentou-se em uma sombra, próxima à entrada do estabelecimento com a mão na cabeça, tomou mais um gole de água, sentindo-se zonza pelo calor. Azizah abriu o porta-malas e lá estava o macaco, agradeceu mentalmente a última pessoa que conduzia o carro, principalmente pela caixa de ferramentas.

Fechou a tampa, rodando a chave no indicador, com um sorriso de orelha a orelha, até ver os lábios brancos de Carol e perceber que algo estava errado. Ajoelhou-se, tocando seu rosto.

- Você está bem?

- Acho que minha pressão abaixou.

- Eu vou encontrar algo pra você comer. – Levantou-se e limpou o vidro sujo da porta do local, a procura de algum morto. - Ao menos sal deve ter pra você colocar de baixo da língua.

- É melhor não, o local é grande, não podemos nos arriscar a toa. - Carol se levantou com dificuldade. - Vamos embora.

Mas Azizah já tinha aberto a porta e entrava com a arma em mãos. Era um local amplo, cheio de mesas de madeira por todos os cantos, típico desses restaurantes de beira de estrada, mas com um toque caseiro.

Carol foi atrás dela, contrariada. Sacou a arma, olhando atenta para cada canto. Aparentemente estava tudo limpo. Caminharam de uma ponta à outra, até chegarem aos caixas. Havia uma daquelas máquinas de autoatendimento, cheias de guloseimas.

- Nossa, até me esqueci do sabor de m&m's. - Carol disse nostálgica. No mesmo segundo, Azizah quebrou o vidro da máquina com o cabo da pistola, espatifando os estilhaços por todos os lados.

Ouviram um grunhido vindo de trás do balcão de pães e uma zumbi toda vestida de branco surgiu. Ela era muito magra, realmente parecia uma caveira, o cabelo escuro estava enrolado em um coque todo torto e bagunçado. Seus dedos eram compridos e esqueléticos. Ela ficou presa na bancada, esticando os braços tentando alcançá-las.

Atrás dela veio outro zumbi, um homem gordo, fétido, com os olhos grandes e esbugalhados que pareciam que iam saltar de sua face. Este também ficou preso no mesmo local. Azizah foi até os dois. Tirou uma faca de seu coldre e a enfiou na testa do zumbi. Carol fez o mesmo com a mulher cadavérica ao seu lado.

A tatuada pulou a bancada.

- Aonde pensa que vai? Você é louca?

- Eu vou até a cozinha.

- Não faz isso, A!. - Carol ficou desesperada.

Bufou.

Azizah abriu a porta da cozinha com a arma em mãos, veio um zumbi com um avental branco para cima dela de uma só vez. Ela o chutou, fazendo-o se afastar e pegou uma daquelas facas de açougueiros na mesa, com um movimento rápido acertou a garganta da coisa. Carol apareceu atrás dela segundos depois. Estava irritadíssima, seus olhos a fuzilavam. Segurou forte em seu braço, marcando os dedos em sua pele branca.

- Você tá surda ou o que?! - Estava furiosa. - Você é louca por se enfiar aqui dentro desse jeito? Tinha um só, mas e se fossem mais? O que ia fazer? Todos eles viriam atrás de você e depois viriam atrás de mim. - Estava quase chorando de tanta raiva. Deu um soco em seu braço. - Você não pode se arriscar desse jeito. Qual seu problema?

- Hei, se acalma. Está tudo bem... - Azizah tentou abraçá-la.

- Não. - Carol impediu. – Me deixa.

As duas caminharam para fora da cozinha, voltando pelo balcão, passando por cima dos corpos dos mortos. Carol enfiou a mão na máquina de conveniência, pegando um pacote de Ruffles, M&m's e Coca-Cola. Ela se sentou no chão, abriu e começou a comer ainda rabugenta. Azizah observou a cena, pegou um pacote de Doritos e fez o mesmo, sentando-se ao seu lado.

- Cara, isso é muito bom - Azizah dizia.

Carol continuou em silêncio. A outra se sentou ainda mais perto dela, oferecendo um em sua boca, que mesmo brava, aceitou, mastigando. Azizah pegou uma batata de seu pacote, também comendo.

- Desculpa. Eu não devia ter feito isso.

- Ainda bem que sabe. - Carol tomou um gole da bebida, estendendo-a para a outra que fez o mesmo. Devolveu a lata e ficou olhando para a enfermeira.

-E se ele tivesse te pegado? - Carol ainda insistia no assunto. - Como você acha que eu ia ficar? Como eu ia conseguir seguir sozinha? Você acha que eu ia conseguir passar por isso de novo?

Azizah buscou seus lábios no mesmo segundo, deixando o pacote de lado.

- Eu errei, me desculpa. Foi inconseqüente da minha parte.

- Da mesma forma que entrar aqui, você sabe disso. Eu disse pra não entrarmos.

- Eu sei, mas ao menos com tanto sódio que você ta ingerindo sua pressão vai voltar ao normal rapidinho.

- Besta. – Sorriu.

Azizah beijou-a dessa vez de uma maneira mais voraz, já sentindo seu corpo responder por aquele contato. Desceu suas mãos pela enfermeira de maneira lasciva, instigando-a, sentindo o desejo crescente nas duas.

- O que você tá fazendo? - A outra perguntou em meio a um sorriso, antes de obter a resposta, as mãos de Azizah já lhe tocavam os seios.

- Agora você quer né? No carro você me recusou.

- É claro, já pensou se o pneu tivesse estourado e estivéssemos sem cinto? – Beijou-a, olhando em seus olhos. Sussurrou. - Você é preciosa demais pra mim pra deixar algo de ruim acontecer com você.

- Eu to toda suada, vai pra lá... - Carol fingiu aborrecimento, mas seus olhos não negavam o quanto aquelas palavras tinham mexido com ela. Azizah a fez deitar-se, suavemente, caindo as duas no chão frio de mármore do local.

- Isso me deixa com mais tesão ainda. – Sussurrou, ajoelhando-se, uma perna de cada lado do corpo da outra, tomando seus lábios para si, suas línguas duelando naquele embate gostoso. Sem cerimônias, enfiou a mão direita dentro da calça de Carol e já a encontrou molhada e entregue aos seus dedos, que a invadiram de uma vez, ambas tomadas pelo desejo do momento.

Comeu-a no chão do restaurante abandonado, ouvindo-a pedir mais. Aqueles gemidos eram música para seus ouvidos. Foi rápido, como o momento pedia. Após o prazer, Caroline lhe tomou novamente os lábios, recompondo sua respiração. Nem tiveram a chance de curtir o momento, pois ouviram o barulho característico do motor de um automóvel se aproximando pela estrada até então silenciosa. Rapidamente se levantaram e esconderam-se atrás do caixa. O carro passou zunindo por elas.

Era um furgão branco.

- Será que são eles? - Carol perguntou em tom baixo, com a respiração arfada.

- Não acho que muitos furgões brancos estejam pelas redondezas. Devemos ir atrás deles?

- O que eu acabei de te falar, Azizah? - Carol perguntou séria, em um tom de voz polido. A outra a enlaçou pela cintura, depositando um beijo em seu pescoço.

- Pra eu meter mais forte... - Sussurrou.

A outra estremeceu. Tentou manter a feição séria, sem êxito.

- Antes disso, sua idiota.

- Pra não nos arriscarmos, eu entendi.

- Vamos embora, quero chegar logo em casa...

Beijaram-se rapidamente com um olhar cheio de promessas, pegaram mais algumas guloseimas e saíram do restaurante, indo até o Celta vermelho. Ficaram com nojo de sentarem no estofado, pela umidade e cheiro ruim, mas era melhor do que voltarem caminhando. Deram a partida e fizeram sentido contrário. Em menos de cinco minutos alcançaram o carro batido.

- O que é mais fácil? Trocar um pneu ou transferir a gasolina? - Carol perguntou.

- Não tem nenhuma mangueira aqui, então ficamos com a segunda opção. Entre no carro, evite ficar no sol.

- Eu vou te ajudar, quero terminar isso logo, já passamos do meio dia. Não quero trombar com aquele furgão de novo, não sabemos se ele estava indo ou vindo.

Posicionaram o macaco em baixo do carro e levantaram a carroceria. Tiraram a calota e Azizah colocou a chave de roda, tentando desparafusar, mas estava muito rígido.

- Deixe-me tentar. - Carol tentou, e conseguiu com facilidade. Era mais forte do que a outra. Puxaram o pneu estourado e encaixaram o estepe no lugar, parafusando novamente e terminando o procedimento.

Em alta velocidade, rumaram para casa. Passaram pelo gol preto que tinham deixado no meio do caminho, pegaram o resto de suas coisas que estavam lá intactas e dentro de pouco tempo saíram da rodovia. Azizah já passou a conhecer as redondezas. 

- Você tá melhor?

- Vou estar mais, depois que me trancar dentro de casa e não sair de lá durante muito tempo.

Não havia zumbis perdidos pelo local. O plano tinha dado certo. Azizah sorriu satisfeita ao ver a fachada da casa livre daquelas criaturas. A rua estava deserta. Desligaram o carro, respirando aliviadas.

- Por alguns momentos eu pensei que talvez não fossemos conseguir voltar. - Azizah revelou.

- Vem, vamos guardar as coisas.

Carol abriu o portão, tirando as correntes de ferro. Desceram tudo o que tinham no veículo e seguindo o desejo de Caroline, trancaram-se dentro da casa. A enfermeira puxou a tatuada pela camiseta, livrando-se dela, empurrando-a para o chuveiro.

- Agora é a minha vez.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 14 - Capítulo 14 - Encontros e Despedidas:
Lea
Lea

Em: 11/04/2023

Nada melhor que uma "rapidinha",depois de matar uns zumbis! Kkk 

Espero que esses caras não apareçam para atormentar! 

 

Responder

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lucy
lucy

Em: 28/10/2016

muito legal a estória, parabéns pela criatividade vc  tem o dom continue, seja com esse tema ou até uma catástrofe ambiental,a com certeza vai se sair bem demais estou adorando ler sucesso pra vc nota mil 

bjs


Resposta do autor:

Boa ideia escrever sobre uma catástrofe ambiental! hahha nunca tinha pensado nisso! Lucy, muito obrigada pelo carinho, pelo incentivo e pelos comentários <33

Responder

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Penelope
Penelope

Em: 23/04/2016

Essa historia apesar de toda a situação surreal e apocalitica é bem interessante, acredito que todos que já assistiram a filmes com essa tematica apocalitica já pensou em uma situação assim na vida real.

E ainda tem esse romance interessante das personagens que por azar ou sorte não tem quem as repreenda com preconceitos bobos que na epoca atual em que estamos ainda existe e muito. Continua!


Resposta do autor em 25/04/2016:

Concordo com o que você disse, elas não precisam lidar com essa pressão social, não existe ninguém para reprimir o relacionamento da duas e isso torna tudo de certa forma mais leve, ao menos isso, não é? Tal como o Rafa, o homem-trans, que apareceu em alguns capítulos anteriores, que disse que só teve coragem de começar sua transição depois que o caos se instaurou, pois não existia mais ninguém para julgá-lo. Imagina quando o mundo em que vivemos for assim? De preferência em que não esteja ocorrendo um apocalipse e que não estejam todos mortos haha Obrigada pelo comentário, Penelope! Agradeço por estar acompanhando a história ;) Bjs!

Responder

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Pryscylla
Pryscylla

Em: 23/04/2016

Caramba essa história é perfeitaaaaa!!! 

Bjus =]


Resposta do autor em 25/04/2016:

MUITO obrigada, Prycylla! Isso me da mto ânimo pra continuar escrevendo! <3

 

Responder

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Lenah Amaral
Lenah Amaral

Em: 22/04/2016

Nosssaa, estória muito boa! Lindas essas meninas! Adorando esse amor apocalíptico! Parabéns  autora, aguardando o próximo!!!😆😄😉


Resposta do autor em 25/04/2016:

MUITO obrigada, Lenah!! Torço para continuar acompanhando a jornada de Azizah e Carol! ^^ Bjs

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