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Ame o que é seu por PriHh

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Capítulo 23 – Uma estória pra dormir

“Um suspiro é uma censura ao presente e um sorriso ao passado.” (Madame Émile Girardin)

 

            O vento da manhã fazia meus cabelos, ainda molhados, esvoaçarem. Caminhei devagar pela areia com minha cabeça num turbilhão de sentimentos confusos e meu coração ainda acelerado pela lembrança do corpo dela tão perto do meu outra vez. Assim que cheguei no jardim da casa de Carla dei de cara com Cintia na beirada da piscina. Era só o que me faltava mesmo. Depois de tudo que tinha acabado de quase acontecer eu ainda tinha que encontrá-la.  “Inferno de garota” – bradei em pensamento. Cintia sempre fora educada e me tratou bem. Não éramos amigas, ela tinha mais contato com Júlia, eu a via apenas quando ia até a empresa  e eu não tinha nada contra sua pessoa, mas agora, o simples fato dela estar saindo com minha ex namorada me fazia desgostar dela a cada segundo que eu a via.

            - Bom dia! – Cumprimentou olhando-me diferente das demais vezes em que costumávamos nos olhar. Era como se o jardim fosse o campo de batalha e eu fosse a sua inimiga. Era um olhar pretensioso.

            - Bom dia! – Respondi forçando um meio sorriso.

            - Você viu a Ana Cecília por ai? –

            - Não! – Menti. “Ela acha mesmo que vou dizer onde a Cecília está?” Vai sonhando! – pensei.

            - Vou dar uma volta pela praia... procura-la por ai então. – Disse começando a andar em direção escada que dava para a praia. Passou por mim que voltei a falar.

            - Se eu fosse você esperaria ela aqui... se eu ainda a conheço bem ela deve ter saído para correr. Ela costuma correr ou pedalar bem cedo – disse olhando-a e ela me devolveu um olhar insatisfeito.

            - É eu sei... Ela me contou que vocês se conheciam muito bem! – disse frisando a palavra conheciam.

            - Pois é... mas pelo que estou vendo algumas coisas nunca mudam né. Principalmente no quis respeito a Ana Cecília. E parece que seu gosto por sair cedo da cama continua intacto. – pirracei-a propositalmente. - Com o tempo você se acostuma!

            - Hum... entendo! Eu pude mesmo reparar isso nas vezes em que dormimos juntas. Nesse caso vou espera-la então. – Sentou-se numa cadeira ainda olhando-me – E Obrigada! Pela dica.

            - Disponha – entrei na casa furiosa pela ousadia dela, se fosse possível eu estaria destilando raiva por meus poros. Subi para o quarto e abri a porta devagar. Como eu previa Júlia já estava acordada, contudo, continuava deitada de modo preguiçoso na cama. Ela olhava fixamente para Valentina que ainda dormia.

            - Bom dia amor! – Disse-me sorrindo ao olhar para a porta.

            - Bom dia linda – sorri também me esforçando para dissipar aquele sentimento que me afligia.

            - Madrugou hoje?

            - Só um pouquinho. – sentei-me ao seu lado na beirada da cama e fiz um carinho suave em seu rosto. Estar ao lado dela me acalmava.  

- A agua estava boa? – Perguntou olhando-me e eu senti um arrepio frio subir por minha espinha.

            - Que agua? – desviei meus olhos para Valentina.

            - A água amor. Você estava nadando não estava? Ta toda molhada! – passou a mão por um de meus braços e segurou minha mão levando-a até sua boca, dando um beijo leve. – E salgada também – riu ao sentir o gosto de sal em seus lábios.

            - Ah sim... estava no mar. – voltei a mirar seus olhos - Está gelada mais nada insuportável.

            - Já tomou café da manhã? – Perguntou-me.

            - Ainda não. Vou esperar a Vavá acordar e podemos comer juntas o que acha?

            - Acho ótimo. Adoro comer ao lado das minhas duas princesas. – Sorriu me puxando para um beijo e eu me culpei internamente, pois minutos atrás eu desejava insanamente beijar Ana Cecília.

Não sai do quarto depois disso. Minha filhota acordou tarde, já passava das 10:00h da manhã. Quando descemos Ana já tinha voltado da praia também,. Ela estava com a parte de cima  de um biquíni branco tomara que caia, sem nada por cima, sentada na mesa tomando café com Cintia e Flávia ao lado dela. Cintia mantinha uma mão sobre a coxa dela, de modo zeloso, altivo. Carla e Maressa estavam sentadas do outro lado da mesa. Quando nossos olhos se encontraram, nós duas os desviamos, e percebi Flávia alternando olhares dela para mim.

- Bom dia – cumprimentamos todas.

            - Bom dia – elas responderam. Valentina correu em direção a Ana e jogou-se em seus braços.

            - Tia Ana... vamo nada com eu?

            - Se sua mãe deixar podemos nadar daqui a pouco – olhou-me esperando uma confirmação.

            - Primeiro o café mocinha. Depois vocês podem nadar! – impus as condições a ela.

            - Ebaaa! Posso come com você? – perguntou a Ana, ainda em seu colo.

            - Pode. O que quer comer? – ela passou as mãos pelos cabelos dela colocando-os para trás com carinho.

            - Pão e sasicha e... pão. – disse tirando risos de todos. – Carla e Maressa que estavam do outro lado da mesa se encantavam com o jeitinho dela.

            - Salsicha essa hora da manhã Valentina. – resmunguei sentando-me à mesa.  

            - Mas eu quelo...

            - Deixa ela comer Paty – Júlia interviu. – O importante é que ela coma alguma coisa. – olhou-a e Patricia não respondeu nada, apenas assentiu com a cabeça - Quer suco amorzinho da tia? – perguntou a Vavá.

            - Suco vemelhinho tia Júlia – ela respondeu para Júlia enquanto passava as mãozinhas pelo rosto de Ana Cecília, apertando-o, fazendo um biquinho nos lábios dela, igual peixinho. Ana deu um sorriso amplo antes de começar a enchê-la de beijos pelo rosto, fazendo minha filha rir gostosamente.

            - Você é a coisa mais linda sabia! – ela disse olhando Valentina com encantamento.

            - Vou fazer o suco dela – Júlia beijou meu rosto e saiu da sala. Olhei para Ana suspirando devagar, ela correspondeu meu olhar, como se pensasse a mesma coisa que eu. Era muito errado o que quase tínhamos feito. Aquilo não podia voltar a acontecer. De jeito nenhum. Após o café subi para o quarto com Valentina para colocar o biquíni nela. Carla e Maressa decidiram ir até o supermercado comprar carnes pra fazermos um churrasco e Júlia resolveu que devíamos ir com elas para ajudar nas despesas. Deixei Valentina com Ana e saímos as quatro em direção ao mercado.

 

 

            Eu estava na piscina brincando com Valentina e Cadú quando Flávia se aproximou de mim.  Os dois pulavam, um de cada vez, da borda para dentro da agua enquanto eu os segurava.

            - O que aconteceu? – minha amiga perguntou-me. Essa era a parte difícil de ser amigo de alguém que te conhece tão bem quanto você própria. E Flávia me conhecia de olhos fechados.

            - Nada – respondi focando minha visão nas crianças.

            - Eu te conheço Aninha. Vi os olhares de vocês na mesa do café.

            - Você podia pelo menos fingir que não viu nada. – sorri prestando atenção ao que Valentina fazia.

            - Desembucha logo. – Procurei Cintia e por sorte ela não estava tão próxima de nós.

            - Ta bom... aconteceu uma coisa hoje de manhã. Quer dizer quase aconteceu... – corrigi antes que Flávia pensasse besteira - ...um beijo! Eu quase a beijei! – disse baixo apenas para ela ouvir.

            - Como assim Ana você tá maluca! – falou alto e eu tapei sua boca com minha mão.

            - Fala baixo – tirei a mão – Quer que todo mundo ouça! Anuncia logo num jornal então! – disse sarcástica.

            - Enlouqueceu foi? – cobrou brava.

- Quase... estou enlouquecendo com essa proximidade entre nós Flá – falei enquanto Valentina pulava na piscina nos dando um banho.

            - De novo tia Ana – disse e eu a levei até a borda subindo-a.

- Esqueceu tudo que já aconteceu entre você sua irmã e quer foder com tudo outra vez? Sabe o quanto machucaria a Jú se isso acontecesse? Você não pode fazer isso com sua irmã Ana! – sussurrávamos.

            - Acha que eu não sei... não sabe como foi difícil pra mim... tê-la em meus braços... tão perto de mim... e ter que controlar a vontade de beija-la. Eu a amo Flávia. Como posso ficar longe dela? É loucura eu sei mas eu pude sentir que ela queria aquele beijo tanto quanto eu... – suspirei.

            - Por que não abre o jogo com a Júlia? Diga a ela que ainda a ama.

            - Não vou me colocar entre elas. – segurei Valentina que pulava novamente.

            - Você já está entre elas! – seu humor mudou drasticamente e ela me olhou furiosa.

            - O que ta acontecendo com você? – questionei já percebendo a alteração imediata em seu humor - Anda irritada demais até pra você mesma... você não é assim!

            - Vocês me deixam assim... com esses seus dramas intermináveis vão acabar magoando a... – calou-se de repente desviando os olhos de mim.

            - Magoando a Júlia? – perguntei. – Essa raiva toda não é por eu quase ter beijado ela por que você mesma me disse não acredita no amor dela pela Júlia. Toda essa raiva é por causa da minha irmã não é? Você está apaixonada por ela? – perguntei.

            - Isso é ridículo! – tentou fugir do assunto.

            - Ridículo é você achar que pode me enganar. Eu vejo a forma que olha pra ela Flá... quando ela está por perto. Você muda quando está com ela perto e vira outra pessoa quando Patricia está com ela. E a forma como se irritou com ela ontem você nunca falou daquele jeito com ninguém. Depois vocês saíram e não voltaram mais. Eu vejo o quanto minha irmã mexe com você. O que aconteceu ontem?

            - Não aconteceu nada. Nós só conversamos. E acabamos nos molhando na praia. Só isso.

            - Você ama minha irmã? – insisti – Sabe que pode se abrir pra mim não sabe? – ela olhou-me e vi seus olhos lacrimejarem. Era a primeira vez que eu via Flávia tão vulnerável por causa de outra pessoa. Eu já tinha visto ela se machucar por outras garotas mas nunca dessa forma.

            - Não pode contar pra ela... – pediu-me. Ela já não conseguia segurar as lágrimas, deixou-as escorrer por seu rosto – Promete pra mim? – Aproximei-me dela acolhendo-a num abraço fraternal. – Promete Aninha?

            - Prometo. É claro que não vou contar a ela – respondi. Eu já estava desconfiada dos sentimentos dela. – A quanto tempo se sente assim?

            - Já faz tanto tempo que nem sei mais. – ela afastou-se e me olhou ternamente.

            - Paty nunca desconfiou disso? – ela balançou a cabeça negando.

            - Nunca dei chance pra ela perceber. – completou.

            - Por que nunca disse a ela? – referi-me a Júlia.

            - Não acho faria diferença. Sua irmã nunca me olhou com outros olhos que não fosse de amizade Ana.

            - Se a ama tanto assim faça ela começar a ver! – respondi. – Não pode passar o resto da sua vida se perguntando se teria feito diferença ou não Flá.

            - Você é louca... – sorriu limpando os olhos. – acabou de me dizer que não vai ficar entre ela e a Paty e quer que eu fique?

            - Não... eu não disse para você correr e se declarar para ela... eu te disse para fazer com que Júlia te enxergue por completo. Como a mulher incrível e sensual que você é e não apenas a amiga dela. Você lhe acostumou a ver apenas a parte amiga talvez ela só precise ver um pouco mais. 

            - Eu devo ser maluca por ouvir o conselho de alguém que está desistindo de lutar pela mulher que ama!

            - Você não precisa seguir meu conselho... é como dizem por ai né, faça o que eu digo mas não faça o que eu faço – sorri. – Vou passar mais protetor na Vavá. – Olhei a pequena que brincava do lado de fora da agua. -  Já volto. Valentina! – Chamei-a saindo da piscina. Ela correu até mim abraçando-me. Peguei o protetor e espalhei bastante em seu corpinho. – Tá com fome? – perguntei baixando-me para ficar da altura dela.

            - Não. Mas eu quelo suquinho. Tem?

            - Vamos lá ver. – coloquei-a em meu colo e segui até a cozinha. Abri a geladeira e coloquei um pouco de suco de melancia no copo para ela. Ela tomou tudo de uma vez só. Pelo visto estava com sede.

            - Quer deitar na rede um pouquinho? Eu te conto uma estorinha?

            - Quelo. – respondeu.

Segui com ela em direção a varanda da casa, onde tinha uma rede pendurada. Ali era uma parte muito agradável da casa, onde batia uma brisa deliciosa. Deitei-me primeiro ajeitando-a sobre meu corpo, deixando uma de minhas pernas dependurada, a qual eu usava para balançar a rede. Apoiei sua cabecinha sobre meu peito e comecei a contar uma estorinha para ela.

- Era uma vez... uma família de ursos que morava numa casinha no meio de uma floresta. Tinha o papai urso, a mamãe urso e o bebê ursinho.

- Eles eram ulso mal? – ela perguntou.

- Não eles não eram maus. – respondi. Eu fazia um cafuné em seu cabelo enquanto contava a estorinha a ela e aos poucos sentia seu corpinho relaxar, assim como o meu também. – Um dia a mamãe urso resolveu fazer um mingau para eles. Depois que mingua ficou pronto ela colocou uma porção para cada um na sua tigelinha. Quando eles foram comer perceberam que o mingau estava muito quente.

- Eles queimou a boca? – perguntou com a voz sonolenta.

- Sim por que estava muito quente... – continuei – Então eles resolveram sair para passear enquanto o mingau esfriava. – ouvi-a bocejar enquanto eu falava. O balanço da rede dava uma sensação gostosa e relaxava o corpo, despertando o sono em nós duas. Fechei meus olhos enquanto continuava a contar.

- Do outro lado da floresta morava uma linda menininha chamada Cachinhos Dourados. Ela tinha brigado com a mamãe dela e achou que fosse uma boa ideia fugir de casa para a floresta. – abri meus olhos e olhei-a, ela mantinha os olhinhos fechados e já respirava relaxadamente.

- Eu te amo minha pequena – disse baixinho. Mantive meus olhos sobre ela até o sono me vencer por completo. Adormeci ali com ela em meus braços.

 

 

            Assim que descemos do carro Paty seguiu para dentro da casa com as meninas, ajudando-as com as sacolas. Eu segui para a piscina para ver se Valentina estava bem. Mas ela não estava por ali. Avistei Flávia deitada de costas, tomando sol. Ela usava um biquíni preto, com uma calcinha fio dental. Nem parecia uma calcinha de tão curta que era. Aproximei-me dela parando ao seu lado. Meus olhos notaram seu belo corpo, os glúteos avantajados e bem definidos, as coxas grossas, a curvatura da cintura fina, literalmente um corpo de violão.  Eu não podia negar que ela tinha um corpo excepcional. Meu corpo fez sombra sobre ela fazendo-a virar-se de frente para mim.

            - Oi - eu disse sentindo minha boca seca.

            - Oi – ela respondeu sorrindo. - Faz tempo que chegaram?

            - Agorinha. Cadê minha irmã?

            - Tá com a Vavá. Devem estar la dentro.

            - Otimo... vou ver se acho elas – disse desviando meus olhos dela e observando sua barriga totalmente definida.

            - Por que não vem tomar sol comigo? – convidou-me.

            - Agora? Ta muito quente – disse.

            - Desde quando você liga pra isso? Poe um biquíni e desce... vou te esperar!

            - Tá eu já venho. – cedi. Eu precisava mesmo pegar uma corzinha. Entrei na cozinha e dei de cara com as meninas temperando as carnes.

            - Querem ajuda? – ofereci-me.

            - Não precisa linda! Por que não aproveita pra pegar uma piscina. A gente se vira aqui e o Luis vai acender a churrasqueira.

            - Vocês que sabem... Não achei a Vavá nem a Ana. – disse a Paty puxando-a pela cintura e dando-lhe um beijo intenso. Terminei o beijo com selinhos.

            - Elas devem estar bem – respondeu despreocupada. – devem estar aprontando alguma coisa por ai.

            - Vou tomar sol com a Flá tudo bem?

            - Claro. Cuidado pra não se queimar demais! - Dei outro beijo nela e subi em direção ao quarto. Vesti meu biquíni e desci até a piscina. Assim que parei ao lado dela seus olhos se voltaram para mim. Peguei o óleo bronzeador e passei por meu corpo, pelo menos em quase todo ele.

            - Me ajuda? – perguntei a ela entregando o vidrinho.

            - Claro. Deita. – pediu e eu deitei-me fechando os olhos. Senti algumas gotas do produto cair sobre minha pele. E em seguida suas mãos deslizaram pelas minhas costas, espalhando-o por toda a região. Ela tinha as mãos suaves, delicadas. Aquela não era a primeira vez que Flávia e eu tomávamos sol juntas, mas era a primeira vez que eu sentia meu corpo reagir diferente ao toque dela. Senti minha pele se arrepiar quando os dedos dela deslizaram rente ao meu pescoço. 

            - Ta parecendo tensa! – ela disse apertando os dedos um pouco mais.

            - Deve ser stress pelo trabalho – respondi desviando meus pensamentos.

            - Se quiser te faço uma massagem depois. – Disse naturalmente e confesso que por um instante minha mente considerou que não seria má ideia, mas acabei afastando aquela ideia.

            - Talvez eu aceite – deixei o convite dela no suspense. Não quis aceita-lo e ao mesmo tempo não consegui rejeita-lo por completo. Ela terminou de espalhar o óleo e deitou-se de frente. De repente, eu me perguntava o que era menor naquele biquíni, se era a tanga ou o top. Deite-me ao lado dela e cobri meus olhos com um boné.

            - Dormiu bem ontem? – ela perguntou. As coisas pareciam ter voltado ao normal entre nós. O clima da conversa estava agradável.

            - Apaguei... literalmente. E você?

            - Dormi sim.

            - Você me deixou toda suja ontem – eu disse e ela sorriu.

            - Estava uma gracinha parecendo um bife a milanesa.

            - Isso ainda vai ter troco... escreve o que eu digo!

            - Ui tenho tanto medo de você. Acho que nunca mais vou dormir a noite. – dei um tapa leve em seu braços e sorrimos juntas. Perto dela eu me divertia demais. Ela era uma palhaça e me fazia rir naturalmente, além de ser leal, sincera e honesta. As vezes até demais.

Ela levantou-se seguiu até a piscina jogando-se na agua para sair logo em seguida. Sob a proteção do boné, meus olhos acompanharam seus movimentos. Os cabelos molhados escorriam pelas costas e pequenas gotículas de agua deslizavam com facilidade pelo corpo dela, ajudadas pelo óleo bronzeador. Ela caminhou devagar e deitou-se novamente. Se eu não conhecesse Flavia diria que ela tinha o proposito de me provocar com aquele gesto, ela estava sensual demais. “Tô imaginando coisas...” – falei para mim mesma.

 

 

            Sai na porta da cozinha e olhei para a piscina onde podia ver Júlia ao lado de Flávia. Sorri observando as duas conversarem. Pelo visto a indisposição de ontem entre elas já havia sido resolvida. Isso era bom. Ultimamente Flávia tinha umas alterações de humor repentinas. Quase sempre acabava sobrando para mim, pois sempre que isso acontecia ela vinha com a mesma historia. Que eu estava cometendo um erro, que o meu verdadeiro amor era Ana e eu devia deixar Júlia ter uma chance de ser feliz.

Flávia acompanhou muito do meu sofrimento quando Cecília me traiu e sendo justa como sempre, ela também não apoiou minha resposta ao seu gesto, ou seja, quando ela descobriu o que eu tinha feito e que eu tinha agido movida apenas com o proposito de devolver o troco na mesma moeda, ela  passou dias sem sequer olhar na minha cara. Ela e Ana sempre foram muito amigas, mesmo assim ela não escolheu lado nenhum em nossa separação. Nem uma vez sequer. Ainda sim, sempre que precisava de um colo para chorar, ela estava ali. E quando Cecília deixou o país ela foi o único elo restante entre Ana e eu. Era através dela que eu tinha noticias suas. Mesmo assim ela só me dizia o que lhe convinha que eu soubesse. Ela era uma grande amiga para mim e eu torcia para que um dia encontrasse um grande amor e fosse realmente feliz. Ela merecia.

Segui para dentro da casa. Estava um silencio mortal e aquilo quase nunca significava boa coisa. Eu já tinha aprendido que a verdade mais absoluta de ser mãe era a seguinte: Quando se tem filhos o silencio é suspeito! Eu já tinha pego Valentina aprontando poucas e boas. Uma vez, ela retirou todos os mantimentos de dentro do armário e os espalhou pelo chão da cozinha. Até mesmo o pó de café. Quando cheguei ela rolava no chão e estava totalmente marrom. Nessas horas você não sabe se desespera ou se começa a rir. Olhei em todos os cômodos e nada dela nem de Ana Cecília. Voltei para junto das meninas na cozinha e Isabela estava ali também.

- Não consigo achar minha pequena – disse.

- Eu a vi na varanda com sua cunhada – Isabela, cunhada de Carla respondeu-me. - Estavam deitadas na rede.

- Vou ver se está tudo bem com elas – eu disse seguindo para lá. Aproximei-me em silencio. Cheguei perto o suficiente pra vê-las dormir juntas. Minha princesinha estava deitada sobre Ana, que tinha a mão sobre suas costas, como se a abraçasse. Cecília tinha uma expressão calma. Ajoelhei-me com cautela e mantive meus olhos fixos em seu rosto. Seus traços delicados contrastavam com a personalidade forte que ela possuía. Deslizei meus dedos com suavidade sobre seus cabelos. Ela remexeu a cabeça mas continuou a dormir. “Tão lindas juntas” – pensei admirando-a.

 

- Por que é tão difícil deixar você no passado Cecília? – sussurrei de um modo quase inaudível. 

Fim do capítulo

Notas finais:

Bom dia Meninas...

Estou terminando algumas aterações no cap 24 e até o fim dia posto ele pra vcs!

Bjos


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Comentários para 23 - Capítulo 23 – Uma estória pra dormir :
rhina
rhina

Em: 26/06/2020

 

Do nada.....nasce im olhor diferente da Júlia para Flávia...... Inconcebível isso.

Mas era necessário deixar o caminho livre para a rainha Ana

Rhina

Responder

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Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 08/04/2016

Eita que a Vavá já está toda apaixonada pela Ana, definitivamente morrendo de amores. Adoro a amizade das duas, lindas, lindíssimas!


Resposta do autor em 12/04/2016:

Oi Ana...

Vavá e Ana tem uma sintonia linda! amor puro e verdadeiro da loirinha pela pequena!

Bjos

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Baiana
Baiana

Em: 08/04/2016

Acho que eu sou a única aqui qu não torçe para a Patricia icar com a Ana, e nem acredita nesse ''amor'' todo que ela diz sentir. Mas pelo visto a Julia já começou a ver a Flávia de modo diferente,deixando o caminho livre para Patricia e Ana, sou a favor da Cintia ficar com a ana, e não a Patricia


Resposta do autor em 12/04/2016:

Oi Baiana

Acredite vc não é a unica que não quer a Paty com a Ana kkkkkk mas vc está certa Júlia já esta começando a perceber que o mundo não gira só em volta da Paty...

Assim como vc minha namorada é a favor da Paty acabar sozinha kkkkkkkk

Bjos

Responder

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Mille
Mille

Em: 08/04/2016

Gostei da participação do trio, será que agora a Júlia está olhando a Fla como mulher e que surtiu efeito a conversa com a Aninha.

Os momentos de Ana e Vavá são tão lindo, que se alguém não conhecessem acharia que ela é mae da Vavá.

Bjus e até o próximo


Resposta do autor em 08/04/2016:

Oi Mille...

Será que Júlia tirou a venda dos olhos??

Acho que ainda não... mas já é um começo né?! ... Ana e Vavá são lindas juntas mesmo!

Bjao

Responder

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Tacyaraujo
Tacyaraujo

Em: 08/04/2016

Senhor essa história é viciante demais pelo amor de Deus. 

Eu gosto tanto desse momento de Ana com a Vavá.

Agora e sério alguém da um Oscar de melhor história para a oitava maravilha do mundo. 

#Ana e Pry

#Julia e Flávia 


Resposta do autor em 08/04/2016:

Oi Tacy....

Que bom que está viciada kkkkkkk

Tb amo muito Ana e Vavá juntas... O qe será que ainda vai acontecer né?

Bjos

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