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A amiga da minha mãe por sofiagayer

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Palavras: 5193
Acessos: 3878   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 11 - terceiro dia

   Depois da tarde agradável, Mel combinou com Mauricio e Gustavo que não iriam fazer esquenta e só beberiam na festa, ela não queria deixar a Ju chateada.

           Chegaram na festa, logo dava pra perceber a diferença com os dias anteriores, por ser sexta-feira estava lotado de gente, até difícil de locomover-se, foram direto na barraca da Apae.

 A garota avistou a mulher mais velha e não entendia como toda vez que olhava pra aqueles olhos negros conseguia se encantar ainda mais, o estilo simples e elegante, pois ela trajava mesmo debaixo daquele avental calça jeans preta, bota de cano alto e sem salta, provavelmente em decorrência do serviço, e uma camisa xadrez esverdeada coladinha ao corpo.

Ju estava atolada de serviço, andava de um lado para o outro, apesar de ainda ser cedo, parou por um segundo quando seus olhos encontram com o castanho de Melanie, sentiu o corpo todo tremer, adrenalina de se alguém as flagrasse misturada com a paixão que nutria fortemente pela menina e só se intensificava mais, perguntou-se se sempre seria assim quando a visse, essa ebulição de sentimentos dentro de si.

Deu risada dos trajes da garota que vestia uma botina marrom, calça jeans apertada, cinto com uma fivela enorme, uma blusa xadrez vermelha pra dentro da calça e um chapéu de caubói, apesar de ser normal ver alguém vestido assim em uma “festa de peão” não parecia nada com aquela menina rebelde que usava all star.

Aproximou-se dela, apenas cumprimentou com um beijo no rosto.

- O que achou do meu look da noite? – disse a garota colocando a mão na fivela e batendo a botina no chão.

                - Oi Ju, eu falei pra ela não vir assim, mas todo ano pelo menos um dia ela vem a caráter. – explicou Mauricio indignado com essa tradição que a garota inventou.

                - Está bem “estilosa” – riu a mulher da cena. – mas, impossível você ficar feia. – completou deixando a Mel um tanto quanto encabulada.

                - Ai pronto! Tem que estar apaixonada mesmo. – disse Mauricio, Gustavo estava conversando com um amigo na porta e nem entrou apenas acenou acelerando os dois.

                - Podem ir, aqui está uma loucura mesmo. Encontro com vocês mais tarde, quando seus pais forem embora. – disse referindo-se a Bia e Heitor.

    Se despediram, mas antes de sair, pararam pra cumprimentar Seu Ramirez que estava cuidando dos espetinhos na churrasqueira.

- Quer um, Mel? – disse o senhor implicando com a garota.

- Deus me livre, meu corpo não é cemitério. – disse a menina fazendo caras e bocas.

- Mas, o meu é, me vê um Seu Ramirez – disse Maurício – ah, depois cobra da minha mãe, provavelmente ela vai passar aqui daqui a pouco.

- Sem problemas, menino, quer qual sabor?

- Frango com bacon.

- Aqui está. – disse o Senhor entregando para ele. – Tem certeza que não quer nada, menina?

- ABSOLUTA! – disse Mel segura de si. Ficaram ali, comentando sobre a festa, movimento e tudo mais, com Seu Ramirez até o Maurício terminar de comer, viram de longe o Renato chegar e se juntar ao Gustavo que já estava impaciente.

- Te vejo mais tarde, bom serviço! – disse a garota para o Seu Ramirez.

- Tchau – respondeu para os dois.

    Saíram e encontraram Gustavo e Renato na porta, que agora já andava com eles sem esconder a amizade, foram para a barraquinha de batidinhas.

                - Guria, mesmo depois daquele porre, você ainda vai beber esse negócio? – perguntou Renato indignado.

                - Claro, isso já tem dois dias, pai! – respondeu zuando o rapaz – mas relaxa, vou tomar só uma, para estar sã hora que a Ju puder dar um rolê conosco.

                Ficaram andando pela festa, bebendo, rindo, cumprimentando os conhecidos, foram no parque de diversões, fizeram algumas apostas na mesa de aposta.

 Melanie avistou uma barraquinha de “tiro ao alvo”, e teve que ir lá, segundo ela. Ganhou um punhado de chocolate de uma marca que nunca tinha visto antes, repartiu com os meninos, mas nenhum conseguiu comer tudo de tão ruim que era o tal prêmio.

              A menina estava distraída conversando com um conhecido que tinha encontrado quando sentiu um esbarrão nas costas. Virou e não se surpreendeu ao ver um riso no rosto da Hellen Confusão. O que se esperar de alguém com o apelido de Confusão? Sim, a menina era uma encrenqueira sem tamanho e escrúpulos, também era a próxima adversária da Mel na luta que seria no final de dezembro.

                - Cara, ignora ela, estamos nos divertindo, você não pode brigar hoje, sabe disso e ela também, ela quer fazer você perder a cabeça. – disse Gustavo se aproximando depois de ter visto a cena.

               Mel olhava fixamente para a garota, fervendo de raiva, mas Gustavo conseguiu puxá-la dali, sabia que não poderia nem sonhar em brigar. Por mais que Dr Paulo tivesse a elogiado, o combinado era andar nos eixos, se não poderia perder o benefício que tinha e ir pra Unei.

                Por volta da 1 da manhã, depois de ter visto Heitor e Beatriz indo embora, Ju foi encontrar com Melanie e os meninos no show, ela estava com a aparência cansada. Tomou um gole da bebida do Renato e ficou lá curtindo o show ao lado deles.

               Mel não interagia tanto com ela, com medo de alguém fazer algum comentário ou estranhar a amizade de ambas, mas estavam todos em um clima gostoso, hora ou outra dançavam as músicas sertanejas que tocavam, Gustavo já estava beijando a segunda menina, desde que Ju tinha chego, o que a deixou tranquila em relação ao ciúmes.

                Ju levou um susto quando um cara, estilo peão, de botina, camisa xadrez, calça jeans torada, fivela, bonéa, aparentando mais ou menos de 1.65m de altura, meio forte e levemente embriagado, passou a mão na bunda dela e disse “Oi gata”.

                Antes da mulher ter qualquer reação, Melanie que estava um pouco atrás, cutucou o rapaz e na hora que ele virou deu um soco na cara dele, acertando em cheio o nariz que começou a sangrar, como reflexo empurrou a garota que quase caiu no chão, mas a mesma se equilibrou novamente e o cara enquanto falava “tá louca, guria?” tentou desferir um soco no olho dela, que prontamente desviou e deu um cruzado na orelha dele dizendo “vai mexer com suas negas seu filho da puta”, antes que ela pudesse terminar de fala o mesmo desferiu um soco acertando seu estômago, momento em que Gustavo, apartou a briga.

                - Ta malucão, seu covarde, batendo em mulher? – gritou com o homem que se deu conta da merd* que fez.

                - Ela que me atacou, guria maluca! – gritou apontando pra Mel, que estava sendo segurada por Mauricio.

                - Se você colocar mais uma vez a mão nessa mulher – apontou pra Ju – eu te boto pra dormir seu filho duma puta – gritou pra ele.

                O segurança, um homem de mais ou menos 2m de altura e de largura, conhecido da Mel se aproximou na hora.

                - Mel, o que está acontecendo? – disse o homem sério, encarando o peão.

                - Esse cara ai, passou a mão na bunda da Ju e fui pra cima dele. – disse a garota nervosa.

                - VAMOS! – disse pro cara com a voz autoritária e bravo.

                - Mas, essa maluca que começou! Por que eu tenho que ir? – perguntou o peão indignado com a situação.

                - Olha pra ela, seu otário, é uma mulher! Se você não sabe como tratar, eu vou te ensinar por bem ou por mal. – disse ameaçando o rapaz que silenciou e foi em direção a saída do parque, sendo seguido pelo segurança.

                - Pronto, tudo resolvido! Podemos voltar a curtir o show. – decretou Gustavo, que já havia presenciado inúmeras brigas da Mel. Ele, Mauricio e Mel voltaram o rosto pro show e começaram a cantar as músicas como se nada tivesse acontecido.

                Ju ficou abismada com aquela situação, tanto ela quanto Renato que não eram acostumados a ver nenhum tipo de briga, puxou a garota.

                - Você acha que isso é normal? Você está maluca? O cara poderia ter uma faca, você poderia ter levado uma boa surra. – disse brava.

                - Hey linda, relaxa! Primeiro, quem ele pensa que é pra passar a mão na sua bunda, cara abusado, você ta comigo, que saco! E outra, olha em volta, a vantagem de todo mundo me conhecer é que ninguém iria deixar que ele batesse em mim, como você mesma viu.

                - Você está sendo infantil, você tinha que ter deixado eu resolver a situação do meu jeito.  – já estava alterando a voz e gesticulando mais que o normal com as mãos.

                - Você quer dizer, resolvendo como? Dizendo “oi gato” de volta? – Melanie ficou possessa com a atitude de Ju, que não conseguiu se controlar quando a Hellen Confusão passou por ela de novo, dessa vez esbarrando com tanta força que a garota foi pro chão de joelho.

                Levantou na mesma velocidade que caiu, indo pra cima da garota com um soco, que ao contrário do peão ela desviou e acertou outro em cheio do nariz de Mel, que não deixou por isso e deu um cruzado na Hellen, dando uma queda na menina com a perna, e ficando por cima, desferiu dois socos na cara dela, que travou as pernas de Mel e raspou ela invertendo as posições e dando um soco na costela e cotovelada na cara, abrindo o supercilio de Mel. Que mesmo com tanto sangue, estava conseguindo acertar alguns socos e tentava raspar a menina de volta.

                Gustavo dessa vez não conseguiu apartar a briga, mas conseguiu ver o Professor de Muay Thai da Mel, Jefferson e o gritou no meio da multidão. O Homem de aproximadamente 35 anos, moreno quase negro, magrelo, sarado, passou pela multidão como um caminhão, e separou as duas.

                - Ta maluca Melanie, perdeu a cabeça? – gritou com a menina.

                - Vou matar essa desqualificada, vou acabar com a sua raça! – disse olhando pra Hellen enquanto tentava se soltar dos braços do professor.

                 Enquanto outro rapaz segurava a Hellen Confusão.

                - Vou te ensinar porque meu apelido é Confusão, sua vagabunda!

                O professor, pegou a Melanie e jogou nos seus ombros, carregando ela de ponta cabeça, normalmente deixaria as duas se matarem e depois iria dar uma boa lição na garota durante os treinos, mas sabia que se alguém fizesse um B.O contra a Mel ou se o Dr. Paulo presenciasse algo do gênero, ela estaria muito encrencada.

                Levou ela até uma certa distância, a garota já estava calma, então decretou:

                - Vai pra casa e esquece o campeonato de dezembro.

                - Mas, Mestre, ela quem começou.

                - E você continuou. Te ensino sobre princípios e honra. Essa é uma das principais regras e você desacatou. Fim.

                - Sim, senhor! – disse a menina chateada e saiu cabisbaixa.

                Gustavo estava afoito, preocupado se alguém visse, se a garota fizesse Boletim de Ocorrência.

                - Gustavo, deixa comigo. Vou resolver essa situação, levem a Melanie pra casa e façam com que o mínimo de pessoas a vejam o estado em que ela se encontra, não esqueça que a Mel tem muito a perder por essa idiotice. – disse olhando pra Ju e pro Mauricio, pois sabia que essa deveria ser a maior preocupação deles no momento, mais do que passar sermão na menina rebelde.

                - Mauricio e Renato, Levem a Mel pro carro do Renato e esperem lá, depois te ligo pra perguntar onde você está estacionado. – ordenou Gustavo e virou pra Ju.

                - Nem me olhe com essa cara! Estou mais que brava com ela. – disse já prevendo o que o garoto iria pedir.

                - Esqueça a briga de hoje e amanhã você resolve com ela com calma, passa o sermão que quiser, mas leva ela pra sua casa. Como você disse o Heitor e a Beatriz já estão em casa e não podem ver ela nesse estado, não assim, toda suja e deplorável, amanhã conversando com calma eles vão ficar mais tranquilos do que ela chegar no meio da madrugada desse jeito. Eu levaria ela pra minha casa, mas se meu pai acordar e ver ela assim, ele mesmo liga pro Dr. Paulo, meu pai é muito rígido. E levar pra casa do Mauricio, é a mesma coisa que pra casa dela, a Fernanda ligaria pra Beatriz na mesma hora. Não podemos correr o risco.

                - Mas eu to trabalhando agora, não posso largar tudo e ir cuidar dela. Tenho minhas responsabilidades, não posso lidar com essas coisas de adolescente rebelde.

                - Eu posso ficar no seu lugar, me explica o que tem que fazer que eu fico lá. E outra, a partir do momento que você resolveu ficar com ela, você não pode e sim DEVE lidar com essas “coisas de adolescente”, a Melanie é uma menina muito especial, só que faz merd* de vez em quando, agora colocar o futuro dela em risco por causa disso, já é demais!

                - Você é apaixonado por ela. – constatou a professora.

              - Vai se fuder – respondeu bravo. – e me ensina logo o que eu tenho que fazer.

                Levou o garoto até a barraca e ninguém entendeu nada, mas inventaram uma desculpa que o Gustavo queria aprender um pouco e não sei o que, logo, a Ju levaria a menina pra casa dela, iria convence-la a dormir ou deixa-la extremamente calma, limpar os machucados e iria voltar pra festa e fechar a barraca, caixa e afins.

                Entrou no carro e o silêncio era constrangedor, agradeceu a carona e os meninos foram embora, subiu em silêncio com a menina, perguntando qual seria a novidade do dia seguinte se seria sempre essa confusão toda a sua vida ao lado dela.

                Quando entrou no apartamento se assustou com a situação da menina, lá não pode ver o estado direito porque estava escuro, mas ela levaria pontos no supercilio com certeza, precisava leva-la no hospital. Estava toda suja de barro e terra, com a cara cheia de sangue, o supercilio com um corte aberto, o nariz não sangrava tanto porque ela segurava um pano pra estancar e a cara começava a dar sinais de inchaço.

                - Vamos pro hospital, você precisa levar pontos! – disse a mulher já virando pra porta novamente.

                - Não! Eles vão perguntar o que aconteceu, melhor não. Liga pra Márcia, ela virá até aqui. – e entregou o próprio celular chamando.

                Ju não questionou quem era Márcia, mas conversou com a mulher e explicou a situação, ela estava dormindo e Mel deveria ser alguém muito importante pra essa mulher porque mal desligou o telefone e ela já chegou no apartamento.

                - Melzinha, de novo? Ai meu anjinho, o que fizeram com você? – perguntou a senhora baixinha e gordinha, que lembrava vagamente a Zuleica.

                - Você viu Má, acabaram com meu rostinho. – disse fazendo dengo e Ju achando aquela cena no mínimo engraçada. Uma hora a guria é uma cavala, arruma duas brigas numa festa e agora estava ali, parecendo uma criança delicada.

                - Desculpa, nem me apresentei pra senhora, obrigada por cuidar da minha menina, se o Seu Heitor ver ela assim, ela tá ferrada! Eu sou irmã da Zuleica, sou enfermeira, vou cuidar da nossa menina. – disse com muito amor ao falar de Melanie, mas o nossa não passou despercebido, como assim, nossa? Se questionava internamente Ju, quando se lembrou dos bons modos.

                - Por favor, fique à vontade, sou Ju. Amiga da Mel – disse sem graça e apertou a mão da mulher que a puxou para um abraço apertado. – se precisar de algo pode me pedir, disse saindo da sala, pois precisava se acalmar também, respirar fundo para saber lidar com aquela situação.

                A mulher então deitou Melanie no sofá, colocando do lado uma malinha de primeiros socorros, abriu e começou a costurar o supercilio da garota. Depois terminou de limpar o rosto da menina, demonstrando outros cortes mas nada grave.

                Ju voltou a sala e ficou sentada em silêncio enquanto, elas conversaram sobre o ocorrido, Mel lhe contou toda história, evitando falar do envolvimento com a professora e pra surpresa da mesma, Márcia deu razão a menina.

                - Eu sei que você fica nervosa as vezes minha menina, essa Hellen Confusão mereceu mesmo, mas da próxima vez espera o campeonato e você não irá perder sua razão. – disse calmamente, como se fosse normal as pessoas agredirem umas às outras.

                - Tá bom, Má! Aaaaah, não conta nada pra Zu, você sabe como ela fica chateada com essas coisas e também não gostaria que comentassem que a professora Ju está me ajudando, a gente ta trabalhando juntas e ela me deixou ficar aqui, só pra não assustar meus pais, você me entende né?

                - Sim, minha menina! Minha boca é um túmulo! – fez como fechando um zíper na boca.

                - Obrigada, você é demais, Má!

                - Que isso menina, agora toma um banho e vai dormir, precisa descansar pros machucados sararem mais rápido. – disse a mulher sendo acompanhada até a porta por Mel, a mulher apenas acenou para Ju que retribuiu.

                Assim que a menina fechou a porta, sentiu o olhar da Ju lhe queimando as costas, sabia que estava em uma grande enrascada, talvez tivesse sido melhor enfrentar o Heitor mesmo.

                - Melanie Correia! – disse a professora, enquanto a garota ainda estava de costas, virou-se lentamente com medo.

                - Sim, minha linda? – respondeu tentando ser amável, natural e não colou.

                - Nada de linda. Vou te ajudar no banho se precisar, tá com fome? E depois, vamos conversar seriamente. – decretou.

                - Ok! Sem problema nenhum. – disse a menina calmamente, como se tivesse andando devagar prestes a pisar em alguma mina e explodir.

                Foi até o banheiro do quarto de Ju, se fechou lá alegando que conseguiria tomar banho sozinha, pois nem tinha sido tão grave assim, segundo ela. Ao tirar a roupa, com dificuldade porque o abdômen doía muito e a mão estava muito machucada também, tudo doía na verdade. Olhou-se no espelho e assustou com o vergão de mais ou menos dois palmos que estavam na lateral direita e o rosto com certeza ficaria roxo, pois já estava inchando, constatou. Abriu a porta do banheiro, e disse pela fresta:

                - Ju, se eu gritar, não precisa entrar, tá? Só se eu falar “entra” – disse a menina.

                - Você está bem mesmo? – estranhou o que a menina pediu.

                - Sim, está tudo tranquilo, pode ser?

                - Ok! Mas, se precisar de ajuda me chama mesmo. – disse preocupada.

                A menina fechou a porta, se posicionou embaixo do chuveiro, assim que sentiu a água fria encostar no seu corpo começou a dar gritinhos de dor, pois tinha muitos ralados no rosto, na mão, no joelho, no cotovelo. No chão branco estava uma mistura de terra e sangue, um tanto quanto nojento, que quase fez a menina vomitar, mas segurou firme.

                Lavou o cabelo, onde tinha ralado no corpo esfregou forte com a bucha, pois tinha ouvido em algum lugar que tem que limpar bem o machucado pra não inflamar e gritava.

                A professora estava um tanto quanto assustada com os gritos, bem atenta para caso dela a chamar, mas respeitou o pedido da menina e por mais que queria entrar e dar ela mesmo o banho e cuidar da menina mimada, não o fez.

                Depois de aproximadamente 20 minutos que para Ju foram como horas, tamanha sua angustia para ver a menina, ela saiu do banheiro, Ju estava deitada na cama já de pijama, shortinho preto e um blusinha regata branca, tentando ler um livro.

                Mel estava enrolada na toalha, com a aparência menos feia do que quando entrou no banheiro, mas dava pra perceber que os machucados demorariam um tempo para sarar.

                - Separei essa roupa pra você – disse Ju apontando uma calcinha, um short de pijama listrado e uma camiseta bem grande.

                - Obrigada. – disse Mel com um sorriso no rosto, vestiu-se na frente da mulher mesmo, apesar de todo o ocorrido, sentiu que o olhar da mulher estava atento ao seu corpo, porém não tinha nem forças para sustentar o olhar. Assim que terminou de se vestir, deitou ao lado da mulher.

                - Eu sei que você quer brigar muito comigo, mas estou com muitas dores e cansada, podemos conversar melhor amanhã? – perguntou a menina entregando os pontos e sem nenhuma gracinha, o que deixou Ju preocupada.

                - Claro, minha linda! Mas, você não escapará da bronca, viu?! Provavelmente você está se sentindo assim porque a adrenalina do momento está baixando, vai piorar as dores!

                - Eu sei. – disse a menina precisa, o que fez a professora se questionar em quantas brigas será que ela já se meteu. Bia vivia reclamando que ela estava machucada por alguma briga, mas na época não se atentava muito nos detalhes que se referiam a Melanie.

                - Vou pegar um relaxante muscular pra você, quer que eu prepare algo pra comer?

                - Obrigada, eu quero um leite com nescau, se puder, meu estômago ta meio ruim. – disse a menina.

                A mulher foi, fez o leite com nescau pra ela, levou com o remédio. A menina tomou e depois colocou a xícara na mesinha do lado.

                - Eu estava pensando, que qualquer dia desses você podia terminar aquele desenho meu pra eu colocar aqui no quarto né?! – disse a professora tentando distrair a menina das dores.

                - Tá doida? E se alguém vê? Eu vou meter a mão na cara do primeiro que ver o desenho. – disse Mel dando um soco no ar e sentindo uma fisgada na lateral, que a sossegou.

                - Para de ser boba menina, tá. Pode ser que eu não coloque no quarto, mas você podia termina-lo né? – pediu fazendo biquinho.

                - Pedindo assim, com certeza. – A menina se alinhou ao corpo da professora, deitando um pouco abaixo do peito dela e ela passava a mão nos cabelos castanhos e molhados de Mel. –Ju?

                - Sim?

                - Me conta da sua família. – disse a menina.

                - Da minha família? – perguntou surpresa.

                - Sim, não sei nada da minha sogra e cunhados. Só sei que elas mora no sítio e quando você vai lá eles não deixam mais você ir embora. – disse a menina fazendo graça ao lembrar do bolo que levou da professora no dia do filme.

                - Palhaça! O que você quer saber?

                - Sobre eles ué!

                - Tá! Minha mãe se chama Albertina, tem 60 anos, é baixinha, gordinha, cozinha muuuito bem e é viúva.

                -  SESSENTA ANOS?! É a idade da minha vó – disse Mel espontaneamente.

                - Nossa diferença de idade é grande, né menina?

                - Isso não importa e faz tempo que ela é viúva? Você lembra do seu pai? – perguntou a menina curiosa.

                - Faz, eu era mais nova que você quando meu pai morreu. Acidente de carro. Ele era muito animado, juntava ele e a mamãe, não tinha quem ficasse calado. Eu me lembro de brincar muito com ele, quando ele morreu passamos muita dificuldade financeira. Mas depois deu tudo certo. Satisfeita?

                - Não! Me conta tipo um resumo da sua vida.

                - Como assim? – perguntou a professora gostando daquela conversa. – Espera ai. – disse atendendo ao celular que tocava.

                - Alo! ... Sim, Re! ... tá melhor ... ainda não, estamos conversando na cama ... aham ... obrigada, você é incrível! ... tá ... até amanhã!

                - Era o Renato? – perguntou a menina curiosa.

                - Sim, ele queria saber como você estava e dizer que ele irá na barraca da Apae fechar pra mim, que bom porque eu não estava nenhum pouco afim de sair daqui. – confessou.

                - A é?

                - Sim, continua. Como é pra fazer o resumo?

                - Ó, tipo assim, vou falar de mim. Sou Melanie Correia, tenho 15 anos, filha de Beatriz e Heitor, tenho só um irmão, mais velho, Marcelo. Sou muito apegada ao meu irmão e mãe, vivo brigando com meu pai. A funcionária lá de casa chama Zuleica, faz muitos anos, meus melhores amigos são Gustavo e Mauricio, estou no 1º ano do Ensino Médio, não sei o que quero fazer da minha vida profissional. Luto muay thai, como pode-se perceber e por incrível que pareça muito bem. Sou modesta e super sincera. – nesse momento Ju já estava rindo das bobeiras da menina. – Me descobri gay recentemente e estou lidando muito bem com a situação, sou uma pessoa incrível, não me abalo com nada. To pegando uma senhora de idade ai ... “ai” – exclamou ao levar um tapa da Ju no braço.

                - Dá próxima vez vou abrir seu outro supercilio, palhaça! – ameaçou em tom de brincadeira.

                - Essa mulher que eu fico é muito agressiva, estou começando a acha que sou masoquista porque mesmo assim quero continuar com ela. Adoro natureza. Amo cachorros, mas desde que o meu morreu, 3 anos atrás, meu pai não deixou eu ter outro. Adoro desenhar, mas isso é um segredo que pessoas curiosas já descobriram. Sou vegetariana. Meu prato favorito é lasanha de espinafre. Amo suco de melancia. Como quase de tudo, menos carne e derivados. Sou simpática e tenho um bom coração.

                - Você se acha muito, né?! – disse a professora brincando.

                - Nunca me perdi pra me achar! – respondeu com a piada mais sem graça que poderia existir, fazendo a professora rir de tão boba que era.

                - Ê menina!

                - Agora é a sua vez. – disse a menina curiosa.

                - Tá. Meu nome é Jucelma Rodrigues.

                - O QUE?? – disse a menina indignada!

                - Você pensou que meu nome fosse Ju?

                - Sim. – respondeu a menina como se fosse obvio.

                - Eu não gosto muito do meu nome, por isso são poucas pessoas que sabem, continuando. Minha mãe se chama Albertina, meu falecido pai Roberto, tenho dois irmãos, o mais velho Joelson, tem uma filha de 6 anos e mora com a esposa Marta no sitio. Minha irmã do meio, Josicléia mora em Cuiabá, é casada, tem dois filhos. Pedro, 9 anos, agora. José, 4 anos.

                - Que horror esses nomes! Só porque deram um feio pra sua mãe ela desgraçou tudo vocês! – disse a menina sem filtros.

                - Hey! São minha família. – chamou a atenção, brava.

                - Desculpa, é que saiu. – disse a menina um pouco envergonhada.

                - Tá, né?! Continuando. Eu fiz faculdade de pedagogia e matemática em Cuiabá e depois voltei pra cá, porque gosto de cidade pequena e também queria ficar perto da minha família. Sou gay assumida pra minha família.

                - Etaaaaaaa... espera ai! E por que você não conta pra minha mãe? Vocês são amigas há anos!

                - É mais complicado do que você imagina, por mais que eu tenha me assumido pra minha família, não tenho coragem de fazer perante a sociedade. Sua mãe não entenderia muito bem.

                - Eu achei que fosse sua primeira menina – disse fazendo biquinho.

                - Hey, não é a primeira mas tá sendo tudo muito único contigo.

                - Quem foi a biscate?

                - hahahaha. Eu estava na faculdade quando fiquei pela primeira vez com uma menina, namoramos dois anos, não deu certo, depois namorei um rapaz por um ano, mas decidi que não era isso mesmo e tive alguns rolos. Depois que voltei pra cá, fiquei com pouquíssimas mulheres e alguns rapazes pra disfarçar, nada sério.

                - Eu sou sério?

                - Você quer ser sério?

                - Acho que quero, tá tudo sendo muito rápido? – perguntou a menina.

                - Está sendo no tempo certo! – respondeu a mulher confiante. Apesar que acreditava que 3 semanas sim era um tanto quanto rápido para o nível que estava se encaminhando aquele “relacionamento”, mas como disse pra menina, está tudo indo como tem que ir.

                - Continua? – pediu a menina.

                - Bom, eu gosto de ajudar as pessoas, por isso trabalho na Apae. Não sou vegetariana, mas não sinto muita vontade de comer carne também. Meu prato preferido é nhoque, adoro massa. Gosto de vinhos, adoro ler.

                - Legal, olha quanta coisa já descobrimos. Depois que a gente começa a falar assim fica mais fácil né?! – disse a menina bocejando.

                - Sim, fica mesmo! Agora que temos muitas informações uma da outra, podemos dormir, o que acha? – perguntou a professora.

                - Podemos! Ah, Ju, o que você acha da gente falar pra mamis que eu dormi aqui? Tipo, olha só, eu te encontrei quando tava indo embora toda arrebentada e você achou melhor eu dormir na sua casa do que chegar assim e assustar meus pais.

                - Tudo bem, mas você diz que você me persuadiu a deixa-la dormir aqui, sua mãe jamais acreditaria que eu iria dar a ideia de dormir aqui sem avisá-la.

                - Eu to te fazendo sair dos trilhos né?!

                - Você tá me fazendo eu me sentir viva! – confessou a professora dando um beijinho na menina e abraçando as costas dela de leve para não machuca-la.

                - Boa noite. – disse a menina.

              - Boa noite, minha menina. – disse a mulher, encantada, apesar de toda a confusão e o stress que estar com Melanie causava, quando estavam juntas parecia certo, parecia que tudo poderia acabar porque naquele momento nada mais importava. Se questionava como em tão pouco tempo se envolveu tanto com essa garota, filha da sua melhor amiga, céus, o que iria dizer pra Beatriz ou então o que não iria dizer, os pensamentos martelavam na sua cabeça com uma força absurda. Mas, ao olhar a menina dormindo, teve certeza que nunca sentiria isso por mais ninguém, essa ambuiguidade, essa raiva e carinho, briga e paz, sex* e tapas, discussões e reconciliações, tempestade e sol, confusão e harmonia. Assim eram os dias com Melanie Correia.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Meninaaaaas lindassss...

Obrigada pelos comentários de todas vocês, essa está sendo a primeira história que estou de fato escrevendo apesar de ter milhões de ideias, tenho dificuldade em enriquecer os detalhes, mas estou tentando, depois me contem o que acharam desse capítulo um pouco maior, pensei que eu adoro capítulos grandes, logo, vou escrevê-los maior, né?! hehehe

Ah, esse fds vou prestar um concurso muito bom (se passar terei mais tempo para escrever), peço que vocês torçam por mim, hehe, caso eu não poste mais essa semana, porque vai ser corridão os estudos!

Enfim, ótima semana a todas!!!!

beijiiiiinhos

 

ps.: se alguém quiser dar dicas de formatação. hehehe


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Comentários para 11 - Capítulo 11 - terceiro dia:
Mille
Mille

Em: 05/04/2016

Que menina valente, gostei do que o Marcelo disse pra Ju sobre abandonar a Mel.

Ah estou louca pra ver ela enfrentar a Confusão no tatame, aí sim pode meter peia.

Bjus e até o próximo

Boa sorte no concurso


Resposta do autor em 20/04/2016:

Com certeza, ai ela pode arrebentar essa menina! hehehe

obrigadaaaa, desculpa a demora..

beijinhoooos

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graziela
graziela

Em: 05/04/2016

Mas a Mel é estouradinha.  😂 

Pela Ju então faz td. 

Pelo menos essas porrada e brigas todas serviram para as 2 se conhecerem melhor. 

 

Bj.  Boa semana. 


Resposta do autor em 20/04/2016:

com certeza,

tudo tem seu lado bom... ;)

 

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