Ame o que é seu por PriHh
Capítulo 19 – Presente de grego
“A razão é um sol impiedoso; ela ilumina, mas cega.” (Romain Rolland)
Alguns dias se passaram desde o meu reencontro com Patrícia e Júlia. Depois disso eu tive a sorte de não as ver mais juntas. Talvez ela própria tenha evitado ir até a casa de minha mãe para não correr esse risco de me encontrar por lá. Em compensação, encontrei Valentina por duas vezes depois disso, porém nas duas, Júlia estava sozinha quando foi busca-la.
Cada vez que eu me juntava com aquele anjinho ruivo eu me apegava mais e mais a ela, eu a amava um pouco mais. E isso me angustiava, afinal de contas Patrícia era a mãe dela e podia afasta-la de mim se quisesse, e eu não queria que isso acontecesse. Mas eu não teria como impedir.
Eu já estava morando em minha nova casinha. Era sexta feira a noite e eu estava terminando de me arrumar para sair com Flávia quando ouvi a campainha tocar. Assim que abri a porta dei de cara com Júlia.
- Oi – disse a ela.
- Oi.
- Entra. – dei passagem.
- Onde vai toda gata assim? – perguntou passando por mim.
- Vou sair com a Flá. Uma boate gls que ela quer ir. Tá afim de ir com a gente?
- Não posso. Tô terminando de organizar algumas coisas. Alias foi pra isso que eu vim. Eu preciso muito te pedir um favor. – fez uma cara de manhosa que ela fazia sempre que queria algo que sabia que eu não faria por livre e espontânea vontade.
- Pede – disse indo ate o espelho para terminar a maquiagem.
- É o seguinte, você sabe que domingo que vem é o aniversario da Vavá. E eu gostaria de saber se você topa fazer as fotos da festinha?
- Eu? – olhei-a segurando o rímel na mão – Por que eu?
- Ué... você é fotografa não é? Se o problema for dinheiro eu pago – ela disse naturalmente.
- Claro que o problema não é dinheiro Júlia. Eu só estranhei o pedido.
- Eu gostei das suas fotos. – disse pegando um porta retratos em cima da mesinha de telefone e olhando a foto que continha nele - Você fotografa muito bem, e eu acho que com você por perto a Vavá se solta mais. Assim terá mais chances de conseguir fotos lindas e naturais dela.
- Eu não sei se seria uma boa ideia. O que a Patrícia achou disso?
- Ela não disse nada – respondeu sem me olhar.
- Júlia – chamei-a e ela bufou.
- Tá ela não gostou muito da ideia no começo... mas depois ela aceitou.
- Não sei... – disse pensativa.
- Por favor, Ana. Você já ia à festa mesmo não ia? Não faltaria no aniversario dela né?
- Não... eu prometi a ela que iria. – Eu tinha mesmo prometido a minha pequena que iria no dia em que ela mesma me entregou o convite da festinha. Estava toda feliz porque iria completar 4 aninhos.
- Então. Você já aproveita e faz umas fotos. Não precisa ser nada muito profissional. Só queremos as recordações deste dia. Aceita? Por favor... – juntou as mãos como se implorasse.
- Tá bom. – disse ainda receosa de que aquela era mesmo uma boa ideia.
- Ótimo. – Sorriu, feliz por eu ter aceito. Terminei de me arrumar e ainda permaneci um tempo conversando com ela até meu interfone tocar. Atendi e autorizei a entrada da Flavia. Júlia foi ao banheiro enquanto eu abria a porta para minha amiga. Assim que ela passou por mim o perfume dela invadiu minha sala. Ela estava linda. Usava um vestido tubinho preto, que destaca o corpo perfeitamente trabalhado dela, salto alto e brincos dourados. Uma maquiagem linda, com um batom vermelho cereja que destacava seus lábios e os cabelos soltos. Estava deslumbrante
- Ta um espetáculo! – eu disse.
- Você também. – respondeu sentando-se no sofá. – quem sabe hoje você arruma uma nova namorada.
- E quem disse que eu preciso de uma nova namorada?
- Euzinha – disse rindo.
- Eu to muito bem do jeito que tô. – respondi sentando de frente para ela.
- Ta pronta? – Antes que eu pudesse responder Júlia surgiu no corredor caminhando devagar. Flávia estava distraída e nem percebeu sua chegada. Júlia colocou suas mãos sobre os olhos de Flávinha, tapando-os. Ela abriu um sorriso largo.
- Sei que é você Júlia – ela disse me deixando admirada. Como ela sabia que ela minha irmã ali sendo que Júlia não emitiu um som sequer?
- Não tem graça assim – Júlia disse tirando as mãos e dando um beijo no rosto dela.
- Talvez se você mudasse de perfume eu não saberia tão fácil assim que é você. – Júlia ficou rubra e sorriu timidamente.
- Estou muito brava com você! – ela disse sentando-se ao lado dela. - Você terminou e nem avisou a gente. Se não fosse a Aninha ter me contado eu nem saberia né... Esqueceu que têm amigas é? – cobrou.
- Não... não esqueci – ela baixou os olhos rapidamente desviando-os de minha irmã – Eu estava precisando ficar sozinha por um tempo – disse baixo.
- Pelo visto esse tempo já passou né. Já até indo pra balada com minha irmã!
- Por que não vem com a gente? – sorriu. As duas conversavam como eu nem estivesse ali diante delas. Eu acompanhava o dialogo das duas observando Flávia. Ela olhava Júlia com ternura, um olhar esperançoso. Eu conhecia bem aquele olhar e não era nada bom, pelo menos para ela.
- Eu não posso – Júlia disse apoiando a cabeça na mão e deslizando os dedos por entre os cabelos – Hoje não. Só passei aqui para trocar umas palavrinhas com a Ana. Mas vamos marcar pra outro dia. Assim podemos ir todas juntas o que acha? Ana? – olhou-me. “Agora eu existo?” – pensei.
- Claro... – respondi torcendo para que esse dia não chegasse. Eu não conseguia imaginar como seria passar a noite em uma balada, tendo que presenciar minha irmã e Patricia juntas, mais eu podia prever que não seria nada bom para mim – Vamos marcar sim. Eu acho melhor a gente ir Flá – disse mudando de assunto.
- Sim vamos. Quero te apresentar umas amigas minhas. – Saimos de lá e seguimos para a boate. Já passava das onze da noite. A fila para entrar estava cheia mais Flávia conseguiu nos colocar para dentro logo. O lugar era bonito. Tinha uma decoração que imitava o interior de um barco. Chamava-se Club Yacht. Os barmans vestiam-se como marinheiros. Não era muito grande mais tinha muita gente bonita. E o Dj era muito bom.
- Aqui é muito legal – disse em seu ouvido.
- É sim – respondeu – vamos procurar as meninas. - Andamos por algum tempo pela balada até encontramos uma rodinha com três mulheres. Duas belas negras e uma loira, muito bonita também. Flávia nos apresentou e passamos boa parte da noite juntas. Me afastei delas por um momento parando no balcão do bar. Pedi uma caipirinha de vodka com morango e enquanto aguardava a bebida senti uma mão tocar minha cintura. Virei-me em direção à dona da mão e dei de cara com Cintia. Ela sorriu.
- Sabia que era você – disse.
- Oi – respondi olhando-a de cima a baixo. Ela estava linda num shortinho de sarja preto e curto combinando com uma blusa branca de ombros de fora. Uma sandália de salto preta e os cabelos presos num coque no alto da cabeça.
- Você me deve uma ligação – sorriu.
- Me desculpe. – sorri envergonhada por não ter retornado ligação dela - Posso compensar com uma bebida? – coloquei minha mão sobre a cintura dela e falei baixo tocando meus lábios levemente em sua orelha. Senti o corpo dela arrepiar-se.
- Pode compensar de várias maneiras – respondeu com malicia no olhar – mas aceito a bebida por enquanto.
- O que bebe?
- Uma caipirinha de saquê. De Kiwi. – fiz o pedido dela ao barman. Ele entregou a minha caipirinha e eu dei um gole. Estava uma delicia. Forte como eu gostava.
- É muita coincidência te encontrar aqui. – ela disse.
- Ou é muita sorte minha – respondi olhando-a.
Eu lançava a ela olhares desejosos. Encarava sua boca cada vez que ela dizia algo. Eu a secava descaradamente. E ela correspondia. A bebida dela chegou e bebemos em silencio apenas trocando olhares insinuantes. Assim que terminamos as bebidas eu a chamei pra pista de dança. Apresentei-a pra Flávinha e ela logo me deu um sorrisinho safado. Ela já sabia bem como minha noite terminaria, ou melhor, como ela começaria.
Dançávamos com os corpos colados. Ela se remexia no meu corpo atiçando-me. Quando dei por mim já estávamos nos beijando num canto da balada. Os amassos tornavam-se mais quentes, provocantes. Certa altura da noite eu a convidei para dormir na minha casa. Mandei uma mensagem avisando minha amiga e pegamos um taxi até lá.
O resto da minha madrugada foi quente. Repleta de sex* e prazer, tanto ofertado quanto recebido. Quando finalmente adormeci estava exausta, meu corpo estava cansado e satisfeito, mas meu coração, este ainda continuava vazio. E talvez ele nunca mais se preenchesse novamente. Todos esses anos eu já havia tido muitas mulheres em minha cama, loiras, morenas, ruivas, negras, mulheres belíssimas, tanto por fora quanto por dentro, mas nenhuma delas foi capaz de me tocar como Patricia havia tocado. Com ela eu havia feito amor. Com as outras era apenas sex*. Ela havia penetrado no mais intimo do meu ser, ela havia feito minha alma vibrar, e aquela sensação, eu sabia que mulher nenhuma seria capaz de me fazer sentir outra vez.
Os dias voaram. No sábado, véspera do aniversário da minha anjinha, eu estava caminhando pelo centro da cidade quando vi algo que me apaixonei. A única coisa que pensei era que seria o presente perfeito para Valentina.
E quando finalmente o domingo chegou eu já começava a me apavorar. Primeiro por que eu sabia que veria Patricia novamente em pouco tempo e segundo por que o meu presente para Vavá causaria um verdadeiro tumulto entre ela e eu. Ajeitei minha câmera e alguns acessórios e esperei para que Flávia fosse me buscar.
- Preciso comprar um carro urgentemente – falava sozinha. Não demorou muito para que o porteiro ligasse informando que minha amiga estava ali.
- Eu fiz uma coisa – disse assim que ela entrou no apê.
- O que aprontou?
- Eu comprei um presente pra Valentina. Um presente muito fofinho.
- Você não fez o que eu to pensando que você fez né? – parou pondo as mãos na cintura.
- Culpada – eu disse rindo e seguindo até o canto da sala. Abaixei-me. – Ela não é linda? – perguntei mostrando a cachorrinha. Era uma filhotinha de micro yorkshire, uma raça de porte bem pequena.
- Você é louca Ana? Você mesma não me disse que ela não queria que Valentina tivesse um cachorrinho agora.
- Sim ela disse.
- E mesmo assim você comprou – cruzou os braços.
- Sim eu comprei – respondi passando a mão na cabecinha dela – Eu conheço a Patricia melhor que ninguém Flávia. Ela pode até dar um showzinho na hora mas vai se derreter por ela.
- Um showzinho? Ela vai esganar você. O que você fez foi uma loucura Ana.
- Eu sei... segura ela – disse colocando a cachorrinha em seu colo. Logo Flávia já estava brincando com ela. Não tinha como não se apaixonar por aquele serzinho tão peludinho quando ela vinha querendo nos lamber.
- O que vai fazer se ela não se derreter pelo seu presente?
- Nesse caso... – pensei - vou convencer a Júlia a convencer ela.
- Você é realmente louca! Só pode! Vamos então?
- Vamos. Me ajuda com as coisas?
- Eu... nem pensar eu levo a cachorra e você leva as coisas – disse pegando a chave do carro e seguindo até a porta.
- Espertinha você! – peguei meus apetrechos e descemos para o carro dela. A festa de Valentina seria no próprio salão de festas do prédio de Patricia. Ela havia reservado o local e convidado todos os amiguinhos dela. O tema da festa era de joaninha. Assim que chegamos na porta de entrada Flávia me deu a cachorra.
- Agora você pode levar ela – disse sorrindo – Boa sorte!
- Você é muito folgada sabia. – respondi. Assim que avistei Patricia meus pés travaram. Ela deu um sorriso lindo, que morreu assim que viu a cachorrinha em meu colo, ficando séria. Caminhou até mim em passos largos e Flávia afastou-se me deixando sozinha. “Amiga da onça” – pensei.
- Oi – eu disse.
- Espero que isso na sua mão não seja o que eu estou pensando – disse assim que aproximou.
- Isso depende o que você ta pensando – respondi tentando descontrair a cara de brava dela.
- Diz pra mim que esse cachorro é seu. – olhava-me seria.
- Na verdade... será que a gente pode conversar um minuto. – pedi baixo levando meu rosto próximo ao dela.
- Não Ana Cecilia... – ela só me chamava assim quando estava possessa de raiva - nem continua... você não ouviu nada do que eu disse aquele dia pra ela? – falou mais alto e eu pude ver Júlia olhando pra gente. Ela começou a caminhar até nós e eu puxei Patricia para o fora do salão.
- Dá pra você parar de agir assim? Que mal tem a garota ter um cachorrinho me explica.
- Ela é muito nova pra ter um animal. Você não tinha o direito de passar por cima de uma decisão minha Cecília. Quem você pensa que é pra fazer isso?
- Eu sou alguém que apesar de estar a pouco tempo aqui se importa com sua filha. E acho que ela pode sim ter um animalzinho. Não era você mesmo que dizia que quando tivéssemos nossa filha nós arrumaríamos um cachorrinho pra crescer ao lado dela.
- Ela não é nossa filha Cecilia. Ela é minha filha! – gritou.
- O que está acontecendo aqui? – Júlia interrompeu-nos.
- Sua irmã trouxe um presente pra Valentina – apontou a filhotinha. Eu achei que Júlia concordaria com ela e que eu ouviria outro sermão de como eu não devia ter feito aquilo mais pra minha surpresa ela acariciou o cachorro.
- Que lindinho! – disse.
- Júlia. – ela gritou.
- É fêmea. – eu disse.
- Ela não vai ficar com o cachorro – Patricia decretou. Olhei para Júlia mas antes que ela dissesse algo Valentina apareceu.
- Tia Ana! – chamou e eu me virei. Imediatamente ela olhou o filhote.
- Oi princesinha! – disse.
- É um cachorrinho?
- É sim. – Abaixei-me mostrando o filhote a ela. Ela aproximou-se e passou a mãozinha em seus pelos.
- É meu? – perguntou e eu levantei meus olhos para Patricia. Ela encarou-me, seus olhos fuzilavam-me mais eu sabia que no fundo ela não estava com raiva por eu ter dado o cachorro, nem mesmo por ter passado por cima de sua decisão, sua raiva era por que minha atitude a fazia lembra-se da antiga Patricia, aquela por quem eu havia me apaixonado. Não essa pessoa séria e fechada, mais da garota doce e sonhadora com quem eu já tinha feito muitos planos.
- É sim meu amor – ela própria respondeu engolindo a raiva e olhando-a depois de um tempo em silencio – Agradece a tia Ana pelo presente.
- Bigada tia Ana – ela disse me abraçando e eu apertei-a em meus braços.
- Feliz aniversário meu anjinho – disse. - Ela precisa de um nome.
- Ela vai chama Dolly.
- Vamos mostrar seu presente pro papai? – Júlia que estava quieta até então pronunciou algo - Comportem-se vocês duas – disse olhando-nos. – Hoje o dia é dela – apontou a pequena. Eu entreguei a cachorrinha nas mãos de Valentina ensinando-a a segura-la e Júlia saiu com ela. Virei de costas para segui-la mas Patricia segurou-me pelo braço me puxando de volta. Até mesmo seu toque nervoso me despertava arrepios.
- Você tinha que fazer isso não tinha. – disse baixo.
- Eu não entendo por que tanta marra por um cachorrinho.
- Não é o cachorro e você sabe disso. É essa sua mania de fazer as coisas do seu jeito... e ainda passar por cima de mim.
- Pelo amor de Deus Patricia. Um cachorrinho faz bem a qualquer criança e você sabe disso melhor que ninguém. Você já esqueceu do quanto amava o Toy? Pelo que eu me lembre você me disse que era menor que ela quando ganhou ele não foi?
- Eu não esqueci dele. Você não entende mesmo não é?
- O que eu não entendo é como você pode mudar tanto. O que houve com você pra abandonar tudo que você sempre defendeu, que você sempre quis pra sua vida? Pra vida dos filhos que você sempre quis ter?
- Nunca mais entendeu... nunca mais passe por cima de uma decisão minha. A única que tem esse privilégio é a Júlia, minha namorada, e não você! – disse frisando as palavras minha e namorada, ferindo-me profundamente.
- Você já deixou isso bem claro quando beijou minha irmã naquela noite. – devolvi sabendo que minhas palavras certamente mexeriam com ela - Agora se me der licença, eu tenho algumas fotos pra fazer. – Puxei meu braço e sai de perto dela. Assim que entrei encontrei Flávia me esperando.
- Como foi?
- Vamos ao banheiro comigo? – puxei-a pelo braço. Entramos e eu tinha vontade de quebrar tudo tamanha era minha raiva. Flávia permaneceu em silencio até que eu me acalmasse.
- Pelo visto foi tenso.
- O que houve com ela? – questionei irritada.
- Você! – respondeu naturalmente.
- Eu não fiz nada demais. Eu só comprei um presente pra filha dela.
- Você não precisou fazer nada... bastou voltar – ela insinuou.
- Você ta viajando Flá. Ela ama minha irmã. Acabou de jogar isso na minha cara.
- E você acredita mesmo nisso? Acorda pra vida Ana Cecilia. Eu passei quatro anos dividindo o mesmo teto com aquela mulher, estive presente em todas as fases do namoro de vocês, vi o quanto ela sofreu quando se separaram e vi mais sofrimento ainda quando você deixou o pais. Pode até ser que exista algum sentimento pela Júlia mas amor... ta longe de ser amor.
- Mesmo assim é com a Júlia que ela está! E eu não posso fazer nada quanto a isso.
- Não pode ou não quer?
- Não vou estragar o relacionamento da Júlia.
- Então parte para outra amiga. Talvez seja o único jeito disso não acontecer.
- Talvez você tenha razão – suspirei. – Vamos voltar... preciso tirar as fotos da Vavá.
Voltamos por salão e eu peguei minha câmera. Consegui fotos excelentes da Vavá com a Dolly, brincando com as demais crianças e com Júlia. Patricia não estava por ali e demorou a aparecer. Quando finalmente voltou Júlia foi ao encontro dela. Elas conversaram algo e ela abraçou minha irmã. Aquela cena partia meu coração mais o que eu podia fazer. Eu havia decidido ter Júlia de volta em minha vida e isso incluía ter Patricia com ela. Mais tudo isso tinha um lado positivo. Valentina. E era nisso que eu me focaria.
Passei o resto da tarde voltada para ela e fiz um pequeno intervalo para brincar com ela. Flávia participou conosco assim como a pequena Dolly. Valentina se divertia muito com ela e era reconfortante vê-la tão feliz, pois eu também ficava feliz. Consegui ignorar Patricia por quase toda a festa, mais na hora dos parabéns não teve pra onde fugir. Eu sentia um pedacinho de mim morrer a cada vez que tirava uma fotos das três juntas. Em dado momento Júlia me chamou para tirar uma foto com elas. Coloquei a maquina no tripé e programei-a pra disparo a distancia e me dirigi para trás da mesa. Seria apenas nós três. Patricia estava com Valentina no colo e assim que me aproximei a pequena envolveu seu braço em meu pescoço aproximando-me dela, e consequentemente de Patricia. Pra piorar um pouquinho a situação Flávia aproximou-se com Dolly no colo.
- Faltou alguém – entregou-a a mim. – Uma família perfeita – disse baixo em meu ouvido com um sorrisinho cínico sem seus lábios e olhei brava para ela.
- Pronta? – perguntei a Patricia.
- Sim. – respondeu. Coloquei meu braço que estava livre sobre a cintura dela e senti-a prender a respiração.
- No três. Um... dois... e sorria – disse sorrindo e apertando o disparador. O flash disparou. Entreguei a cachorra para Vavá e caminhei até a câmera para conferir se a foto tinha ficado boa e confirmei. Voltei a tirar fotos das pessoas presente na festa até que avistei Patrícia ao longe, com Dolly no colo e Vavá ao lado delas. Ela brincava com a cachorrinha encostando seu nariz no rostinho dela, que tentava morde-la. A cena era linda e me fez sorrir. Aproveitei a distração para fotografa-la e confesso que nem mesmo as modelos mais belas que eu já tinha registrado conseguiam superar a beleza daquela ruiva. Ela era encantadora. No fim da festa fui me despedir de Valentina. Dei um abraço apertado nela e prometi que em breve nos veríamos de novo.
- Obrigada por ter vindo – Patrícia disse. Ela já estava mais amável e educada.
- Obrigada por ter me convidado. E me desculpe por passar por cima de você, de verdade.
- Tudo bem. Ela adorou o presente e tenho que confessar que eu também achei uma gracinha. Mas por favor, sempre que tiver que fazer algo que envolva minha filha...
- Como dar-lhe um cachorro? – interrompi-a.
- Algo do tipo – sorriu descontraída - eu agradeceria se consultasse antes.
- Eu o farei... – respondi. – Bom depois eu peço pra Júlia levar a caminha dela e a ração.
- Tudo bem. Do jeito que a Vavá está ligada nela duvido que deixaria a cachorra dormir longe dela hoje – disse rindo descontraidamente.
- Assim que eu tratar as fotos te envio ok?
- Ok.
- Até mais – aproximei-me dando um beijo em seu rosto e sentindo seu perfume. Afastei-me devagar e sai. Não olhei para trás mais eu podia sentir seus olhos sobre mim. Convenci Flávia a dormir em casa. Eu não queria dormir sozinha e as palavras de minha amiga ainda sondavam minha cabeça, incomodando-me. Eu precisava me distrair e nada melhor do que uma pizza na companhia da sua melhor amiga, uma garrafa de coca-cola e um pote de sorvete jogando conversa fora. Era tudo que eu precisava para encerrar meu domingo.
Fim do capítulo
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danibefour
Em: 27/09/2016
Ana Cecília é muito cativante, estou completamente apaixonada por ela! To torcendo por ela e a Patrícia.
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Ada M Melo
Em: 17/04/2016
começei a ler a historia a pouco tempo, mas acho que a Julia ja teve um grande amor e ja deveria saber que não se manda no coração e está na cara que o grande amor da Patricia é a Ana..... seria mas digno da parte dela desistir, quem sabe a Flavia poderia ter uma chamce de conquista-la....
amando a historia!!!
Resposta do autor em 18/04/2016:
Oi Ada
Que bom que está lendo e que esta gostando...pois é né não se manda no coração!
Bjus
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Ana_Clara
Em: 02/04/2016
São tantas dúvidas! No dia que este passado for esclarecido decido pra quem vou torcer. De início posso afirmar que as 4 sofrem. A Ana ama desesperadamente a Paty, que acha que é totalmente feliz ao lado da Júlia, que ama em silêncio o seu passado e nesse meio todo existe a Flavinha que é louca pela Julia. Quanta confusão!
Resposta do autor em 04/04/2016:
Oi Ana...
kkkk ainda não saber pra quem torcer? É meio dificil mesmo mais algumas coisas na vida são assim mesmo... cheia de confusão!
Bjos
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Baiana
Em: 02/04/2016
Ainda bato na tecla que a Ana tem que partir para outra,ela está presa ao passado,acho que a ficha ainda não caiu que nem ela é nem a Patricia são as mesmas pessoas de antes,a vida seguiu seu curso, a Patricia reconstruiu sua vida,e a Ana tem que fazer o mesmo, e deixar o passado para trás.
Se não for a Cíntia, que apareça uma outra para preencher o coração da Ana
Resposta do autor em 02/04/2016:
Oi Baiana...
Pois é as duas mudaram mesmo, a vida seguiu e não esperou por ninguém. Como vc disse ela pode estar apenas confundindo os sentimentos. Veremos
Bjos
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sofiagayer
Em: 01/04/2016
AIIIIII.. que agonia dessas duas hein?!?! aliás, das quatro.. hehehhe
to adorando esses conflitos
Resposta do autor em 02/04/2016:
Oi sofia...
Agoniante né... vamos torcer pras elas acabarem bem e felizes...
Bjos
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