Capítulo 9 - onde estou?
“Ai carai, onde eu estou, o que fiz ontem?” Por um momento tudo estava embaralhado na cabeça da adolescente mimada, mas quando olhou em volta reconheceu o apartamento da Ju, sentiu um cheiro de comida que embrulhou o estômago, só conseguiu correr para o banheiro e vomitar.
Ju ouviu um barulho vindo do quarto, deixou as panelas e correu para ver como Melanie estava, e ficou com dó da cena da menina ajoelhada na privada vomitando, chegou perto segurou o cabelo dela até que terminasse.
- O que houve? Por que vim parar aqui? Achei que você estivesse brava comigo? –questionou a menina.
- Depois a gente conversa, acho melhor você tomar um banho, tem uma escova de dentes nova no armário, pode usar, vou separar uma roupa pra você e deixar em cima da cama, agora já são 12 horas, daqui a pouco vou ter que sair, não demora muito. – disse num fôlego só.
- Sim, senhora! – respondeu a menina fazendo continência, mesmo naquele estado não deixava de fazer suas piadinhas habituais.
Tomou banho demorado, sentiu algumas ardências pelo corpo, provavelmente tinha alguns arranhados, o joelho esquerdo estava ralado, o que demonstra um tombo que provavelmente aconteceu, lembrava que depois da briga com a Ju, fez as pazes com o Gustavo e depois começaram a beber desenfreadamente, já que não iriam fazer a tal aposta naquele ano, fizeram outra de quem aguentava beber mais e mais rápido, foi o que resultou naquele estado deplorável, concluiu a menina.
Ao sair do banho deu risada ao ver uma calcinha da Ju, um shortinho e uma camiseta gigante com cara de ser super confortável em cima da cama, vestiu-se e foi até a cozinha, sentou na cadeira e ficou observando Ju terminando de cozinhar.
- Tem Gatorade na geladeira?
- Não, por que?
- Adoro beber quando to de ressaca. To numa sede, tem algo pra beber?
- Deveria te dar uma vodka, isso sim!
- Olha que eu aceito!
Ju revirou os olhos, terminou o arroz e colocou na mesa.
- Fiz, arroz, ovos e feijão, imagino que você não esteja com muita fome, né?! Tem suco de melancia com gengibre na geladeira, ah, e fiz esse chá de boldo. – entregou pra menina, que cheirou o conteúdo da caneca e fez uma cara de nojo. – e sem frescura! Se bebe aquela porcaria nojenta, bebe um chazinho de boldo. – disse autoritária.
- Tá. – apenas limitou-se a responder, virou o conteúdo, e teve gana de vomitar novamente, mas logo passou, começou a comer devagar e bem pouco, quando terminou não comendo nem metade que tinha colocado no prato, lembrou que não avisou a família. – Você viu meu celular? Minha mãe deve estar alucinada atrás de mim. – constatou a menina
- Fica tranquila, falei com o Mauricio hoje de manhã e ele disse que ia falar com seu irmão, bem seu celular está aqui mas está descarregado, acho que colou porque o Mauricio não me ligou mais.
- Ah, o Marcelo vai me descascar hoje, que droga! Melhor que meu pai, pensando melhor. – concluiu a menina.
As duas deixaram os pratos sujos na pia e foram para o banheiro e silenciosamente escovaram os dentes, cada uma perdida em seus pensamentos, a menina com medo de que a conversa que viria seria a última, a professora por não saber como lidar mais com aquela situação toda, o ciúmes, infantilidade, bebida, sua amiga, tudo parecia desmoronar, mas quando olhava para aqueles olhos castanhos, se desmanchava, em tão pouco tempo sua vida amorosa deu uma volta de 180 graus e não podia nem pedir um conselho para a sua melhor amiga.
- A gente precisa conversar – disse Ju, saindo do banheiro e sentando em cima da cama.
- Eu imaginei que você quisesse mesmo.
- Me explica sobre você, Gustavo e a aposta. – concluiu com uma dor no coração, porque na verdade não queria saber, mas precisavam ser honestas uma com a outra.
- É o seguinte, como você sabe e o resto da cidade também, eu e o Gustavo somos grandes amigos, tipo, inseparáveis. Mas, bem, foi com ele que eu perdi a virgindade, não porque sou apaixonada por ele, nunca fui, mas porque eu confio nele e muito. E ele era única pessoa que tinha trans*do antes de conhecer você, mas nós dois tínhamos meio que um relacionamento aberto, quando estávamos afim ou final de festa, ficávamos.
- E ficavam com o resto da cidade também? – disse séria.
- Hey linda, isso foi antes da gente ficar – colocou a mão delicadamente no rosto dela – eu sei que é cedo, mas eu não quero ficar com mais ninguém, você pode acreditar em mim. – disse demonstrando sinceridade no olhar.
- Você ainda não me contou da aposta. – ao dizer isso Melanie não pode evitar o riso, causando uma cara emburrada no rosto da professora.
- Então, todo ano eu e o Gustavo apostamos quem fica com mais pessoas na festa, no meu caso homem e no dele mulher, uma garrafa de whisky, geralmente é o prêmio.
- A aposta não tinha nada a ver comigo?
- Claro que não, Ju. Para de ser louca, jamais apostaria nada em relação a você, foi por isso que você me bateu? Achou que eu tivesse apostado com ele sobre a gente? – perguntou a menina entendendo um pouco da reação exacerbada de Ju.
- Desculpe. Mas, ficam os tapas pelo beijo que você deu naquele seboso. – disse uma Ju com ciúmes que Mel não conhecia, mas achou charmosinho.
- E será que eu não ganho beijo? – perguntou a menina rebelde fazendo biquinho.
- Vou pensar no seu caso.
Melanie não esperou que ela “pensasse” e se jogou por cima dela, caindo as duas na cama deitadas, começaram a se beijar desesperadamente, como se aquele fosse o último beijo, mas logo, foram diminuindo o ritmo, até que a professora vira a garota e fica por cima dela, prende as mãos dela no alto da cabeça.
- Quem manda sou eu, menina! Você tem que começar a se comportar.
Ao terminar de falar começou a rebol*r em cima da garota, as duas ainda estavam de roupa. Ju tirou sua própria camiseta deixando amostra seus seios, o que fez a garota alucinar levantou um pouco até alcança-los e começou a ch*pa-los, revezando de um pro outro, enquanto a professora não parava de rebol*r.
A garota estava quase goz*ndo naquela situação, tamanho era o tesão que tinha por Ju, mas não queria que fosse desse jeito, virou a professora, tirou o short que ela estava e junto a calcinha, depois tirou a própria camiseta e o short, ficando apenas de calcinha, começou a ch*par o ouvido da professora enquanto suas mãos passeavam pelo corpo dela, causando arrepios e palavras desconexas, foi descendo a boca para o pescoço, e nesse momento começou a tocar o sex* da professora levemente, foi descendo para os seios novamente, ch*pando o bico do seio dela lentamente, causando sentimentos que a outra nunca vivera, foi descendo a língua por aquele pele quase negra, sentindo o cheiro delicioso que ela tinha sem parar de tocá-la lentamente.
A garota abocanhou o clit*ris da mulher mais velha, ch*pando lentamente ao mesmo tempo em que introduziu um dedo tortuosamente devagar, depois introduziu outro, com movimentos irritantemente lentos, enquanto não parava de ch*par, quando viu que Ju iria goz*r, acelerou o ritmo fortemente, fazendo a mulher gritar seu nome enquanto arranhava suas costas e delirava em um orgasmo.
A mulher encostou a cabeça no peito da menina e ficaram abraçadas por um braço até retomarem a normalidade das respirações.
- Minha menina, você vai me matar desse jeito. Que amor gostoso. – disse a professora se entregando também por palavras para a menina.
- Cara, eu gosto muito de você. – concluiu a menina, mais pra si do que pra outra.
- Agora vem cá, que eu estou louca pra te retribuir esse orgasmo maravilhoso. – disse subindo em cima da menina.
As duas ficaram na cama namorando tempo suficiente de Ju se atrasar completamente para o serviço, teria que passar na Apae, resolver algumas coisas antes da festa. Combinou com a menina de encontrá-la a noite direto na festa, já que aquela noite seria o turno dela.
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Ao chegar em casa, Melanie não estranhou o fato de seus pais não estarem em casa, apesar de que a cidade parava naquela época do ano, pois era a festa mais importante da cidade, acreditava que seu pai estaria trabalhando em algum investidor da festa, algo do gênero. Subiu para o seu quarto, rezando para não encontrar com Marcelo.
Ficou aliviada de não vê-lo, quando colocou a mão na maçaneta para abrir sua porta.
- Parada ai! Te dei cobertura, inventei uma história mirabolante para a mãe, com direito a extraterrestres e naves espaciais que te abduziram, agora quero a verdade!
- Maninho lindo – falou tentando ganhar tempo. – como você está bonito hoje, colocou algo no cabelo? – perguntou passando a mão no cabelo dele.
- Não! Responde mocinha!
- Irmão, sabe o que que é ... é que ... é que ...
- Tá, você não quer me contar né?! Tem a ver com drogas ou confusões? Talvez algum crime?
- Não maninho, cara, eu to de boa, relaxa. É que tem uma pessoa, mas eu não queria falar sobre isso, eu quero te contar, mas ainda é muito complicado.
- Melanie Correia, homem casado?
- NÃO.
- Então, não é nada muito grave? Quando eu te vi na festa você estava alucinada, deve estar numa ressaca violenta né?!
- Nem lembro de você na festa, então, imagina eu ter chegado naquele estado em casa?
- Verdade, mas por favor, não se mete em confusão nas próximas 4 noites, tá? Não esquece que você está com “liberdade provisória”, se o promotor te pegar aprontando ou até mesmo bebendo, você já sabe neh?
- Sim, obrigada! Meu galã de cinema! – disse abraçando o irmão.
- E quando você estiver pronta pra me contar quem é esse cara que derreteu essa pedra de gelo ai, estarei aqui pra te ouvir! – sussurrou no ouvido dela enquanto se abraçavam.
- Eu te amo, guri! – disse e entrou no quarto, capotou durante toda a tarde e um pouco da noite, afinal de contas estava exausta.
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- Alo
- Renato? – ligou Ju numa folguinha que estava no trabalho, pois Renato estava de folga aquela tarde, já que iria trabalhar a noite na festa.
- Oi Ju, como você está?
- Ai amigo, a louca apareceu lá em casa de madrugada, fizemos as pazes.
- Com um sex* incrível?
- Outra hora te conto mais detalhes, estamos bem e é isso que importa, o negócio é o seguinte, ontem a Beatriz me viu saindo naquele estado deplorável da festa e fiquei de contar pra ela hoje, o que tinha acontecido, o que eu falo?
- Fala que você me viu com uma mulher e está apaixonada por mim.
- JAMAIS. Não mentiria uma coisa dessas, fingir que estou apaixonada por você, não cheguei a esse ponto ainda, quero uma mentira mais leve que não vá trazer muitas consequências.
- Diga que estava de tpm.
- Gato, ela é minha melhor amiga, sabe que eu não me abalo por qualquer frescura.
- Você e esse jeito durão não facilitam as mentiras.
- É porque eu nunca precisei mentir, detesto e desde que conheci a Mel, tem sido uma atrás da outra.
- Fala a verdade então, vocês não são amigas?
- Bebeu, é? Também não, pelo visto vou ter que me acostumar com as mentiras – olhou pela janela da sua sala e viu Beatriz se aproximando. – merd*, merd*, Beatriz está aqui, fala logo, ideias, rápido.
- Sua mãe, doença, irmãos, problemas familiares, divórcio, enterros.
Momento em que Beatriz apenas deu uma batidinha leve e entrou.
- Fica calma mãe, já estava na hora mesmo, agora tenho que ir, tchau. – disse desligando o telefone e virando-se para Beatriz.
- Espero não estar atrapalhando, sei que você nessa época do ano vai a loucura, mas fiquei muito preocupada contem contigo, amiga! O que está acontecendo? – disse rodeando a mesa e abraçando-a.
- Então, aconteceu algo. Ontem àquela hora, minha mãe ligou falando que uma tia minha tinha morrido, não sou tão apegada a ela, na verdade faz anos que não a vejo, mas fiquei chateada pela minha mãe, pelas lembranças dela na minha infância. – estava mentindo em partes, a tia realmente tinha morrido, mas isso foi antes mesmo dela retornar para a pequena cidade.
- Que horror, vem aqui – abraçou a amiga novamente. – o que você precisar, estarei aqui, você quer que eu te cubra hoje na festa? Ontem foi tão tranquilo.
- Não amiga, tá tudo bem, eu prefiro encher minha cabeça para não pensar em nada, além do mais hoje é o turno da Mel. – disse pra ver se amiga suspeitava de algo.
- Ah sim, e ela deve ter pedido que você não nos colocassem no mesmo turno? – Ju afirmou com a cabeça. – Eu acho que ela está ficando com o Mauricio, você podia ficar de olhos atentos hoje né?
- Por que você acha isso?
- Sabe, o Marcelo contou que ela dormiu fora e não quis entrar em detalhes, bom, não que eu seja uma péssima mãe, mas apesar da Mel ser maluquinha ela sabe se cuidar e quando está fora de si o Mauricio e o Gustavo cuidam dela, que eu nem me preocupo muito, mas também não sou burra né?!
- Pelo que eu saiba e o que as pessoas comentam, ela fica com o Gustavo. – disse tentando disfarçar e entrar na conversa.
- Sim, mas ela não tem sentimentos por ele. Dá pra ver na cara dela, que como dizem eles só “ficam de vez enquando”, hehehe, esses jovens!! Mas, não vou te atrapalhar mais falando da Melanie, hoje dou uma passadinha pra comer algo lá na Apae.
- Só não insisto pra você ficar porque realmente aqui está um caos, nos vemos hoje à noite.
Trocaram beijos no rosto e assim que Beatriz saiu, Ju pode respirar aliviada, parecia que amiga não suspeitava de nada, mas precisava ficar atenta, ela adorava saber das coisas e era muito esperta.
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Ju estava já na barraquinha da festa, a estrutura era de madeira fixa, não era apenas uma “barraquinha”, tinha banheiro dentro era um espaço grande, cabiam cerca de 30 mesas e lá vendiam escondidinho, crepe, espetinho, bebidas, esse tipo de comidas de exposição, estava terminando de passar pro Renato como funcionava o caixa, pois ele que seria o encarregado daquela noite, quando seus olhos avistaram Mel, estava simplesmente linda, com uma calça jeans escura, bota tipo coturno e um suéter verde tipo xadrez na frente, congelou naquele momento, seus olhos encontraram com os castanhos dela e novamente teve certeza de que todas aquelas mentiras valiam a pena.
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Melanie e o Mauricio estavam entrando na festa, atrasados para o turno da menina, que começava as 19 horas, porque ele não queria ir com a roupa que já tinham escolhido na semana anterior, quando Mel olhou pro caixa e lá estava ela, com um avental horrível de algum patrocinador, mas por baixo parecia estar com uma camisa tipo social só que mais confortável, calça jeans, os cachinhos do cabelo dela voavam e quando os olhos se encontraram, teve certeza que estava perdida.
Só conseguia lembrar do começo de tarde maravilhosa que tinham passado juntas, e imaginava se seria sempre assim entre elas.
Fim do capítulo
Meninas lindaaaas, eu amoooo o comentário de vocês, uma mais fofa que a outra...
vocês são incriveis, eu iria fazer um capítulo mais longo, mas não deu tempo e eu queria postar logo pra garantir pra vocês que não irei sumir mais, kkkkkk, então fica pra amanhã ;)
beijinhos um excelente dia pra vocês!
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graziela
Em: 30/03/2016
Que reconciliação hein?
E mais e mais mentira da parte da Ju para a Beatriz, mas por uma boa razão...
Bj.
Resposta do autor em 31/03/2016:
assim vale a briga neh? hehehe
pois é ... será que ela vai aguentar essas mentiras?
beijiiiinhos,
depois me conta do que achou do novo capítulo, a paz voltou a reinar...
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Mille
Em: 30/03/2016
Ola Sofi
Sabendo que eu estou sentindo falta??? Da Mel no futuro, pois fiquei muito curiosa, sobre o que aconteceu com a Ju e ela.
E que reconciliação heim, o amanha o capitulo promete.
Sem ciumes e terminaram a noite juntas.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor em 31/03/2016:
Oiiii Mille,
Então, eu vou pensar em colocar outro spoiler do futuro,
mas calmaaaa que logo logo chegará até onde eu soltei o spoiler anterior.
Eu também estou loucaaaa pra contar da separação delas, vai ser tudo muito intenso,
essas reconciliações são as melhores né?! hehehehe
beijiiiiinhos, até ;)
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