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Amor acima de tudo por Little dream

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Palavras: 7807
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Capítulo 20 - Marina -

­- Marina –

Nunca em toda a minha vida tinha me sentido daquela maneira. Um sorriso estampava meu rosto, podia até parecer que era um sorriso de confiança, mas isso era só por fora, por dentro eu sentia-me vacilante, temerosa e assustada.

 Quando decidi que pediria a permissão dos pais de Giulia para namorá-la, eu sabia que estaria sujeita a um grande e sonoro “não”. Eu calculei que pudesse ser assim, tentei prever como me sentiria e me portaria, até tentei elaborar discursos se, por ventura, eu tivesse que convencê-los de alguma maneira. Entretanto, nunca é que como tentamos prever, apesar de tentarmos adivinhar as perguntas e suas prováveis respostas, no fundo nunca estamos completamente preparadas. É normal fraquejar.

De algumas coisas eu tinha certeza. Uma delas era: eu queria que a família de Giulia estivesse envolvida com a nossa relação de alguma maneira, que nos aceitasse e apoiasse, pois reconheço a dor da negação de nossa família, falo por experiência própria. Com a família apoiando e dividindo momentos em comum, tudo se tornaria mais fácil. A outra: de que eu seria capaz de qualquer coisa para ver a minha menina feliz. Eu sabia que aquele era o caminho certo a se percorrer, e mesmo vacilante eu enfrentaria meus medos e inseguranças.

Senti uma pequena vertigem, quando seu Gilberto levantou da mesa e passou a me encarar sério. Seu olhar era duro, e ele me avaliava sem nada falar. Senti um misto de sensações. Afinal, o que aconteceria, se por acaso o homem à minha frente simplesmente dissesse: -- “Eu não concordo com esta relação! Jamais darei permissão para namorar minha filha!”. O que eu faria? Simplesmente ignoraria o que ele disse, e fingiria que aquele momento jamais existiu?

Precisei me concentrar e focalizar minhas forças apenas em minhas pernas, ou do contrário desabaria em cima daquela mesa. Como disse, nunca antes, provei de sensação como aquela. Puro e completo medo.

Sem nenhum aviso, tudo pareceu ganhar mais cor e brilho, depois de um sorriso sincero brotar nos lábios de seu Gilberto. Meu coração pareceu derreter com a estranha sensação de alívio e contentamento. Quando ele descreveu, e disse perceber meus sentimentos por sua filha apenas por meu olhar, foi algo indescritível. Não tinha ideia que em meus olhos alguém pudesse ver paixão.

Nos olhos de Giulia eu sempre pude ver a paixão, era isso que eles sempre me diziam, era a coisa mais transparente que ela dizia apenas com o olhar. Apesar deles carregarem um mistério ainda não desvendado, eles eram claros quanto a isso, ela não precisava dizer.

Quando nos deitamos naquela rede na varanda da casa, meu corpo e minha alma sentiram-se descansados, em paz em perfeita harmonia. Sentir a minha namorada – finalmente namorada – entregar-se ao sono em meus braços, me fez sentir a necessidade de externar o que eu sentia verdadeiramente por ela. Já não era mais paixão, era amor.

-- Eu te amo. – sussurrei baixinho em seu ouvido quando senti que ela começava a adormecer.

Ela ainda tentou falar algo, mas infelizmente não consegui compreender, aos meus ouvidos não passaram de sussurros incompreensíveis. Porém, mesmo assim, condicionei minha mente, a acreditar que era a resposta para o que eu acabara de dizer. Ela dizia que também me amava.

Como seria bom ouvir de seus lábios que ela também compartilhava de sentimento igual ao meu.

Não consegui dormir assim como ela, fiquei apenas deitada com ela em meus braços. Em alguns momentos sentía-me absurdamente envergonhada, quando o pai dela passava por nós e nos via naquela posição. O homem acabara de me conhecer, me aceitar como nora e logo me via agarrada à sua filha.

Fiquei um bom tempo admirando o rosto de traços delicados e suaves. A expressão terna e delicada de uma menina mulher.

 Dona Vera se aproximou silenciosamente de nós e me flagrou admirando Giulia. Só percebi sua presença quando ouvi ela sorrir,  mais uma vez, fiquei envergonhada.

-- Não queria atrapalhar, gostaria de convidá-la para um lanche. Acabei de tirar um bolo de laranja do forno e preparar um café fresquinho. – falava baixinho para não acordar Giulia.

Olhei para aquele anjo, que  ainda dormia tranquilamente.

-- Tudo bem, só um minuto e eu já estou indo. – respondi também baixinho.

Dona Vera entrou na casa, e eu aos poucos e devagar fui me desvencilhando do corpo de Giulia tentando não acordá-la. Foi um pouco difícil, afinal, a cada movimento meu, a rede balançava.

Levantei, depositei um pequeno beijo em seus lábios e fui ao encontro de sua mãe ,que me esperava para o lanche.

-- Pode sentar-se minha filha. – disse assim que cheguei à cozinha.

-- O cheirinho está incrível dona Vera. – comentei.

-- Não precisa me chamar de dona, apenas de Vera. Você faz parte da família agora. – sorriu enquanto sentava à mesa, bem à minha frente.

Era bom ouvir aquilo, não foi preciso muito tempo para que eu me sentisse à vontade com aqueles dois. Passado o momento em que quase cai na frente dos dois de tanto nervoso, passei a me sentir em casa, à vontade com eles, era realmente como se eu fizesse parte da família. Eu não conhecia a fundo o significado desta palavra, quem eu dizia ser a minha família, eram os meus amigos e meu afilhado. Amor de pai e mãe eu não conhecia, meus pais nunca foram muito afetuosos comigo, e tudo desmoronou de vez, quando descobriram minha orientação sexual e me expulsaram de casa.

-- Você é mesmo a chefe da minha filha?

-- Sim. Nos conhecemos na empresa que eu dirijo, uma agência de publicidade. Giulia foi contratada recentemente. Passamos os últimos 40 dias mais ou menos viajando a trabalho, e por fim acabamos aqui.

-- Foi você que tornou possível a vinda dela aqui?

Sorri sem jeito com essa pergunta. Apesar de encabulada, eu não esconderia nada, se fosse preciso detalharia todo o meu sentimento por Giulia, diria como tudo aconteceu para mim.

-- Sim. Eu não precisei de muito tempo para cair de amores por ela, me apaixonei facilmente e rapidamente por sua filha. Sempre tive certeza do que queria com ela, então só planejei. Queria que as coisas fossem diferentes pra ela, bem diferentes de como foram comigo, eu queria que os pais dela soubessem de tudo. Que participassem.

-- Tenho que lhe agradecer por trazê-la aqui, e não só por isso, mas por vir até aqui e ter tido coragem de pedir permissão para namorá-la. Isso nunca aconteceu nesta casa. Tenho certeza que ganhou o pai dela somente pela coragem e o caráter.

-- Eu pensei que ele fosse me botar para correr daqui.

-- Gilberto não é assim querida, ele apenas quis fazer um drama. Tenho certeza de que nem mesmo cogitou lhe dar um não. Aquele ali é coração mole, e deve ter amado o fato de a filha dele ter uma pessoa tão especial quanto você.

Olhei para a senhora que em muito se parecia com Giulia surpresa por suas palavras.

-- Tudo em você diz bem mais do que as palavras que você pronuncia, e pessoas como ele e eu, vividas, com experiência pra dar e vender conseguimos saber quando temos à nossa frente uma boa pessoa. E eu sei, algo me diz que você é uma boa pessoa, e como meu marido disse, você é a causa daquele brilho no olhar de Giulia.

-- Agora eu sei de onde vem tanta doçura, a Giulia teve a quem puxar. – sorri para ela – A sua filha é muito importante pra mim, de uma maneira que é impossível explicar com palavras...é tão...

-- Você a ama!

Sorri largamente e pela primeira vez decidi falar em voz alta, não só sussurrada e mentalmente. Meu sentimento merecia liberdade!

-- Eu a amo Vera, amo sua filha!

Vera me olhava sorrindo, não dizia nenhuma palavra, mas estranhamente pude ver felicidade em seu olhar. Era tão fácil ler o que os olhos dela diziam.

Sorrindo começamos a lanchar o delicioso bolo de laranja, quando um funcionário da pousada apareceu dizendo precisarem da presença de dona Vera na recepção. Ela pediu desculpa e se retirou, me deixando completamente absorta em meus pensamentos.

Muita coisa vinha acontecendo. Era tanta coisa boa, tanta felicidade, em alguns momentos do dia, eu tinha medo de que algo pudesse acontecer e estragar tudo aquilo. Não vou mentir, eu tinha receio de minha mãe agir contra nós, ou até mesmo do silêncio de Verônica. Nunca pensei que fosse falar isso um dia, mas esse silêncio era incômodo, me deixava inquieta.

Retirei a mesa e lavei a louça que havíamos usado. Fui até a varanda, me aproximei da rede e vi que Giulia ainda dormia. Olhei as horas no celular. Infelizmente teria que acordá-la, precisávamos sair, era a segunda parte da surpresa que eu havia preparado para ela com a ajuda de Fernanda. Por falar nela, eu tinha ciência de que provavelmente teria que fazer um relatório completo para ela quando chegasse de viagem.

-- Ei princesa, hora de acordar, dorminhoca! – falei beijando sua bochecha.

Ela espreguiçou-se lindamente e me olhou sorrindo.

-- Não há nada melhor no mundo do que acordar com esse seu sorriso. – disse tocando meu rosto.

-- Existe sim, e é ver o seu!

-- Boba.

-- Eu estava pensando em sairmos agora à noite. O que me diz? Você poderia me mostrar alguns lugares.

-- Vou adorar! Mas vou logo lhe avisando, Canoa Quebrada não é grande, não é nenhuma São Paulo, ou nenhuma outra cidade que você já tenha visitado. São poucos lugares para se conhecer.

-- Vi algumas fotos. Mas digamos que para essa noite eu tenha algo programado.

-- Já sei que não devo nem perguntar, não é?! - Balancei a cabeça em negativa – Surpresa! – sorri concordando.

-- Vou tomar banho. – falei me colocando de pé e ela me acompanhou na mesma hora.

-- Também vou!

Sorri. Eu sabia a intenção dela. Um banho com Giulia era o mesmo que dizer que seria um banho cheio de carícias, mãos aqui e acolá. Quase sempre acabávamos fazendo amor. Eu adorava isso. Adorava o apetite sexual dela. Eu adorada aquela mulher!

***

 

Saímos da pousada de mãos dadas, não andamos muito e logo chegamos a rua principal de Canoa Quebrada, a Broadway, fiquei encantada com o clima boêmio e ao mesmo tempo tranquilo. A iluminação contagiava, o movimento de pessoas, nada se comparava com uma noite em São Paulo, e foi exatamente isso que me cativou. Não era difícil encontrar um turista por ali, bastava olhar para o lado.

Algumas pessoas passavam por nós e olhavam primeiramente para as nossas mãos dadas, por último para o nosso rosto. Olhares tortos e cochichos foram comuns, porém eu não me importava, e Giulia também não. Mas era inevitável sentir aquela vontade de perguntar qual era o problema, o que eles tanto olhavam.

Dei a Giulia o nome de um restaurante e pedi para que fossemos para lá. Ela apenas me olhou, não contestou e nem argumentou. Chegamos ao restaurante e percebi que ele era mais bonito do que por foto. Era um ambiente grande, boa parte era em um jardim a céu aberto. Ambiente perfeito para se ir em companhia de amigos, namorada. Adorei o clima. Uma banda tocava músicas românticas.

Na porta haviam dois homens altos, de braços cruzados que evitavam a entrada de algumas pessoas.

-- Estranho! Este restaurante não costuma estar vago assim, não tem ninguém! E também não costuma ter aqueles dois homens parrudos parados de braços cruzados ali na frente.

-- Deve ser porque ainda é cedo princesa.

Giulia fez uma carinha estranha e voltou a afirmar.

-- Estranho!

Eu sorri e puxei a mão de Giulia até uma moça parada próximo a uma mesa. Ela nos sorria gentilmente, e Giulia entendeu de maneira errada, apertando a minha mão e falando entre dentes.

-- Essa mulher está sorrindo pra você!

-- Impressão sua... – falei sorrindo – Marina Amorim e Giulia Monteiro. – foi apenas isso que falei para a moça gentil.

-- Por aqui.

A moça nos levou até uma mesa que estava exatamente no meio daquele amplo jardim iluminado por pequenas luzinhas. O lugar estratégico da mesa sob um imenso céu estrelado. A brisa fria abraçava nossos corpos e deixava o clima ainda melhor. A banda estava à nossa frente, um pouco afastada de nossa mesa, mas eles cantavam diretamente para nós duas a lista de músicas que eu tinha pré selecionado. Atrás de nossa mesa, havia um tablado colocado ali para uma dança especial.

Sentamo-nos à mesa e Giulia ainda olhava ao redor achando tudo muito estranho. Era perceptível sua surpresa e estranheza.

A única pessoa que se via ali era a moça gentil. Ninguém mais além de nós duas e da banda que era composta por seis pessoas. A moça que cantava tinha uma linda voz, valorizando cada música daquela lista que fiz com todo carinho em uma noite enquanto velava o sono de Giulia.

Alguns minutos depois que nos sentamos, a moça retornou e nos serviu um prato que Fernanda havia me ajudado a escolher previamente para aquela noite. Para acompanhar o prato, pedi um vinho, um dos meus favoritos.

-- Então, o que está achando da noite?

-- Está tudo maravilhoso, apesar de estranho, está maravilhoso. Esse lugar, a música, as estrelas, minha namorada... – seu sorriso era estonteante naquela noite. Seu rosto, cada linha dele era iluminado pela luz fraca do ambiente e pelo brilho da lua e das estrelas.

-- Espero que tenha disposição para todo o resto dela, porque a nossa noite será bem longa, e ela está apenas começando.

-- Por que as coisas com você, são sempre tão mágicas assim Marina?

-- Porque você desperta sempre o melhor em mim, cada vez mais eu tenho vontade, desejo de te surpreender, te fazer feliz com cada detalhe, tornar tudo memorável.

-- Tenho que lhe dizer que você tem alcançando o seu objetivo com sucesso. Minha vida se tornou mais feliz desde o dia em que você entrou nela.

-- É recíproco. Como você sabe, eu me escondia do mundo, e foi você, foi por você que enfim ousei sair. Desde o início eu sempre soube que por você eu faria qualquer coisa.

-- Você é linda sabia?! – ela perguntou tocando minha mão em cima da mesa.

-- Você é que é linda minha princesa.

Mantivemos uma conversa cheia de juras, promessas e confissões. Giulia era a única mulher por quem eu sentia vontade de abrir meu coração, de falar tudo que um dia eu tive medo de pronunciar. Algumas vezes chegava a me assustar com a intensidade de todo aquele sentimento, mas só por sentí-lo meu coração era preenchido de um jeito que nunca antes aconteceu.

Ao fim do nosso jantar, a música que era o ponto alto daquela noite começou a tocar. A voz suave da cantora enchia meus ouvidos e inundava o jardim iluminado enquanto ela começava a cantar Ed Sheeran - Thinking out loud.

-- Você me daria a honra dessa dança senhorita? – perguntei estendendo minha mão para ela.

-- É claro senhorita. Seria um prazer!

Não conseguia me encantar ainda mais com cada sorriso especial de Giulia. Eles eram sempre diferentes, eram sempre mágicos e hipnotizantes. Cada um deles tinha um verdadeiro significado. E aos poucos eu estava aprendendo a ler cada sorriso e cada olhar dela.

Segurando a mão de Giulia a levei até o pequeno tablado branco. Caminhávamos calmamente, saboreando cada passo enquanto sentíamos o calor das mãos unidas.

Chegamos ao tablado e trocamos um olhar intenso, porém a intensidade não tinha nenhuma conotação sexual, eram apenas sentimentos. Posicionei minha mão em sua cintura, e a puxei para junto de meu corpo. Abracei-a e aspirei profundamente o seu perfume, ele me inebriava.

Com os rostos próximos, as respirações suaves e os corpos colados, começamos a flutuar por aquele tablado. Nada lá fora, nada ao nosso redor realmente estava ali, para mim existia apenas ela. Nada mais me importava.

-- A lua está parecendo com a que vimos no Parque Ibirapuera, na noite em que você disse que estava apaixonada por mim. – ela sussurrou ao meu ouvido.

-- Aquela noite foi uma das mais especiais de minha vida. Você tornou o meu lugar preferido o melhor lugar do mundo. Nunca vou esquecer que foi lá em que lhe ouvi dizer que estava apaixonada assim como eu.

Giulia sorriu e encostou sua cabeça em meu ombro. Fechei os olhos e me deixei contagiar por aquele momento. Meu coração batia compassado com as batidas de Giulia. Harmonia perfeita. Uma noite sem igual, mas ainda não havia terminado.

Uma vontade de cantar para ela me inundou. Minha voz não era das melhores, mas não era a minha voz que eu queria realmente mostrar para ela, eu gostaria demonstrar um pouco mais de meus sentimentos através daquela música.

Acompanhei a cantora e cantei baixinho a tradução daquela música que parecia ter sido feita para nós. Cantei apenas para a mulher que sacodia o meu coração.


I'm thinkin' bout how

-- Estou pensando em como

 

People fall in love in mysterious ways

As pessoas se apaixonam de maneiras misteriosas

 

Maybe just the touch of a hand

Talvez apenas o toque de uma mão

 

Me, I fall in love with you every single day

Eu, me apaixono por você a cada dia

 

I just wanna tell you I am

Eu só quero te dizer que eu estou

O abraço de Giulia havia ficado mais apertado, parecia que ela estava tentando unir os nossos corpos. Era maravilhoso sentí-la tão mole e tão entregue em meus braços.

Incrível como a música dizia tudo o que vinha à minha mente. Ed havia se inspirado em nós duas, era a única justificativa para a música se encaixar perfeitamente em nossa estória, nossa recente e tão forte estória.


So honey now

-- Então, querida, agora

 

Take me into your lovin' arms

Me abrace com seus braços de amor

 

Kiss me under the light of a thousand stars

Beije-me sob a luz de mil estrelas

 

Place your head on my beating heart

Apoie sua cabeça sobre meu coração palpitante

 

I'm thinking out loud

Estou pensando alto

 

Maybe we found love right where we are

Talvez tenhamos achado o amor bem aqui, onde estamos.

 

Tentei guardar as lágrimas que eram de emoção, nunca havia pensado em viver momento tão lindo como aquele. Respirei fundo e sorri olhando para a bela lua.

 

Dançamos mais umas quatro músicas, foi o suficiente para nossos pés pedirem um breve descanso. Sentamo-nos, desta vez para assistir ao pequeno show que a banda fazia particularmente para nós duas. Na última música, a cantora olhou para nós duas.

-- Espero que tenham gostado, pois nós amamos celebrar o amor esta noite. Desejamos tudo de maravilhoso para vocês, desejamos que esse amor seja cada vez mais intenso, duradouro e incontrolável. Esta é a saideira...

A moça nos sorriu e a banda começou a tocar a última música da noite. Aproveitei a linda música para beijar os lábios de Giulia. Apesar de vários beijos já trocados, eu tinha a impressão de que as sensações maravilhosas que me acometiam desde o primeiro beijo, me acompanhariam sempre.

Os lábios dela eram sempre doces, sua boca encaixava perfeitamente na minha, pareciam ter sido feitas uma para a outra. Giulia foi feita para mim, e eu fui feita para ela, não havia outra explicação para tudo acontecer tão de repente.

Quando a música chegou ao fim, a moça de sorriso gentil que havia nos recebido, voltou com uma cesta. Ela a colocou sobre a mesa e nos desejou uma boa noite. A cesta compunha a última parte dos meus planos para aquela noite.

-- Vamos?! – Giulia me estendeu a mão,  peguei a cesta em cima da mesa.

 -- Foi tudo maravilhoso Marina. – saíamos do restaurante nesse momento.

-- Mas ainda, não acabou!

-- Ainda tem mais?

-- Tem sim. Agora preciso que me leve à praia, para um lugar mais calmo e reservado.

Giulia sorriu divertida.

-- Posso saber qual a intenção da senhorita me levando para a parte mais “reservada”- fez aspas no ar – da praia.

-- Prometo que não irá se arrepender.

-- Eu sei que não. – beijou suavemente meus lábios – Com você do meu lado não há brechas para arrependimentos.

A rua estava bem mais tranquila agora, pouquíssimas pessoas transitavam, mas por outro lado, os bares e restaurantes ainda estavam bem animados.

Descemos para praia e algumas das barracas na areia estavam abertas, as luzes que vinham delas iluminavam boa parte da areia molhada. A luz refletia dento da água, diante de tanto brilho nem precisaríamos das luzes artificiais, bastava o luar.

-- Acho que aqui está bom, é bem tranquilo.

Olhei para os lados e vi que algumas pessoas caminhavam um pouco afastadas de nós. O lugar era perfeito.

Retirei de dentro da cesta, uma pequena toalha. Giulia e eu nos sentamos e então peguei as taças, a garrafa de champagne e a caixinha com morangos. Servi a taça de Giulia e vi que por um instante ela sibilou.

-- Algum problema?

-- Não, está tudo bem.

Brindamos e comemos alguns morangos. A conversa fluía facilmente, não sei dizer com exatidão se a culpa disso era a garrafa vazia que se encontrava ao meu lado. Mas apesar da bebida, eu falava porque me sentia feliz, me sentia a vontade e enternecida. Era a hora de falar tudo de uma vez, não tinha como me permitir deixar tudo aquilo preso em minha garganta por mais tempo.

Ela estava deitada na areia ao meu lado. Olhava para a lua como se conversasse com ela com os olhos. Estava completamente absorta contemplando-a.

-- Giulia?

-- Oi.

Deitei ao seu lado de barriga para baixo, permitindo que meus olhos ficassem à altura dos seus. Não me bastava falar apenas com a boca, ela precisava ver em meus olhos tudo o que eu lhe falaria.

-- Não sei bem se fiz certo quando pedi permissão para os seus pais para lhe namorar sem ao menos falar com você antes. Agi da maneira que achei mais correta, mas acontece que a ideia de que talvez esse não fosse o momento para você me acometeu. Fiquei pensando nisso.

-- Pensei que tudo em mim já estivesse deixado bem claro o quanto eu queria isso Marina. – disse tocando meu rosto delicadamente com as pontas dos dedos.

-- Mas ainda sim eu preciso fazer isso.

Alcancei a cesta e tirei a caixinha vermelha.

-- Giulia, você quer ser minha namorada? – perguntei exibindo as duas alianças delicadas na cor prata.

-- É claro que eu quero Marina, eu não podia querer outra coisa!

Praticamente me deixando levar pela vontade de chorar, coloquei a aliança em seu dedo. Era um símbolo de nosso comprometimento. Giulia fez o mesmo comigo. Me empurrando para o lado, ela me fez deitar na areia e deitou-se  sobre mim. Nossos lábios se encontraram em um beijo intenso. Quando nos separamos em busca de ar abracei-a com força e distribui beijos por todo seu rosto, e então falei o que estava há um certo tempo preso em minha garganta.

-- Eu te amo... – quase sussurrei.

-- O que disse? – perguntou me encarando com um sorriso nos lábios.

-- Eu disse que te amo.

-- Eu ouvi da primeira vez, só queria que repetisse.

Giulia abaixou a cabeça escondendo-a na curva de meu pescoço. Meu coração batia rapidamente fazendo meu peito subir e descer descontroladamente. Minhas mãos soavam na expectativa de que ela dissesse algo. Porém, ela permaneceu assim por um longo tempo, me deixando aflita com a sua falta de resposta. Eu adoraria ouvir a frase que guardei comigo por um tempo.

Fechei os olhos tentando controlar meu coração e impedir a vontade de chorar. Ela não me diria o mesmo que eu, talvez ainda não fosse o momento certo para ela, talvez ainda não me amasse e ainda precisasse de um tempo para que isso acontecesse. Com mais algum tempo e esforço eu pudesse ganhar o seu amor, eu poderia merecê-lo.

Giulia levantou e deitou ao meu lado sem nada dizer. Voltou a encarar a lua.

-- Podemos ir para casa? – ela perguntou.

-- Sim, claro!

Levantei e bati areia de minha roupa. Minha garganta parecia seca, sentia pequenas pontadas em meu peito. Não imaginava que a noite fosse terminar daquela maneira.

Voltamos para casa completamente caladas, apenas andando lado a lado. Aquele silêncio estava me deixando incomodada, e as pequenas pontadas que antes sentia no peito haviam aumentado consideravelmente. Eu olhava para todos os lados, menos diretamente para ela. As casas pareciam mais convidativas, quer dizer, não pareciam, mas com certeza se eu as olhasse elas não me fariam chorar, desviaria meus pensamentos. Ou não!

Passamos pela pousada, ela estava toda iluminada, mas não havia ninguém por ali. Adentramos a casa dos fundos e não tinha nenhuma luz acesa, nenhum sinal de vida também.

-- Cadê seus pais?

-- Eles já devem estar dormindo, dormem cedo para conseguirem acompanhar a rotina da pousada. Apesar de ser baixa temporada eles não descansam.

-- Entendi. – disse apenas isso.

Giulia me deixou em seu quarto e disse que iria até a cozinha para pegar um copo d’água, aproveitei e fui para o banheiro tomar um banho. Ouvi a porta do quarto ser fechada, era ela. Pensei em adiantar o banho, mas a ideia foi embora assim que olhei para a aliança em meu dedo. Fiquei o máximo de tempo no banheiro.

Quando sai do banho ela estava sentada na ponta da cama, ela brincava com os dedos enquanto me olhava. Sorri para ela da melhor maneira que pude, tenho certeza que foi um sorriso triste. Fui até a minha mala e peguei um baby doll.

Giulia nada disse e se encaminhou para o banheiro. Deitei na cama e me enrolei, eu queria dormir e talvez esquecer o que tinha acabado de acontecer, ou melhor, o que não tinha acontecido. Quando ouvi o chuveiro ser desligado, fechei os olhos e fingi estar dormindo. Percebi o movimento no quarto e tentei olhar o que ela fazia. Ela mexia em sua mala. Voltei a fechar os olhos quando ela voltou sua atenção para a cama, para mim. Eu não queria conversar, não agora. Não queria falar, eu fui precipitada.

Giulia tocou meu rosto e me chamou algumas vezes. Queria ter sido forte e ter resistido a doce voz que pedia para que eu abrisse os olhos.

-- Preciso que olhe para mim Marina. Por favor, abre os olhos.

-- Oi. – cedi.

Deitei de lado e ela também fez o mesmo. Ficamos frente a frente, olhávamos nos olhos. Uma ligação profunda e tão nossa. Nos entendíamos dessa maneira. Como eu amava aqueles olhos brilhantes e castanhos!

-- Queria te pedir desculpa por hoje. – sua voz era doce e cheia de culpa.

-- Tudo bem, não precisa me pedir desculpa, eu sei que acabei estragando as coisas, você me pediu um tempo, eu não respeitei isso, então não precisa me pedir desculpa.

-- Marina...

-- Não, eu entendo eu...

-- Marina!

Não disse mais nada, calei-me e fiquei olhando-a. Aquele lindo sorriso despertou uma enorme vontade de beijá-la, de por um momento esquecer a trágica e precipitada noite. Ela continuava me olhando nos olhos, os lábios entre abertos tornavam-se ainda mais convidativos para um coração tão louco de amor como o meu. Eu aceitava, eu aceitava como fosse, só não aceitaria alguma distância que fosse imposta aos nossos corpos. Jamais me conformaria se tivesse que ficar longe de Giulia. Eu a queria tanto que imaginar ficar sem ela me doía. Giulia era tudo o que eu precisava, eu realmente a amava.

Depois que ela me interrompeu chamando a minha atenção, o silêncio havia dominado aquele pequeno quarto. Apenas nos olhávamos. Os olhos dela brilhavam intensamente, tirando toda a minha atenção.

-- Quando eu ouvia falar de paixão, de amor, eu pensava que esses sentimentos fossem proibidos para mim, que eu jamais experimentaria nenhum dos dois. Mas aí, você me aparece, colocando todo o meu mundo de cabeça para baixo, me fazendo delirar com a sua imagem. Não foi preciso nenhum esforço para que o que eu acreditava caísse por terra, eu podia sim me apaixonar. Você chegou e tomou meu coração com o sentimento mais forte que eu já tinha sentido. Me apaixonei por você de uma maneira tão fácil que foi difícil acreditar que tinha acontecido assim tão rápido, sem que eu esperasse. Foi difícil entender que eu passei anos sem saber o que era paixão por um único e simples motivo: eu estava esperando você.

Giulia fez uma pausa e respirou fundo, fechou os olhos, respirou fundo mais uma vez e ainda de olhos fechados, um sorriso singelo enfeitou seu rosto angelical. Aproveitei essa breve pausa para passar as mãos em meus olhos. Ouví-la falar daquela maneira, tão entregue e de coração aberto havia me deixado imensamente emocionada e se possível ainda mais encantada.

-- Já não bastava ter me surpreendido com sentimento tão novo e forte, aos poucos eu fui percebendo que já não era tão simples, e que eu estava realmente perdida, sem chance para volta. Assim como acabei me apaixonando repentinamente, percebi inesperadamente que já não era só paixão, era...amor! – quando ela terminou de falar, duas lágrimas desceram por seu rosto, fazendo com que as lágrimas que eu tentava segurar fizessem companhia as suas. Eram de alegria. – Desculpa pelo momento em que deixei em suspenso, desculpa por não ter dito na hora o que há muito queria sair de minha boca, mas precisei de mais alguns minutos para processar que isso estava realmente acontecendo, que eu estava finalmente amando. Amando você Marina.

Minha cabeça fervilhava, meu coração parecia galopar dentro do peito. O mundo pareceu parar assim que seus lábios selaram-se em silêncio. Agora quem precisava de alguns segundos para digerir o fato de que meu amor era correspondido era eu. Parecia surreal demais pra mim.

-- Você quer dizer que... – as lágrimas agora insistiam em rolar por meu rosto com maior frequência e insistência. Lágrimas teimosas!

-- Que eu te amo, eu te amo muito Marina.

Era real, as palavras já não eram mais necessárias, o que eu precisava agora era seus lábios, seus beijos, seu cheiro, sua pele em contato com a minha.

Encurtei o pequeno espaço e tomei seus lábios em um beijo delicado e totalmente carregado de paixão, de amor. Amor! Essa palavra nunca fora tão doce em meus lábios, minha mente nunca fervilhou ao pensar no que era realmente o amor como agora.

Com uma de minhas mãos segurei a sua nuca, mantendo seu rosto bem próximo ao meu. Minha outra mão coloquei em sua cintura, puxando-a para mais perto de mim. Logo ela dominou a situação e girou seu corpo sobre o meu, sentando-se em meu colo e unindo nossas bocas novamente.

Sorrimos juntas, contra os lábios uma da outra quando a pequena e antiga cama rangeu denunciando o seu tempo de uso. Sorrimos e nos encaramos. Minha ficha ainda não tinha caído, Giulia me amava. Será que eu tinha entendido errado? Ela me amava mesmo?

-- Então minha namorada, eu tive uma ideia, quer dizer, é uma ideia um tanto quando gelada.

-- Qual é a sua ideia?

-- Quando eu era mais nova, mais ou menos nesse horário eu fugia do quarto para aproveitar a piscina. Adorava ver o reflexo da lua e das estrelas dentro da piscina. Agora, eu queria compartilhar essa visão com a minha namorada.

-- Mas, e os hóspedes?

-- A essa hora não tem ninguém por aqui, principalmente perto da piscina, meu pai deixa avisado que após às 22h eles colocam produtos para limpeza. Só que hoje, eu pedi para que não colocassem.

-- A piscina é só nossa então?

-- Só...nossa...inteirinha... – falou entre pequenos beijos.

-- Então vamos!

Concordei e nos levantamos para pôr o biquíni. Saímos da casa praticamente na ponta dos pés para não chamar a atenção de ninguém. Ficaria morta de vergonha se fosse pega naquela situação, me sentiria uma adolescente que fugia de casa à surdina da noite para ver a namorada, ou fazer algo errado.

A brisa fria, muito fria fez meu corpo tremer, o que não passou despercebido por Giulia. Ela me abraçou com um pequeno sorriso, e assim que senti o calor de seu corpo de encontro ao meu a brisa fria já não tinha nenhum efeito sobre mim, apenas sentia aquele calor que o corpo dela me causava naturalmente. Às vezes bastava olhá-la para sentir meu corpo incendiar.

A área da piscina estava toda iluminada. Algumas luzes amenas no fundo da piscina davam um toque diferente, um charme, ela parecia mais azul e mais convidativa mesmo diante do frio.  Talvez a minha percepção de beleza tivesse mudado quando me descobri apaixonada.

Lentamente entramos na piscina. Senti como se pequenas agulhas entrassem em contato com cada parte de mim. Agora estava mais frio ainda. Senti vontade de sair correndo dali, porém desejo esvaiu-se quando Giulia passou os braços por meu pescoço e me beijou.

-- Daqui a pouco você não vai mais sentir a temperatura da água, seu corpo vai se acostumar.

-- Tem certeza? Está muito frio aqui. – meu queixo começava a tremer involuntariamente.

Giulia me olhou diferente, passou o dedo molhado sobre meus lábios e sussurrou em meu ouvido.

-- Relaxa amor, curte esse breve momento comigo.

Cada pedaço de mim vibrou, tremeu, e dessa vez não foi pelo frio ou pela temperatura da água, foi por aquela palavra mágica: amor. Giulia havia acabado de me chamar de amor. O efeito daquela palavra sobre mim foi avassalador, arrebatador. Aqueceu meu coração e mexeu com todas as minhas estruturas. Foi realmente mágico e incomparável.

Fiz como ela pediu, e por alguns segundos fechei os olhos e respirei fundo. Dalí dava pra sentir o cheirinho da maresia, o cheirinho gostoso que vinha do mar.

Com os lábios ainda colados andamos juntas até o meio da piscina. A água batia acima de nossos seios. Cada beijo que trocávamos exigia um outro beijo, e assim nossas bocas quase nunca desgrudavam-se. Cada beijo era mais exigente do que o outro, e controlar o meu desejo estava bem difícil.

Giulia passou a me empurrar com o próprio corpo, isso me fez dar alguns passos para trás mesmo de olhos fechados. Confiei deixando me guiar e logo senti a borda da piscina atrás de mim. Ela me imprensou contra a borda  tomou minha boca em um beijo sôfrego, sua língua bailando junto com a minha, passeando por cada canto de minha boca.

Meu corpo estava excessivamente quente somente por aquele beijo. Ela sabia como despertar a minha libido. Ao longe ouvi um pequeno barulho e instintivamente abandonei os lábios de Giulia e olhei para os lados.

-- O que foi?

-- Ouvi um barulho.

-- Não ouvi nada.

-- Não acha melhor irmos para o quarto? Alguém pode aparecer e nos ver aqui.

-- Agora não, antes de entrarmos, eu quero que a luz, e todas as estrelas sejam testemunhas do nosso amor.

Controlar a felicidade a cada vez que eu ouvia Giulia falar de amor era impossível. Não tinha como controlar aquela sensação sublime. Tinha a impressão de que meu coração podia explodir de uma hora para outra, sem mais nem menos, afinal talvez ele não suportasse tanto amor.

Troquei de lugar com Giulia, eram suas costas que estavam contra a borda dessa vez. Beijei sua boca mordendo seu lábio inferior. Suspendi um pouco o corpo dela e suas penas se cruzaram em minha cintura. Um gemido involuntário escapou de minha boca quando senti o sex* de Giulia tocar o meu.

Passei a língua por todo o seu pescoço, deixando sua pele macia e cheirosa arrepiada. Suas unhas arranhavam meus ombros, deixando uma leve ardência. Minha atenção estava voltada para o colo da mulher em meus braços quando senti a parte de cima do meu biquíni ser desamarrada. Giulia logo tratou de pôr as mãos sobre meus seios expostos, os cobrindo. Ela massageava e apertava, descontrolando minha respiração e tirando o pouco de juízo que eu tinha, já não me preocupava em ser surpreendida por alguém.

Tentei prender um gemido quando Giulia abocanhou meu seio direito. Ela lambia, mordicava, sugava, ch*pava...me deixava sem minha sanidade. A imprensei mais um pouco fazendo com que ela abandonasse meus seios. Abracei-a e senti os biquinhos de seus seios enrijecidos. Voltei a tomar sua boca com desejo e deixei minha mão descer por seu colo, passando por sua barriga até chegar ao meio de suas pernas. Ela afastou um pouco o corpo para me dar liberdade de tocá-la. Passei o dedo pela lateral de seu biquíni e senti o quanto ela estava molhada. Mordi o lábio sentindo minha própria humidade aumentar.

Com movimentos circulares passei a estimular seu clit*ris. Sua respiração estava alterada, e logo sua cabeça repousou em meu ombro, deixando sua boca a altura de meu ouvido. Seus gemidos foram ficando bem mais intensos. Eles eram capazes de me incendiar.

Sem nenhum aviso, a penetrei com dois dedos. Ela mordeu meu ombro sufocando o pequeno grito. Se é que é possível a mordida me deixou ainda mais excitada. Intensifiquei minhas estocadas, sentindo seu interior apertar meus dedos. Ela estava muito molhada, mesmo dentro d’água eu podia sentir o quanto ela estava molhada e era tudo pra mim.

-- Ahhhh...amor...

Diminui o ritmo e passei a estocar com mais força, buscando mais profundidade. Ela gemia quando meus dedos chegavam a sua entrada, quase os tirando e voltava a penetrá-la com força.

Ela começava a amolecer em meus braços, então voltei a estocar com mais agilidade. Sem demora ela chegou ao ápice. Seu corpo ficou completamente mole e eu a abracei evitando que ela deslizasse e se soltasse de mim. Sua respiração foi voltando ao normal aos poucos, e ela descruzou as pernas e deslizou tocando o fundo.

-- Eu te amo Marina. – falou olhando em meus olhos.

-- Diz de novo?

-- O quê?

-- O que acabou de dizer. – disse sorrindo.

Ela sorriu lindamente e segurou meu rosto entre as mãos.

-- Eu te amo, eu te amo, te amo, te amo, te amo, te amo...

Beijei sua boca não resistindo a tanta doçura.

Voltei a ouvir um barulho, dessa vez mais próximo. Giulia também ouviu, pois ela olhava para os lados, para a escuridão tentando enxergar algo. Do nada apareceu um homem alto, com o cabelo desgrenhado e as roupas completamente amaçadas.

Rapidamente e de costas Giulia se colocou à minha frente, encostando-se em mim e me fazendo perceber que eu ainda estava sem a parte de cima de meu biquíni. Da cintura para cima eu estava nua. Sorri sem jeito e abracei-a pelas costas escondendo minha nudez.

-- Posso ajudar? – ela perguntou em um tom de voz sério.

-- Estou procurando o meu quarto. - o homem falou com a voz enrolada denunciando sua embriaguez.

-- Em que quarto está hospedado?

-- Acho que é no 22.

-- Fica para o lado direito, no sentido contrário.

-- Para aquele lado ali? – ele perguntou apontando para o lado esquerdo, e não para o direito.

-- Não, é para aquele outro lado ali. – Giulia levantou o braço para apontar a direção e eu logo o abaixei com medo de que deixasse meu seio a vista do homem à nossa frente.

-- Opa! – ele olhou para nós parecendo um pouco constrangido e logo começou a andar na direção que Giulia havia indicado. Suspeitava de que ele tivesse visto o que não devia.

Quando ele sumiu de nossas vistas acabamos rindo. No fundo acho que era pelo nervosismo, por termos sidos pegas naquela situação. No mínimo uma cena inusitada.

-- Acha que ele viu algo? – perguntei.

-- Provavelmente não, mas caso tenha visto, tenho certeza que diante do estado de embriaguez dele provavelmente não se lembrará de nada.

-- Não tinha nem me dado conta de que eu estava nua.

-- Vem deixa eu amarrar o seu biquíni.

Segurei contra os seios e virei de costas para que ela o amarrasse. Mas não sem antes beijar a minha nuca, fazendo uma corrente elétrica percorrer cada pedacinho de mim.

Saímos da água, e nos enrolamos abraçadas em uma grande toalha. Entramos na casa da mesma maneira que saímos, na ponta dos pés tentando não fazer nenhum barulho que acordasse os pais de Giulia.

Resolvemos tomar banho juntas, o que acabou resultando em um longo e demorado banho repleto de carícias ousadas e mais do que isso. Foi a minha vez de sentir meu corpo quase desfalecer diante de um maravilhoso orgasmo. Minhas pernas estavam moles e eu não conseguia abrir os olhos, estava concentrada tentando controlar minha respiração e meu corpo.

Dormimos de conchinha, tão unidas que poderia dar a impressão de ser apenas um corpo.

***

Como acabamos indo dormir um pouco tarde, não conseguimos acordar cedinho para tomarmos café da manhã com os pais de Giulia. Quando saímos do quarto já se passava das 9hs da manhã, e ela havia me dito que os pais acordavam muito cedo para assumirem seus afazeres na pousada.

Chegamos à cozinha e a mesa ainda estava posta. Sem sombra de dúvidas apenas para nós duas. Giulia tomou café da manhã em meu colo, um costume que havíamos adquirido sem querer durante esse período de viagem. Adorava tê-la assim.

Combinamos de almoçar em família, ideia essa que me agradou verdadeiramente. Há tempos eu não sabia o verdadeiro significado de um almoço em família, o tempo havia se encarregado de apagar da minha memória os poucos resquícios dos ínfimos almoços que tive com meus pais.

Passamos uma parte da manhã na praia e logo voltamos para casa. Devido a minha pele sensível, eu não podia passar muito tempo debaixo do sol, e mesmo assim o pouco tempo que passamos na praia foi o suficiente para deixar minha pele levemente avermelhada e um pouco ardida. Giulia cuidou de mim, depois do banho ela passou hidratante por todo meu corpo, o deixando com uma sensação de alívio.

O pai de Giulia bateu à porta anunciando que o almoço estava à mesa. Já havia se tornado comum, um hábito para nós andarmos de mãos dadas, e foi assim que chegamos à cozinha. Seu Gilberto sorriu gentilmente para nós quando nos viu entrar. Dona Vera se juntou a nós, serviu seu Gilberto e Giulia me serviu mesmo debaixo de meus protestos. No final acabei deixando, eu percebia o quanto ela gostava de cuidar de mim, de me agradar.

-- Mãe, pai. – falou chamando a atenção dos dois. - Eu queria lhes apresentar oficialmente a minha namorada. – falou pegando a minha mão e exibindo a sua aliança na outra.

-- Então agora temos oficialmente uma nora? – perguntou seu Gilberto.

-- Sim papai. Você e mamãe agora tem uma nora, uma linda nora. – falou sorridente.

-- Parabéns para as duas! – falou dona Vera com sorriso tão parecido com o da filha.

Tomei fôlego e aproveitei para falar.

-- Queria lhes agradecer por me receberem assim, de maneira tão receptiva e aberta. Ainda mais quando acabaram sabendo de minhas intenções para com a filha de vocês. Obrigada por terem aceitado ao meu pedido, e obrigada por terem me dado o meu maior motivo para sorrir.

-- Nós é que agradecemos, agradecemos ao nosso bom Deus por ter colocado pessoa tão digna quanto você na vida de nossa menina. – disse dona Vera.

-- A partir de agora eu tenho duas filhas! – seu Gilberto falou orgulhoso.

Esse foi o clima de nosso almoço. Acabei descobrindo que eu realmente não sabia o que era um almoço em família, ali sim me senti em família, me senti acolhida.

Dona Vera havia preparado uma sobremesa especialmente para mim, eu me senti lisonjeada e um pouco mimada. Ela me dava atenção de mãe, como se no fundo me conhecesse a muito tempo.

-- Dona Vera isso aqui está divino! – disse enquanto me deleitava com um pudim de leite maravilhoso.

-- Que bom que gostou. Giulia disse que você gostava, mas fiquei com medo de não ficar tão bom.

-- Mas isso aqui não está bom, está maravilhoso, um verdadeiro pecado. Vejo que se eu ficar nas mãos das duas – falei apontando para Giulia – eu engodarei rapidinho.

-- Eu te amarei do mesmo jeito. – sussurrou para mim.

Sorri e olhei para dona Vera, só para constatar se ela havia escutado ou não o que a filha acabara de dizer.

-- Bom, eu vou deixar vocês duas aí um instantinho, preciso ir lá na pousada ver como é que estão as coisas. Logo eu volto para lavar a louça do almoço.

-- Imagina se eu deixarei a senhora lavar a louça, pode deixar por nossa conta. A louça é nossa.- me encaminhei para a pia.

-- Imagina digo eu, você é visita.

-- Seu Gilberto disse que sou da família, a segunda filha dele, então eu posso lavar a louça pois eu já sou de casa. – balancei as sobrancelhas.

Giulia e dona Vera gargalharam.

-- Era só o que me faltava mamãe, agora ela quer tomar o meu posto nesta casa.

-- Tem Vera e Gilberto para as duas. – disse a senhora sorridente.

Dona Vera se retirou e Giulia e eu cuidamos da louça, depois fomos para o quarto. Ela ligou o ar condicionado e nos deitamos debaixo das cobertas. Abracei-a apertado, aspirando a sua nuca, sentindo aquele cheirinho tão característico dela. Fechei os olhos e me deixei levar pelo sono.

Segundos depois eu me assustava com o celular vibrando na mesinha ao lado da cama. Ainda abraçada a Giulia alcancei o aparelho. Olhei para o display. Havia algumas ligações e uma mensagem, todas do mesmo número, o de Verônica. Abri a mensagem. Precisei ler mais de três vezes o que tinha escrito ali para enfim processar o sentido de cada palavra escrito ali.

“Precisamos conversar, é algo de seu interesse. Giulia corre perigo! Me procure assim que chegar a São Paulo, e não conte a ninguém sobre esta mensagem.

Verônica.”

 

Com cuidado desvencilhei-me de Giulia e levantei-me da cama. Fui até o banheiro, abaixei a tampa do sanitário e sentei. Abri novamente a mensagem e mais uma vez li e reli tentando encontrar sentido naquilo. “Giulia corre perigo!”. Cada vez que eu lia essa parte me sentia angustiada, uma sensação estranha tomava conta de mim. Um medo começou a se apossar de mim. O chão pareceu abrir debaixo de meus pés. 

Fim do capítulo


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Comentários para 20 - Capítulo 20 - Marina -:
Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 14/09/2015

adoro sua história!

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Mag Mary
Mag Mary

Em: 09/09/2015

Que capítulo lindo <3

O que é que essa chata tá aprontando?

Bjus


Resposta do autor:

Olá Mag!

Ainda bem que saiu como esperado, cheio de romance, de carinho e amor! Foi escrito com muito carinho. Essa Verônica é persistente demais, não larga o osso de jeito nenhum. Com certeza vem um plano maquiavélica ai pela frente. Será?

Beijos

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Bruna
Bruna

Em: 06/09/2015

Amei o capítulo! A Marina e a Giulia são perfeitas juntas, espero que a Verônica não estrague isso....beijos!


Resposta do autor:

Olá Bruna! Tudo bem?

Verônica é uma peste mesmo não é? Essa mejera ainda não desistiu, com certeza ela tem um plano pronto por ai. Mas tenho certeza de que as duas não deixaram ela estragar tudo. Mas se bem que Marina devia contar sobre a mensagem. Não acha?

Beijos!

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mtereza
mtereza

Em: 05/09/2015

Que bom a vida pós abcles existe e você voltou e conseguiu atualizar a sua ótima historia rapidamente amei o capitulo todo clima super romântico e ao mesmo tempo hot entre as duas os pais Giulia são uns fofos amei eles agora no final o eixo do mal tinha que aparecer para atrapalhar afinal estava tudo tranqüilo e bom demais para ser verdade bjs Little e que o Lettera tenha vida longa e lhe traga muito sucesso 


Resposta do autor:

Olá Mtereza. Tudo bem?

Olha, quase entrei em desespero quando o abcles deixou de existir, eu pensei "E agora, como Marina e Giulia vão ficar? E as minhas leitoras?". Deu uma dorzinha sabe? Tenho amado escrever essa estória! Mas enfim, estou aqui e muito agradecida por você não ter me abandonado, por continuar acompanhando a estória. Até parece que romance é o segundo nome da Marina não é não? Marina é tão doce, tão meiga e envolvente que acabou envolvendo até os sogros, e eles são mesmo um amor, não é a toa que Giulia também é a doçura em pessoa, um mulher de caráter. Serão uma grande família. É, quando as coisas estão indo bem, aparece algo para estragar as coisas,

Beijos minha flor.Obrigada. Que venha o sucesso!

 

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Sem cadastro
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Em: 05/09/2015

Simplismente lindo, autora a cada dia voce se supera viu, e a marina gente que fofa, cada dia eu me apaixono mais por essa mulher, e essa agora da veronica em, quero logo o proximo capitulo, beijo .


Resposta do autor:

Olá Flávia.

Obrigada! Estou adorando saber que o capítulo saiu como esperei, cheio de sentimentos. Essa Marina é muito fofa mesmo. Será que Giulia conseguiria resistir se quisesse? Bom, o que eu posso dizer sobre Verônica, é que, ela não desistiu de Marina, pelo contrário, ela parece estar mais decidida do que antes.

Beijo

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josi08
josi08

Em: 04/09/2015

Eita q qando as coisas fcam boas aparece sempre alguma coisa affff... qie capitulo lindo viu, e nao posso deixar de agradecer por nao nos ter abandonado,amo essa historia ...

Parabens e muito obrigada

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josi08
josi08

Em: 04/09/2015

Eita q qando as coisas fcam boas aparece sempre alguma coisa affff... qie capitulo lindo viu, e nao posso deixar de agradecer por nao nos ter abandonado,amo essa historia ...

Parabens e muito obrigada


Resposta do autor:

Sempre tem algo para atrapalhar não é mesmo? Pior que eu sofro desse mal, sempre que as coisas estão bem pra mim me acontece algo para estragar tudo aff. Mas voltando para o capítulo, que bom que você gostou do capítulo, tentei colocar o máximo de sentimentos nele, espero que tenha dado certo. Amei escrever esse capítulo! Imagina, eu que agradeço por você não ter me abandonado, e mesmo em um novo site continuar me acompanhando.

Obrigada minha linda. Espero você no próximo capítulo.

Beijo

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 04/09/2015

Tava bom demais pra ser verdade. 

Marina tem que contar pra Giulia sobre essa mensagem.


Resposta do autor:

É verdade, ela tem que contar para Giulia sim, mas aposto que ela está divida entre contar ou não. Afinal Verônica a alertou, disse que ela não podia contar a ninguém, e como ela falou sobre Giulia estar correndo risco de vida, ela teme que caso conte algo, as coisas piorem e acabem saindo de controle. Verônica não está para brincadeira.

Beijo

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leticia
leticia

Em: 04/09/2015

Lindo capítulo. O que será isso agora heim ...

Obrigada por continuar nos agraciando com essa história maravilhosa neste novo site.


Resposta do autor:

Olá Leticia!

Eu é que agradeço por continuar acompanhando a estória nesse novo site. Jamsis deixaria vocês na mão, e além disso eu sentiria muita falta dessas duas (Marina e Giulia), e claro de vocês também. Quanto ao capítulo...ele foi feito com o maior carinho, tentei colocar o máximo de sentimento nele. Verônica ainda não desistiu de Marina, isso é o que eu posso dizer por enquanto. Ela é mesmo osso duro de roer!

Beijo

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preguicella
preguicella

Em: 04/09/2015

Adorei o capítulo! E principalmente essa rapidez em publicá-lo! Adoroooo


Resposta do autor:

Olá Preguicella!

Que bom que você gostou do capítulo, foi feito com o maior carinho. 

Um beijo pra você!

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