Ótima leitura!
Capítulo 21 - Giulia -
- Giulia –
De olhos fechados, virei para o lado tateando a cama em busca de Marina. Os lençóis ao meu lado estavam frios, denunciando que ela já não estava ali há mais tempo do que eu podia imaginar. Sentei na cama e abri os olhos lentamente, fiz uma busca visual pelo pequeno quarto e nada dela.
Depois de totalmente desperta, a primeira coisa que senti necessidade de fazer foi me beliscar, eu precisava saber se tudo aquilo era um sonho, pois era o que realmente parecia.
Desisti da ideia do beliscão quando olhei para minha mão direita e vi o objeto brilhante em meu dedo anular. Havia uma aliança, era verdade, Marina e eu éramos namoradas. Contive-me e sorri, quando na verdade a minha vontade era gritar e saltitar por todo o meu quarto. Gritar muito, gritar para todos que quisessem ouvir que eu amava Marina Amorim.
Depois do meu momento quase efusivo, resolvi levantar e tomar um banho, para depois ir atrás de Marina. O banho frio me fez despertar totalmente, dando-me um novo ânimo.
Cheguei à cozinha e vi meus pais sentados à mesa, tomando café tranquilamente. Desejei bom dia aos dois, sentei-me por um segundo com eles e perguntei por Marina.
-- Filha, ela tomou café mais cedo e desde então, está deitada naquela rede lá na varanda. – disse minha mãe.
-- Ah sim. – falei sem conseguir compreender a atitude de Marina. Por que ela estava lá fora e não no quarto comigo?
-- Não vai tomar café conosco filha? Seu pai e eu esperamos.
-- Não mãe, obrigada. Estou sem fome, não se preocupe, quando sentir fome eu preparo algo.
-- Tudo bem então.
-- Eu vou falar com Marina. – disse levantando-me.
-- Ela me pareceu um pouco apreensiva. – meu pai disse assim que levantei-me da mesa, me impedindo de mais um passo.
-- Vou conversar com ela. – falei me retirando.
O que meu pai disse fez com que eu estranhasse ainda mais a atitude de minha namorada. Desde que começamos com as nossas viagens, nunca havíamos tomado sequer um café da manhã separadas, sempre tomávamos juntas. Talvez fosse apenas um dia fora da rotina que sem perceber acabamos criando. Tentei relaxar.
Caminhei a passos lentos até a varanda. Parei à soleira da porta e de lá pude ver Marina deitada na rede. Ela encarava o celular e nem parecia se dar conta de que eu estava tão perto dela, admirando-a. Sorri e caminhei até onde ela estava, ainda sim ela não percebeu nenhum movimento meu.
-- O que está fazendo? – perguntei me apoiando com uma das mãos à borda da rede.
Rapidamente Marina bloqueou a tela do celular e o guardou no bolso do short. Notei que seu rosto estava pálido, e a boca levemente entreaberta. Ela havia se assustado com algo, só não encontrava motivos para tal.
-- O..oi...nem lhe vi chegar. – falou.
-- Você estava bem concentrada aí. – falei arqueando a sobrancelha – Algum problema?
-- Ah...não, é só...uma mensagem que recebi lá da agência. Coisa boba.
Marina coçava a nuca, era sinal de nervosismo. Gesto que eu conhecia perfeitamente. Observando-a ao longo desse período que passamos na companhia uma da outra, passei a reconhecer muitas manias e trejeitos dela.
Apesar de perceber que Marina estava me escondendo algo, preferi não insistir no assunto, ela me contaria se fosse realmente algo sério. Tínhamos um acordo, e eu sei que ela não descumpriria. Estava dando certo até este momento, não havia motivos para fazer diferente justo agora. Resolvi deixar aquele assunto para lá.
-- Tudo bem. – sorri – Será que tem um lugarzinho aqui nessa rede pra mim?
-- Ah, claro que tem. Sempre terá! – falou estendendo um pouco a borda da rede para que eu deitasse junto a ela.
Deitei e sorri relaxando quando senti o seu abraço. Dessa vez mais forte, mais intenso. Parecia mais protetor ou algo do tipo.
-- Você tomou café? – perguntou ao meu ouvido.
-- Estava sem fome, e quando minha mãe disse que você estava aqui, vim falar com você. Depois dou uma passada na cozinha e preparo algo.
-- Se quiser eu posso lhe ajudar.
-- A senhorita está com fome não é mesmo?!
-- Um pouco.
-- Devia ter tomado café com meus pais.
-- Queria esperar você.
-- Por que saiu do quarto sem falar comigo? Podia ter me chamado, assim tomaríamos café juntas.
-- Você estava tão serena, num sono tão tranquilo que não quis lhe acordar, fiquei com pena. Sai do quarto apenas para tomar um ar aqui, mas aí sua mãe insistiu para que eu tomasse café com eles, e como eu disse que lhe esperaria os acompanhei em pelo menos um café preto.
-- Marina...eu sei que está acontecendo algo, você está um pouco distante, parece aflita, anda precisando de ar fresco, e até meu pai percebeu seu estado, lhe achou apreensiva. Você sabe que pode falar comigo, podemos falar sobre qualquer coisa, me contar o que for que seja. Fale comigo, não deixe nada entre a gente. Nós combinamos...
Marina me apertou em seus braços, suspirou pesadamente e ficou quieta por uns instantes, calada, o silêncio tomando conta de tudo à nossa volta, dando liberdade apenas para as batidas de nossos corações e nossas respirações.
-- Eu sei... – disse depois de um tempo.
Permiti-me ficar no calor daquele abraço, me passava paz, me deixava tranquila até mesmo na pior tempestade. Aquele abraço era o que eu precisava nos momentos em que sentia-me triste, ele me bastava, era o meu remédio. Lugar mais confortável do mundo. O calor e o cheiro tão característico foi o que me bastou, o que me deu forçar e coragem para contar a Marina sobre sua mãe, agora eu estava ali colada em seu corpo, ouvindo seu coração de maneira tão íntima, pedindo para que o mesmo abraço fosse o bastante para que ela também tivesse coragem de me contar o que se passava com ela.
-- Vou preparar algo para nós.
Girei o corpo ficando de frente para ela, e vi que seus olhos estavam levemente avermelhados, não havia lágrimas, mas com certeza ela tentava segurá-las. Fiquei mais aflita, eu sabia que tinha algo, porém não compreendia o que era, e não podia ajudá-la. Sem falar que me assustavam as possibilidades do que podia ser.
-- Eu te amo tanto Giulia!
-- Eu também te amo Marina, e é inevitável te olhar e não te amar ainda mais. Me apaixono sempre que olho para você, que ouço a sua voz, que sinto sua pele, que sinto a maciez dos seus lábios contra os meus.
-- Acho que sou incapaz, completamente incapaz de imaginar sequer um dia sem você. Seria torturante ficar sem você. – uma pequena lágrima rolou por seu rosto.
-- Não pense que seria fácil assim, eu não permitiria que você ficasse longe de mim. Não aceito não ter você por perto!
Ela sorriu diante de mais uma lágrima.
Decidida a tirar o que quer que fosse da cabeça dela, interrompi aquele assunto.
-- Vem, vou preparar algo para comermos. E se eu me lembro bem, a senhorita disse que me ajudaria na cozinha.
-- Claro, ajudo sim.
Entre sorrisos, beijos, abraços e carinhos preparamos o nosso café da manhã. Cortei em cubo algumas frutas que sabia que ela gostava. Ela comeu as frutas e tomou iogurte de morango com granola.
Após o nosso café tardio, vestimos nossos biquínis e fomos à praia. Mas, não sem antes cobrir o corpo inteiro de Marina com protetor solar. Sua pele alva facilmente ficava avermelhada debaixo do sol forte do Ceará.
Deixei Marina sob um grande guarda-sol, próximo a uma barraca e fui dar um mergulho. Ela tomava uma água de coco, enquanto acompanhava meus passos até o momento que a água morna tocou meus pés. Aquela água, aquele azul era incrível. Mergulhei umas 4 vezes, não fiquei dentro d’água mais que 15 minutos, entretanto esse pequeno tempo foi o necessário para que Marina chamasse atenção. Serrei os olhos ao avistar uma loira sentada próxima a ela, dividindo o mesmo guarda-sol. Ela não parecia dar atenção, mas a loira sorria e gesticulava o tempo todo.
Fiquei possessa de raiva e de ciúmes. Caminhei a passos largos, meus pés afundavam na areia fofa da praia tamanha minha irritação. Como aquilo era possível? Eu a deixava 15 minutos sozinha e logo me aparecia alguém se derretendo para cima dela.
Não pensei o que faria, não planejei o que diria, apenas fiz!
-- Oi meu amor. – falei sentando em seu colo, passando o braço por seus ombros e lhe dando o meu melhor beijo.
Por um momento até esqueci-me de minha raiva, não lembrei o propósito do que eu fazia ali, só sentia a língua dela tocar a minha, de forma tão gostosa e tão quente. Quando nos separamos, olhei primeiro para a loira que nos observava com um olhar um tanto quanto abismada. Fitei Marina e ela tinha um olhar divertido.
-- Oi amor. – sussurrou para mim.
Sorri para ela.
-- Vocês são...são namoradas?
-- Sim. – respondi fuzilando a loira com o olhar.
-- Com eu disse, estou acompanhada. E, diga-se de passagem, estou muito bem acompanhada por minha linda namorada.
Senti meu ego inflar com as palavras dela. Ouví-la falar para aquela mulher oferecida - que ainda nos olhava insistentemente sem se dar conta de que sua presença não era bem vinda - que eu era a sua namorada me deixou contente.
Marina passou o braço em minha cintura enquanto ainda mantinha aquele sorriso divertido em seus lindos e desejáveis lábios. Me corroía de ciúmes por imaginar que aquela mulher inconveniente queria provar daquela boca.
-- Vocês formam um belo casal. – sorriu cinicamente – Vocês ficarão aqui por muito tempo? Poderíamos sair esta noite, em casais. Levo a minha namorada.
Quase deixei o queixo cair, a descarada estava dando em cima da minha namorada na maior cara de pau, e ainda por cima tinha namorada. Cínica! Coitada da namorada dela.
-- Desculpe, mas teremos que reclinar ao seu gentil convite, infelizmente já temos planos para mais tarde. – disse Marina.
-- Que pena! Quem sabe ainda nos vemos por aí.
Sorri forçadamente para a loira que agora se retirava. Meu sangue fervia, minhas bochechas queimavam. Nunca fui uma mulher ciumenta, achava ridículas as cenas de ciúmes. Era um sentimento incomum, tão novo que eu ainda não sabia como me portar, não sabia como agir. De uma coisa eu sabia: ciúmes nunca era bom, quer dizer, dentro dos limites era até aceitável, mas, eu ainda não sabia qual era o limite. Teria de aprender a lhe dar com isto!
-- Aquela mulher estava dando em cima de você. – falei olhando em seus olhos ainda sentada em seu colo.
-- Ela perdeu o tempo dela, porque eu só tinha olhos para a minha namorada que mergulhava displicente logo ali na frente. Tão linda!
-- Não gostei dela.
-- Amor, lhe garanto que eu também não. Mas não se preocupe, não dei a menor bola pra ela, ficou minutos intermináveis praticamente monologando.
-- Por que não pediu para que ela se retirasse?
-- Não quis ser indelicada, porém desde o primeiro momento eu disse que estava acompanhada de minha namorada, e mesmo diante de meu argumento ela insistiu em sentar.
-- Acho bom que tenha feito mesmo isso.
-- Ciumenta! – falou batendo seu dedo indicador na pontinha de meu nariz.
-- Estou passando dos limites?
-- Não amor, está tudo bem. Admito que eu também tenho ciúmes de você. Você inevitavelmente atrai muitos olhares, você é linda, não tem jeito.
-- Não sei como consegue se controlar. – suspirei.
-- Enquanto estava sentada aqui, vi diversas pessoas secando seu corpo, homens e mulheres lhe olhando sem nem disfarçar. É claro que isso me incomoda, me deixa enciumada e louca de vontade para fazer algo parecido com o que acabou de fazer, entretanto, quando lembro de cada beijo seu, de cada olhar que direciona a mim e cada sorriso, eu tenho certeza de que eles são apenas meus, para ninguém mais nada disso vai ser igual. Eu confio em você, confio no que temos. Me sinto absurdamente segura com você.
Ok, aquelas palavras foram como dolorosos tapas em meu rosto. Inexplicavelmente eu não conseguia ser tão segura assim. Afinal, eu confiava em Marina, não confiava? Sim, eu confiava, mas não conseguia controlar meu ciúmes.
Essa não foi a primeira vez que senti esse louco ciúmes. Me deixava muito inquieta quando eu percebia outras pessoas, fossem mulheres ou homens olhando para Marina de forma indecorosa.
-- Nunca vou cansar de dizer que você é surreal. Me desculpe pelo que acabei de fazer.
-- Não precisa me pedir desculpas por isso.
-- Tudo bem. Vamos dar um mergulho rápido?
-- Vamos!
Corremos de mãos dadas até nossos pés tocarem a água. Brincamos e nos divertimos por um bom tempo, até que percebi sua pele levemente avermelhada, era hora de sair do sol.
Voltamos para a pousada, dividimos um banho rápido e acompanhadas de meus pais, ocupamos a mesa para o almoço. Novamente minha mãe tinha dado um jeito de agradar Marina. Dona Vera fez um dos pratos favoritos de minha namorada. Se continuasse nesse ritmo, eu ia acabar perdendo minha namorada para os dotes culinários de minha mãe. Se duvidar, perdia até a mãe, porque ela já chamava minha namorada de filha.
***
Marina havia organizado e planejado tudo para passarmos 10 dias com meus pais. Nove dias já haviam se passado, apenas um dia nos separava de nosso retorno.
Tudo ocorria de maneira perfeita, meus pais e minha namorada estavam cada vez mais entrosados. A saudade que eu sentia deles havia sanado em pelo menos uma parte.
Desde o dia na praia, não tive mais nenhuma crise de ciúmes, o que Marina me disse naquele dia tinha conseguido me deixar mais calma e mais confiante, e a confiança era no nosso relacionamento, no nosso namoro e no nosso amor. Ela me amava da mesma maneira que eu a amava. Tinha convicção disso. Assim como eu jamais faria algo capaz de ferí-la, sei que ela também jamais o faria.
Por algumas vezes vi Marina sair para atender ou ler alguma mensagem em seu celular, sempre com a desculpa de que era algo do trabalho, algum assunto importante da agência. Eu acreditava!
Estava tão bom curtir e aproveitar aquela viagem com Marina, que eu não sabia se devia achar bom ou ruim a nossa volta para São Paulo. Era sempre bom voltar ali, e na companhia dela tudo havia se tornado ainda melhor e mais perfeito. Passar esse tempo com ela e meus pais, foi mais do que eu podia imaginar e desejar. Apesar de minha cidade não ser grande e não ter muitos lugares para irmos, aproveitamos bem cada dia que se passou.
Tinha convicção que nunca esqueceria todos os momentos que vivi nessa viagem. Poderia passar o tempo que fosse, mas não conseguiria esquecer o pedido de namoro de Marina. Foi tão romântico, tão mágico! Foi tudo incrível!
Quase todos os dias Vick me ligava para saber como eu estava e contar tudo o que acontecia a ela na minha ausência. Foi uma surpresa para mim, quando ela me contou que na semana passada havia pedido Fernanda em namoro, tinha inclusive conhecido o pequeno João Pedro. Minha amiga estava feliz e muito empolgada, havia se encantado com o pequeno.
Era noite, Marina e eu dividíamos uma espreguiçadeira à beira da piscina. Ela estava deitada e eu recostada em seu peito, dentro de seu abraço na tentativa de aplacar o frio trazido pela proximidade com a praia. Era incrível aquele cheirinho de mar.
Meus olhos estavam fechados, pois como se diz por ai, algumas coisas boas não são para serem vistas, e sim sentidas. Então, eu apenas sentia, aquele calor, aquela mistura de cheiros, aquele barulhinho do mar, a mistura do frio e do calor, e aquele amor tão intenso dentro de meu peito.
-- Não quer entrar amor? Está esfriando cada vez mais. – ela disse enquanto passava as mãos ao longo dos meus braços.
-- Quero ficar mais um pouquinho aqui, desse jeitinho com você.
-- Tudo bem. – disse beijando o alto da minha cabeça.
-- Eu estive pensando sobre o nosso relacionamento...
Fiz uma pausa pensando nas palavras certas para continuar com aquela conversa, porém, Marina não entendeu dessa maneira. Senti quando ela se mexeu inquieta debaixo de mim.
-- Você se arrepende de algo? – perguntou com a voz vacilante.
-- Não, claro que não. Na verdade não tem nada haver com arrependimentos. – pensei mais um pouco - Pode até ser que algumas pessoas suspeitem do que realmente acontece entre a gente, mas a questão é que apenas Vick, Fernanda e Natália sabem da realidade. Agora, voltaremos dessa viagem como namoradas, algo bem mais sério do que quando saímos de São Paulo. E, bem, eu...será que poderíamos não assumir o nosso namoro publicamente? Pelo menos não por enquanto?
Novamente senti ela se mover inquieta, nervosa.
-- Por que prefere dessa maneira?
-- Não é algo definitivo, claro que eu quero que todo mundo saiba que tenho um compromisso com uma mulher maravilhosa, e que ela também é comprometida e não está disponível para mais ninguém, mas no fundo eu tenho medo dos julgamentos, do que vão falar de nós.
-- Giulia eu não me importo com o falatório que provavelmente iremos gerar ao assumir o nosso namoro, por mim eu gritaria para o mundo inteiro ouvir, mas vou respeitar a sua decisão.
Eu estava me odiando por fazer aquele pedido, eu queria sim que todo mundo soubesse, mas ao mesmo tempo não conseguia me livrar daquele absurdo e infundado medo de que se soubessem de nós, as coisas mudariam. Além disso, eu tinha medo da reação de Miriam. Ela tentou me tirar da vida de Marina quando ainda estávamos nos conhecendo por assim dizer, agora imagina se ela soubesse que tínhamos algo mais sério e já havíamos feito juras de amor uma para outra. Nem quero imaginar o que aconteceria, mas com certeza ela surtaria e novamente tentaria me separar de sua filha. Isso eu jamais aceitaria.
-- Sabe, tem uma coisa que eu admiro muito em você amor, a sua coragem e a sua determinação. Queria ser um pouquinho mais parecida com você. Me desculpe pelo que acabei de lhe pedir.
-- Eu consigo lhe entender, não lhe julgo por isso, então não precisa me pedir desculpa. Só lhe peço para que isso seja mesmo uma situação passageira, não abro mão de lhe assumir como minha namorada.
Juro que por algumas vezes eu pensava que não merecia mulher como aquela. De onde vinha tanta compreensão assim?
-- É só por um tempo, eu juro! Eu também não abriria mão disso.
Girei meu corpo ficando de lado. Passei os braços por sua cintura e escondi o rosto na curva de seu pescoço. Aspirei e beijei algumas vezes. Deu pra sentir a sua pele levemente eriçada.
-- Acho que você fez do meu pescoço um ponto fraco. É só você encostar para me deixar completamente eletrizada e muito afim.
Não tinha como deixar aquilo passar, é claro que eu me aproveitaria da informação dada. Admito que eu já havia notado que beijar e cheirar o seu pescoço mexia com ela. Por algumas vezes era o que bastava para fazer o seu corpo acender.
Firmei uma de minhas mãos em sua nuca, enrolando os dedos entre os cabelos ruivos. Segurei firme e novamente me aproximei de seu pescoço, deixei meu rosto bem próximo, mas não cheguei a encostar em sua pele, deixava apenas a minha respiração tocar-lhe. Arranhei levemente sua nuca e mordisquei seu pescoço. Dessa vez a região que o arrepio atingiu foi maior, chegou aos seus braços.
-- E o que acontece se eu fizer isso?
-- Isso me instiga... – murmurou.
-- E isso? – falei colocando a mão sobre o seu seio e o massageando por cima da roupa.
-- Me excita.
Ela mantinha os olhos fechados, estava quieta, apenas sentindo cada movimento meu. Queria provocá-la. Coloquei a mão dentro de sua blusa e encontrei o bico do seio durinho. Senti uma umidade no meio de minhas pernas, ansiava pelo que viria a seguir.
Apertei o biquinho entre os dedos enquanto distribuía pequenos beijos molhados em seu pescoço. Tímidos gemidos saiam de sua boca, mas eu queria mais, queria ouví-la gem*r meu nome, eu queria gem*r o nome dela.
Àquela hora da noite já não havia mais hóspedes andando pela área da piscina, mais um ponto a meu favor, mais um para que eu pudesse me aproveitar.
Sentei no colo de Marina, de frente para ela. Fui ousada e levantei minha própria blusa e sutiã, revelando meus próprios seios. Estava louca para sentir a boca dela se apossar deles. Ela pareceu ler a minha mente, pois sabia o quanto eu estava ansiosa, e logo sentia a sua língua fazer movimentos circulares em volta dos biquinhos.
Não perdi tempo, enquanto ela dava toda atenção aos meus seios, desci a mão por entre os nossos corpos e abri o short que ela vestia. Toquei em seu sex* ainda por cima da calcinha e senti o quanto ela já estava molhada. Isso fez com que um gemido nada tímido escapasse de minha boca. Ela mordiscava o biquinho do meu peito fazendo com que o meu corpo inteiro arrepiasse, vibrasse.
Venci o elástico de sua calcinha e toquei o seu sex*. Ela estava entregue, completamente entregue. Com movimentos de vai e vem estimulei o seu clit*ris, fiquei um bom tempo assim, até o momento em que ela abandonou meus seios e procurou os meus lábios. Ela tentava sufocar os gemidos, seu corpo se movia involuntariamente, como um pedido nada paciente para que aquela tortura chegasse ao fim.
Me preparava para penetrá-la quando ela sussurrou em meu ouvido.
-- Vamos sair daqui, eu quero te amar inteira...
Gemi em ansiedade, imaginando tudo o que faríamos àquela noite. Marina em uma cama, entre quatro paredes era sinônimo de loucura.
-- Vamos. – sussurrei de volta.
Marina levantou me levando eu seu colo, minhas pernas cruzadas em volta de sua cintura me fazia pensar indecências com aquela ruiva. Marina era quente, era espetacular, e nós duas juntas muitas vezes erámos quase insaciáveis.
Eu sabia que meus pais já não estariam mais acordados, por isso nem me importei de ir o caminho até o meu quarto aproveitando dos saborosos lábios de minha namorada. Jamais me cansaria de beijá-la.
Entramos em meu quarto e Marina fechou a porta apressadamente. Ela caminhou até a cama, onde me colocou deitada de costas suavemente no colchão. A uma certa distância da cama, minha namorada passou a se despir vagarosamente e completamente sexy. Meu corpo estava ardendo de desejo, quase perdi o juízo quando ela estava completamente nua na minha frente. Despretensiosamente mordi o canto do lábio, sabia o efeito que aquela ação tinha.
Era a minha vez de exibir minha nudez, e minha namorada logo deu um jeito de tirar toda a minha roupa. Marina parou ao pé da cama e passou a olhar o meu corpo. Por um minuto me senti envergonhada, mas ao sentir as suas mãos passearem delicadamente por minha barriga, acabei esquecendo. Suas mãos estavam quentes!
Meu corpo foi puxado para a borda da cama, deixando meu bumbum quase no finalzinho da cama. Marina agarrou minhas coxas firmemente e eu entendi o que ela iria fazer. Afastei minhas pernas dando total liberdade. Ela se ajoelhou e passou a beijar suavemente a parte interna de minhas coxas. Cada beijo mais próximo a minha intimidade me fazia suspirar e ao mesmo tempo desejar agarrar-lhe a cabeça e fazê-la adiantar as coisas. Seus lábios pareciam deixar marcas em minha pele.
Meu corpo arqueou quando sua boca tocou meu sex* pela primeira vez. Sua língua passou a me torturar, passeando de cima para baixo tão lentamente que às vezes parecia que ia parar. Aos poucos o movimento foi ganhando velocidade e o meu corpo já não parava mais quieto no colchão, eu rebol*va, remexia e tentava intensificar o contato empurrando minha pelves de encontro a sua boca.
Marina fazia algo com a boca que me fazia delirar. Era como se ela prendesse meu clit*ris entre os dentes, e fizesse movimentos rápidos com a pontinha da língua. Ela agarrou ainda mais forte minhas coxas e deu início a essa sua mágica. Eu já estava completamente molhada, completamente! Aquilo foi o necessário para me fazer goz*r a primeira vez.
Fechei os olhos para me recuperar. Minhas batidas estavam aceleradas, fazendo meu peito subir e descer freneticamente. Meu corpo ainda tremia debaixo do efeito avassalador daquele orgasmo.
Não tive muito tempo para e recuperar, logo senti o corpo de Marina sobre o meu. Sua boca se apossou de meu seio esquerdo enquanto ela dava atenção para o direito apertando o bico enrijecido. Seu joelho se posicionou no meio de minhas pernas, friccionando-o. Não tinha como resistir, meu corpo já correspondia.
Apertei o seu bumbum a trazendo para mais junto de mim. Arranhei por algumas vezes, e sei que provavelmente logo mais seria capaz de ver algumas marcas espalhadas. Meus seios foram deixados de lado, Marina tomou a minha boca em um beijo pra lá de sensual. Sentia-me escorrer.
Marina desceu a mão entre os nossos corpos suados e alcançou meu sex*. Ela soltou um pequeno gemido e seu corpo ficou um pouco tenso.
-- Você está tão molhadinha amor. – falou seguido de um suspiro.
-- Você me deixa assim.
Seus dedos me invadiram com maestria. Eu delirei, vi estrelas e por alguns segundos esqueci de respirar, fiquei apenas sentindo o quão gostoso ela mexia dentro de mim. Sua boca novamente procurou a minha, porém eu não estava conseguindo manter a minha atenção em seus lábios, seus dedos estavam tomando todo o meu juízo.
O segundo orgasmo chegou quando ela do nada estocou fundo. Um único movimento que foi capaz de trazer junto o ápice. Deixei o corpo relaxar, e um sorriso brotou em meu rosto. Era uma completa loucura tudo o que aquela mulher me fazia sentir.
Estava jogada na cama, me sentindo plena, extasiada e relaxada. Algumas partes de mim ainda pareciam moles, talvez até adormecidas. Abri os olhos quando senti centenas de pequenos beijos espalhados por todo o meu rosto. Abri os olhos sorrindo. Aquele olhar de um azul intenso estava sobre mim, me olhando atentamente, enquanto um pequeno sorriso enfeitava os lábios mais lindos e gostosos que já provei em toda a minha vida.
-- Por que está me olhando assim? – perguntei tocando seu rosto.
-- Eu te amo tanto Giulia.
-- Eu também lhe amo Marina, eu te amo muito.
Seus olhos ficaram molhados, cheios d’água. Acabei me assustando, juro que não esperei que ela ficasse emocionada daquela maneira. Fiquei sem saber o que fazer, entender e saber como agir pois parecia que era muito mais do que aparentava. Eu não sabia o que ela trazia no coração, ela não dividia comigo, não se abria, mas não só eu, meus pais também perceberam uma nuvem de tristeza e angustia em seu olhar por diversas vezes.
Já havia tentado conversar com ela, entretanto ela simplesmente não me dizia nada, fugia, desconversava e nada falava. Insistir não era mais uma opção para mim, eu sei que quando o momento chegasse ela falaria comigo. E apesar de ficar triste por ela não cumprir o nosso acordo, eu respeitava aquela tristeza silenciosa dela. Não dava para fingir, e dizer que eu não me importava, é claro que sim, mas sei que ficar em cima dela, talvez pudesse ser mais doloroso e difícil. Lágrimas em seus olhos eram fáceis ser vistas, suas emoções estavam à flor da pele.
A puxei para junto de meu peito e a abracei. Queria que tudo o que ela guardava em seu coração passasse para mim. Ela deitou em meu ombro e relaxou. Depois de um longo e pesado suspiro ela pegou minha mão e levou até os lábios beijando-a.
-- Não saberia mais ficar sem você, seria doloroso demais. Não sei o que seria de mim se algo acontecesse a você, eu não sei se...
-- Shiiii. Eu estou aqui meu amor, estou aqui e não sairei do seu lado. Você nunca irá precisar ficar sem mim.
Ouvi Marina chorar baixinho, agarrada a mim por algum tempo. Fiquei fazendo carinho em suas costas até que senti sua respiração tranquila e seu corpo pesar. Ela dormia. Puxei o cobertor sobre os nossos corpos, beijei seus cabelos e fechei os olhos me entregando ao cansaço. Não demorei a dormir.
No outro dia quase não acordei, acho que tinha desmaiado na noite anterior. O sono pesado não me deixou nem perceber que há muito tempo tinha amanhecido. Olhei para o relógio na mesinha ao lado da cama e marcava 9h da manhã. Marina ainda dormir tranquila, tão linda que fiquei com pena de acordá-la. Sua nudez era escondida apenas por um lençol que lhe cobria apenas o bumbum. A pele alva com algumas sardas e os pelinhos aloirados me fez ter segundas intenções com ela, mas eu não queria mesmo acordá-la naquele momento. Ia preparar uma bandeja e trazer o café da manhã na cama para ela.
Levantei com cuidado e fui para o banheiro. Sai de banho tomado e ela ainda dormia serenamente. Sorri admirando-a. Sentiria saudade daquela rotina, acordar todas as manhãs ao lado dela.
Andei pela casa à procura de meus pais, mas nem sinal deles, provavelmente pelo adiantar das horas estavam a todo vapor na pousada. Fui até a cozinha e me deparei com a mesa ainda posta, esperando por nós. Peguei uma bandeja e coloquei algumas coisas que estavam sobre a mesa. Arrumei tudo com o maior carinho até me dar por satisfeita.
Ia saindo da cozinha com a bandeja quando dei de cara com a minha mãe, quase nos esbarramos.
-- Ai mãe! Que susto que a senhora me deu.
Dona Vera me olhava um pouco séria.
-- Você está se cuidando direitinho?
-- Estou sim mãe, estou me cuidando direitinho.
-- Hoje de manhã quando passei pela piscina vi uma garrafa de vinho vazia, e me dei conta de que estava faltando exatamente uma garrafa na adega do seu pai. Giulia você sabe que não pode beber, sabe que não pode misturar seus remédios com nenhum tipo de bebida alcoólica.
-- Mãe, eu sei, mas foi apenas uma garrafa, não foi nada demais.
-- Marina não deveria compartilhar disto com você, e...
-- Ela não sabe. – a interrompi.
-- Ela o quê?!
-- Ela não sabe do meu problema mãe, nunca contei a ela. Ultimamente tenho até pensado em contar para ela, porém não sei como fazer isso. – suspirei depositando a bandeja na mesa.
-- Por que não contou a ela filha? – minha mãe tinha um olhar doce, vi que ela estava realmente preocupada comigo.
-- Ah mãe, porque estávamos nos conhecendo e eu tinha medo de que assumíssemos alguma coisa apenas por pena. E sabe que eu odeio esse cuidado excessivo.
-- Não é excessivo, é apenas cuidado. E olha o que você faz quando não tem ninguém cuidando de você!
-- Mãe, eu já sou bem grandinha, sei me cuidar.
-- Filha, desculpe me meter, mas você sabe que a Marina deve sim saber, é sua saúde, e ela é sua namorada. Você não pode esconder isso dela. – minha mãe pegou minhas mãos entre as suas.
-- Eu vou falar mãe.
Assim que fechei minha boca olhei para a porta e lá estava Marina, nos olhando. Logo que nossos olhares se encontraram ela baixou a cabeça e se retirou da mesma maneira que chegou, silenciosamente, sem nenhuma palavra. Senti um aperto no peito, sei que havia agido errado com ela, devia ter contado. Agora me perguntava o que ela devia ter ouvido. Deus, tomara que ela não tenha escutado uma conversa sem querer, e que eu ainda tenha a chance de contar tudo a ela.
-- Vou falar com ela mãe.
-- Vá minha filha.
Peguei a bandeja novamente e fui até o quarto. Quando abri a porta me deparei com Marina de cabeça baixa, brincando com os dedos. Não olhou para mim, mas assim que se deu conta de minha presença no quarto logo indagou.
-- O que estava escondendo de mim esse tempo todo?
-- Marina...
-- Por que mentiu?
Deixei a bandeja na mesinha ao lado da cama e me sentei ao seu lado na cama.
-- O que você ouviu da conversa?
-- O bastante para saber que tem escondido algo de mim. O que é Giulia?
-- Eu tenho um problema no coração. – falei a primeira frase e esperei a sua reação. Ela levantou os olhos e vi que eles já estavam cheios d’água, e pelo que parece bem antes de eu falar algo elas já estavam ali.
-- Um problema no coração? – perguntou olhando em meus olhos.
-- Desenvolvi arritmia cardíaca pelo consumo excessivo de cafeína, eu era meio que viciada em café. Agora por causa disso, não posso fazer exercícios pesados, não posso ingerir bebida alcoólica em grande quantidade e nem sofrer grandes emoções.
-- Mas nós bebemos algumas vezes...
-- Não foi uma grande quantidade.
-- Por que escondeu isso de mim Giulia? Por que não me falou sobre isso antes?
-- Fiquei com medo de você ter pena de mim.
-- Pena Giulia? Por que eu teria pena de você?
-- Normalmente esse é o primeiro sentimento que as pessoas têm quando acabam sabendo desse meu problema.
-- No meu caso não seria pena, porque o primeiro sentimento que tive por você foi paixão.
Essa frase foi como um forte e doloroso tapa em meu rosto.
-- Desculpa por ter omitido e não ter lhe falado nada antes. Mas por favor, te peço, tenta me entender um pouquinho que seja. Estávamos nos conhecendo, eu não queria que me tratasse como um brinquedinho de cristal ou tivesse medo que eu desmaiasse a qualquer momento. – pausei e suspirei – Sinto muito.
-- Não faz mais isso comigo. – ela disse me abraçando.
Senti meu corpo relaxar, consegui respirar novamente, e aquele aperto em meu peito havia cedido. Nunca, jamais, eu encontraria mulher como Marina, por mais que eu procurasse. Ela era única!
Abracei-a de volta e novamente lhe pedi desculpas.
Momentaneamente parecia que estávamos bem uma com a outra, mas sei que ele ainda estava chateada e magoada comigo. Sentia-me péssima por ter causado isso a ela. Eu era mesmo uma pessoa de cabeça dura. Vick havia me avisado, falou que seria melhor contar, mesmo assim insisti em não falar nada.
-- Trouxe um café para nós. Já deve estar frio, mas eu estou faminta. – disse retirando a bandeja de cima da mesinha e colocando em cima da cama.
-- Também estou faminta.
***
Depois do almoço pegamos a estrada de volta para Fortaleza, íamos direto para o aeroporto, o jatinho já estaria nos esperando.
Não conseguimos sair da casa de meus pais, sem antes uma pequena choradeira, algumas recomendações e muitos pedidos para que voltássemos mais vezes. Marina recebeu exclusivamente um convite para voltar à Canoa, para o aniversário de casamento dos meus pais que aconteceria dali a 4 meses. Marina me pareceu bem emocionada ao abraçar meus pais. Parecíamos uma família diante de tanto entrosamento.
Mais uma vez me despedi com o coração apertado, já sentindo saudades dos dois. Na volta, insisti para que ela me deixasse dirigir o carro, ela até tentou me convencer do contrário, mas acabei vencendo-a. Ela não dormiu, praticamente o caminho inteiro ela falava de forma fervorosa de meus pais, ela havia adorado os dois, já estava fazendo planos para o nosso retorno daqui a quatro meses.
Chegamos ao aeroporto e logo embarcamos, o voo foi tranquilo. Marina estava sentada ao meu lado, estava sonolenta, encostada em meu ombro. Estávamos praticamente chegando quando seu celular tocou, era uma mensagem. Ela o pegou despretensiosamente e sem querer pude ler o nome Verônica. O incômodo não foi apenas eu quem senti, porque no momento em que ela leu o nome na tela endireitou-se apressadamente. Seu rosto ficou levemente lívido. Marina se afastou um pouco e depois falou.
-- Vou...vou precisar ir até a JUMP ainda hoje.
-- Pensei que íamos ficar lá em casa hoje.
-- Não vai dar princesa, preciso mesmo ir. Tenho alguns problemas que preciso resolver. São coisas importantes e que precisam de meu aval. – ela falava nervosamente, apressada, atropelando as palavras.
-- Tudo bem.
Marina não voltou ao lugar de antes, fico um pouco distante de mim, enquanto eu fiquei chateada. Eram dois motivos: primeiro eu não queria me separar dela agora, era egoísta eu sei, mas admito que não queria que ela fosse embora. E segundo, eu estava chateada porque era Verônica, aquela mulher insuportável que pedia a presença de minha namorada na agência.
Tentei manter minha cabeça tranquila, em ordem para não pensar nenhuma besteira a respeito das duas. Verônica infelizmente era como um braço direito de Marina quando ela se ausentava. Tentei cantar um mantra mentalmente “Não seja tola, é apenas trabalho. Trabalho, trabalho e nada mais!”.
Repeti tantas vezes aquele mantra em minha cabeça que pareceu que ele havia mesmo fixado em minha mente e aquilo parecia mesmo verdade.
Voltamos no meio da semana. Ainda era tarde quando desembarcamos no aeroporto de São Paulo. Meu corpo pedia descanso, e tudo o que queria era um bom banho e a minha cama. Claro que gostaria mais se minha namorada estivesse comigo na cama, mas, eu entendia, ela era presidente da agência, e quando o dever chamava ela tinha que ir. Contra isso não havia argumentos.
Marina me deixou na entrada do prédio, nos despedimos com um selinho, e um longo abraço. Ela prometeu que logo mais a noite passaria lá em casa para me ver. Isso me deixou menos inquieta, e ao mesmo tempo ansiosa para que ela voltasse logo. Fiquei no portão até que o seu carro sumisse de vista.
Assim que entrei Vick me deu um abraço apertado e cheio de saudades. Logo após me fuzilou com milhares de perguntas, então com o maior orgulho e felicidade do mundo, a primeira coisa que fiz foi levantar a mão direita junto ao meu rosto exibindo a aliança em meu dedo anular.
-- Não acredito! – ela disse com os olhos levemente arregalados.
-- Estou tão feliz. – falei dando pulinhos no meio da sala. – Somos namoradas agora Vick, ela me pediu em namoro! Foi tão lindo.
-- Ai não, dizer que foi lindo não vai matar a minha curiosidade, quero todos os detalhes.
-- Tudo bem, deixa eu tomar um banho, vestir uma roupa confortável e aí te conto tudinho. Tá certo?
-- Então vai logo pequena, vai logo que eu estou louca de curiosidade. Vai! Tá fazendo o quê aqui? – perguntou jogando uma almofada em minha direção. Desviei e sai correndo para o banheiro.
Fiz como prometido, tomei um banho, vesti algo leve e discreto para receber Marina logo mais e voltei para a sala. Saciei toda a curiosidade de Vick, e claro saciei a minha, tinha muita coisa para perguntar a ela.
-- Pequena, eu vou preparar algo para você comer. Vai ser por minha conta, só porque eu estava morrendo de saudades e você merece, então não se acostuma com isso não.
-- Vick, me deixa perguntar uma coisa.
-- Ãm?
-- Você pagou o seguro da casa esse mês?
-- Engraçadinha! – Ela fez uma careta em descontentamento.
-- Pode deixar que eu preparo o jantar Vick, sem problemas. Quero fazer algo para Marina também, ela disse que passaria aqui quando saísse da JUMP, e eu sei que estará sem comer.
-- Tudo bem então.
Minha amiga me acompanhou até a cozinha, e enquanto eu preparava algo para comermos colocamos os assuntos em dia. Precisávamos falar sobre muitas coisas. Pedi a ela para que marcasse um almoço ou um jantar com minha “cunhada” Fernanda. E claro, pedi para que ela trouxesse o pequeno João Pedro, gostaria de conhecê-lo.
Assim que terminei o jantar Vick se serviu e sentou à sala me fazendo companhia. Decidi esperar minha namorada e jantar com ela. Olhava o celular o tempo todo, as horas passavam-se, mas nem sinal de Marina. Ela já devia ter voltado. Liguei para o seu celular e a chamada caiu direto na caixa postal.
Enquanto isso a comida esfriava. Meu coração ficava cada vez mais magoado, a cada minuto que se passava, ele enchia-se de tristeza. Dei-me por vencida quando o relógio marcou 23h, finalmente ouvi o que Vick me dizia “Acho que ela não virá mais hoje pequena”. Guardei toda a comida na geladeira, não toquei na comida mesmo estando com fome.
Dei vazão às lágrimas assim que minha cabeça encostou o travesseiro. Sorrateiramente, todos os pesadelos que tive com Verônica e Marina vieram à minha cabeça. Mesmo não querendo, a dúvida se instalou em meu coração. Afinal, por que ela não tinha aparecido? Por que seu celular estava deligado? Por que ela não me avisou?
Era estranho, Marina andava estranha há algum tempo, e mais misterioso ainda era essa ida repentina para a agência. Ela não havia comentado nada comigo a esse respeito.
Droga! Não sei qual era o maior sentimento naquele momento. Era uma mistura de tudo, ciúmes, tristeza, mágoa, dúvidas...tanta coisa que eu não sabia qual deveria prevalecer. Sentia-me péssima por deixar que o bichinho da dúvida estivesse ali tão presente.
Estava me sentindo frágil. Ainda olhei o celular por diversas vezes, mas não havia nada, nenhuma ligação, nenhuma mensagem. Nada!
Adormeci com o coração inquieto.
Fim do capítulo
Olá meninas, primeiro queria pedir desculpa por minha demora, e segundo queria agradecer ao carinho de algumas pessoas, pelo apoio e por cada comentário.
Aqui vai mais um capítulo, e eu queria muito o comentário de vocês, quero saber o que estão achando. Também estou aberta à críticas, elas sempre construtivas e serão aceitas de bom grado.
Então meninas, muita coisa bo acontecendo para as nossas meninas não é mesmo? Enfim, Giulia abriu o jogo e contou sobre o seu probleminha de saúde. Marina está morrendo de medo de se ver longe de Giulia. Mas, nem tudo é rosas não é? Vem ai mais uma turbulência. Como será que elas sairão dessa?
Agora deu até penina escever o fial deste capítulo. Marina deve uma boa explicação!
Beijo carinhoso para todas!
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preguicella
Em: 12/12/2015
Moça cadê vc?!?!?
Nos abandonou de novo foi?!? Faz isso não! Volta aí! hahaha
Já tô eu aqui de novo de pedinte de novo!
Bjãooooo
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Cassilia
Em: 12/11/2015
Caramba, achei essa história ontem por acaso quando estava com tédio na aula. E adivinha quem deixou o lettra aberto no trabalho pra terminar de ler?
Enfim, nem sei como começar. Vamos lá.
Primeiro, eu adorei a Vick. Acho que a fernanda se deu super bem com ela. E a vick merece alguem que valorize ela. ai ai...
E essa verônica, ela precisa se tatar. Urgentemente. Ou quem sabe pode sofre um acidente de aviao kkkkk brincadeira ...ou nao.
Pelos menos ela deixou a marina e a giulia em paz nessas mini férias. Falando nisso Awnnnnnnnn onde eu acho uma marina pra conprar?
Que mulher mais fofa, ela foi pedir para os pais da giulia, programou essa viagem surpresam aiai
Mas ela precisa pedir ajuda de alguem, ou quem sabe contar pra giulia sobre essas ameaças, fiquei con muita dó da pobre nesse capitulo, ela fico esprando a marina a noite toda.
To gostando muito da historia, adorei o desenvolvimento dela a forma como elas se envolveram por que foi tudo muito fluido. E quando eu vi até eu estava apaixonada, mas no meu caso pela historia mesmo. Kkkkkkk
Bom, agora que vou ter que esperar ( ansiosa ) os proxinos capitulos, eu vou lá aprender a viver no mundo real.
Bjs.
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Sylvanna Santos
Em: 17/09/2015
Oi little.
O capítulo ficou muito lindo, e tenso no final.
Como vc sabe, eu moro aqui em Fortaleza, vizinho ao Aeroporto Internacional, conheço Canoa, uma praia linda.
Estão Parabéns pela história belíssima. Só não demora à postar não, por favor. Beijo e até breve.
Resposta do autor:
Olá Sylvanna
Completamente tenso não é? Ai que dó de deixar a Giulia assim.
Nossa, então você mora pertinho de mim menina, moro bem próximo ao aeroporto! Canoa é maravilhosa, não me canso de ir até lá, não canso mesmo. Tem muita coisa linda por aqui não acha?
Ow, tô atrasando novamente nestas postagens não é? Mas um capítulo vem já está quase saindo do forno, bem quentinho para vocês.
Beijo, até já já.
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mtereza
Em: 15/09/2015
A com o coraçao na mao com o final do capitulo o que sera que aconteceu para Marina nao retornar como prometeu e se quer ligar uma pena a relaçao delas estava proguedindo tao bem mais parece que o eixo do mal atacou com força dessa vez mais tenho esperança que como das outras vezes elas também superem o que tenha acontecido conversando bjs Little e volte logo
Resposta do autor:
Uma conversa pode mesmo resolver tudo, mas Marina terá que explicar muita coisa. Como pôde deixar Giulia sem uma explicação sequer? Ela não merecia isso, então vai ter que correr atrás do prejuízo. Mas com certeza essa amor pode tudo, elas vão superar juntinhas mais essa barreira. Ai que peninha!
Beijos Mtereza!
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leticia
Em: 15/09/2015
Prevendo problemas pela frente, tadinha da Giulia...
Resposta do autor:
É, vem mais problema por ai mesmo, mas elas saberão lidar com isso, Marina só terá que consertar o erro dela de não ter contado nada a Giulia e no final ainda ter furado com a coitado. Giulia sentiu-se mal por Marina não ter dado nem mesmo um alô, uma mensagem, nada! E enquanto isso o bichinho do ciúmes vai crescendo!
Beijos
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gleice
Em: 14/09/2015
Adoro a história, ainda mais pq elas sempre superam as dificuldades juntas....Parabéns....e que misterio é esse que Marina esconde em? o que vai acontecer? ANSIOSA pelo proximo capitulo....
Resposta do autor:
E eu adoro escrever para vocês! Marina vai ter que rebolar pra consertar esse erro dela, mas muito provavelmente elas conseguirão superar mais essa dificuldade juntas. Garanto que muita coisa ainda vai acontecer.
Beijo, até o próximo capítulo.
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Sem cadastro
Em: 14/09/2015
poxa pensei que as duas fossem passar por essa turbulencia juntas, pelo visto a Marina preferiu omitir as coisas da Giulia...e vacilou feio porque um alô não custa nada....
Resposta do autor:
Quem sabe Marina ainda não consiga consertar o erro dela, conte tudo a Giulia, e elas passem mesmo por mais essa turbulência juntas. Mas será que não aconteceu nada que impedisse Marina de avisar a Giulia que não poderia aparecer aquela noite?
Beijo flor
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Sem cadastro
Em: 14/09/2015
A fiquei com pena da giulia agora, sei que marina e uma fofa mais podia pelo menos ter avizado ne, e essa veronica nao da susego, bom espero te ver em breve com o proximo capitulo, beijo.
Resposta do autor:
Verônica tinha que aparecer para estragar o que mais parecia um sonho para essas duas não é? Ow mulherzinha mais insistente essa! Pena eu tembém fiquei, mas pensei e pensei e vi que isso seria fundamental para o resto da estória. Deve ter acontecido algo para que Marina não avisasse Giulia não acha?
Beijos
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Bruna
Em: 14/09/2015
Realmente tava muito bom pra ser verdade...rs
O que será que aconteceu com a Marina, estou ansiosa!
Resposta do autor:
Marina vai ter muito o que explicar, e terá de ser bem convincente! Fiquei com muita pena mesmo de ter escrito o final desse capítulo, e até uma pontinha de angústia. Essa Verônica não esquece a Marina! ¬¬
Beijo Bruna.
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preguicella
Em: 14/09/2015
Pois é menina, maltratou o coraçãozinho de Giulia e o nosso tb né!
Com certeza é tudo armação da cobra mãe e da Cobrarônica! hahaha
E tô vendo pela sua nota final que a coisa vai ficar feia! Muita maldade isso aí!
Enfim, adorando a história viu!
Bjão
Resposta do autor:
É, eu sei que maltratei o pobre coraçãozinho de Giulia, ela não merecia eu sei, mas foi preciso, isso vai trazer bons aprendizados para as duas partes. Maltratei até o meu coração ao escrever essa parte. kkkk adorei o Cobrarônica! O fato é que a Cobrarônica está confiante de que tem uma carta na manga, e pode colocá-la em jogo para ganhar. Será mesmo que a coisa vai ficar feia?
Amei saber que está gostando da estória.
Beijos
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