Capítulo 46 – Grande Surpresa – Continuação
- Sou EU. Já disse que é meu! Não tirei de lugar algum! – ele disse irritado e então tentou pegar o revólver.
Charlie agarrou o pulso da mão que ele usou para tentar pegar a arma, se afastou, girou o garoto e empurrou-o com o rosto contra a parede novamente.
- Impossível! – falou Charlie ainda sobre o que o rapaz tinha dito e apertando ainda mais o rosto dele conta a parede de madeira – Esse era o revólver do meu pai e é bom você me dar uma ótima explicação para estar com ele!!! – o garoto, de repente, ficou sem reação, até parou de resistir – Responda!
- Não pode ser – ele sussurrou surpreso – Não pode...você não...
- Onde arrumou essa arma? – perguntou Charlie novamente.
- Meu pai deu ela pra mim – falou o garoto tentando olhar par atrás e conseguindo um pouco quando o aperto de Charlie diminuiu após ele falar – E ele ganhou ela do pai dele – continuou o garoto e então se sentiu livre quando Charlie simplesmente o soltou se afastando.
Até Jodie se afastou um pouco ao notar como o assunto era complicado; todos estavam mais afastados dos dois. Charlie continuou encarando o garoto que se virava limpando o rosto para encará-la também. Os dois se encararam por alguns instantes sem dizer nada um para o outro.
- Tá, chega – disse Jodie curiosa demais para esperar eles resolverem falar de novo – Quem é você? – ela perguntou entrando na frente do rapaz.
- Christopher – ele respondeu encarando a loira com um olhar sério – Christopher Hamss.
- Não é possível – murmurou Charlie se aproximando de Jodie e voltando a ficar próxima do garoto – Você é...
- Sou filho de Franklin Hamss – disse o garoto encarando Charlie com um pequeno sorriso surpreso – Você é a tia Charlote – ele disse ainda sem acreditar.
POV Jodie
Se eu já não estava confusa o bastante, fiquei depois dessa frase. Tia??? Como assim??? Charlie havia me contado que ela tinha um irmão, mas nunca falou nada de um sobrinho. Aliás, ela teria ido atrás desse garoto se soubesse que tinha um sobrinho.
- Não, você só pode estar mentindo, pra ser meu sobrinho teria que ter algo entre 10 e 12 anos – falou Charlie entrando na minha frente e encarando o rapaz com um olhar irritado.
- Não estou mentindo...é só que...bem – ele suspirou abaixando a cabeça – É uma história complicada de contar.
- Então comece a tentar – exigiu Charlie, ela tentava parecer irritada, mas eu via que estava confusa demais para isso.
- Meus pais não se casaram – disse o garoto respirando fundo e encarando Charlie de um jeito sério, eu tinha que admitir que aquele jeito de encarar os outros me lembrava muito o da minha namorada – Eles se conheceram na faculdade, ficaram amigos, saíram juntos algumas vezes, estavam meio que namorando, mas minha mãe queria algo mais sério. Então ele conseguiu uma proposta de emprego e os dois terminaram quando ele se mudou pra New York, só que; ela já estava grávida.
- Quem sabia disso? Meus pais não sabiam, tenho certeza, ou então eu teria ouvido alguma coisa a respeito – disse Charlie já sem o tom irritado.
- Ninguém sabia, ela não contou pra ele até que eu nasci. Ele quis pagar uma pensão, mas ela não aceitou. Minha mãe não queria nem deixar que eu tivesse o sobrenome dele, mas meu pai insistiu – contou o garoto dando de ombros – Eu estava com seis anos quando aquela doença louca começou, minha mãe não sabia o que fazer, quando as notícias na TV começaram ele ligou. Perguntou onde estávamos, depois veio nos buscar. Acho que foi só ai que ele contou pros meus avós.
POV Charlie
- Como posso saber se está falando a verdade? – perguntei encarando o garoto com um olhar sério, mas eu já sabia que ele estava falando a verdade, até porque já reconhecia aquele olhar; os olhos eram diferentes, mas o olhar era o mesmo que o do meu irmão e o do meu pai, e devo dizer que o mesmo que o meu também.
- Não tenho como provar – respondeu ele me encarando – Você vai ter que acreditar em mim.
Nos encaramos por um tempo, eu podia sentir o olhar de Jodie em mim, aquela história toda era incrivelmente confusa e talvez ela não estivesse realmente acreditando. Mas eu acreditava no garoto, mesmo que meu irmão fosse o cara certinho sempre eu o conhecia melhor do que isso. Ele sempre colocaria a carreira acima de suas paixões, disso eu sempre soube. Me surpreende sim que ele não tenha feito todo o possível pelo garoto, mas pelo que ele disse, tinha uma mãe mais cabeça-dura do que o pai. O resto da história realmente se encaixa no que meu irmão faria.
- O que aconteceu com todos? – perguntei por fim; o garoto abaixou a cabeça fechando os olhos com força e vi as mãos dele se apertarem em punhos, foi assim que soube que não tinha sido algo bom.
Caminhei até o garoto e o abracei antes mesmo que tivesse tomado essa decisão conscientemente, mas se pensasse sobre teria feito a mesma coisa. Ele era alguns centímetros menor do que eu ainda, sua cabeça ficou contra meu ombro quando eu o apertei nos meus braços. Ele me abraçou também, suas mãos agarraram as costas do meu sobretudo. Eu me senti de novo com 18 anos, quando cheguei de volta da faculdade mais cedo porque recebi a notícia do acidente de carro que levou meus avós e encontrei Franklin sentado nos degraus da varanda com nossa mãe tentando acalmá-lo. Christopher deveria estar com a mesma idade que meu irmão tinha na época e o mesmo tamanho.
Meus pais não tinham tido a sorte de sobreviver à infecção, nenhum deles tinha resistência àquela doença. Quando viu que a cosia estava saindo do controle Franklin pegou tudo o que podia e saiu de NY antes das gangues começarem a tomar conta de tudo. A esposa dele também não havia resistido a doença e então eram apenas ele, Christopher e Amanda, a mãe do menino. Meu irmão tentou leva-los até Vermont e depois seguiriam para o Maine, mas Frank não era um homem preparado para enfrentar a brutalidade que o mundo tinha se tornado. Ele era um homem de palavras e discursos não poderiam mais ajuda-lo.
Eles não conseguiram passar de Albany e acabaram tendo que se estabelecer de alguma forma ali, mas logo no começo as coisas deram errado e Amanda foi morta pela gangue que comandava o lugar. Frank não pode fazer nada, tinha que cuidar do menino que estava com apenas 11 anos, mas meu irmão se transformou com aquilo. Ele começou a organizar as pessoas, aqueles que não suportavam mais o que acontecia, ele ia juntar um grupo e tomar a cidade. Não duvido que tivesse conseguido, ele era muito persuasivo, mas seus planos foram descobertos antes da hora e o grupo teve que brigar de frente para poder sobreviver.
E, como eu bem sei, meu irmão nunca foi um lutador. Ele morreu durante a tentativa de fuga e Christopher assumiu a liderança dos poucos restantes que conseguiram escapar. Depois de muito se esconder e vagar eles nos encontraram aqui e decidiram pedir abrigo. Era isso o que ele estava terminando de contar com todos nós sentados em bancos de velhos automóveis.
- Ele falava muito de você – contou Christopher me encarando com um pequeno sorriso – Dizia que se estivesse viva saberia o que fazer. Dizia que você conseguiria lutar e nos proteger e que queria ser um pouco mais como você era.
- Ele conhecia a irmã que tinha – falou Max rindo – Charlie consegue lutar muito bem.
- Ele acreditava que você não tinha sobrevivido – contou Christopher – Por ser médica, ele achou que você tinha morrido durante o começo dos surtos.
- Eu também era resistente – falei olhando para o chão – Se soubesse....eu tinha que ter continuado a procurar por ele....Quando cheguei aqui não achei nada, fui até os lugares onde ficava nossa velha casa e também ao prédio onde ele morava, mas não achei nada.
- Você não tinha como saber – disse Jodie segurando minha mão, ela estava sentada ao meu lado – E mesmo que soubesse que tinha que ir procura-lo, seria difícil encontrar. Você sabe disso.
- Sim eu sei, mas agora já aconteceu, não há volta – disse me levantando – Ao menos Christopher esta vivo e aqui. Acho que no vim eu não consigo mesmo encontrar as pessoas, são apenas elas que me encontram.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Ana_Clara
Em: 17/07/2016
Espero que essa surpresa seja uma grata surpresa e não uma lastimável surpresa. E tbem espero muitíssimo que a escrota da Izzy apareça e veja a felicidade do nosso casal preferido.
Resposta do autor:
Kkkkkkkkkkkk Ela vai aparecer sim. E a surpresa acabou sendo muito boa
;]
[Faça o login para poder comentar]
mtereza
Em: 19/03/2016
Eita que a familia esta crescendo para qem gosta de solidao como a Charlie vai acabar com a casa cheia e o sobrnho parece ser encrequeiro aposto que dara um pouco de dor de cabeça as tias rsrr
Resposta do autor em 22/03/2016:
Charlie não vai mais conseguir ficar sozinha não kkkkkkk
Ele é um bom rapaz (apesar de ter um lado parecido com a Charlie de atrair confusão hehe)
;]
[Faça o login para poder comentar]
lay colombo
Em: 18/03/2016
Ai q bonitinho mais um integrante pra familia <3
Espero q o Chris seja gente boa e não venha causar problemas pra Charlie pq depois de td ela não merece encontrar alguem da família só pra ser traída.
Sabe eu tenho muita vontade de de q a Izzy encontre elas pra ver como vai ser a dinamica delas, com certeza ia dar uma apimentada nas coisas kkkkkkkk
Enfim amo sua história, bjos e até o próximo
Resposta do autor em 22/03/2016:
Kkkkk Sim, mais um
Ele é gente boa sim, um bom garoto, não vai causar nenhum problema p Charlie não.
Bjs e até o próximo
;]
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]