Assim que Yasmin saiu, tomei meu café. Em seguida escutei algumas batidas na porta, mandei que entrasse eram as meninas.

-- Viemos ver como você está? – falou Emma me olhando com um olhar preocupado.

-- Estou bem, senti um pequeno mal estar hoje mais cedo, mas já estou bem. – falei ajeitando-me na cama.

-- Cadê a nossa desmemoriada? – perguntou Jess olhando o quarto.

-- Não sei, ela saiu e disse que voltaria mais tarde, não entendi direito. – disse dado um suspiro cansado.

-- Desculpa Gabi por hoje de madruga não queria atrapalhar vocês, mas o Carlos me pediu para vim aqui dá uma olhada nela enquanto ele foi buscar o Robert no aeroporto com a Lilian. – falou Vick envergonhada.

-- Como assim atrapalhar de madrugada?! – perguntou Jess olhando para mim e para Vick ao mesmo tempo.  – ESPERA AI NÃO ME DIGA QUE VOCÊS... – vimos Emma dando um beliscão nela. – Aí amor. – falou ela passando a mão onde Emma tinha beliscado.

-- Para de ser inconveniente. – ela disse com cara de brava. – Mas me conta como andam as coisas entre vocês? – perguntou ela me olhando.

-- Não sei pra falar a verdade, às vezes parece que tudo está bem, logo depois ela muda e fica séria de repente. – falei pensado no tempo que passamos juntas.

-- Dá um tempo para ela, afinal até ontem ela era só Haydée e hoje ela é a poderosa Yasmin Ferreira. – disse Emma tentando me confortar, lancei um sorriso de agradecimento em sua direção.

-- Contei que o filho que espero é dela. – falei dando um sorriso, todas me olhavam perplexas.

-- Como assim?! — perguntou Vick.

-- Como ela reagiu? – Emma perguntou.

-- Queria ter visto a cara dela, aposto que ficou com uma cara hilária. – falou Jess dando um sorriso sarcástico.

-- Jess, não é hora de brincar com coisa séria. – disse Emma com uma cara nada boa.

-- Está bem, não falo mais nada. – disse ela se afundando mais no sofá fazendo um biquinho de contrariedade, logo ela virou-se para mim. – Conta logo, não nós deixe na curiosidade.

-- Ela disse que se lembrou de algumas coisas da gente ontem à noite. – falei dando um sorriso fraco, pelo menos ela começou a lembrar da gente. – Sobre a gravidez expliquei tudo, e ela reagiu bem eu acho. – disse soltando um suspiro pesado.

-- Como assim, acha? – perguntou Vick intrigada.

-- Depois que contei ela cancelou o passeio que íamos fazer e disse que mais tarde passa aqui, não me deu mais nenhuma explicação. – falei me levantando da cama e caminhando até a janela.

-- Calma, dê um tempo para ela para poder assimilar tudo que está acontecendo neste momento, vai com calma que tudo vai dar certo. – disse ela compreensivamente. – Mas o que fará hoje? – perguntou Vick.

-- Nada vou ficar aqui esperando ela voltar. – falei triste.

-- Nada disso, vai colocar uma roupa descente, que vamos dar um passeio e comprar uma roupa nova para você conquistar de vez o coração de sua linda morena. – falou Jess assumindo uma postura mais séria.

-- Tem razão vamos sim. – disse me animando um pouco e indo em direção ao closet. Peguei uma peça de roupa e sai em direção do banheiro, me troquei e fiz uma maquiagem simples para o dia. Quando estávamos saindo vejo Robert no corredor.

-- Bom dia Robert. – disse Vick dando-lhe um beijo no rosto, também o cumprimentamos com um beijo em sua face. – Como estão as coisas?

-- Bom dia meninas, estão bem apesar da reviravolta dos últimos dias. Vim assim que soube que Yasmin está viva, Lilian está bastante abalada emocionalmente em saber que sua filha está viva apesar de tudo. – disse ele dando um sorriso cansado.

-- Está sendo difı́cil para todos nós. Bem, é melhor irmos logo as compras. – falei dando um sorriso.

-- Será que posso acompanhar essas quatro lindas jovens numa tarde de compras? – perguntou ele sorrindo.

-- Iremos adorar sua companhia, mas e Lilian?

-- Lilian está conversando com Yasmin neste exato momento e achei melhor deixar elas conversarem sozinhas, afinal elas têm muitas coisas para conversar. – disse ele com um ar preocupado.

-- Bem se é assim vamos as compras. – disse Jess. Passamos em frente à porta do quarto de Lilian e estava tudo quieto. Queria ser uma mosquinha para saber o que elas estão conversando. Balancei a cabeça e me concentrei no que ı́amos fazer a partir daquele momento. Mesmo com Jess tentando nos animar o tempo todo, meu pensamento estava no que Yasmin e Lilian falavam, “Será que elas iriam se acertar? Será que viveriam uma relação de mãe e filha assim como vivo com a minha?”, esse era os pensamentos que não saiam da minha cabeça.

 

*****

POR YASMIN

 

Assim que entrei no quarto de Gabi a vi deitada com uma expressão pensativa, só de vê-la meu coração disparava. Estava quase saindo do quarto quando a vi abrindo os olhos e dei um suspiro pesado.

-- Precisamos conversar Gabi. – falei analisando sua expressão em pé ao lado do sofá.

-- Também acho Yasmin. – falou ela sentando-se escorada na cabeceira da cama, me sentei no sofá, não queria chegar muito perto, pois sua presença inebriava-me e não poderia falar tudo que tı́nhamos para conversar tão perto dela.

-- Primeiramente queria me desculpar por ter saı́do daquele jeito sem explicação, mas depois eu conversei com Lilian percebi que estava sendo rude. – falei tentando me desculpar por sair daquele jeito, não queria magoá-la e principalmente magoar-me.

-- Claro. – falou ela me lançando um daqueles sorrisos que me faria fazer qualquer coisa por ela.

-- Queria conversar sobre tudo que está acontecendo, eu sei que não tenho agido normalmente até pra mim mesmo, mas até hoje ainda era só Haydée que se lembrava de muito pouco de sua vida antes do acidente. – desabafei, minha vida tinha dado uma volta de 360º graus de uma vez, tinha baixado a cabeça tentando organizar meus pensamentos quando fui surpreendida por um abraço dela. Senti seu perfume que me fazia sentir muitas coisas as quais eu não sabia explicar.

-- Eu entendo que está sendo difı́cil pra você, mas você não está sozinha pode sempre contar comigo, vamos superar tudo isso juntas se você me deixar entrar na sua vida. – falou ela olhando-me em meus olhos, não tinha mais como escapar do que estava sentindo não queria mais saber de mais nada que não fosse nós duas. Dei um sorriso em sua direção e fui me aproximando devagar e beije-lhe. Um beijo lento, carinhoso sem pressa apenas redescobrindo nossas bocas que pareciam ser feitas uma para outra. Após o depois do beijo nos separamos devagar, abri os olhos e fiquei olhando sua face tentando memorizar todos os detalhes, em seguida comecei a fazer carinho na sua face.

-- Isso é o que eu mais quero, ter você na minha vida de novo. – falei com uma voz rouca. –Mas vamos com calma quero poder redescobri tudo sobre você. – ela concordou com a cabeça, levantou-se e começou a puxar-me para cama, onde me deitei em seguida ela se deitou e se aconchegou em mim. Era muito bom sentir ela em meus braços, parecia que meu mundo estava completo e tudo fizesse sentido como há muito tempo não fazia.

-- Vamos sim, nós vamos nos conhecer novamente, mas agora vamos deixar isso para mais tarde, pois agora quero poder dormir assim agarradinha com você. – disse ela fazendo carinho em minha face, fechei os olhos para sentir melhor o carinho que ela estava fazendo.

-- Tudo que você quiser. – falei beijando sua testa e logo ela se ajeitou melhor no meu corpo. Senti o perfume dela e o calor de seu corpo junto com o meu, comecei a fazer cafuné nos seus cabelos como antigamente e percebi que tinha adormecido com um sorriso no rosto. Fiquei um tempo admirando sua beleza, sabia que não podia me separar dela e faria qualquer coisa para poder ficar com ela, olhei mais uma vez para ela, em seguida adormeci.

 

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Estava no carro dirigindo e de vez em quando dava uma olhada para o lado do passageiro e via-a falando algo sobre sua vida. Assim que parei em frente a uma casa. Desci do carro, abri sua porta, depois que ela saiu eu fechei a porta e encostei-me no carro.

--Obrigada pela noite, me diverti bastante. – disse sorrindo.

-- Eu também gostei muito. — disse sorrindo, ficamos nos olhando por um tempo quando eu percebi. – Espero que a gente repita mais vezes. – ela sorriu e concordou. Começamos a prestar atenção na música que vinha do carro.

 

Time stands still

(O tempo fica parado)

Beauty in all she is

(Há beleza em tudo que ela é)

I will be brave

(Terei coragem)

 

Nós nos olhamos por um tempo parecia que tudo conspirava ao nosso favor a música, a noite estrelada, a lua cheia. Olhei nos olhos dela e percebi que tinha um brilho diferente.

-- Dança comigo? – pediu me dando um sorriso. Concordei com a cabeça e enlacei sua cintura e trouxe-a para mais perto, ela colocou os braços em meu pescoço e encostou a cabeça no meu ombro e começamos a dançar, tendo a noite como nossa testemunha.

 

I will not let anything take away

(Não deixarei nada levar embora)

What's standing in front of me

(O que está́ na minha frente)

Every breath

(Cada suspiro)

 

Passei meu nariz no seu pescoço, se aquilo fosse um sonho nunca mais queria acordar, sorri com aquele pensamento. Ela virou o rosto e nossos lábios roçaram de leve, olhei dentro dos seus olhos e me perdi dentro daquela imensidão do seu olhar.

 

Every hour has come to this

(Cada momento trouxe a isso)

One step closer

(Um passo mais perto)

 

Paramos de dançar e ficamos nós olhando fomos nos aproximando devagar, senti sua respiração rápida no meu rosto, beijei sua testa, vi quando ela fechou os olhos quando meus lábios tocaram sua pele. Beijei a ponta do seu nariz, suas bochechas, seu queixo, quando ela abriu de novo os olhos e sorri, beijei finalmente aqueles lábios rosados que me atormentava desde de que à conheci.

 

I have died every day waiting for you

(Eu morri todos os dias esperando você)

Darling don't be afraid

(Amor, não tenha medo)

 

O beijo começou com um simples roçar de lábios, lento, carinhoso e conhecedor. Logo pedi passagem com minha língua para aprofundar o beijo, ela entre abriu os lábios devagar, quando nossas línguas se encontraram senti como se o mundo tivesse parado. Começamos a explorar nossas bocas, senti as mãos dela bagunçando meu cabelo. Puxei ela para mais perto, sentindo meu coração disparar.

 

I have loved you for a thousand years

(Eu te amei por mil anos)

I'll love you for a thousand more

(Eu te amarei por mais mil)

 

Christina Perri – A Thousand Years

Link: http://www.youtube.com/watch?v=rtOvBOTyX00

 

O beijo foi ficando mais urgente mais explorador. Quando o ar começou a faltar começamos a parar o beijo, ficamos dando mais alguns selinhos. Encostei minha testa na dela e abri os olhos e sorri, ela demorou um pouco mais para abrir seus olhos, mas quando abriu me perdi mais uma vez naquele olhar.

 

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Acordei senti o corpo de Gabi no meu, abri um pouco os olhos e dei um sorriso lembrando-me do sonho que tive com ela. Olhei o relógio e vi que eram 07h30min, levantei-me com cuidado para não acordá-la, peguei meus tênis e calcei achei um papel e escrevi um bilhete.

 

“Amore mio, queria poder ficar aqui e ver você acordar, mas a Justine deve está preocupada com meu sumiço. Vou em casa tomar um banho e trocar de roupa. Espero voltar logo quero te levar para um passeio mais tarde.

Beijos,

Pra sempre sua Y.F.”

 

-- Coloquei o bilhete em cima do criado mudo. O corredor do hotel estava vazio, logo cheguei no elevador apertei o botão e fiquei esperando, quando ele chegou e eu entrei apertei o botão do térreo e assim que cheguei sai do hotel, fui caminhando para casa, estava me sentindo feliz. Podia sentir o perfume de Gabi em minha roupa. Cheguei em casa era 08h00min. Segui direto para edı́cula, antes de eu chegar fui surpreendida por uma Pietra com raiva.

-- Onde você estava? – percebi que ela estava com raiva.

-- Pietra agora não. – disse pegando minha chave e abrindo a porta de casa.

-- Aposto que estava com aquela fulaninha que apareceu na praia. – disse ela entre os dentes, virei-me.

-- Vou falar uma vez só para você compreender. – falei olhando em seus olhos. – Não interessa onde ou com quem estava.  – disse me virando e antes de entrar na casa ela segurou meu braço.

-- Não me vire as costas, pois ainda não terminei de falar com você. – falou ela, logo me desvencilhei de sua mão.

-- Pietra você não manda em mim, não temos nada para falar e muito menos tenho que te dar alguma explicação. – estava começando a ficar com raiva. – Cresça e não seja essa menininha fútil de sempre. – senti um tapa na minha face. Olhei para ela com raiva, ela tentou acerta outro, segurei sua mão e comecei a falar entre os dentes, minha cota de paciência com ela tinha se esgotado. – Pietra me escuta bem, nunca mais ameace a me bater ou me bata, pois eu esqueço que você é irmã de Justine e lhe quebro a sua cara. – soltei seu braço, percebi que ela tinha ficado com medo de minha reação. Agora dê-me licença, que tenho mais coisas para fazer. – entrei em casa e subi direto para o quarto. Fui em direção ao banheiro, comecei despir-me e tomei um banho demorado. Quando sai do banho escutei algumas batidinhas na porta. Desci as escadas e dei de cara com Justine. 

-- Entre Jus, só não se importe que estou com um pouco de pressa. – disse seguindo em direção ao quarto.

-- Queria pedir desculpa pela minha irmã, vi o que ela fez mais cedo. – disse ela com uma expressão cansada.

-- Tudo bem, você não tem culpa por ser irmã daquela garota. – falei apertando o ombro dela. – Mas vamos falar de coisas boas, vi que sumiu ontem com a Charlotte. – disse dando um sorriso sacana para ela.

-- Não aconteceu nada, marcamos um cinema para mais tarde. – falou ela dando um sorriso, percebi que assunto Pietra tinha se encerrado. – Mas falando em fugir notei que sumiu com aquela loirinha que apareceu lá na praia ontem, e só apareceu hoje de manhã. – disse ela levantando a sobrancelha querendo me instigar a falar.

-- Não aconteceu nada, só ficou tarde para voltar e acabei dormindo no hotel que ela estava hospedada e mais nada. – não queria contar que tinha me lembrando de algumas coisas do meu passado.

-- Se não estivesse tão apaixonada eu tentaria algo com aquela loirinha. – parei de abotoar imediatamente a blusa xadrez, virei-me para ela e dei um sorriso.

-- Sabe ela é comprometida, pelo que me contou com uma tal Yasmin. – falei sorrindo.

-- Que pena, mas ela ainda não é casada, eu vi o jeito que olhou para ela e sei que está afim dela, invista quem sabe não role alguma coisa. – disse ela levantando-se. – Bem vou deixar você acabar de se arrumar e vou até a delegacia assinar alguns papeis. – disse ela dando um sorriso. Despedimos e a vi saindo do quarto. Acabei de me arrumar e chamei um taxi para poder levar-me de volta para o hotel, queria poder fazer um passeio com Gabi, aproveitar o dia ensolarado. Assim que cheguei ao hotel fui direto para o quarto de Gabi. Quando entrei, vi que ela estava distraı́da olhando pela janela do quarto, cheguei e abracei ela pelas costas, ficamos assim um tempo, em seguida ela virou-se sorrindo

-- Pensei que estivesse sonhando de novo. – falou baixo, abaixando a cabeça com vergonha do que disse, não queria que ela ficasse tı́mida comigo. queria poder resgatar todo o tempo que perdemos, dei um sorriso e levantei seu rosto para poder me encarar de novo.

-- Se for um sonho, eu não quero nunca mais acordar. – falei lhe dando um selinho e abraçando em seguida, sentir o corpo dela junto ao meu era algo mágico, ela deu-me um beijo no meu pescoço e fiquei arrepiada com aquele beijo.

-- Senti saudades de você na cama. – falou ela dando um sorriso envergonhado dei um sorriso a achava linda quando ficava sem jeito.

-- Fui em casa tomar banho e trocar de roupa. – “Pelo jeito, ela não encontrou o meu bilhete”, pensei. – Quero te levar para um passeio para começar a nos conhecer de novo. – falei enquanto ela fazia carinho no meu rosto.

-- Hum, tentador, será que tenho tempo de tomar banho e vestir algo mais decente? – perguntou ela sorrindo.

-- O tempo todo do mundo, vai tomar banho que vou pedir o café para você. – disse dirigindo-me em direção ao telefone enquanto e ela seguia para o banheiro. Fiquei observando um pouco a vista que tinha da sacada do hotel, quando escutei um barulho vindo do banheiro, corri para lá e encontrei Gabi desmaiada no chão do banheiro peguei-a no colo, levei-a para o quarto e deitei ela na cama. Procurei um vidro de álcool no banheiro, achei no armário peguei, molhei no algodão e coloquei para ela cheirar logo ela começou a recuperar os sentidos, assim que ela abriu os olhos a impedi de levantar-se.

-- Melhor ficar deitada um pouco, já que desmaiou e bateu a cabeça. – falei preocupada com ela. – Está sentindo alguma coisa? – perguntei medindo a sua pulsação, constatei que ela estava normal.

-- Estou bem, só vi tudo rodar e desmaiei é normal na minha situação. – disse ela dando um sorriso e passando a

mão em seu ventre, fechei um pouco meu semblante tinha esquecido que ela está grávida.

-- Esqueci-me da gravidez. – falei levantando-me e pegando uma bandeja de café da manhã. – Você precisa se alimentar bem. – disse colocando a bandeja em seu colo e fui sentar na poltrona perto da cama e fiquei olhando a janela.

-- Yasmin, vem aqui precisamos conversar. – falou ela me tirando dos meus pensamentos, levantei-me e sentei ao seu lado e encarei ela esperando ela começar a dar sua explicação. – Quando declararam sua morte eu fiquei muito abalada e mudei-me para os EUA para poder fazer mestrado em Nova York, fazia de tudo para tentar amenizar um pouco sua falta. – percebi que era difı́cil para ela falar daquela época que tinham dando-me como morta, eu a olhei com pesar. – Evitei voltar para Londres por um longo tempo, só voltei quando aconteceu a reinauguração da clı́nica que você ajudou a reformar e melhorar no antigo hospital onde eu trabalhava. Quando voltei para Londres jantei com Lilian e ela tinha me informado que muitos anos atrás você tinha congelado alguns óvulos para que futuramente pudesse fazer uma inseminação quando quisesse ter um filho. – tinha ficado confusa “O que Lilian tinha a ver com isso? O que isso significava?”, fiquei pensando um pouco com a sobrancelha levantada. – Lilian queria poder trazer um pedacinho de você de volta e escolheu-me para ser a mãe de seu filho. – parei de escutar quando ela falou que o filho era meu. Para falar a verdade, esperaria ela falar qualquer coisa menos que o filho que ela esperava era meu.

-- Espera aı́, você está me dizendo que o filho que está esperando é meu? – perguntei incrédula, enquanto tentava absorver a informação, logo ela segurou minhas mãos e colocou em seu ventre.

-- Fiz a inseminação a quase dois meses atrás para poder trazer um pedacinho seu ao mundo. – disse emocionada. – Sim estou esperando um filho nosso. – pronto, agora entro em parafuso de vez. Não sabia o que sentia na hora, felicidade? Medo? – Amor fala alguma coisa? – falou ela preocupada com a minha reação, comecei a ficar preocupada. – Você não quer ter um filho é isso? – perguntou levantando-se e começou a andar de um lado para outro. Sai do choque que aquela revelação me tinha trazido, levantei-me, segurei seus ombros e fiz ela virar para me olhar.

-- Obvio que quero ter um filho nosso. Só não esperava que esse filho fosse meu. Tinha me preparado para qualquer probabilidade menos isso. – falei emocionada, a abracei apertado e ficamos assim por um tempo, não podia acreditar que seria mãe que a mulher que tanto amava estava grávida de um filho meu, logo percebi que estava chorando em seu ombro. Assim desvencilhei do abraço e passei a mão no seu ventre, não sabia o que estava sentindo, em seguida um sorriso iluminou minha face. – Um filho nosso. – disse sorrindo em meio às lágrimas.

-- Sim meu amor, fico tão feliz em saber que nossa famı́lia está completa de novo. – falou ela fazendo carinho em meu rosto. Nos beijamos, o beijo começou lento explorador, para depois transformar-se em um beijo com pegada, cheio de desejoso. Em seguida senti suas costas baterem na cama. Continuamos nos beijamos o desejo crescia cada vez mais, quando pensei em Lilian só tinha uma explicação por ela decide quem seria a mãe do meu filho. De repente parei o beijo e ela olhou-me preocupada. – O que foi meu amor? – perguntou preocupada.

-- Preciso ir em um lugar, nos vemos à noite? – perguntei levantando-me e ajeitando a roupa que estava desalinhada. Tinha que resolver isso antes de poder fazer qualquer coisa. Dei mais um selinho e sai em direção ao quarto de Lilian. Bati na porta do quarto, um senhor de meia idade atendeu a porta e ficou encarando-me um tempo abismado com minha presença.

-- Bom dia queria falar com Lilian. – disse educadamente.

-- Sim claro entre vou chama-la. – disse ele abrindo espaço para eu poder entrar.

-- Obrigada. – fiquei olhando pela janela até que senti que vinha alguém aproximando-se.

-- Bom dia querida, o que faz aqui tão cedo? Nem acreditei, quando Robert falou-me que estava aqui. – disse ela cumprimentando-me com um beijo no rosto. – Sente-se – disse ela apontando o sofá.

-- Obrigada. – falei sentando-me no sofá e fiquei encarando ela por um tempo, não sabia por onde começar. – Gabi contou-me que você a convidou para ser a  carregar o meu filho, só não tinha entendido o porquê de ter sido você. Mas eu pensei numa coisa e só pode ser a única explicação disso ter acontecido. – percebi que ela ficou pálida. – Mamãe?! – percebi que ela estava emocionada.

-- Tenho uma história para você entender o seu passado. – disse ela dando um suspiro pesado. Antes dela começar a conversar o Robert apareceu na sala. – Robert você se importa de sair um pouco quero conversar um pouco a sós com Yasmin. – ele concordou com a cabeça e saiu pela porta. Fiquei encarando a, parecia que ela procurava um jeito de começar a contar.

Fim do capítulo