Ficamos por um tempo nos olhando, curtindo o momento entre nós duas, não me cansava de olhar para ela, queria poder parar o tempo para que esse momento não acabasse. Sentamos no chão e ela encostou sua cabeça em meu ombro e ficamos olhando o mar e as estrelas. Percebi que ela estava com frio, tirei minha blusa e entreguei para ela.

-- Não precisa. – disse ela negando-se a receber a minha blusa.

-- Faço questão, aceita vai, você está com frio. – falei, enquanto a ajudava vestir a blusa.

-- Mas será você quem ficará com frio agora. – disse ela me olhando, só estava com uma regata preta por baixo da blusa de moletom.

-- Não tem problema, não sinto tanto frio assim. – falei dando um sorriso sem jeito. Percebi que ela se levantou, sentou-se na minha frente e encostou-se em mim, podia sentir o perfume dela, isso começou a me inebriar.

-- Pronto, assim você pode se esquentar em mim. – falou ela aconchegando-se melhor em mim, passei meus braços em volta dela e ficamos assim por um bom tempo observando a noite, não achamos necessário, comentar sobre o beijo. Não entendia como uma ela era capaz de despertar algo em mim em menos de 24hrs de convívio. Perdi-me em meus pensamentos, demorei um tempo para perceber que ela me chamava. Balancei minha cabeça e foquei no que ela dizia. – Você está bem? – vi preocupação em seus olhos.

-- Sim estou bem, só estava pensando um pouco. – falei meio constrangida, tinha essa mania de transportar-me para um mundo só meu.

-- No que pensava, parecia estar tão distante? – notei que ela estava curiosa, percebi que ela tinha se virado e ficado de frente para mim.

-- Às vezes fico assim, acho que saio de sintonia. Imagino que é por causa da pancada afetou um pouco o funcionamento do meu cérebro. – tentei fazer graça, observei que ela ficou me encarando um tempo.

-- Pode ser, depende da região que foi dada. – ela falou, como se soubesse do assunto, levantei a sobrancelha esquerda. – Desculpe, eu sou médica, mas não entendo muito do assunto, afinal não é minha área.

-- Hum, e eu posso saber sua especialidade doutora? – perguntei curiosa.

-- Eu cuido de crianças com câncer. – falou ela sorrindo.

-- Interessante seu trabalho acho que é uma profissão muito bonita poder ajudar a salvar as pessoas. – disse dando um sorriso. Lembrei que ela devia ter alguém, afinal ela estava grávida. Imediatamente substitui meu sorriso com por um semblante sério. – Acho melhor a gente ir, está ficando tarde. – falei levantando-me. “Droga por que eu fui apaixonar-me por alguém comprometido? Espera aí, eu disse me apaixonar?! Eu não conheço nada sobre ela, não posso está apaixonada ou será que posso?!”, pensei com raiva.

-- O que foi Haydée, parece perturbada com algo. – falou ela me olhando preocupada, em seguida se levanto, chegando mais perto de mim e segurou meu pescoço puxando-me para mais perto dela, quando senti o perfume, a pele dela em contato com a minha esqueci-me do meu aborrecimento de antes. O momento estava perfeito, só nós duas e a luz das estrelas e da lua. Senti que meu mundo estava completo outra vez. Ela tocou em meu rosto, passou os dedos na cicatriz do meu rosto que ia do supercilio direito e descia até perto da minha do meu lábio direito e passou o polegar nos meus lábios, senti eles ficando seco, com a ponta da língua passei para umedecer eles. Foi nesse momento que uma rajada de vendo bateu jogando seus cabelos que caíram cobrindo seu rosto e isso me fez lembrar da mulher loira que estava presente em meus sonhos por meses. Senti minha cabeça doer e ajoelhei-me com as mãos nela, vários flashes do meu passado com ela, vinham e voltavam numa velocidade incrível na minha cabeça e apaguei.

xxxx-xxxxx-xxxx 

Acordei num lugar estranho, senti uma mão quente segurando a minha, analisei em volta e não reconhecia o lugar. Olhei para a mão e senti meu coração se acelerar. “Ah! Gabi como fui me esquecer de você?”, pensei passando uma mão sobre seu rosto adormecido, assim que toquei seu rosto ela acordou com uma carinha preocupada, deu-me uma vontade de colocar ela no colo e nunca mais soltá-la, sorri para ela.

-- Como está se sentindo Yasmin? – perguntou ela meio sonolenta, dei um sorriso quando ela percebeu que tinha falado meu nome. Levantei uma sobrancelha.

-- Yasmin? Quem é essa Yasmin? – perguntei fingindo que não me lembrava de nada.

-- Desculpa, eu... eu... – achei uma gracinha à carinha que ela fez. Ajoelhei-me na sua frente e abracei-lhe, senti lágrimas escorrendo dos seus olhos. – Fiquei tão preocupada quando você caiu desacordada ontem. – ela puxou-me pela camisa e me olhou nos meus olhos. – Você está sentindo alguma dor? – perguntou ela analisando meu rosto, dei um sorriso.

-- Estou bem Gabi, sério, desculpe pelo susto que causei em você, mas senti uma dor na minha cabeça e apaguei. Não queria te preocupar assim. – disse fazendo carinho em seu rosto, ela fechou os olhos para sentir melhor meus carinhos. – Vem, você precisa descansar um pouco, você deve estar com as costas doendo de ter adormecido no sofá. – falei puxando sua mão a fazendo levantar-se, quando ela se levantou ficamos bem próximas. Ficamos nos olhando nos olhos e perdi-me nos dela, fomos nos aproximando até que nossos lábios estivessem unidos. “Ah! Que saudade  que senti de seus lábios, como eu a amo”, pensei puxando a mais colando nossos corpos. Quando senti minhas costas bater na cama, eu parei o beijo não queria apressar nada, sentia-me confusa com tudo isso, mas tinha uma certeza, Gabi fazia parte do meu passado, presente e futuro. – Vamos com calma Gabi. – disse fazendo carinho em seu rosto.

-- Desculpe, eu não queria te pressionar a nada. – percebi que ela tinha ficado meio envergonhada. Puxei-a para perto e ela aconchegou-se no meu peito e abracei-a.

-- Tudo bem, só que ainda está bem confuso na minha cabeça, não quero precipitar as coisas vamos com calma, um passo de cada vez. – logo senti que ela apoia o queixo no meu tórax.

-- Vamos do jeito que você quiser, só não me tire de sua vida de... – vi que ela parou no meio da frase.

-- Tudo bem, agora senhorita Holmes você precisa descansar. – disse fazendo carinho em seu rosto. Ela voltou à posição inicial e eu comecei a fazer um cafuné nela até ela dormir. Fiquei vendo ela dormir por um tempo, mas minha cabeça doía um pouco, retirei os seus braços de mim devagar e me levantei com cuidado para não acordá-la segui em direção ao banheiro, olhei no espelho por um tempo, eu estava com uma cara péssima. Molhei meu rosto e peguei um remédio para dor. Tomei-o e sentei no sofá. Fechei os olhos tentando me lembrar de mais alguma coisa, porém só me lembrava de Gabi, mas não tudo e em muitas coisas ainda havia uma incógnita no meu passado que eu queria poder lembrar. Nem vi as horas passando, sinto uma mão no meu rosto olhei e vejo-a ajoelhada na minha frente.

-- Você está bem? – perguntou preocupada.

-- Sim, só estava com um pouco de dor de cabeça, mas já achei um remédio no banheiro e tomei. – disse puxando ela para sentar no meu colo, queria que ela falasse tudo que eu desconhecia sobre nós. – Temos que conversar. – falei olhando seriamente para ela.

-- Sobre o que quer conversar? – percebi que ela ficou apreensiva.

-- Quero saber a verdade, você me conhecia antes do acidente? – perguntei analisando sua fisionomia, senti que ela ficou tensa.

-- Eu... Eu... – falou ela gaguejando.

-- Por favor, quero a verdade. Lembro que quando acordei me chamou de Yasmin. Esse é meu verdadeiro nome? – perguntei analisando ela que cada vez ficava mais tensa. Ela analisou-me por alguns instantes soltou um suspiro pesado e me olhou nos olhos.

-- Sim, esse é seu nome Yasmin Ferreira, já conheci um pouco antes do acidente. Bem namoramos antes de você ter sido dada como morta. O helicóptero que você estava explodiu no ar, por isso pensamos que você estava morta. – falou ela olhando-me, a única coisa que me lembrava do acidente, era que havia água para todos os lados e mais nada.

-- Por que não disse que me conhecia desde o início? – perguntei tentando entender motivo de eles me esconderam a verdade.

-- Não queria que você se assustasse, afinal eu estava no hospital, tinha acabado de sofrer um acidente, no mínimo acharia que estava louca. – isso era verdade, se ela tivesse me falado com certeza entraria em parafuso antes. – Desculpe-me não sabia como agir depois que vi você viva, ali na minha frente. Ainda mais quando você não reconheceu ninguém dentro daquele quarto. – disse ela fazendo carinho em minha face, fechei os olhos para sentir melhor seus carinhos. – Senti tanto a sua falta meu amor. – disse ela sussurrando, senti sua respiração quente em minha face, em seguida seus lábios tocaram os meus. O beijo começou apenas com um roçar de lábios, e logo começou a esquentar ela começou a bagunçar meus cabelos enquanto eu a trazia mais para perto. Não consegui mais resistir eu queria ela, queria fazer amor com ela, então a peguei no colo. Ela soltou um gritinho assustado dei um sorriso para ela e comecei a caminhar em direção à cama. Deitei-a com cuidado e me deitei e cima dela e voltei a beijar os seus lábios, desci os meus lábios para seu pescoço, ela começou a subir minha regata, a ajudei a tirar minha camiseta. Ela rolou na cama trocando as posições e ficando por cima.

-- Eu quero você, quero redescobrir cada pedaço do seu corpo. – disse ela com a voz rouca pelo desejo, vi que ela sentou no meu abdômen e logo começou a tocar cada cicatriz que tinha no meu tórax e abdômen. Imediatamente sentei com ela em meu colo e comecei a tirar sua camisa. Estávamos tão envolvidas no nosso momento que não escutamos alguém entrando no quarto.

-- Gabi queria sab... – logo nos separamos e olhamos em direção àquela voz. – Oh, desculpe não queria incomodar. – vi Gabi cobrindo-se e ficando vermelha de vergonha.

-- Tudo bem Vick, não estávamos fazendo nada demais. – disse ela com a voz com um misto de vergonha e decepção.

-- Só vim saber como Haydée estava, mas pelo jeito ela está ótima. – falou ela com um sorriso constrangido. Olhei para ela e percebi que ela olhava meu corpo, ou melhor para as minhas cicatrizes. Incomodou-me o olhar lançado para mim era um misto de dó e pena. Levantei-me e segui em direção ao banheiro. Não queria pena de ninguém achei minha blusa de moletom a vesti molhei meu rosto e fiquei um tempo pensando em tudo que tinha acontecido nesses dias. Não me importaria em entrar em parafuso agora. “Quem será essa mulher que entrou no quarto. Será que é a namorada dela? Droga! Será que ela é a mãe do filho dela?”, não queria pensar nisso agora, estava tão distraída que não tinha percebido que ela tinha entrado no banheiro ela me abraçou por trás.

-- Desculpa – disse ela assim que me abraçou, virei e encarei-a.

-- Tudo bem, já está tarde melhor eu voltar para casa. – disse saindo dos seus braços. Percebi que ela segurou meu braço direito.

-- O que aconteceu amor? – perguntou ela tentando ver o que tinha me chateado. – Fica aqui comigo. – disse ela aproximando-se de mim e abraçando-me.

-- Eu preciso pensar um pouco, em tudo que está acontecendo. – disse saindo do abraço. Quando estava saindo do banheiro deparo-me com Lilian, que me olha assustada.

-- Você está bem? – perguntou ela olhando-me preocupada.

-- Sim, bem já estava de saída. – disse seguindo em direção à porta. Senti Lilian segurar meu braço.

-- Deixe eu te dar pelo menos uma carona, já está tarde para você sair daqui a pé. – parei e pensei um pouco.

-- Está bem eu aceito. – disse dando um pequeno sorriso.

-- Vem vamos para o meu quarto para pegar a chave do carro. – falou ela saindo pela porta, e eu a acompanhei até o quarto dela. – Você brigou com Gabi, por quê? – perguntou ela assim que entramos no seu quarto.

-- Eu não briguei com ela. – disse tentando sair do assunto.

-- Me conta o que aconteceu, quem sabe não posso ajudar a você a tirar essa nuvenzinha negra pairando sobre a sua cabeça. – ela falou sentando-se no sofá de frente para mim. Não sabia mais o que pensar, minha vida tinha dado uma volta de 360º graus de um dia para outro. Dei um suspiro pesado e sentei-me ao seu lado.

-- Eu sei que a conheço antes do acidente de ontem meio que me lembrei dela, de algumas coisas que vivemos. Ela contou-me que achavam que tinha morrido num acidente de helicóptero. Passou-se mais de um ano e meio e depois que eu a revejo descubro que ela está grávida não sei de quem, não tenho direito de cobrar nada dela afinal ela acreditava que eu estava morta. – falei desabafando tudo que sentia no momento. – Estávamos nós duas no quarto quando uma mulher entrou sem bater, dever ser a namorada dela, afinal quem entra num quarto de uma pessoa sem bater ainda mais num hotel. – disse levantando-me – Não tenho direito de voltar para vida dela e estragar a família que ela está construindo com outra pessoa. – falei em tom de derrota.

-- Yasmin ela não tem namorada. Por que antes de tirar conclusões precipitadas você não tenta conversar com ela e esclarecer as coisas, garanto que você não vai se arrepender. – falou Lilian enigmática. Dei um suspiro pesado e levantei-me.

-- Você tem razão antes de tirar minhas conclusões vou conversar com ela primeiro. Obrigado Lilian. – falei dando um beijo em seu rosto e segui para a porta, quando chego à porta e me viro para trás vejo que ela estava emocionada, não tinha entendido o motivo. Balancei a cabeça e foquei-me em saber toda a história de Gabi.

***

 POR GABI

Depois que Yasmin me deixou no banheiro sem dar muitas explicações do por que ela sair daquele jeito, tentei alcança-la para tentar conversar, mas não a encontrei no corredor, dei um suspiro pesado e voltei para o quarto. Não entendi direito sua reação, em um momento estava tudo bem no outro ela já fica mais séria, queria poder entender o que se passava na sua cabeça. Olhei em volta do quarto e vi sua regata jogada no chão peguei e cheirei senti seu perfume amadeirado que sempre me trazia boas recordações. Resolvi que na manhã seguinte resolveria tudo com ela, deitei na cama e fiquei olhando o teto. Estava tão distraída que não percebi que tinham entrado no quarto.

-- Precisamos conversar Gabi. – assim que escutei aquela voz meu coração já disparou levantei-me e encarei-a, vi que ela analisava-me em pé perto do sofá.

-- Também acho Yasmin. – falei sentando-me escorada na cabeceira da cama. Logo a vi sentando-se no sofá, odiava a distância que ela estava impondo a nós.

-- Primeiramente queria me desculpar por ter saído daquele jeito sem explicar, mas depois eu conversei um pouco com a Lilian percebi que estava sendo rude. – falou ela com uma carinha que não tinha como negar qualquer coisa para ela.

-- Claro. – falei dando um sorriso em sua direção.

-- Queria conversar sobre tudo que está acontecendo, eu sei que não tenho agido normalmente até para mim mesmo, mas até hoje eu ainda era só Haydée que se lembrava de muito pouco de sua vida antes do acidente. – percebi que ela estava como que desabafando o que estava acontecendo, levantei-me e a abracei apertado.

-- Eu entendo que está sendo difícil pra você, mas você não está sozinha pode sempre contar comigo, vamos superar tudo juntas se você me deixar entrar na sua vida de novo. – falei olhando em seus olhos que pareciam duas esmeraldas de tão vivas que estavam. Ela deu um sorriso tão lindo, aproximou-se devagar de mim e beijou-me. Um beijo lento, carinhoso sem pressa apenas nós redescobrindo, nossas bocas que pareciam ter sido feitas uma para outra. Depois do beijo nos separamos devagar, demorei a abri os olhos, não queria que esse momento fosse só mais um sonho que tudo isso não tivesse acontecendo. Em seguida Logo senti um carinho em minha face e fui abrindo os olhos devagar. Ela olhava-me com tanto amor, carinho e tinha um brilho diferente em seus olhos.

-- Isso é o que eu mais quero, ter você na minha vida de novo. – falou com uma voz rouca que fez meu coração disparar. – Mas vamos com calma quero poder redescobri tudo sobre você. – concordei com a cabeça e puxei-a para a cama onde ela se deitou e eu deitei e me aconcheguei no lugar mais seguro que tinha no mundo, em seus braços.

-- Vamos sim, nós vamos nos conhecer novamente, mas agora vamos deixar isso para mais tarde, pois agora quero poder dormir assim agarradinha com você. – disse fazendo carinho em sua face.

-- Tudo que você quiser. – disse ela me beijando na testa e ajeitando-me melhor no seu corpo. Senti o perfume dela e ela começou a fazer cafuné nos meus cabelos como antigamente e logo acabei adormecendo sentindo o calor do corpo que tanto amo.

Acordei e não sentia mais o calor do corpo de Yasmin, dei um suspiro pesado e abri os olhos teria que encarar, que só podia ser mais um sonho com ela. Abri os olhos devagar e fiquei olhando para o teto, dei um suspiro pesado. Levantei-me e fui para a janela fiquei um tempo olhando para fora, estava tão distraída que não percebi ninguém entrando no quarto, só senti alguém me abraçando por trás e o perfume de Yasmin invadir meus sentidos. Dei um sorrindo, por não ser só mais um sonho, e sim ela estava ali comigo. Virei-me e encarei-a percebendo que ela tinha tomado banho e trocado de roupa ela. Ela está usando uma camiseta branca com um xadrez vermelho com branco por cima, um jeans com um vans, além de seus cabelos estão molhados.

-- Pensei que estivesse sonhando de novo. – falei baixo e abaixei a cabeça com vergonha do que disse, senti sua mão no meu queixo levantando ele para poder me encarar nos olhos.

-- Se for um sonho, eu não quero nunca mais acordar. – disse ela dando-me um selinho e me abraçando em seguida, sentir o corpo dela junto ao meu era algo mágico, dei um beijo no seu pescoço, percebi que ela se arrepiou com isso, dei um sorriso em saber que continuava a causar os mesmos efeitos que antes.

-- Senti saudades de você na cama. – disse dando um sorriso envergonhado.

-- Fui em casa tomar banho e trocar de roupa, quero te levar para um passeio e para começar nós conhecer de novo. – falou ela fazendo carinho no meu rosto.

-- Hum, tentador, mas será que tenho tempo de tomar banho e vestir algo mais decente? – perguntei sorrindo.

-- O tempo todo do mundo, vai tomar banho que vou pedir o café para você. – disse ela seguindo para o telefone. Logo depois disso fui para o banheiro e tomei um banho relaxante quando estava saindo do banho comecei a passar mal, tudo ficou escuro e apaguei. Acordei com o cheiro de álcool e na cama, abri os olhos e deparei-me com Yasmin com cara de preocupada. Tentei me levantar e ela me impediu.

-- Melhor ficar deitada um pouco, já que desmaiou e bateu a cabeça. – falou ela com um ar preocupado. – Está sentindo alguma coisa? – perguntou medindo a minha pulsação.

-- Estou bem, só vi tudo rodar e desmaie é normal na minha situação. – disse dando um sorriso e passando a mão no meu ventre, percebi que seu semblante fechou um pouco.

-- Esqueci-me da gravidez. – ela falou levantando-se e pegando uma bandeja de café da manhã para mim. – Você precisa alimentar-se bem. – disse ela colocando a bandeja no meu colo e foi se sentar na poltrona perto da cama e ficou olhando a janela. Percebi que seu semblante estava mais sério que de costume parecia que ela estava tomando uma decisão.

-- Yasmin, vem aqui precisamos conversar. – falei dando uma batidinha do lado direito da cama, notei que ela tinha levantando, sentou-se e ficou olhando-me esperando eu continuar. Dei um suspiro cansado. – Quando eles declararam sua morte eu fiquei muito abalada e me mudei para os EUA para poder fazer meu mestrado em Nova York, fazia de tudo para tentar amenizar um pouco sua falta. – era difícil falar daquela época tinha ficado muito abalada com tudo que tinha sofrido. – Evitei voltar para Londres por um longo tempo, só voltei quando aconteceu a reinauguração da clínica que você ajudou a reforma e melhorar no antigo hospital onde eu trabalhava. Quando voltei para Londres jantei com Lilian e ela tinha me informado que muitos anos atrás você tinha congelado alguns óvulos para que futuramente pudesse fazer uma inseminação quando quisesse ter um filho. – percebi que ela levantou a sobrancelha em sinal de que ficou confusa. – Lilian queria poder trazer um pedacinho de você de volta e escolheu-me para ser a mãe de seu filho. – Percebi que ela tinha ficado branca pela informação.

-- Pera aí você está dizendo-me que o filho que está esperando é meu? – perguntou ela incrédula, enquanto tentava absorver a informação. Peguei suas mãos e levei até meu ventre.

-- Fiz a inseminação a quase dois meses atrás para poder trazer um pedacinho seu ao mundo. – disse emocionada. – Sim estou esperando um filho nosso. – ela ficou num estado de choque, cheguei mais perto dela. – Amor fala alguma coisa? – falei preocupada com a sua reação, comecei a ficar preocupada. – Você não quer ter um filho é isso? – perguntei levantando-me e comecei a andar de um lado para outro. Logo senti suas mãos segurando meus ombros e virando-me para encará-la.

-- Óbvio que quero ter um filho nosso, só não esperar que esse filho fosse meu. Tinha me preparado para qualquer probabilidade menos essa. – falou ela emocionada. Ela me abraçou apertado e ficamos assim por um tempo, pude sentir algumas lágrimas em meu ombro. Logo ela desvencilhou-se do abraço e passou a mão no meu ventre, pude ver um lindo sorriso formando-se em seu rosto. – Um filho nosso. – disse ela sorrindo em meio às lágrimas.

-- Sim meu amor, fico tão feliz em saber que nossa família está completa de novo. – falei fazendo carinho em seu rosto. Logo nos beijamos, o beijo começou lento explorador, para depois transformar-se em um beijo com mais pegada e cheio de desejo. Em seguida senti minhas costas baterem na cama. Continuamos nos beijamos o desejo crescia cada vez mais, quando de repente ela para e a olho preocupada. – O que foi meu amor? – pergunto preocupada com ela.

-- Preciso ir num lugar, nos vemos à noite? – perguntou ela levantando-se e ajeitando a roupa que estava desalinhada.

-- Claro, e o nosso passeio? – perguntei sentindo um pouco chateada por ela não querer mais passar o dia comigo. 

-- Amanhã faremos. – logo ela deu-me um selinho e saiu pela porta. Fiquei um tempo encarando a porta fechada e soltei um suspiro pesado. “Yasmin e seus segredos”, pensei começando a tomar café.

Fim do capítulo