Depois que chegamos ao hotel Lilian subiu direto para seu quarto nem falamos sobre o assunto. Entrei em meu quarto, sentei-me na cama e pensei em Yasmin, ela havia mudado bastante depois do acidente, os cabelos estavam mais longos que antes, haviam cicatrizes aparentes por seus braços e rosto, a voz estava um tom mais rouca. Levantei-me e olhei pela janela dava para ver a praia da sacada do hotel. Fiquei admirando as ondas que vinham banhando a praia e voltavam para o mar. Perdi-me em meus pensamentos, quando senti uma mão sobre o meu ombro direito, me assusto.

-- Desculpe Gabi, não quis assustá-la, mas eu a chamei e você nem respondeu. – disse Carlos.

-- Tudo bem, estava longe. – disse me virando e olhando para ele, percebi que estava com uma expressão cansada. – Por que não descansa um pouco?

-- Daqui a pouco, só passei para saber como você está depois de tudo que aconteceu hoje. – vi a preocupação no olhar dele.

-- Bem, não poderia ficar mais feliz em saber que ela está viva, apesar de tudo. – falei entrando no quarto e sentando-me no sofá, Carlos sentou se ao meu lado.

-- Eu também, para falar verdade fiquei surpreso em saber que ela está viva e ficou esse tempo todo em coma e não fiz nada para ajudá-la. – percebi que isso o deixou abalado.

-- Não se culpe ninguém poderia prever que ela sobreviveria ao acidente de helicóptero depois de toda aquela tortura que ela sofreu, só saberemos a verdade um dia e se ela recuperar a memória. – falei dando um suspiro cansado.

-- Você acha que ela vai se lembrar? – perguntou ele preocupado.

-- Não sei, pode ser que sim ou pode ser que não. Não sei o estado clínico dela teria que conversa com o médico para saber as reais condições dela. – dei um sorriso cansado.

-- Sabe, às vezes queria poder esquecer todo horror da vida que levamos. Sabe percebi um brilho diferente em seus olhos, aquele que se perdeu durante esses anos de treinamentos e de toda aquela matança que vivemos.

-- Eu imagino, como foi difícil fazer o que fizeram, mas foi pelo bem maior. – disse levantando-me e apertando a mão dele. – Melhor você descansar um pouco. – dei-lhe um beijo em sua face, ele se levantou.

-- Você também, vá descansar um pouco, ainda mais agora que está esperando um filho do amor de sua vida. – pela primeira vez sorri, com tantas coisas que tinha passado no dia, não tinha caído a ficha ainda de que estava grávida de um filho nosso e poderíamos viver pra sempre nosso amor.

-- Vou sim. – disse abraçando meu amigo, logo nos despedimos e ele saiu tranquei a porta e fui tomar um banho para botar as ideias no lugar. Enchi a banheira coloquei uma música de fundo e entrei na banheira. Logo as primeiras notas da música soaram pelo ambiente e com isso veio lembranças de um passado que estava cada vez mais presente outra vez.

 

This time, all i want is you

(Dessa vez o que eu quero é você)

There is no one else

(Não há mais ninguém)

Who can take your place

(que possa ocupar seu lugar)

This time, you burn me with your eyes

(Dessa vez você me queima com seus olhos)

You see past all the lies

(Você vê superadas todas as mentiras)

You take it all away

(Você se livra de tudo isso)

I've seen it all

(Eu já vi tudo isso)

It was never enough

(E isso nunca foi o suficiente)

It keeps leavin me needin you

(Isso continua me deixando precisando de você)

 

Take Me Away Lifehouse

Link: https://www.youtube.com/watch?v=xsKN1JAJiE8

 

 

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Flashback

 

Viajei para a noite que reencontrei Yasmin depois que esbarrei com ela no hospital. Estava em um pub com minhas amigas e de repente olhei em direção à porta e lá estava ela entrando com um olhar distante e um semblante triste. Pensei que ela esperava por alguém, mas logo ela se sentou no bar e começou a beber um uísque. Fiquei olhando-a por um tempo até que não aguentei mais, pedi licença para minhas amigas, levantei-me e segui em direção aonde ela estava. Cada passo que dava em sua direção sentia meu coração bater mais rápido, assim que cheguei perto suficiente coloquei minha mão em seu ombro e logo ela virou-se, encarando-me. Sorri para ela.

-- Oi, vi que você estava aqui com um olhar triste e distante e vim conversar com você. – falei sorrindo para ela e me sentando ao seu lado.

-- Oi, está me seguindo? – perguntou ela tentando fazer graça. Percebi que por trás do sorriso que ela tentava transparecer, seus olhos demonstravam uma tristeza profunda.

-- Não, estou aqui com algumas amigas quando você chegou. – mostrei o grupo de pessoas perto da porta. – Mas então o que você tem? – vi que seu corpo ficou um pouco tenso e ela analisou o copo tomou um gole de sua bebida e começou a falar.

-- Só estava pensando no passado, se não tivesse feito certa escolha poderia ter sido diferente. – disse ela encarando o copo, deu um suspiro cansado e voltou a me encarar. – Você não deve estar entendendo nada neh?

-- Mais ou menos, quem sabe um dia você não me conta o que tanto te aflige, pois já percebi que você tem algo no seu passado que te traz más lembranças. – ela deu um sorri e concordou com a cabeça, mas percebi que aquilo não iria acontecer tão fácil, foi naquele momento que pensei “Faria tudo para ajudá-la a se recuperar de seu passado”.

-- Já tomei bastante seu tempo e suas amigas não param de olhar pra cá. – falou ela sorrindo, tomou o restante da bebida, pagou a conta e levantou-se.

-- Que nada, por que não senta um pouco conosco? – perguntei meio apreensiva.

-- Quem sabe outro dia, tenho muito trabalho pra fazer. Depois marcamos algo para conversarmos, obrigada por me ouvir. – sorriu, dando um beijo em meu rosto e ela começou a andar em direção a saída. Assim que vi ela saindo jurei para mim mesma, iria descobrir tudo que a afligia.

 

***

 

Abri os olhos e percebi que tinha chorado um pouco com a lembrança. Passei meus dedos limpando algumas lagrimas que havia caído. Sai da banheira e peguei uma toalha e me sequei pus um roupão e segui em direção ao quarto onde me deitei na cama e fiquei pensando nela até que adormeci com um pequeno sorriso. Quando eu acordei já era início da noite e resolvi que sairia para caminhar um pouco já noite está estrelada, não queria ficar trancada num quarto de hotel sem fazer nada. Sai do hotel e segui rumo à praia, caminhei um pouco na orla para poder me acalmar, estava chegando na praia quando vejo um grupo em volta de uma fogueira cantando e bebendo, fui aproximando-me e logo escutei a voz que fazia meu coração acelerar.

-- Canta uma música pra nós Haydée. – disse a ruiva de hoje cedo do hospital.

-- Certo qual música que vocês querem? – perguntou ela pegando o violão.

-- Qualquer uma, surpreenda-nos. – disse uma mulher morena que estava sentada do seu lado. Não demora muito e ela começa a tirar alguns acordes do violão e começo a escutar sua voz a cantar.

 

It's just another night

(É só mais uma noite)

And I'm staring at the moon

(E eu estou encarando a lua)

Saw a shooting star and thought of you

(Vi uma estrela cadente e pensei em você)

Sang a lullaby by the water side and knew

(Cantei uma canção de ninar na beira d'água e soube)

If you were here, I'd sing to you

(Se você estivesse aqui, cantaria para você)

 

Fui aproximando-me devagar, ao ouvir sua voz meio rouca cantando de novo senti meu coração disparar, abri um sorriso por poder ver ela de novo cantando e meus olhos fixaram nela e logo nossos olhares se encontraram e pude ver seu sorriso abrindo em minha direção.

 

You're on the other side

(Você está do outro lado do mundo)

As the skyline splits in two

(E a linha do horizonte se divide)

Miles away froom seeing you

(Milhas distante de poder te ver)

I can see the stars from America

(Eu posso ver as estrelas da América)

I wonder, do you see them too?

(Eu me pergunto, será que você as vê também?)

So open your eyes and see

(Então abra seus olhos e veja)

The way our horizons meet

(Os nossos horizontes se encontrando)

And all of the lights will lead

(E todas as luzes irão te guiar)

Into the night with me

(Pela noite, comigo)

 

Ed Sheeran All – Of The Stars

Link: https://www.youtube.com/watch?v=nkqVm5aiC28

 

Assim que a música terminou ela se levantou e veio em minha direção sorrindo. Senti meu mundo parar, era como se só existisse eu e ela no mundo.

-- Está me seguindo? – perguntou ela com um sorriso brincalhão que podia se refletir em seus olhos.

-- Como você sabe? Nossa! Dei tanta bandeira assim? – perguntei sorrindo.

-- Nada eu que sou esperta mesmo, quem sabe um dia não vire um detetive. – disse ela rindo. – Agora, a que devo a honra de sua presença aqui na praia? – perguntou ela me olhando.

-- Vim dar uma volta na praia para me acalmar e você o que faz por aqui? – perguntei interessada.

-- Quase toda sexta nos reunimos para tocar violão e beber um pouco. – falou ela sorrindo.

-- Legal, mas não quero incomodar vou continuar minha caminhada. – falei começando a andar, mas minha vontade era que ela me pedisse para ficar com ela ali ou em qualquer lugar.

-- Hey, espera. – disse ela correndo para me alcançar, não demorou muito e ela me alcançou, ela sorriu para mim. – Será que posso te fazer companhia? – perguntou ela sorrindo, virei-me para seu lado e sorri também.

-- Claro, mas suas amigas não vão achar ruim não? – perguntei apontando o grupo ao redor da fogueira.

-- Elas podem viver sem mim. Agora vamos, quero te mostrar um lugar. – disse ela segurando minha mão e me puxando para um lugar um pouco distante e cheio de pedras, logo fomos escalando ela foi me ajudando e não demorou muito até que chegamos no topo e pude ter uma vista maravilhosa da lua cheia beijando as águas.

-- Nossa! Isso aqui é lindo. – falei me virando para ela que estava atrás de mim, assim que virei escorreguei em uma pedra, antes que eu pudesse cair senti os seus braços me envolvendo e me segurando firme, pude sentir seu perfume de perto queria poder ficar assim para sempre.

-- Você está bem? – perguntou ela com uma voz preocupada. Antes que ela pudesse me tirar de seus braços agarrei no seu pescoço e comecei a chorar por toda dor e saudade que senti todo esse tempo longe dela.

Sentia ela abraçando apertado e fazendo carinho em meus cabelos até me acalmar e sussurrando no meu ouvido. – Tudo bem, eu estou aqui para qualquer coisa. – demorou algum tempo para eu me acalmar. Assim que me acalmei senti-me uma boba por ter chorado, ela devia estar me achando uma doida. Fui me separando devagar dela.

-- Desculpa, molhei toda sua blusa. – me senti envergonhada, abaixei a cabeça, logo senti sua mão levantando meu queixo.

-- Não há nada que precise se envergonhar. – disse ela com uma voz carinhosa, olhei em seus olhos e pude vê-los brilhando e repleto de carinho. Olhei para seus lábios que tinha um sorriso que sempre me confortava, antes que pudesse pensar em alguma coisa estávamos nos beijando. Um beijo lento, carinhoso repleto de amor. Ah! Como estava com saudade de seus lábios, aquele gosto de menta que eles tinham. Não sabia se tinha passado, segundos, minutos, horas ou séculos nos beijando queria poder matar toda a saudade que estava de seus lábios. Quando faltou ar em nossos pulmões paramos o beijo e trocamos mais alguns selinhos. Não queria abrir os olhos e acabar com aquele momento com uma realidade que me assustava. Senti suas mãos em minha face fazendo carinho em meu rosto. Abri os olhos vagarosamente, logo vi seus olhos que tanto me encantavam, olhando-me com um olhar repleto de carinho e me perdi de novo neles.

 

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Por Haydée

 

Quando cheguei em casa, Pietra abordou-me, perguntando se eu ia ou não para o luau na praia, minha primeira resposta tinha sido negativa afinal não queria sair de casa hoje.

-- Desculpe Pietra, mas hoje não, estou cansada deixa para a próxima semana. – falei entrando na edícula. Depois que conheci Pietra fiquei balançada por ela. Mas quando eu fui conhecendo-a dia após dia, percebi que na verdade ela é uma criança mimada que não sabe receber um não. Assim passei a evita-la e isso passou a instiga-la a ficar correndo atrás de mim. Bem assim que entrei em casa fui direto tomar o banho precisava tirar o cheiro de hospital que tinha impregnando em minha roupa. Sai do banheiro só de roupão quando cheguei ao quarto encontrei Justine.

-- Pietra está dando mais um de seus pitis por sua causa. – falou ela rindo.

-- Sua irmã precisa aprender que nem todos estão aos seus pés. – disse sentando-me no sofá em sua frente. – Então a que devo a honra da delegada estar aqui? – perguntei sorrindo.

-- Queria te pedir um favor. – percebi que ela estava meio sem jeito de pedir, devia imaginar que vinha bomba.

-- Fala logo Justine. – falei sorrindo.

-- Bem eu queria saber se você poderia chamar a Charllotte para poder ir conosco ao luau de hoje? – perguntou ela sem jeito, analisei um pouco a situação, desde que tinha me mudado para cá, havia prometido à minha fisioterapeuta que iria ajudar a amolecer o coração da delega, não podia ter um jeito melhor que um luau na praia.

-- Está bem, eu faço esse sacrifício! Mas se você gosta dela conquiste-a. Sério! Conselho de amiga. – disse levantando-me e indo pegar uma roupa pra vestir.

-- Eu sei, mas quando fico perto dela meio que perco a coragem, sinto uma tremedeira, não sei explicar. – percebi seu constrangimento.

-- Fica tranquila vou te ajudar. – disse apertando seu ombro, peguei o celular e mandei mensagem para Charllotte falando sobre o luau. Logo ela respondeu que iria, só que nos encontraríamos direto lá. – Pronto ela vai, agora se você me der licença quero descansar um pouco já vi que será outra noite longa.

-- Falando em noite longa, o que aconteceu que estava no hospital? – perguntou ela curiosa.

-- Bem depois do que aconteceu na delegacia fui para a praia pensar um pouco, quando estava vindo embora vi uma mulher sendo atingida por um carro e fiquei com ela até a família dela chegar. – não queria falar que aquela mulher tinha despertado algo em mim que parecia estar adormecido. Desde que tinha a visto, não parava de pensar nela.

-- Fiquei preocupada, mas depois a gente conversa sobre isso, agora vou deixar você descansar, vamos lá pelas 20h30min te esperamos na garagem. – Confirmei com a cabeça e logo vi ela deixando o quarto. Assim que ela saiu deitei na cama e fiquei pensando naquele anjo de olhos cor de mel que me hipnotizava, não demorou muito e eu adormeci.

 

***

Estava num parque que parecia ser conhecido, olhei para frente e vi a mesma mulher de cabelos loiros cobrindo o rosto da pessoa. sorri e dei-lhe um beijo no seu rosto e deitei e ela deitou sobre meu peito ouvindo meu coração um pouco acelerado. Abracei-a e ficamos um tempo assim.

-- Um beijo por seus pensamentos. – falei sorrindo pra ela.

-- Só um está pouco. – disse ela sorrindo. – Meus pensamentos valem mais que isso.

-- Deixa-me pensar, uns dez pra começar. – disse rindo.

-- Pode ser pode começar a pagar então. – disse ela dando um sorriso travesso. Puxei-a mais pra cima e selei nossos lábios num beijo lento e apaixonado. Depois que o beijo acabou voltamos para a posição anterior.

-- Agora me conte seu pensamento. – disse sorrindo, comecei a fazer cafune nela.

-- Humm, isso é bom. – disse sorrindo. – Estava pensando o tanto que você e perfeita. – disse ela colocado o queixo no meu abdômen e me olhando no os olhos.

-- Eu perfeita? – perguntei confusa.

-- Sim você, primeiro me salva de um acidente. Educada com todo mundo, abre a porta do carro pra gente entrar, me deu buque de flores depois do nosso primeiro encontro, tem uma voz de anjo quando canta. – disse sorrindo. – Minha mãe foi com a sua cara desde ontem coisa que minha mãe não faz.

-- Então conquistei a futura sogra. – comentei rindo, ela me encarou séria levantando uma sobrancelha.

-- Você está me pedindo em namoro? – disse ela sorrindo. Levantei-me trazendo ela comigo, comecei a fazer carinho no seu rosto pensando nas palavras certas para o momento.

-- Sabe desde que te vi pela primeira vez era como se eu tivesse vendo um Anjo loiro com olhos mais lindos que tinha visto na vida. – disse acariciando seu rosto, e dando um beijo em sua bochecha. – Depois, agora te conhecendo cada vez melhor acho que encontrei um bom motivo pra continuar minha vida pra tentar ser feliz. Como se o tempo todo esperasse por você. Você tem sido meu primeiro e último pensamento do dia. Era pra ser você a mulher que me faria feliz. Então Gabrielle Holmes quer ser minha namorada? Eu sei que ainda a gente não se conhece direito, mas... — ela sorria, quando fico nervosa eu falo demais, falo, falo e falo e não saio com nada. Ela me calou com um beijo apaixonado, a puxei para sentar no meu colo ficamos nos beijando por um tempo eu passava a mão nas suas costas. Depois de um tempo eu sorrir. – Isso é um sim? – perguntei meio receosa.

-- Sim, sim. – disse ela sorrindo, de um selinho nela. Acariciei seu rosto e abracei- a. – Eu sinto a mesma coisa que você. Desde que te vi na rua, depois do acidente, sentia algo por você só não sabia o que era. – comentou me dando um sorriso. – Depois a gente começou a conversar no hospital, não queria me separar de você. Pensei que você iria me procurar no mês que ficou em repouso depois do acidente e nada. – disse ela fazendo cara de brava. – Então quando a gente se esbarrou no corredor do hospital parecia que meu coração ia saltar do peito. – disse ela acariciando meu rosto, fechei os olhos pra sentir melhor seus carinhos. – Era como se o destino tivesse me dando uma segunda chance para a gente. – sorri concordando – Quando você entrou naquele bar no mesmo dia, eu tive que ir falar com você, vi que estava com um semblante triste e por isso te liguei a noite, sei lá me deu uma vontade de te ligar.. – a silenciei com um beijo lento e apaixonado. Nunca me cansaria de beija-la. Aqueles lábios com sabor de morango com menta. Puxei ela para mais perto e ficamos nos beijando mais algum tempo e conversando nós conhecendo melhor.

--Rhumrhum. – ouvimos alguém limpando a garganta e viramos para onde o barulho vinha. Logo a imagem havia se dissipado.  Acordei em alarde, pois tinha escutado um barulho que vinha do corredor, abri a porta e olhei o corredor lembrei que Gabi estava no andar de cima e subi correndo as escadas quando eu cheguei ela continuava dormindo tranquilamente, olhei em volta para ver se eu via alguma coisa fechei a janela do quarto e desci para o primeiro andar de novo para ver se era algo olhei todos os cômodos da casa só faltava à cozinha quando cheguei lá dei de cara com o Alaric olhando para mim com uma arma apontada para mim.-- Pensou que ia escapar de mim. – perguntou ele sorrindo.-- Como me achou aqui? – perguntei surpresa por ele está aqui.

-- Tenho meus informantes, mas chega de conversa, primeiro vou matar ela. – disse apontando a arma para o quarto. – Gata legal pena que vai morrer, mas fica tranquila que primeiro ela e logo depois você. – disse ele sorrindo mostrando aqueles dentes amarelos. Antes que pudesse fazer qualquer coisa escutei um barulho vindo das escadas antes que eu pudesse fazer alguma coisa Gabi apareceu na cozinha.

-- Amor ainda acordada? – perguntou assim que entrou na cozinha antes que eu pudesse fazer alguma coisa.

-- Perdeu princesa. – disse Alaric assim que ela entrou na cozinha apontando a arma para a cabeça dela.

-- Você não precisa fazer isso. – disse dando um passo em direção a Gabi.

-- Parada aí Dragão – disse ele se virando para mim.

-- O que está acontecendo aqui? – perguntou assustada.

-- Tudo vai ficar bem. – disse me virando para ela.

-- Que meigo, sabe nunca pensei que um dia eu veria essa cena na minha vida você apaixonada. – disse ele com ar debochado. Olhei para os lados analisando a situação ele não erraria naquela distância, droga.

-- Fazer o que ne. – disse dando um sorriso sarcástico.

-- Sabia que sua namorada já matou várias pessoas antes de eu mesmo matar sua família. – disse ele olhando para Gabi, vi que ela me olhou incrédula. – Sua mãe me pediu piedade antes de morrer. – disse ele rindo. A raiva começou a me tomar. Cheguei perto de Gabi e a protegi com meu corpo.

-- Tudo vai ficar bem – disse olhando nos seus olhos, dei lhe um beijo em sua testa quando ia me virando vi uma faca em cima da mesa ao lado. Já era alguma coisa.

-- Que coisa feia mentir assim para sua namorada, mas vamos que não tenho muito tempo. – disse ele rindo. – Quem vai querer morrer primeiro. – disse ele apontando a arma para mim e para ela.

-- Que tal você morrer primeiro. – disse rindo, estava com adrenalina a mil. Peguei a faca e joguei em sua direção deu tempo para ele desviar e a faca pegou de raspão no seu ombro enquanto isso peguei Gabi e sai da cozinha correndo escutei um disparo passando perto do meu braço direito. Corri para a sala acústica tranquei a porta e segui para o fundo da sala. No fundo da sala tinha um cofre digitei a senha o mais rápido possível quando o cofre abriu empurrei Gabi para dentro e tranquei a porta. Acendi a luz e as escadas apareceram.

 

***

 

Acordei assustada, olhei em volta tentando me localizar, sentia meu coração acelerado. Percebi que estava na edícula, levantei-me e segui para o banheiro, olhei-me no espelho minha imagem estava péssima, joguei água no rosto tentando melhorar um pouco. Assim que me acalmei um pouco desci para a cozinha peguei um copo d’água. Olhei o relógio em cima da geladeira e assustei-me já era quase 20h20min. Subi correndo e peguei uma muda de roupa e vesti, assim que acabei de vestir a roupa segui direto para a garagem onde as meninas estavam esperando-me. Pietra estava com uma menina que ela estava ficando de vez em quando dei um sorriso. “Pelo menos hoje ela não me incomoda”, pensei.

-- Desculpa pelo atraso, mas dormi demais. – disse dando um pequeno sorriso.

-- Tudo bem, não tem problema não Haydée. Está pronta? – perguntou ela analisando-me. Dei um sorriso e confirmei entrei no banco do carona, assim que entrei fiquei pensando no sonho que eu tive. “Será que aquilo é mesmo real? Será que sou uma assassina? Por que ninguém me procurou até hoje? Quem será aquela mulher loira que pareço amar tanto?”, essas eram algumas perguntas que vinham e iam a meus pensamentos. Fui o caminho todo olhando para a janela e reprisando as imagens do meu sonho. Assim que chegamos Justine tocou minha mão.

-- Você está bem mesmo? Parece um pouco distante. – percebi que ela estava preocupada, dei um suspiro pesado e botei um sorriso no rosto, não deixaria transparecer minha preocupação, pelo menos não agora.

-- Claro, vamos nos divertir. – disse fingindo uma animação que não estava sentindo.

-- É isso mesmo você tem razão vamos botar para quebrar. – disse ela saindo do carro, dei um suspiro pesado e tentei apagar essas imagens pelo menos enquanto estivesse ali no luau. Logo que chegamos o pessoal já tinha montado a fogueira e já estava tocando alguma música e bebendo. Assim que o Henry parou de tocar todos olharam para mim e sorriram.

-- Canta uma música pra nós Haydée. – disse Pietra.

-- Certo qual música que vocês querem? – perguntei pegando o violão.

-- Qualquer uma, surpreenda-nos. – falou Justine que estava sentada do meu lado. Assim comecei a tirar alguns acordes do violão e começo a cantar uma música que veio em minha mente.

 

It's just another night

(É só mais uma noite)

And I'm staring at the moon

(E eu estou encarando a lua)

Saw a shooting star and thought of you

(Vi uma estrela cadente e pensei em você)

Sang a lullaby by the water side and knew

(Cantei uma canção de ninar na beira d'água e soube)

If you were here, I'd sing to you

(Se você estivesse aqui, cantaria para você)

 

Olhei para frente, e pude vê-la ali a mulher que não sai do meu pensamento desde que tinha visto ela pela primeira vez, que parecia mais um anjo que vinha caminhando para o meu lado, vejo que ela está emocionada, sorri em sua direção e continuei a cantar.

 

You're on the other side

(Você está do outro lado do mundo)

As the skyline splits in two

(E a linha do horizonte se divide)

Miles away froom seeing you

(Milhas distante de poder te ver)

I can see the stars from America

(Eu posso ver as estrelas da América)

I wonder, do you see them too?

(Eu me pergunto, será que você as vê também?)

So open your eyes and see

(Então abra seus olhos e veja)

The way our horizons meet

(Os nossos horizontes se encontrando)

And all of the lights will lead

(E todas as luzes irão te guiar)

Into the night with me

(Pela noite, comigo)

 

Ed Sheeran All - Of The Stars

Link: https://www.youtube.com/watch?v=nkqVm5aiC28

 

Assim que a música terminou, eu me levantei e caminhei em sua direção sorrindo. Sentia que no meu mundo só existia ela e eu.

-- Está me seguindo? – perguntei para ela com um sorriso brincalhão em meus lábios. Podia ver a lua refletida em seus olhos, seus olhos com certeza era o que mais me encantava desde que tinha visto aberto.

-- Como você sabe? Nossa! Dei tanta bandeira assim? – perguntou ela sorrindo. Aquele sorriso aqueceu meu coração, tinha a sensação que já tinha visto ele.

-- Nada eu que sou esperta mesmo, quem sabe um dia eu não vire detetive. – falei rindo. – Agora, a que devo a honra de sua presença aqui na praia? – perguntei olhando para ela.

-- Vim dar uma volta na praia para me acalmar e você o que faz por aqui? – perguntou interessada.

-- Quase toda sexta nos reunimos para tocar violão e beber um pouco. – falei sorrindo.

-- Legal, mas não quero incomodar vou continuar minha caminhada. –depois disso ela começou a andar. Olhei para as meninas e para ela que já estava um pouco longe. Não queria deixa-la ir embora assim, comecei a correr em sua direção e gritei.

-- Hey, espera. – disse correndo para poder alcança-la, já estava do lado dela de novo, dei um sorriso. Nós duas assim parecia que tudo faz sentido. – Será que posso te fazer companhia? – perguntei sorrindo, ela virou-se para mim e deu um sorriso que me faria fazer qualquer coisa, meu coração disparou.

-- Claro, mas suas amigas não vão achar ruim não? – perguntou ela apontando o grupo ao redor da fogueira.

-- Elas podem viver sem mim. Agora vamos, quero te mostrar um lugar. – falei segurando sua mão, quando senti sua mão na minha, aquele toque quente, senti meu coração disparar cada vez mais. Dei um sorriso em sua direção e sai puxando-a para um lugar que me enchia de paz um pouco distante e cheio de pedras, que não demoramos muito e fomos escalando, ajudei ela a escalar também e não demorou e chegamos lá no topo e pudemos ter uma vista maravilhosa da lua cheia beijando as águas, das estrelas refletindo na maré calma. Fiquei atrás admirando beleza dela, passamos um tempo em silêncio, que foi quebrado por ela.

-- Nossa! Isso aqui é lindo. – falou ela virando-se para mim, neste momento ela escorregou em uma pedra, e antes que ela caísse, eu a puxei para mim e segurei-a em meus braços, pude sentir aquele perfume que cada vez sentia que parecia tão familiar.

-- Você está bem? – perguntei preocupada. Antes que pudesse fazer qualquer coisa ela agarrou meu pescoço e começou a chorar em meu ombro. Não entendi, mas naquele momento queria poder protege-la de qualquer coisa nesse mundo, era como se minha vida dependesse dela para ser feliz. Abracei ela apertado e fiquei fazendo carinho e dizia em seu ouvido carinhosamente – Tudo bem, eu estou aqui para qualquer coisa. – demorou algum tempo para ela se acalmar. Assim que ela se acalmou percebi que ela tinha ficado constrangida com a situação, dei um sorriso e senti ela se separando devagar de mim. Sentir seu perfume de perto cada vez que sua pele entrava em contato comigo me fazia tremer por dentro e meu coração acelerar.

-- Desculpe-me, molhei toda sua blusa. – vi que ela havia ficado envergonhada, e abaixou a cabeça, não queria perder o contato com aqueles lindos olhos que transmitiam tanto de sua personalidade, segurei seu queixo e levantei seu rosto fazendo ela encarar meus olhos. 

 -- Não há nada para se envergonhar. – falei com uma voz carinhosa olhei em seus olhos e pude ver seus olhos brilhantes repleto de algo que não sabia ainda identificar o que era. Olhei para seus lábios que tinha um sorriso que me confortava, antes que pudesse pensar em alguma coisa estávamos nos beijando. Um beijo lento, carinhoso repleto de amor. Ah! Como era bom beijá-la, nosso beijo parecia se encaixar tão bem, senti sua língua pedindo passagem para meus lábios, assim que abri devagar ela foi colocando sua língua na minha boca e nos perdemos num beijo repleto de carinho. Não sabia se tinha passado segundos, minutos, horas ou séculos nos beijando. Quando faltou ar em nossos pulmões paramos o beijo e trocamos mais alguns selinhos. Assim que abri os olhos e vi seu rosto ainda com olhos fechados, comecei a fazer carinho em sua face, aquele momento parecia ser tão natural, parecia que tínhamos sido feitas uma para outra. Logo que toquei seu rosto e seus olhos se abriram e pude contemplar eles que tanto me fascina, sorri naquele momento, senti pela primeira vez desde que acordei no hospital que pertencia a algum lugar, não me interessava passado, se ia ou não recuperar a memória a única coisa que eu queria era poder ficar com ela para minha vida toda.

Fim do capítulo