Larissa

                 Abri meus olhos lentamente e vi Bella ao meu lado na cama, sorri observando as marcas em seu corpo. Ela havia me enlouquecido sem dúvida nenhuma, o jeito que me dominou me fazendo quase implorar por seu toque. Passei a mão em suas costas, ela não moveu um músculo. Ouvi meu celular vibrando em algum lugar. Beijei seu rosto e me enrolei no lençol.

-Alô. – atendi sem olhar o número.

-Lari? Te acordei? – reconheci a voz de Andressa.

-Não, eu já estava acordada. – respondi indo em direção a varanda. – Em que posso ajuda-la?

-Então, estava pensando se você e Isa queriam almoçar aqui com a gente? – perguntou receosa.

-Claro, assim que Bella acordar. – disse olhando ela que ainda estava na mesma posição.

-Pelo visto o casamento foi bom. – Andressa disse e riu.

-Na verdade, bom mesmo foi o que aconteceu depois do casamento. –falei sem querer, e percebi que estava falando sobre sex* com minha irmã mais velha.

-Até imagino mesmo. – ela gargalhou. Eu fiquei em silencio.- Não acredito que você ficou sem graça. – riu ainda mais.

-Não, quer dizer é estranho, você é...- hesitei falar.

- Sua Irmã, eu sou sua irmã, isso não quer dizer que não podemos ser amigas. Olha Larissa, eu quero conhecer você, e recuperar o tempo que nos foi privado. – disse calma.

-Eu sei, eu também quero o mesmo. – confessei.

-Então, estaremos esperando vocês aqui. – sorriu.

-Tudo bem, depois te ligo para saber o endereço. – falei.

-Ok. Até mais tarde. – encerrou a ligação.

                  Caminhei para dentro, Bella ainda dormia. Decidi que iria deixa-la dormir um pouco mais, fui para o banheiro e tomei um longo banho. Vesti o roupão, dei uma secada nos cabelos e fui para o quarto. Parei em frente a grande janela que dava uma vista da cidade, quando me virei Bella estava me observando. Era impossível não sorrir para ela. Me aproximei, conversamos um pouco e eu a beijei. A melhor parte foi quando ela se espreguiçou na cama, e eu pude ver seu corpo nu. Não contive um sorriso safado e meus olhos lhe fitaram.

                 Bastou perceber meu olhar que ela tentou se cobrir com o lençol.

-Por que está escondendo o que eu já vi tantas vezes? - ela insistia em se cobrir.

-Por nada, para de puxar, eu vou tomar um banho. Preciso de algo para comer. Você acabou comigo ontem. – falou já entrando no banheiro.

-Ao meu ver foi o contrário.- gargalhei.

                 Enquanto ela tomava banho eu encontrei uma mochila com algumas roupas dentro, sorri admirada pois ela realmente havia pensado em tudo. Quando saiu do banheiro contei sobre a ligação de Andressa e ela concordou em irmos almoçar com as duas. Logo que ela se vestiu nós seguimos para casa. Paramos em um sinal e eu quis dizer para ela o quanto eu a amava, o quanto ela estava sendo importante para mim. Ela reclamou quando eu falei safadeza, logo o sinal abriu e seguimos para casa. Quando paramos o carro na garagem ela também se declarou para mim. Depois de deixarmos as coisas em casa, trocarmos de roupa e ver como as meninas estavam saíamos. Estávamos no carro quando Andressa me ligou.

                Me passou o endereço e Bella dirigiu até o local. A casa tinha muros altos, um portão que dava acesso a garagem e outro menor. As paredes eram de pedra, perto da cerca elétrica haviam algumas plantas. Desci do carro e toquei a campainha.

-Larissa já vou abrir, só um momento. – a voz de Adisa me respondeu.

                Olhei a pequena câmera no canto, e logo o portão maior foi aberto. Adisa apareceu usando um vestido longo, os cabelos cacheados em um lenço que contornava sua cabeça.

-Oi Larissa. – sorriu se aproximando, me deu dois beijinhos e olhou para Bella. – Pode colocar o carro na garagem. – sorriu e Bella fez o que ela pediu. – Vamos entrar Andressa está na cozinha.

                 Entramos, embora a casa fosse pequena por fora, não era o mesmo por dentro, a garagem com espaço para quatro carros, o gramado, com um jardim bem cuidado, na área havia algumas cadeiras de pendurar, coloridas. Uma porta de vidro fumê, a casa era solta, nas laterais haviam dois corredores que davam acesso aos fundos.

-Adisa, não liga não, todo engenheiro é assim. Já chega observando tudo. – Bella disse divertida, as duas se cumprimentaram.

-Não tem problema, pode observar. – a nigeriana disse sorrindo. Eu senti minhas bochechas corarem.

                Bella segurou minha mão, logo a grande porta foi aberta e Andressa surgiu, usando um macacão florido, e os cabelos presos em um rabo de cavalo. Ela caminhava sorrindo para nós.

-Que bom que chegaram. – falou ficando ao lado da esposa. –Como vai Isa? – estendeu a mão para ela.

-Bem, e você?

-Tudo certo, vamos entrar. – disse nos dando espaço. –Fiquem a vontade, eu já volto, preciso olhar nosso almoço ou então ficaremos com fome, caso ele queime. – beijou os lábios da esposa e saiu.

                  Eu continuei a observar a casa, a tv gigantesca na parede, um sofá em formato de C no canto da parede, algumas fotos das duas juntas, incluindo a do casamento. Bella e Adisa sentaram-se e eu as acompanhei.

-A casa de vocês é linda. – Bella falou.

-Nem parece que deu tanto trabalho para ficar assim. –minha cunhada disse sorrindo. – Andressa adora decorar, se dependesse de mim, teríamos contratado alguém, mais ela fez questão de me arrastar para todos os lugares e escolher os moveis. – disse em tom cansado.

-No fundo você adorou o resultado, pode confessar. – disse Andressa trazendo um balde com algumas cervejas dentro do gelo.

-A verdade é que adorei mesmo. – disse a nigeriana, Andressa sorriu.

                 Era bonito de ver o carinho das duas, me lembrava um pouco eu e Bella na verdade.

-Isa você me ajuda a pegar os copos? – Adisa disse.

                  Foi nítido que isso era apenas uma tática para nos deixar sozinhas.

-Claro eu ajudo sim. – Bella levantou-se e logo as duas foram para a cozinha.

-Desculpa, ela não é boa em disfarçar as intenções. – Andressa sorriu sem graça.

-Tudo bem, não tem problema. – um silencio incomodo se fez. – Adorei a casa.- resolvi quebrar o gelo.

-Nosso cantinho, construímos juntas. Desde a compra do terreno até construção da casa. – sorriu orgulhosa.

-Estou construindo uma casa também. Pretendemos mudar logo que casarmos. – contei. – O que na verdade pode nem demorar tanto.

-Vocês irão adorar a vida de casadas. Acredite. – sorriu para mim.

- Os copos. – Adisa disse colocando os copos em cima do pequeno móvel de madeira e vidro.

-Então vocês já têm data certa? – Andressa perguntou, nos servindo a cerveja.

-Para que? – Bella perguntou.

-O casamento de vocês. – disse Andressa.

-Não, ainda não, só deixamos a documentação no cartório. Agora é só esperar, porque se eu não oficializar é capaz da minha sogra ir buscar Bella lá de casa. - falei descontraída e as meninas riram.

-Pior que ela faria mesmo isso. – Bella completou, e a risada se seguiu.

              O começo foi difícil, mas logo relaxei e acabei gostando da companhia do casal. Conversamos sobre as traquinagens de quando éramos crianças, ouvimos algumas histórias sobre a cultura no país de Adisa. Já estávamos terminando de beber as cervejas, quando Adisa disse:

-Vou buscar mais. Vejo que essas duas adoram cerveja. – falou olhando para mim e Andressa. 

-Whisky. – falamos as duas ao mesmo tempo. Eu olhei para Andressa que me encarava sorrindo.

-Eu prefiro whisky. – Andressa falou.

-Eu também. – sorrimos sem graça.

 -Não tem problema, posso trazer se quiserem. – Adisa disse, nos encarando.

-Claro. – concordei.

               Andressa assentiu e a mulher saiu. Bella olhava de mim para a loira, esperando que nós conversássemos.

-Milena me procurou. – Andressa disse.

-Mesmo? – perguntei.

-Veio me pedir desculpas, disse que exagerou. – falou pausadamente. – Eu disse que ela não me devia desculpas, estava apenas defendendo você. – me encarou.

- Eu sabia que ela iria se desculpar. – confessei.

              Adisa voltou com as cervejas, e logo em seguida com o whisky. Nos entregou os copos.

-Como gostam da mesma coisa, pensei que tomassem do mesmo jeito. Sem gelo. – sorriu para mim. – Vocês tem muito em comum, além das semelhanças e o bom gosto para mulheres, não é mesmo Isa? – comentou divertida.

-Concordo. – Bella riu e passou a mão em minha perna.

              As duas estavam tentando nos deixar mais confortáveis com aquela situação toda. Depois da terceira dose de whisky reparei que Adisa estava tomando apenas suco.

-E como é possível uma dona de pub não beber. – comentei apontado o copo em sua mão.

-Eu bebo sim. – olhou para a esposa. – Só não posso por enquanto. – confessou.

             Bella e eu olhamos para as duas, Adisa encarava Andressa esperando que ela falasse.

-Nós estamos gravidas.- disse a loira.

            Por um momento ficamos em silêncio. Até que Adisa disse:

-Nós uma ova, você continua bebendo, eu só vou ficar com a parte de engordar, daqui a uns meses não vou conseguir ver nem meus pés. - reclamou rindo.

-Nossa, parabéns gente. – Bella levantou e abraçou as duas.

-Parabéns. – abracei Adisa. – Fico feliz por você Andressa. – abracei minha irmã.

-Na verdade esse era o motivo do almoço, Andressa queria ti contar que você seria titia. – Adisa disse rindo. –Vocês são as primeiras a saber.

-Obrigada por compartilharem isso conosco. – sorri olhando as duas. – Na verdade tem algo que vocês também deveriam saber. – olhei para Bella. E ela balançou a cabeça confirmando que eu deveria contar. – Nós estamos dando entrada em um pedido de guarda provisória, como não somos casadas ainda não podemos adotar logo, mas assim que casarmos adotaremos Alice. – Bella sorriu para mim.

             E novamente tivemos que contar sobre Alice, as duas ficaram felizes por nós. Almoçamos falando amenidades, a maior parte sobre o medo que as duas estavam por serem mães de primeira viagem. Foi impressionante, elas estavam tentando a inseminação a anos, e resolveram que tentariam pela última vez, se não funcionasse elas iam adotar, mas para surpresa das duas deu certo.

              Andressa se interessou pela ONG, perguntou se poderia ir visitar comigo qualquer dia. Depois que almoçamos Bella e Adisa nos mandaram para fora da cozinha. Nos sentamos nas cadeiras na área.

-Andressa, tem algo que eu quero que você leia. – procurei a carta dentro do carro e entreguei a ela. – Essa carta veio parar em minhas mãos a alguns dias. Minha mãe, digo, nossa mãe, escreveu para mim, nela ela me pediu para me desculpar com você, mas achei que o mais correto seria você ler.

              Minha irmã me olhou e logo começou a ler o conteúdo da carta, logo vi algumas lágrimas rolarem por seu rosto. Permaneci em silêncio até que ela terminasse. Quando o fez, enxugou as lágrimas.

-Eu não tenho o que desculpar. Ela não tinha como cuidar de mim, e depois já tinha a família dela. Eu nunca caberia ali. – sorriu triste.

-Sinto muito, por tudo que aconteceu com você. – falei sincera. – Eu quero concertar isso. Nós somos irmãs, e já passamos por muita coisa difícil. Não podemos ficar afastadas, não agora depois de sabermos a verdade. – sorri para ela.

-Eu quero a mesma coisa, por isso quis esse almoço. – sorriu.

-Mas tem a questão da sua herança Andressa.- falei encarando-a. – Sei que você não quis, Ruan me contou.

-Eu não precisaria desse dinheiro, temos nossos negócios, que vão bem. Tenho o dinheiro que minha mãe adotiva me deixou. Apesar de imaginar que boa parte dele tenha vindo dos nossos avós.

- Eu entendo, mas agora você precisa pensar pelo seu filho ou filha. Não serão apenas você e Adisa, vocês irão precisar de dinheiro. Criar um filho não é fácil. – falei calma. – Eu me sentiria melhor se você aceitasse os 25% que tem por direito, nem que seja em imóveis, que você possa vender. Ou até mesmo em ações na empresa, o que renderia bem mais.

-Eu não sei.- disse me encarando.

-Andressa, se você quer tanto que nós mantenhamos um relacionamento como irmãs, aja como tal, aceite o que é seu por direito. – A encarei por alguns segundos.

          Ela pareceu pensar no que eu falei, no fundo eu só queria fazer a vontade da minha mãe, assim também conseguiria tornar essa novidade de ter uma irmã mais real.

-Tudo bem. – concordou me olhando. – Eu aceito.

-Ótimo, podemos fazer o que você quiser, da forma que melhor lhe convir. Posso pedir para Bella arrumar a documentação.

-Prefiro que seja em ações na empresa, porque sei que você cuidará bem como tem feito até hoje. Você ficará com os 75% e os meus 25%. – sorriu para mim.

-Como quiser. – sorri de volta.

          Bella e Adisa apareceram conversando, as duas se deram muito bem. Já falavam sobre coisas de crianças. Já combinando de irem ao shopping para olharem algumas roupinhas.

-Como você vai saber que cor comprar? – Andressa perguntou, beijando o rosto da esposa que estava em seu colo.

-Meu amor, que absurdo, é claro que vai ser uma menina. – Adisa disse. – E terá o nome da sua mãe. – Adisa percebeu a gafe. - A adotiva. – sorriu sem graça.

-Aline? Você quer colocar o nome da nossa filha de Aline? - Andressa sorriu emocionada.

-Sim. – a esposa respondeu, e as duas se beijaram.

-Como diz Milena, arrumem um quarto. – Bella disse arrancando riso das duas.

- Quando pretendem visitar Alice? – Adisa perguntou.

-Não sei ainda, amanhã Bella vai mandar o pedido de guarda para Marta. – contei. – Ela tem uma amiga juíza, vai nos ajudar para que não demore tanto.

-Com certeza ela vai conceder, vai bastar apenas Marta diga quem você é. – Andressa disse.

-Eu sei, mas mesmo assim me preocupo, foi muito difícil voltarmos e deixar ela na ONG. – falei.

- Eu imagino, mas vai dá tudo certo. – Andressa nos consolou.

              Já era noite quando resolvemos ir embora, nem ao menos vimos as horas passarem, a conversa estava ótima e pude conhecer um pouco mais sobre Andressa. Quando já estávamos nos despedindo eu falei.

-Precisamos marcar mais vezes, na próxima será lá em casa. –falei para as duas.

-Claro, basta marcar. – sorriram.

             Fomos para o carro, logo que saímos da garagem ela perguntou preocupada:

-Você está bem?

-Sim. – sorri olhando-as. – Elas são ótimas, Andressa e eu somos mesmo parecidas.

-Que bom meu amor. E quanto a serem parecidas, você é a mais linda das duas. – sorriu para mim, me dando uma piscada.

           Eu sorri do que ela falou. Seguimos para casa, falando amenidades. Quando o assuntou foi o filho que as duas esperavam Bella disse assustada.

-Meu Deus! Amor nós precisamos de um quarto para Alice, tanto na sua casa, quando na que estamos construindo. – sorri vendo a agonia dela.

-Calma meu amor. Podemos decorar o quarto que era de Henrique. E quanto a outra casa, nós temos muitos quartos sobrando, um inclusive será do nosso filho, que você irá carregar, aí dentro dessa barriga linda.- sorri para ela.   

-Você quer mais filhos? – olhou para mim de canto de olho.

-Claro, Alice vai se sentir sozinha. – fiz cara de inocente.

-Alice, sei que é por ela que você quer outro filho. – sorriu para mim.

-Imagina como você vai ficar linda de barrigão.

-Gorda você quer dizer. – disse debochada.

-Não, vai ficar linda gravida. E eu vou adorar mimar você. – sorri e me aproximei beijando seu pescoço.

-Você vai me fazer bater o carro desse jeito.- reclamou rindo.

            Me sentei comportada, logo chegamos em casa. Não havia sinal de Milena, provavelmente ela devia ter saído com Isac. Bella e eu aproveitamos e curtimos um pouco Nikki e Lupi já que não tivemos tempo nos últimos dias. Passamos quase uma hora brincando com as duas na grama. Já era quase nove horas quando Mile apareceu.

-Boa noite casal. – falou sentando-se, Bella e eu estávamos na rede.

-Boa noite, onde você estava? – perguntei.

-Com o Isac, ele me levou para jantar. – sorriu de forma safada.

-Mile, ele te levou para jantar ou para você ser o jantar? – perguntei, rindo.

-Eiiii! – Bella reclamou. – Não quero saber os detalhes da vida sexual do meu irmão. – fez bico.

-Mas gente, isso é normal, fora que nós já vimos vocês em cada situação sexual. – Milena disse rindo, Bella jogou uma almofada nela.

- Como foi a noite de vocês? – perguntou.

-Ótima, Bella judiou de mim. – confessei e Bella riu baixinho.

-Eu disse que ela ia gostar das algemas. – Mile respondeu.

-Então foi você que ajudou? – perguntei.

-Quem mais seria?- deu de ombros.

 -Estava perfeito Mile. Obrigada por ajuda-la. – sorri agradecendo.

            Ela riu e Bella disse que ia tomar um banho e voltava logo.

-Mile, Andressa me disse que você se desculpou com ela. – falei olhando-a.

-Foi, eu agi errado com ela, sei que ela não teve uma vida muito fácil, assim como você. Claro que, se ela aprontar alguma eu vou bater nela, e se tentar roubar você de mim, mando sequestrarem ela. – disse rindo.

-Eu sei que você sempre vai me defender, ela é minha irmã, mas você também é. E nada vai mudar isso. – sorri olhando-a.

-Ai, chega de melação, por que daqui a pouco eu choro. – disse já passando a mão nos olhos. – O que você achou de Bia e Sam juntas?

-Acho que Bianca fez o que ninguém mais conseguiu fazer.

-Samantha se apaixonar. – Mile e eu falamos ao mesmo tempo e rimos.

- Nunca pensei que a poderosa Samantha teria ciúmes de alguém. – concluiu minha amiga.

-Muito menos eu, espero que elas consigam ficar juntas. – sorri, vendo Bella caminhar em nossa direção.

- Do que falamos? – perguntou deitando ao meu lado.

-SamBia.- Milena falou, Bella olhou para ela e riu.

-Samantha e Bianca, é assim que você vai chamar elas duas como casal, igualzinho a LaBella?

-Sim. –respondeu.

-Acho que você e Isac precisam de um apelido desses. – Bella disse.

-IsacMe, não esse é feio. MiSac, nossa esse foi pior. Desisto vou pensar em outro aí conto a vocês. Agora eu irei dormir, pois estou cansada. Boa noite meninas. – falou e saiu.

            Bella se aconchegou ainda mais em mim, eu comecei a fazer cafuné nela, e logo percebi que ela dormiu. Fechei meus olhos, sentindo o cheiro de seus cabelos e acabei cochilando. Já era madrugada quando despertei. Estava confortável dormir ali, Bella estava ainda mais agarrada em mim, resolvi que não iria acorda-la.

              A claridade doeu em meus olhos, me virei e ouvi Bella reclamar de baixo de mim.

-Amor você está me esmagando. – resmungou com a típica voz de sono.

-Desculpa. – me arrumei e a puxei para cima de mim.

             Beijei seu pescoço e ela sorriu de olhos fechados.

-Bom dia meu amor. – falou rindo.

-Bom dia anjo. Você dormiu bem? - perguntei.

-Dormi, bem agarrada em você. Só não gostei da claridade e de você me esmagando.

-Desculpa, também não gostei da claridade.

- Precisamos nos arrumar, hoje tenho que trabalhar. – disse bocejando.

-Tudo bem, eu também estou cheia de coisas pra fazer.

             Logo nos levantamos e fomos para o quarto, tomamos banho juntas, e alguns minutos depois já nos despedíamos na garagem.

-Até mais tarde meu amor. – Bella disse me beijando.

-Até linda.

              Ela logo seguiu para a empresa e eu fui encontrar Milena na construção. Estacionei o carro e vi Milena conversar com outra mulher. Me aproximei das duas.

-Bom dia. – cumprimentei.

- Lari essa é Camilla, filha do Dr. Fontes.

               A mulher me estendeu a mão, era baixinha, com sorriso fácil. Cabelos curtos, vestia uma saia colada ao corpo, deveria ter a nossa idade.

-Muito prazer, finalmente nos conhecemos. – sorriu sem largar minha mão.

            Olhei para Milena pedindo socorro, ela então falou, fazendo com que a loira soltasse minha mão:

-Camilla veio ver o andamento da obra. Quis ir mostra-la, porém ela fez questão de esperar por você. – Milena disse com uma cara de quem diz “ eu tentei”.

-Claro, vou apenas trocar de roupa e poderei lhe mostrar tudo.

-Entendo, será que posso me trocar também? Depois que eu sair daqui ainda terei uma reunião. – perguntou me olhando.

-Claro, por aqui. – disse e ela passou por mim. – De onde surgiu isso? – sussurrei para Milena.

- Obra do capeta. – fez chifres em cima da cabeça e começou a rir.

             Levei a tal Camilla ao local que ela poderia se trocar. Deixei-a sozinha e fui para outro lugar fazer o mesmo. Depois de ter trocado de roupa, esperei Camilla aparecer. Ela caminhou até mim e eu fui mostrar-lhe tudo.

-Nossa, meu pai tinha razão, o prédio vai ficar lindo e pelo visto será entregue antes do tempo previsto. – disse admirada.

-É o que esperamos. – falei enquanto caminhávamos para fora do local.

-Você é realmente muito responsável. – me encarou. –Bom eu vou indo, aqui estão meus telefones para contato, caso você precise de um advogado. – me entregou o cartão.

                        A mulher se afastou, eu fiquei observando-a caminhar. Milena apareceu ao meu lado.

-Se Bella te pega olhando a loira. – bateu no meu ombro.

-Não estou olhando-a, quer dizer não desse jeito que você com essa mente poluída está pensando. – olhei para ela que prendia o riso.

-Sei, e o que isso em sua mão? – apontou o cartão.

-Ela me deu caso eu precisasse de um advogado. – olhei Mile que sorriu. – Eu só não tive tempo de dizer que já tenho a advogada mais linda do mundo dormindo comigo todos os dias. – sorri para Mile.

-E que além de linda é brava. –Mile completou.

-Você tem razão, vamos trabalhar.

                           A manhã passou rápido, já era mais de meio dia quando Bella me ligou:

-Amor, vem almoçar comigo? – disse toda manhosa.

-Claro meu amor, onde você está? – disse já me trocando.

-No Santé. – deu um pequeno riso.

-Nem sei porque pergunto isso ainda. Daqui a pouco estou aí. – falei e encerramos a ligação.

                           Sai direto para o carro, Milena já havia ido almoçar com Isac. Dirigi calmamente, e logo estava em frente ao Santé. Desci do carro, e assim que entrei no lugar dei uma olhada procurando por Bella. Ela estava de costas para mim. Caminhei até ela.

-Por favor não me diga que você está acompanhada. – sussurrei em seu ouvido.

                             Vi um arrepio percorrer o seu corpo, ela sorrindo disse:

-Na verdade estou esperando alguém, e da última vez que uma mulher chegou perto de mim ela socou a cara dela. – disse rindo e me encarando.

-Acho que posso arriscar levar esse soco. – ergui uma sobrancelha.

                           Dei um selinho rápido, e me sentei a sua frente. Ela me olhava sorrindo, sustentamos o olhar uma na outra, o tempo parecia parar sempre que isso acontecia. Mas para meu desagrado ouvi a seguinte frase:

-Larissa, que surpresa, a segunda vez que nos encontramos hoje. –Camilla, disse com a mão em meu ombro.

                          Bella olhou a mão da mulher em meu ombro, em seguida analisou a loira de cima a baixo. Ela não se importou com o olhar que Bella lhe dava, e continuou com a mão em meu ombro.

-Pois é Camilla, uma coincidência e tanto. – sorri sem jeito, retirando a mão dela de meu ombro. – Deixe-me lhe apresentar a Dra. Isabella Magalhães, minha...

-Futura Isabella Magalhães Rodrigues.- estendeu a mão cumprimentando a mulher. – Muito prazer Camilla. – sorriu da cara de espanto que a mulher fez.

 

 

 

 

Fim do capítulo