Capítulo 10

 

-- Olá tia Marta - Daniela disse com um sorriso forçado. 

 

-- Daniela, que bom vê-la - a mulher sorriu amável. 

 

-- A Érika está? 

 

-- Acabou de chegar. Pode subir, minha querida. Você é de casa. 

 

-- Obrigada, tia. 

 

A morena praticamente correu em direção ao quarto da amiga. Abriu a porta sem bater antes. Érika estava deitada na cama e olhava o teto branco, como se algo ali fosse muito importante. A loira percebeu a presença da amiga e suspirou profundamente. Daniela aproximou-se.

 

-- O que você pensava que estava fazendo, Érika?! - tentava se controlar para não gritar. 

 

A menina permanecia olhando o teto. 

 

-- Eu ia falar a verdade para ela - foi a resposta simples. 

 

-- Por que?! Enlouqueceu foi?! - trincou os dentes. 

 

Érika sentou-se na cama e encarou a morena. 

 

-- Não percebe que isso é loucura, Daniela? 

 

-- Você não tem esse direito, Érika! - disse apontando o dedo em riste. 

 

-- Para com isso... Você nem gostava dela. 

 

-- Mas as coisas mudaram - disse um pouco mais calma. 

 

-- Como assim? 

 

-- Eu gosto dela - confessou. 

 

Érika não ficou surpresa, pois não era idiota e já havia percebido. 

 

-- Mas ela gosta da Luiza. 

 

A morena fuzilou a amiga. 

 

-- Rebecca é muito nova. Está apenas confusa.

 

-- Ela é nova, mas não é burra! É melhor você esquecer ela de vez. Deixa a menina, Dani - Érika estava séria. 

 

-- Eu nunca vou deixar essas duas ficarem juntas! Nunca! - disse descontrolada - Além, de amar a Rebecca, eu odeio a Luiza. Nunca que elas vão ficar juntas. O que eu puder fazer pra impedir essa merd*, eu faço! 

 

-- Chega Daniela! Você tá descontrolada... E eu sinto muito, mas irei contar a verdade a ruiva. Ela merece saber toda a bosta que nós duas armamos. Isso já está me sufocando há um tempo. O que eu fiz foi uma burrada sem tamanho - Érika ficou de pé e passava as mãos no cabelo nervosa. 

 

Daniela ficou um tempo sem reação. 

 

-- Não ouse abrir esse bico, Érika! - disse entre dentes. 

 

Érika que estava andando de um lado ao outro, estancou e encarou a amiga. 

 

-- Eu vou falar sim. Isso fará bem a todas nós. 

 

Daniela aproximou-se da loira a encarando seriamente. 

 

-- Pois se você falar qualquer coisa para a Rebecca. Eu irei contar toda a verdade a seus pais. 

 

A loira arregalou os olhos surpresa. 

 

-- Tá doida, Dani? Do que você está falando? 

 

-- Dos seus gostos... - disse calmamente, andando em direção a janela e observando o movimento lá fora. 

 

Érika sentiu um calafrio tomar todo seu corpo. Sua respiração alterou.

 

-- O-que? - disse tensa. 

 

-- Eu sempre soube de você. Esperei o dia que você teria a coragem de se abrir comigo. Eu nunca te julguei por isso, afinal sempre te considerei uma irmã... Eu percebi com o tempo... Com seus gestos e principalmente com os seus olhos - disse pensativa, ainda olhando pela janela. 

 

Érika não teve forças para permanecer de pé e sentou-se na cama de cabeça baixa. 

 

-- Então vo-cê... Sa-be.... Que... Que... - Érika não conseguia falar. 

 

Daniela virou-se para encará-la. 

 

-- Que você gosta de meninas? Sim, eu sempre soube. 

 

Érika perdeu a voz. Daniela percebeu que a menina estava abalada e aproximou-se, agachando e levantando levemente o rosto da loira. Érika a encarou.

 

-- Eu sei que você gosta da Luiza... Eu sei de tudo, Érika - disse com carinho - Eu vi tudo que você sofreu por ela... Pensa comigo, Érika... Você gosta da Ana Luiza e eu gosto da Rebecca a gente podia se unir para não deixá-las ficarem juntas e eu te ajudaria com aquela ridícula da Ana Luiza. Você poderia ficar com ela. Sei que essa é sua vontade. 

 

-- Eu nunca faria isso, Daniela... Eu não sou assim. Nunca conseguiria ser feliz desse jeito. 

 

Daniela levantou-se irritada. 

 

-- Será que você é retardada, Érika? Como você pode aceitar isso?!... Você está abrindo mão da Ana Luiza sem nem ao menos tentar. Deixa de ser idiota! - rosnou. 

 

-- Você não percebe que isso é um guerra perdida, aquelas duas se amam e não a nada que a gente faça que poderá mudar isso! 

 

-- Nunca pensei que você tivesse esses pensamentos de derrotados. 

 

-- Não se trata disso, Daniela. Nada do que você fizer poderá mudar o sentimento daquelas duas. Elas se amam e eu nunca faria nada para impedir que as duas ficassem juntas. E eu nunca iria me perdoar se fizesse qualquer coisa para afastar as duas. Eu posso amar a Luiza, mas não sou idiota para me enganar em relação a ela.

 

Daniela gargalhou de forma irônica. 

 

-- Eu por sorte não penso igual a você... Vou acabar com qualquer chance que aquelas duas têm de ficarem juntas! 

 

-- Não faça isso! Eu não vou deixar! 

 

-- Ah é?Jura? O que você vai fazer hein? - debochou. 

 

-- Vou contar toda a verdade para a Rebecca, tudo o que eu sei! 

 

-- Nem pense em fazer isso. Posso gostar muito de você, Érika, mas não ouse se meter no meu caminho... Eu posso acabar com você! - ameaçou. 

 

-- Você está me ameaçando é isso? - perguntou incrédula. 

 

-- Sim, estou. Se você tentar falar qualquer coisa para a Rebecca, eu não vou pensar duas vezes em contar a seus pais o gostos que a filha caçula tem... Imagina Érika... Já não basta ser adotada... Você ainda tem que ser lésbica? Imagina como vai ser quando souberem...  A menina adota e lésbica... Que decepção hein - despejou cheia de veneno. 

 

Érika lágrimava, mas Daniela não amoleceu. 

 

-- Não me obrigue a ser cruel a esse ponto, Érika. Acho bom você não tentar me atrapalhar com a minha vermelhinha! Eu não irei pensar duas vezes em falar tudo... Tudinho o que sei! Cuide da sua vida! 

 

Érika não conseguia acreditar que era Daniela falando daquela maneira com ela. Lembrou-se das várias vezes que suas primas tentaram abrir seus olhos em relação a ela. Luiza principalmente, que mesmo sendo completamente ignorada pela garota, não deixava de se preocupar com seu bem estar. Mas Érika estava magoada demais para tentar ouvi-la. Agora vendo essa Daniela percebeu que tudo que as primas falavam sobre ela, era verdade.

 

"Essa garota não presta, Érika. Tenha cuidado com ela. Eu sei que você não quer falar comigo, mas, por favor, me escute... Não se deixe enganar por essa garota"

 

Lembrou-se das muitas vezes que Luiza tentou conversar com ela. 

 

"Sinceramente, tu tem um gosto duvidoso pra amizades. Como tu não consegue perceber que essa garota é uma cobra egoísta!"

 

Carol na muitas vezes em que xingava a garota. 

 

Todas elas tinham razão. Como poderia ter sido tão cega. 

 

-- Como eu pude ser tão burra - sussurrou para si mesma, mas Daniela escutou. 

 

-- O que? 

 

Érika se levantou e enxugou algumas lágrimas que insistiam em sair. Caminhou em direção a porta a abrindo e encarando a morena. 

 

-- Sai daqui! 

 

-- Somente quando vc disser que não vai abrir essa boca! 

 

-- Pode ficar sossegada, não vou dizer nada. Agora sai - tentava se controlar. 

 

-- Érika... - Daniela tentou falar. 

 

-- Sai daqui! - gritou. 

 

-- Um dia você vai me agradecer... 

 

-- Nunca!

 

Daniela saiu e a loira bateu a porta fortemente. Correu em direção a cama e chorou muito. Quando se sentiu melhor decidiu se arrumar e ir para uma festa. Precisava se distrair urgentemente e ela não era o tipo de garota que ficava trancada no quarto remoendo suas dores. 

 

**************

 

-- Quem deixou uma bolsa cheia de doces dentro da geladeira? - Rosana segurava a bolsa e olhava seriamente para Carol que fez cara de paisagem. 

 

-- Só pode ter sido a Luiza, mamãe. 

 

Luiza que estava sentada no sofá revirou os olhos. 

 

-- Ah tá... É a Luiza que vive pegando doces de todas as festa que vai né... 

 

Carol sorriu. 

 

-- Ok,  fui eu... Eu fiquei com preguiça de tirar os doces da bolsa mãe. 

 

-- Mas você não tem jeito, menina. Pois venha, você irá me ajudar hoje na cozinha. 

 

-- Mas mãe...

 

-- Não demora, Carolina - disse voltando para a cozinha e levando a bolsa junto. 

 

-- Poxa, eu tô doente - disse fazendo bico.

 

-- Na hora de fazer alguma coisa que você gosta, não a essa desculpa né - Luiza. 

 

-- Aff! - Carol resmungou se levantando e caminhando em direção a cozinha. 

 

-- Tô logo avisando que me recuso a cortar cebola! - falou um pouco mais alto para a mãe escutar. 

 

Luiza ficou sozinha e seus pensamentos se perdiam na cena do dia anterior. O beijo de sua amada Rebecca em Daniela. Era tão doloroso pensar nisso, mas a menina não conseguia evitar. 

 

Luiza sentiu o celular vibrando e sorriu ao ver quem era. 

 

-- Oi Bia. 

 

-- Se eu não procuro essa nerd filha da mãe, essa cachorra simplesmente some - resmungou a menina. 

 

-- Oi Luiza. Tudo bem com você? Ah, tudo sim... - Luiza disse brincando e fez Bia rir. 

 

-- Sua coisa, tu nem procura mais né? 

 

-- Desculpa, minha cabeça anda tão louca esses tempos.... 

 

-- Essas pessoas se apaixonam e abandonam os amigos... Você não sente sua orelha esquentar não? 

 

-- Não. Porquê eu sentiria? 

 

-- Porque eu vivo falando mal de você e daquela vaca da Thaís...  Agora só querem saber de Rebecca e  Karina... Suas coisas! Fique sabendo que um dia vocês vão precisar de mim e eu vou mandar uma bela banana pra vocês. 

 

-- Olha o drama, Bia. Cuidado pra não enfartar - disse rindo. 

 

-- Ah verdade. Preciso manter a calma. Como está minha amiga querida? 

 

-- Estou mal. 

 

Luiza não era de esconder o que estava sentido. 

 

-- Eita mulher! O que houve? 

 

Luiza fez um resumo rápido a amiga. 

 

-- Credo, eu achando que você estava numa boa curtindo a ruivinha. 

 

-- Pois é... Meu destino é sofrer. 

 

-- Chega né, ninguém merece... Tenho uma ideia para curar sua fossa - disse animada. 

 

-- Nem pense em me oferecer seu cachimbo, Bia. Eu tasco ele na tua cabeça. Tô avisando. 

 

-- Aff, não é nada disso... Que tal a ir numa festa? Você precisa se distrair um pouco. 

 

-- Você sabe que não gosto de festa. 

 

-- Deixa de ser velha, Luiza... Vai ser legal e a festa da riquinha da Virgínia, todo o povo jovem da cidade vai estar por lá... Um festão... Vamos, por favor... 

 

-- Não, Bia. Esquece, prefiro ficar em casa. 

 

-- Credo hein... Ok, amanhã passo aí pra te ver beleza? 

 

-- Tá bom... Mas me liga antes e nem pense em chegar perto daqui. 

 

Beatriz gargalhou. 

 

-- Entendi, senhorita... Boa noite Lulu... Tome Coca que melhora...  Ops, cheire - e riu. 

 

-- Idiota! Boa noite, Bia e aproveite a festa. Tchau. 

 

-- Tchau, minha gata favorita. 

 

Luiza passou o resto da noite em seu quarto tentando ler, mas estava difícil se concentrar. 

 

"Ela nem ao menos veio me procurar"

 

Pensou tristemente. 

 

************

 

Rebecca tentou procurar Luiza novamente, mas o pai a impediu e começou a falar sobre alguns assuntos da empresa. Rebecca entendia tudo que ele dizia, mas não estava com a mínima paciência para aquele tipo de conversa. Daniela apareceu e Rebecca foi se arrumar sem ânimo algum. Depois seguiram para a festa, que estava animada. Tinha muitas pessoas ali.  Rebecca se assustou com algumas coisas que viu. Jovens visivelmente alcoolizados e drogados. Alguns jogado em um canto qualquer. Rebecca estava horrorizada com tudo que estava vendo. Olhou para a morena que estava tranquila e sorrindo. 

 

Rebecca ficou em volta de várias pessoas que conversavam coisas completamente fúteis. A menina não aguentava mais todo aquele papo hipócrita. Virgínia a dona da festa estava embriagada e falava várias coisas sem noção alguma. Daniela conhecia a menina e todos que estavam por ali. Percebeu que a morena tinha uma conversar completamente estúpida quando estava junto daquelas pessoas, que eram todas ricas, e a ruiva podia se incluir nessa lista. Alguns meninos tentaram chegar nela, mas Daniela sempre cortava cada um. Ao menos para isso a morena estava servindo.

 

Depois de algumas horas a ruiva percebeu que Dani já estava alterada pelo álcool, mas ainda sabia o que estava rolando em sua volta. Pediu várias vezes para as duas irem embora, mas a morena negava. A menina estava entediada, e estava sentada em um canto. Observava as pessoas cada vez mais loucas naquele local.  No meio de toda aquela gente a ruiva reconheceu a cabeleira loira de uma garota que estava a alguns metros de distância. 

 

"Érika"

 

A ruiva sorriu. Érika era bem melhor que qualquer uma daquelas pessoas que estavam ali e isso incluía Daniela. Rebecca levantou-se e caminhou em direção a loira. Daniela nem percebeu que a menina havia se afastado. 

 

Rebecca percebeu que Érika não estava sozinha. Havia uma menina com ela. Branca de cabelos e olhos castanhos claros. Reparou nos trajes da garota. Ela usava preto, muito preto. Parecia uma roqueira. 

 

-- Érika... - a ruiva chamou timidamente. 

 

Érika virou-se para encarar a ruiva. 

 

-- Rebecca! - Érika disse surpresa. 

 

A ruiva percebeu que a menina estava sóbria e ficou mais aliviada. 

 

-- Oi... - sorriu sem graça. 

 

-- O que você faz aqui? - indagou a loira. 

 

-- É uma festa de rico... Papai me obrigou a vim... 

 

-- Uau que pai da hora hein - Bia disse sorrindo. 

 

Rebecca a encarou curiosa. Érika apresentou as duas. 

 

-- Bia essa é  a Rebecca, e Rebecca esse é a Bia. 

 

-- Olá Rebecca - Bia estendeu a mão. 

 

Rebecca apertou. 

 

-- Olá Bia. 

 

Beatriz a olhava curiosa e não conseguiu segurar a língua. 

 

-- Você é a amiga estrangeira da Luiza? - perguntou encarando aqueles olhos de mel. 

 

Rebecca a olhou surpresa. 

 

-- Sim... Eu sou amiga da Luiza. Você conhece ela?

 

-- Claro! Como não iria conhecer a minha ex namorada - disse com um sorriso inocente. 

 

O sorriso de Rebecca murchou no mesmo instante. 

 

"O QUE?? ESSA GAROTA É EX DA MINHA LUIZA?!"

 

-- Ah... - foi a única coisa que ela conseguiu dizer. 

 

Érika encarou Bia e percebeu que a menina estava provocando a ruiva. 

 

-- Hoje inclusive eu liguei pra ela. Chamei essa gata, pra vim dá uma distraidinha comigo, mas aquela nerd linda não gosta de festa... Uma pena a gente podia se divertir tanto hoje - disse com malícia.

 

Rebecca  apertou os lábios tentando se controlar. Por dentro estava queimando de raiva daquela garota. Seu rosto ficou corado e a menina olhava para Bia furiosa.

 

Beatriz tinha um sorriso inocente nos lábios. 

 

-- Ela não é linda,  Rebecca? - provocou - Tipo eu babo nela... Ohh - fez cara de pervertida. 

 

Rebecca estava pronta para dar uma resposta atravessada para aquela garota Infeliz. Ela conseguiu irritar a ruiva ao extremo. 

 

Érika resolveu amenizar aquele clima que estava tenso. 

 

-- Com quem você está aqui, Rebecca? 

 

A ruiva encarou a loira e conseguiu ficar mais calma. 

 

-- Com a Daniela... Papai me obrigou a vim com ela - disse desgostosa. 

 

-- Daniela tá aqui? - perguntou tensa. 

 

-- Sim, ela está ali -  Rebecca apontou para a roda de pessoas que estava antes. A morena estava no meio e sorria alegremente. 

 

Érika engoliu em seco.

 

-- Preciso ir no banheiro - disse sumindo dali. Queria ficar o mais longe possível da morena. 

 

-- Vou atrás dela - Bia disse correndo para alcançar a loira. 

 

Rebecca ficou outra vez sozinha. Voltou a sentar no seu canto e observar as pessoas. 

O tédio dominava totalmente a ruivinha. 

 

**********

 

Luiza já havia desistido de tentar ler algum livro. Os pensamentos não deixavam  a menina prestar atenção em qualquer coisa.  

 

"Rebecca, Rebecca, Rebecca..."

 

Esse era o único pensamento de Luiza.

 

Estava distraída e se assustou quando o celular vibrou em cima de si. Olhou no visor. 

 

"Bia!"

 

Franziu a testa e atendeu. 

 

-- Oi Bia... - Luiza conseguiu escutar o barulho de música alta, mas estava um pouco abafado.

 

-- Luiza pelo amor de Deus! Vem cuidar da tua prima.  Eu não dou pra ser babá de bêbado, mal cuido de mim e, além disso, ela não para de chamar por você.. 

 

-- De quem você está falando, Bia? 

 

Beatriz revirou os olhos. 

 

-- Da Cinderela - disse irônica - Tô falando da Érika né, bocó. 

 

-- Mas a Érika não bebe.

 

-- Pra tudo tem uma primeira vez, gata. Você vem ajudar ou não? 

 

-- Claro, já estou indo... - disse se levantando. 

 

-- Não demora bebê... Bêbado é foda demais... MEU DEUS, ÉRIKA! - gritou - Preciso desligar... Não demora... Tchau  

 

Luiza não conseguia acreditar que Érika estava bêbada. A Loira sempre foi tão certinha quanto Luiza. Aquilo estava muito estranho, algo havia acontecido. 

 

Luiza vestiu a primeira roupa que encontrou. Por sorte havia um ponto de táxi perto de sua casa, pegou um e rumou para a festa. 

 

"Ai Érika, o que aconteceu com você? Essas mulheres só dão trabalho. Senhor!"

 

 

 

Fim do capítulo