Capítulo 16 - Sonho
Sentia um suave toque em meu ombro, porém, me recusava a abrir os olhos. A cama estava tão quentinha e convidativa.
-- Acorda sua dorminhoca. – soprava em meu ouvido - Tá todo mundo lá na piscina, só falta você. Anda amor...
-- Não quero ir... – fiz birra virando para o outro lado e tapando meu rosto com o travesseiro.
-- Se você não levantar dessa cama eu vou pedir a mamãe para vir lhe chamar.
-- Pronto! Já levantei. – sentei na cama de olhos arregalados.
-- Aham. Agora já sei que método usar para lhe convencer de algo que eu queira. É só chamar a dona Celina, não é amor?
-- Você não precisa chamar a sua mãe, eu já faço tudo o que você quer amor.
Espreguicei-me e o lençol que cobria meu corpo escorregou, me deixando quase nua – apenas o lençol evitava minha nudez, nada de roupas. Percebi o olhar de minha esposa descer por meu corpo rapidamente, porém, desviando-o enquanto disfarçava.
-- Vai tomar banho? – perguntou olhando para todo canto, menos para mim.
Não ergui o lençol de volta, não me cobriria, pelo contrário, provocaria Giovanna com aquilo. Com as mãos puxei o lençol um pouco para o lado e fingi que espreguiçava novamente, dessa vez afastando um pouquinho as pernas, o suficiente para exibir meu sex*.
-- Depois da noite de ontem preciso sim de um banho, para começar a recompor minhas energias. Estou moída.
Giovanna não me olhava, com certeza evitando que eu ficasse naquela cama por mais tempo, quer dizer, que ficássemos, pois apesar de ela tentar disfarçar, eu sei que no seu íntimo ela sentia a mesma vontade que eu estava sentindo naquele momento. A noite passada não foi o suficiente para aplacar aquele fogo crescente.
-- É melhor você tomar o seu banho amor. – falou me dando as costas.
-- Por quê?
-- Temos que descer.
Levei a mão ao meio das minhas pernas, senti que meu corpo começava a reagir à expectativa de ter aquela ruiva na cama novamente. Levantei e fui até Giovanna, abraçando-a por trás. Beijei sua nuca e senti seu corpo amolecer em meus braços.
-- Esta tentando me evitar?
-- Estou tentando reagir à tentação que é você. – quase sussurrou.
-- Não resiste amor. Olha como eu já estou. – levei sua mão até meu sex* e ela me presenteou com aquele gemido gostoso.
-- Temos que descer, todos estão nos esperando.
-- Descemos já. – deslizei minhas mãos por dentro de sua blusa, arranhando suavemente a sua pele – Ou você ainda quer resistir? – perguntei ch*pando o lóbulo de sua orelha.
Pronto! Aquilo bastou para despertar a mulher indomável que eu sabia que tinha ali. Giovanna se virou em minha direção e pulou contra mim, fazendo com que eu a segurasse pela cintura. Seus lábios tomaram o meu com volúpia. Dei alguns passos para trás até sentir minhas pernas contra a cama. Sentei com ela em meu colo e dei total atenção àquela boca carnuda.
Giovanna mexia devagarzinho em minhas pernas, um tímido vai e vem. Eu apertava suas coxas só para ouvir aqueles pequenos gemidos que ela não conseguia segurar. Apressada, tirei a blusa que ela vestia, quer dizer, praticamente rasguei a peça de tecido fino. Quase enlouqueci quando senti seus seios de biquinhos duros friccionarem contra os meus.
Desci minha boca por seu pescoço, ainda indecisa se beijava, lambia ou mordia. Aquele cheiro tão gostoso e tão característico que vinha dela era incrível.
Giovanna empurrou seu corpo contra o meu até que eu deitasse sobre o colchão macio. Assim que o fiz, ela deitou sobre mim e levou seu seio direito até a minha boca, e eu, não perdi tempo, para quê se fazer de rogada não é mesmo? Passei a sugar, ch*par e mordiscar o biquinho rosado.
Minha esposa se mantinha de olhos fechados, mas isso não a deixava menos habilidosa, logo senti sua mão passear sorrateiramente por meu sex*. Abri um pouco mais as pernas deixando-a encaixada ali.
Seus dedos se moviam com maestria, tirando toda a minha concentração no que eu estava fazendo. Para não perder a lucidez fiz o corpo menor rolar para o lado, invertendo as posições. Agora quem estava por cima era eu.
Com calma, abri seu short, descendo por suas pernas sem nenhuma pressa. Giovanna me olhava, mordia o cantinho da boca e me provocava com aquilo. Até que em um ato de verdadeira provocação, Giovanna apertou os próprios seios e fechou os olhos. Não agüentei me fazer de calma por muito tempo, tirei sua calcinha com uma pressa recorde, e logo me deitei sobre ela, beijando sua boca com toda vontade que eu sentia.
Beijei sua boca uma última vez e separei nossos corpos para poder me posicionar da maneira que eu queria. Desci beijando sua barriga, passando minha língua em seu umbigo até que eu finalmente chegasse a seu sex*. Entreabri-o com os dedos e senti o meu sex* vibrar ao sentir o cheiro que emanava dali. Ela estava molhadinha.
Beijei a parte interna de suas coxas, prolonguei-me pela parte externa até tocar com a ponte de minha língua o seu íntimo. Passei a língua de baixo para cima, demorando-me um pouco mais ao chegar em sua entrada. Ch*pei os grandes lábios enquanto Giovanna começava a se contorcer de prazer.
Suas mãos em meus cabelos tentavam impor o ritmo e a intensidade com a qual eu mexia a minha língua, mas isso era em que ditava. Prendi seu clit*ris com a ponta dos dentes e ch*pei aquele pequeno nervo.
Minha ruiva tremia, gemia e chamava o meu nome. Não parei até que ela gritasse meu nome e eu pudesse ver o seu líquido se derramar. Não desperdicei, tomei tudo o que ela me oferecia. Escalei seu corpo de volta, beijei seus lábios, e deitei ao seu lado com um sorriso bobo no rosto. Ela mantinha os olhos fechados, seu peito subia e descia.
-- Amor? – chamou-me depois de um tempo.
-- Oi.
-- Tenho sentido vontade de fazer uma coisa que nunca fizemos.
-- O quê?
-- É...sabe...Ah amor, deixa pra lá. Quando eu tiver um pouquinho mais de coragem eu conto.
-- Tem certeza? Não quer mesmo contar?
-- Tenho, depois eu conto.
-- Tem sentindo muita vontade?
-- Muito amor, como nunca antes.
Ela me deu um sorriso de lado, um sorriso safado e depois deitou a sua cabeça em meu peito. Fechei os olhos pensando que agora ela queria descansar, mas me enganei. Giovanna mordiscou meu seio esquerdo e começou a ch*pá-lo, sugando, lambendo e despertando meu corpo novamente.
Quando a ruiva danada percebeu meu estado novamente, ela levantou e sentou sobre a minha barriga, ficando de costas para mim. Aos poucos ela se abaixou como se fosse tocar meus pés, e aquilo me deu uma visão magnífica de seu sex*, e claro, não só de seu sex*. Ela olhou para trás para conferir minha feição – que aquele instante deveria ser das mais gulosas – e empinou seu bumbum. Fui a loucura com aquilo e dei-lhe um tapa, deixando a área avermelhada.
Giovanna gem*u e me fez afastar as pernas, posicionando seu sex* próximo ao meu rosto. Entendi o que ela queria. Não demorou para que eu sentisse aquela língua atrevida brincar em meu sex*. Fiz o mesmo com ela, ch*pei aquele sex* gostoso, mas, tive que parar para gem*r quando senti dedos deslizarem para dentro de mim.
Voltei para a minha tarefa fazendo o mesmo que ela. Penetrei-a enquanto ch*pava seu sex* absurdamente molhado. Giovanna intensificou o seu vai e vem deixando-me a beira do ápice. Movimentei meus dedos dentro dela em movimentos circulares, sabia que ela gostava daquilo. Seu sex* apertou meus dedos e eu gemi de prazer.
Extasiadas, deixamos nossos corpos caírem na cama. Giovanna se aconchegou em meu corpo jogando sua perna sobre as minhas. Sua respiração ainda estava alterada, começava a normalizar pouco a pouco. Aquela mulher ainda ia acabar comigo!
Para variar, caímos na gargalhada quando meu estômago resolveu protestar sem nem um pingo de timidez.
-- Preciso alimentar você amor. – ela falou deitada em meu ombro enquanto me olhava nos olhos.
Sem querer eu me perdi naquele mar, olhei dentro deles e fui capaz de reviver em segundos tudo o que vivemos desde o dia em que nos conhecemos. Revivi cada sensação como se tudo tivesse acabado de acontecer. Meu coração não agüentaria tanta felicidade e tanta emoção em um pequeno espaço de tempo como aquele. Era muita coisa para um pobre coração.
De repente, eu estava casada e seria mãe, tinha uma enorme e linda casa e nada poderia ser melhor. Nunca duvidei de que Giovanna fosse a mulher da minha vida, mas, agora eu tinha certeza de que ela seria a mulher certa para mim nessa vida, e nas que vierem. Eu queria amar aquela mulher em todas as minhas vidas, queria pertencer a ela durante toda a eternidade.
-- O que foi amor?
-- Ãm?
-- Por que está me olhando desse jeito?
-- Só estava pensando no quanto eu te amo minha ruiva.
Ela me deu aquele sorriso acanhando e escondeu o rosto na curva de meu pescoço. Sorri, afinal, sorrir era algo extremamente fácil do lado dela. Giovanna distribuiu pequenos beijinhos naquela área, senti cócegas e acabei dando uma gargalhada bem audível.
-- Já estava preocupada pensando que vocês tinham morrido ai dentro. – Alice dava batidinhas na porta – Vocês não vão descer não? Tá todo mundo esperando suas anfitriãs de meia tigela.
-- Já estamos indo Alice, nos dê só mais um minutinho e já descemos. A Luíza ta fazendo birra pra sair da cama, mas a barriga dela já deu sinal de vida.
-- Ah então dessa vez vocês descem mesmo. – gargalhou – Descam logo!
Trocamos um olhar divertido e rimos juntas. Ainda bem que aquela doida não inventou de entrar no quarto sem ser convidada, do contrário ela veria uma cena que demoraria bastante para ser apagada de sua memória.
Finalmente abandonamos a cama e fomos tomar banho, mas, para minha tristeza, Giovanna tomou banho enquanto eu a esperava e desceu logo em seguida dizendo que precisava fugir de mim, ou eu a prenderia ali novamente. Garota esperta!
Tomei meu banho e não tardei em descer, eu precisava mesmo me alimentar, estava sem força e energia nenhuma.
Desci as escadas que levavam à sala e depois segui as vozes que vinham da parte de trás da casa. Sai pela mesma porta que na noite passada me levou a um dos momentos mais felizes da minha vida: meu casamento. Não deu pra controlar aquele sorriso bobo que surgiu no meu rosto, e eu nem me importava, queria que todo mundo visse o quanto eu estava feliz.
-- Até que enfim a donzela apareceu.
-- Deixa de ser chata Alice. – brinquei.
A parte que ocupávamos era uma espécie de deck e churrasqueira, somente hoje vi que tinha uma piscina ali. Pelos meus cálculos, a piscina ontem esteve detrás do altar que fora armado para o casamento. Aquela casa era realmente enorme.
Murilo vestia um calção de praia e tomava conta da churrasqueira, Elisa estava com Daniel nos braços, dentro da piscina, e Letícia, esposa de meu irmão acompanhava os dois bem de perto.
Elisa levava o maior jeito com a criança, dali podia-se ouvir as risadas do garotinho sapeca. Não restavam dúvidas de que ela seria uma ótima tia, e claro, uma ótima mãe.
Sentados à mesa estavam Alice, Celina, Thaís, Murilo, Giovanna e eu. Conversávamos bobagens, e a cada assunto mais delicado que acabava rolando na mesa eu olhava diretamente para minha sogra, em busca de uma expressão que denunciasse desagrado ou coisa do tipo. Acabei não encontrando nada, ela estava solta, alegre e até participava.
-- Acho que perdi a minha namorada para o seu sobrinho fofucho amiga. Olha! Ela não me dá a mínima atenção.
-- É melhor se acostumarem, aquele garotão ali vai ser pagador que nem o pai, as mulheres vão cair aos pés dele.
-- Deixa a Letícia ouvir essa estória de pagador viu Murilo? – brinquei.
-- Eu estava brincando.
-- Sei. Mas por falar em bebê fofucho, alguém aqui nessa mesa ainda não sabe que eu serei mamãe?
-- O quê? – perguntaram juntos Murilo e Thaís.
-- Isso mesmo gente, essa ruiva aqui está grávida. Em breve seremos mamães!
Ouvi felicitações e parabéns de todos os lados.
-- Bem que eu percebi uma mudança discreta no corpo de Giovanna. – disse Thaís.
-- Ai meu Deus! Sério que já dá pra perceber essas mudanças? Eu engordei não foi?
-- Claro que não amor.
-- Você nunca percebeu... – falou baixinho.
-- Não Giovanna, é que um olhar bem observador é capaz de perceber. Um corpo feminino esconde detalhes que nem todo mundo encontra...
Ok. Depois desse comentário de Thaís passei a ter uma pequena pulguinha atrás da orelha em relação a ela. Como assim ela andava observando os corpos femininos? Desde quando? Será que...
-- Thaís você é gay?
Pronto! Minha amiga, com um enorme tato – só que não - para tocar em assuntos delicados acabou dando voz aos meus pensamentos. Até eu fiquei constrangida naquele instante, e olha que a pergunta não era pra mim.
Como nunca antes, vi Thaís com as bochechas avermelhadas e ligeiramente sem jeito. Olhei para ela esperando por uma resposta. Já que a pergunta foi feita, eu queria saber a resposta. Eu teria até perguntado, mas não assim, na frente de pessoas que ela nem conhecia.
-- Eu sempre fui muito bem resolvida com minha orientação sexual, nunca tive problemas em me aceitar, mas o mesmo não ocorre com as outras pessoas. Mas, apesar de tudo, eu não escondo de ninguém, então sim, eu sou gay.
Giovanna me olhou espantada, e com uma expressão divertida murmurou “Você já sabia?”. Neguei balançando a cabeça. Eu nunca soube, Thaís sempre foi discreta, nunca conversamos nada muito íntimo. Nunca imaginei.
No meio daquela resposta, pude sentir mágoa, tristeza e decepção, tudo junto de uma maneira visível e palpável.
-- Eu que ajudei essa daí a aceitar o que ela realmente sentia. – apontou para mim – Mania chata de ficar dividida entre o que ela sentia e pensava ser o correto.
-- Quando foi que descobriu, é...que você...digamos... –
-- Era lésbica? – Celina tentou, e Giovanna completou a frase.
-- Isso.
Essa não era o tipo de pergunta que eu esperava da minha sogra. Nunca imaginei uma pergunta como aquela partindo dela. Ainda era difícil crer que ela finalmente aceitava a minha relação com a filha dela. Era muita coisa para a minha cabecinha.
-- Como o Murilo disse, foi ele quem me ajudou. Meu irmão foi o meu apoio, minha força e minha coragem. Eu era apenas uma adolescente que se sentia confusa e errada. Na minha cabeça eu sentia algo lindo dentro de mim, estava me apaixonando por uma colega da escola, mas ao mesmo tempo me achava errada por sentir aquilo, por ouvir e ver muitas pessoas recriminarem relações como aquela. Havia momentos eu que eu parava e tentava me convencer de que estava confundindo as coisas. E quando tudo pareceu grande e pesado demais para que eu aguentasse sozinha, conversei com meu irmão, e ele me falou que não podia existir nenhum amor no mundo que fosse errado, e que eu não me tornaria um monstro por sentir amor por outra menina, pelo contrário, me tornaria ainda mais especial se tivesse coragem de viver o amor.
-- E a sua família? – Celina parecia muito interessada no assunto.
-- Minha família é esta aqui Celina, essa que me acolheu e sempre esteve comigo, porque meus pais, a minha família de sangue me expulsou de casa quando descobriram minha sexualidade. Meu pai me agrediu a ponta de ser necessária uma internação, e quando sai do hospital fiquei na rua, fui expulsa somente com a roupa do corpo.
Celina abaixou a cabeça e ficou calada. Acho que dessa vez ela compreendeu a dimensão do que é realmente a intolerância e as suas consequências. Contar o que passei na adolescência já não me doía tanto, e eu até preferir esquecer o quanto aquilo ainda era capaz de me ferir, mas, se o que passei de alguma maneira servisse de ensinamento, eu sempre contaria.
-- Eu sinto muito. – falou baixinho.
-- Ah, tudo bem. Isso já passou, e passado é passado, agora vamos falar de presente e futuro.
-- Temos mais é que comemorar a tudo de bom que tem acontecido em nossas vidas, porque se pararmos para pensar, elas são inúmeras, e de um jeito ou de outro elas nos unem e aproximam cada vez mais. – disse Giovanna.
Deixando de lado a tristeza que se instaurou momentaneamente, todos à mesa aceitamos o brinde que Alice propôs, com cerveja, com suco, caipirinha e tudo mais.
Assim foi o meu primeiro dia de casada: entre amigos e família em uma verdadeira festa. Só nos dispusemos a ir para casa quando notei o semblante cansado de minha esposa, e como ela ainda trabalharia no dia seguinte, o melhor seria levá-la para casa para que ela descansasse.
Fomos para meu apartamento, nos mudaríamos em definitivo para a nossa casa assim que terminássemos de decorar a casa. Em especial o quartinho do bebê, mas, para isso queríamos saber o sex* antes de qualquer coisa. Então, teríamos que esperar um pouco mais.
**********
Algumas semanas depois...
Hoje o dia havia amanhecido ainda mais belo. Sentia-me radiante, com vontade de sair pulando, cantando, correndo, gritando...tudo junto se pudesse. A casa, a nossa nova casa estava prestes a ficar pronta, a única coisa que faltava era o quartinho do bebê, nele não havia nada decorado, apenas a estrutura. E, aliás, estava marcada para hoje a ultrassonografia translucência nucal, onde o resultado apontaria para maior ou menor probabilidade de anomalias. Dentre outras finalidades.
Seria hoje que eu ouviria pela primeira vez os batimentos de seu coraçãozinho.
Faz dois dias que eu não falava em outra coisa. Começava a pensar que muito provavelmente eu começava a irritar minha esposa com isso. Mas, ela sempre me enchia de beijos delicados e estalados quando eu estava naquele estado de frenesi e empolgação. Sorrindo, ela sempre me dizia que não importava o sex*, ela já amava a criança desde que era do tamanho de um feijãozinho, e o que importava era que viesse com saúde. Claro, eu pensava do mesmo jeito.
Mas gente, eu estava numa ansiedade danada, queria comprar a decoração do quarto, a primeira roupinha, a cadeirinha do carro, o berço. Era tanta coisa pra fazer que e me preocupava com o tempo, afinal, Giovanna já estava com 3 meses de gravidez. Faltavam apenas 6 meses para organizar tudo. Argh! É exagero eu sei...
Por falar em Giovanna, tenho que dizer, ela estava cada vez mais linda, mais mulher. A barriguinha já podia ser vista se observada com mais atenção. Giovanna estava fazendo o pré-natal, e eu, sempre acompanhava a minha ruiva em cada consulta.
A médica que acompanhava Giovanna disse que a sua gravidez ocorria de forma saudável, e que seu corpo estava totalmente preparado para receber aquela gestação, que provavelmente ganharia pouco peso, mas, teria que ter bastante atenção na sua alimentação.
Depois da recomendação da médica, sempre me desdobrava em 10 se fosse preciso, mas almoçava todos os dias com Giovanna. Não queria que ela se descuidasse.
Sendo assim, ali estava eu, adentrando a clínica em que ela era sócia para levar até ela um almoço bem especial, preparado com todo cuidado do mundo pela minha sogrinha. Isso mesmo! Dona Celina queria provar que era uma cozinheira de mão cheia, e que brevemente faria parte da ala das avós que engordavam os netos com seus quitutes.
Certo, era bem difícil imaginar aquela senhora de nariz empinado comandando um fogão. Mas enfim.
-- Olá Amanda!
-- Oi Maria Luíza! Quanto tempo!
A mulher loira levantou e veio até mim, me cumprimentando com um pequeno abraço. Fazia um bom tempo que não nos víamos, e eu agradecia por isso, afinal a minha ida até o consultório não era mais necessária, pelo menos não para sessões de fisioterapia.
-- Não precisa me chamar de Maria Luíza mulher, Malu basta. – sorri – E como é que a senhorita está?
-- Estou bem, muito bem. E a senhorita, quer dizer, a senhora, está casadíssima, não é?
-- Ah sim, estou muito bem casada. E por falar nisso, onde está a minha esposa? Ela está com alguém no consultório?
-- Não, ela está sozinha. Só tem paciente para ela na parte da tarde.
-- Será que eu posso ir lá?
-- É claro!
-- Então eu vou lá. – beijei seu rosto e andei pelo corredor que me levava até a sala de minha esposa.
Bati na porta e esperei ouvir aquela voz que eu amava. Abri a porta após ouvi-la dizer que a porta estava aberta. Coloquei apenas a cabeça dentro de seu consultório, ela observava alguns papéis sobre a sua mesa.
-- Desculpe. Mas é aqui nessa sala que tem uma mamãe faminta?
Ela levantou o rosto assim que ouviu a minha voz, sorriu daquele jeito e se levantou imediatamente. Segurou meu rosto e tomou minha boca em um beijo daqueles. Ah, detalhe, meu corpo ainda estava do lado de fora da sua sala.
-- Uau! Eu devia trazer comida mais vezes.
-- Deixa de ser boba. Vem.
-- Eu teria entrado se você não tivesse devorado minha boca antes. – brinquei.
-- Tá achando ruim é?
-- De maneira nenhuma. Estou adorando esse seu lado mais faminto. Em todos os sentidos, vale declarar. Trouxe almoço para nós.
-- Eu estou mesmo com fome amor, obrigada.
-- Vai ter que agradecer a outra pessoa também, a pessoa que fez a comida.
-- Quem fez?
-- Ah, vai ter que adivinhar.
-- Elisa?
-- Não.
-- Alice?
-- Também não.
-- Thaís?
-- Thaís? Também não.
-- Ai amor, não sei, já disse todas as pessoas próximas e que sabem cozinhar.
-- Não faltou ninguém? – balancei as sobrancelhas.
-- Fala amor. – pediu com uma carinha tão linda que não agüentei brincar por mais tempo.
-- Tá bom, eu vou falar. Foi a sogrona.
-- Mamãe?
-- Ela mesma.
-- Não provo da comida da minha mãe desde que eu era criança.
-- Ela comentou isso comigo. Porém, ela me garantiu que fez uma comida que você adorava quando era criança.
-- Mentira que a minha mãe fez a sua famosa lasanha.
-- Fez sim!
Giovanna sorria feito uma criança, e eu não podia estar mais feliz. Apesar de quase nunca tocarmos nesse assunto, eu sempre soube que ela sentia falta da mãe. Ela nunca conseguiu esconder de mim a mágoa que carregava no coração por ter cortado relações com a mãe. Isso fazia com que eu me sentisse culpada, afinal, Celina propôs uma escolha para a filha, e ela escolheu ficar comigo e esse foi o motivo de anos sem trocar uma palavra.
Almoçamos em seu consultório mesmo, mas, com todo o cuidado do mundo para não sujar nada naquele espaço, Giovanna tinha mania de limpeza quando estava trabalhando.
Depois do almoço, resolvi ir até a nossa casa, queria ver como estavam as adaptações da casa. A primeira coisa que fiz foi mandar colocar uma proteção na piscina, não queria nenhum risco para o bebê. Quando cheguei ao imóvel senti o sangue subir, senti raiva por ver todo aquele pessoal que eu estava pagando sentados, jogando uma conversinha fora. Certo que não tinha muita coisa para fazer na casa, mas, ela era grande, e se eles continuassem com aquele corpo mole aquelas adaptações iam ser bem mais demoradas do que eu previ.
Para não esquentar ainda mais a cabeça, fui para o quarto que seria do bebê. As paredes daquele ambiente estavam pintadas com cores neutras, e já havia alguns móveis ali de cores brancas, assim não teríamos que trocar quando descobríssemos o sex*.
Sentei na cadeira de amamentação e fiquei olhando tudo em volta, imaginando como aquele quarto estaria daqui a alguns meses. Imaginando minhas noites tendo que levantar cada vez que ouvisse um choro, e imaginando Giovanna sentada ali, onde eu estava, no momento mais sublime, amamentando.
Respirei fundo e fechei os olhos.
Apesar de o sol brilhar lá no alto, aquela manhã estava fria, e o agasalho que cobria meu corpo já não era suficiente para aplacar aquela brisa gélida. Eu abraçava meu próprio corpo em busca de mais calor e conforto.
Estava sentada em um banco de um parque que me era estranho. Nunca havia estado ali. Acompanhava as pessoas andarem sorridentes e tranquilas, mas eu não me sentia daquela maneira, sentia tudo fora do lugar, sentia um peso em meu peito, meus olhos ardiam como se tivesse acabado de chorar. E por mais que eu buscasse entender o motivo para o meu estado, eu não conseguia.
Olhei adiante e vi uma criança ruiva correndo alegremente. Parecia não ser afetada pela manhã fria, não se importava nem sentia. Olhei atentamente para a menina e seus traços me lembraram alguém: Giovanna. Sorri e ao mesmo tempo senti um aperto em meu peito.
Pouco a pouco a criança se aproximou de onde eu estava. Ela olhava para o alto, perseguia um passarinho que voava de árvore em árvore. Olhando para o alto, não viu um cachorro que passou correndo a sua frente, e acabou caindo. Agilmente levantei-me e fui até a garotinha que estava a poucos passos de mim.
-- Está tudo bem? – perguntei levantando a garotinha que limpava o joelho machucado.
-- Está sim. Só está doendo um pouco.
Agora, mais de perto pude ver que a semelhança daquela menina com Giovanna era ainda maior. Parecia ser ela ali, a minha frente. Do nada senti um nó se formar em minha garganta, um aperto no peito consideravelmente maior do que o outro.
-- Quer sentar um minutinho?
-- Sim.
Ergui a pequenina em meu colo e a levei até o banco que eu ocupava antes.
-- Ainda está doendo?
-- Está passando.
-- Você é uma garotinha forte.
Ela sorriu pra mim, o sorriso de Giovanna. Idêntico.
-- Qual o seu nome?
-- Anna Sophia.
Meus olhos encheram-se d’água sem que eu conseguisse controlar, foi mais forte do que eu. Aquele nome, eu escolhera aquela nome.
-- E o seu? – ela me perguntou.
-- Me chamo Maria Luíza. Mas você pode me chamar de Malu.
-- E você pode me chamar de Anna, ou de Sophia, como você quiser. Quando mamãe quer brigar comigo, ela me olha bem séria e me chama de Sophia.
-- E por falar em sua mãe, onde ela está?
-- Ela está ali. – apontou uma direção mas eu não conseguia ver ninguém além de árvores.
-- E a mamãe está bem?
-- Ela tem andado meio triste, às vezes a ouço chorar a noite, quando ela está no seu quarto, mas ela diz que está tudo bem. Aminha mãe diz que eu tenho outra mamãe, mas eu não a conheço.
Engasguei com as palavras, não sabia o que tinha acontecido o que ela falaria a seguir, mas o que a pequena menina havia me dito despertou uma dor ainda maior em meu peito. “O que estava acontecendo?”.
-- Por que você não conhece a sua outra mamãe?
-- Ela nos abandonou...
Ouvir aquela menina dizer aquilo com tanto pesar foi a gota d’água para mim. Não consegui mais segurar, comecei a chorar. Agora eu entendia tudo. Giovanna e eu não estávamos mais juntas, eu não fazia parte da vida delas duas. Não havia mais o “nós”, era apenas eu. O que eu não entendia ainda era como aquilo tinha acontecido.
Mãos pequeninas me acariciaram o rosto. Mãos suaves e delicadas, assim como as da mãe.
-- Amor? Acorda sua dorminhoca.
Sentindo-me atordoada finalmente abri os olhos. A minha frente estava aquele par de olhos azuis que tanto me fascinava. Olhei-a com atenção, não sabia se aquilo ainda fazia parte do sonho ou era mesmo realidade e ela estava ali.
-- Está tudo bem amor?
Para não restar dúvidas, levantei-me a abracei o corpo menor, apertando-o entre meus braços. Ah, aquele cheiro! Sim, era ela e era real, o calor daquele corpo não podia me enganar. A lembrança do sonho veio com força, me fazendo fechar os olhos e fazer um esforço sobrenatural para afastar aquela sensação de tristeza e perda para longe de mim.
-- Você promete que nunca iremos nos separar amor? Que iremos criar a nossa Anna Sophia, juntas? Que vamos envelhecer uma do lado da outra? – perguntei tudo de uma vez.
-- Meu amor, – falou separando-se de mim e olhando em meus olhos – estamos casadas, lembra-se? – perguntou exibindo a sua aliança – E além do mais, eu não tenho interesse nenhum em ficar sem você. O que houve?
-- Tive um sonho ruim. – falei baixando a cabeça.
-- Foi apenas um sonho ruim.
-- Eu prometo que nunca vou te abandonar. – falei lembrando o que a pequena Sophia em meu sonho me falava “Ela nos abandonou”.
-- Ow meu amor, foi apenas um sonho. – me abraçou fazendo com que eu descansasse minha cabeça em seu ombro.
-- Amor?
-- Hum?
-- O que você está fazendo aqui?
-- Vim atrás de você. Liguei diversas vezes para o seu celular, e só dava na caixa postal, liguei para a escola e a Thaís me disse que você não voltou para lá, então imaginei que você ainda estivesse aqui na casa.
-- Desculpa, cheguei aqui, sentei e acabei dormindo.
-- Você está uma pilha de nervos amor, tem se preocupado até com a minha sombra, entendo que esteja mais cansada do que o normal.
-- Eu tenho que cuidar de vocês duas.
-- Duas?
-- Sim, você e Anna Sophia.
-- Como sabe que será menina?
-- Apenas sinto. – falei sorridente – E ela será muito parecida com você, terá os cabelos ruivos que nem o seu, e o sorriso será idêntico ao seu, do mesmo jeitinho.
Giovanna ficou me olhando intensamente, seus olhos brilhavam, brilhavam mais do que eu normal. E eu sei, que meus olhos brilhavam na mesma intensidade ao olhar para ela. O amor que eu sentia por ela me fazia feliz, e ela me fazia mais feliz ainda.
-- Amor eu vim até aqui porque precisamos ir para a consulta, está quase na hora.
-- Já?
-- Unhum.
-- Então vamos, vamos que eu quero escutar o coração dessa pequena pela primeira vez.
-- Vamos sua boba.
Saímos da casa de mãos dadas. Deixei meu carro por ali mesmo e seguimos para o consultório no carro de Giovanna. Mas, claro, que quem estava ao volante era eu.
Já no consultório, eu tenho quase certeza que senti meu coração derreter quando ouvi as batidas daquele pequeno coração. E tudo piorou quando vi naquela pequena tela o meu bebê. Era tão pequeno, tão frágil. Era a primeira vez que víamos nosso bebê.
Giovanna chorou emocionada, e eu não fiquei atrás, acho até que chorei mais do que ela. Eu tentava segurar a mão dela com firmeza, mas a minha estava trêmula.
Irradiamos felicidade, o feto não apresentava nenhuma probabilidade de anomalias.
Ali, dentro daquele consultório, diante de minha esposa que sorria com lágrimas nos olhos senti coisas inexplicáveis, sensações e emoções surreais. O juiz de paz disse no nosso casamento que amor não podia ser medido, apenas sentido, e o amor que eu sentia era imensurável, jamais conseguiria cogitar o tamanho dele. Amava sem medida nenhuma as minhas pequenas, Anna Sophia e Giovanna.
“Eu jamais abandonaria vocês!” – falei mentalmente.
Fim do capítulo
Meninas peço que me desculpem, demorei além do normal para postar, e ainda sim o capítulo não ficou como eu gostaria. Mas, mesmo assim espero que vocês gostem.
Beijos
Comentar este capítulo:
Thamara_
Em: 28/02/2016
Chris, então pelo pressentimento da Malú será uma menininha! Princesa Anna, que fofo!
Que sonho/pesadelo horrível foi esse??? Foi apenas uma pesadelo mesmo???... Já estou cheia de interrogações novamente!
Amando a estória!
Resposta do autor em 29/02/2016:
Ai Thamara, Malu pressentindo ai que tem uma princesinha a caminho. *-----* Fofo mesmo! Esse sonho foi real demais para Malu, tanto que a primeira coisa que fez ao ver a esposa a sua frente foi prometer que jamais a abandonaria. Tomara que tenha sido apenas um pesadelo, e que não passe disso. Quer dividir comigo suas interrogações? Vou adorar.
Oh, mais uma vez obrigada pelo seu carinho! Beijo na bochecha!
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LIKA A C
Em: 28/02/2016
Bom dia.
E maravilhosa , e delicada uma história que nós faz apaixinar.
Obrigada por nós da momentos como esse.
Resposta do autor em 29/02/2016:
Ah minha flor, obrigada você por ter dedicado uns instantinhos seus para me agraciar com suas palavras. Obrigada viu?
Beijo na bochecha Lika!
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Pryscylla
Em: 26/02/2016
Ai não que esse sonho não seja o futuro delas e sim o oposto,espero que o amor seja mais forte . Não tem sentido ela abandonar as duas.
Bjus :)
Resposta do autor em 29/02/2016:
Malu não pode ser louca de abandonar a mulher da vida dela e o pimpolho. Mas, com certeza elas passarão por algumas coisinhas ruins, e vão ter que se unir mais ainda.
beijos
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Mille
Em: 26/02/2016
Ah Chris que emoção, muito lindo e esse sonho uma premonição ou nada irá acontecer. Espero que não que o amor delas seja mais forte para ultrapassar qualquer obstáculo e empecilho.
Parabéns a cada capítulo fica mais gostoso de ler.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor em 29/02/2016:
Bom, a Malu prometeu que nunca abandonaria as duas né? E por falar nisso, será que foi mesmo um aviso de que tem uma princesa chegando por ai? Amor que é amor suporta tudo.
Obrigada pelo carinho e pelas palavras Mille.
Beijos e até o próximo.
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patty-321
Em: 26/02/2016
Me arrepiei com esse pesadelo. Faça isso não. Td tão lindo. Um sonho. Adoro. Bjs
Resposta do autor em 29/02/2016:
Relmente, tá tudo muito lindo né? E o pior que é normalmente nessas horas que as coisas ruins começam a bater a porta. Fecha a porta Maria Luíza!!!
Beijos
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Morena perfeita
Em: 26/02/2016
Ai meu deus... Tô adorando td aqi rsrsrsr... Posta mais autora.
Anciosa aqi.
Bjs e não custe postar rsrsr...
Resposta do autor em 29/02/2016:
Olá! Bem vinda.
Estou postando, postando. Tô ficando frenética já kkkkk
Já tem mais capítulo quentinho.
Beijos flor, demoro não, já já estou de volta.
P.S.: MORENA PERFEITA, nome bastante sujestivo.
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