Capítulo 15 - Agora, nós!
Diante de mim, havia um caminho feito de velas, a grama no centro desse caminho estava coberta por inúmeras pétalas de rosas brancas. De cada lado desse tapete de pétalas estavam as pessoas mais importantes de minha vida, amigos, meu irmão e sua esposa, meu lindo sobrinho - que estava perfeito vestido um pequenino terno acompanhando de uma charmosa gravata borboleta – Alice e a recém agregada Elisa, Thaís, algumas de minhas ex alunas e colegas de trabalho. Se eram poucas pessoas? Não, não era. Ali estavam pessoas que estiveram ao meu lado, que me apoiaram e de alguma maneira participaram de minha vida.
Alguns amigos de Gio também estavam ali, seus sócios na clínica, alguns parentes, e para minha total surpresa, minha sogra, Celina Klein.
Olhei para frente e não consegui evitar o sorriso que me tomou o rosto, de orelha a orelha. No final desse caminho, havia uma tenda também branca feita de tecidos leves que esvoaçavam com a brisa que corria.
Os olhos de Giovanna chamaram os meus como imã, suspirei, senti as pernas fracas e o coração falhar. Seu sorriso era magnífico. Seus olhos úmidos deixavam bem claro que ela compartilhava da mesma emoção que eu.
Sorri como resposta para a linda mulher que me encarava sem deixar morrer aquele sorriso que iluminava a minha escuridão. Ela estava linda, vestida em um vestido tomara que caia branco, segurando um buquê na cor rosa e os cabelos presos em um penteado divino.
Não me cansava de olhar para aquela linda mulher, não cansava de me admirar com a capacidade que ela tinha de ficar cada vez mais linda.
Senti meus olhos molharem, não consegui dar nenhum outro passo, apenas olhava para tudo aquilo, meu casamento. Queria guardar toda aquela cena para toda a minha vida, gravar em minha memória e nunca mais esquecer aquela sensação.
Giovanna pareceu ficar inquieta naquele pequeno altar feito para nós duas. Vi Alice fazer sinais para mim, pedindo para que eu andasse. Ela nem precisava me dizer, meu coração pedia por aquilo.
Olhei para o chão, encarando meus pés e pedindo a eles para que não fraquejassem. Respirei fundo, olhei mais uma vez para o motivo de toda a minha felicidade e comecei a caminhar lentamente.
A cada passo meu coração batia mais ensandecido, o ar ficava cada vez mais escasso dentro de meus pulmões e a sensação de que eu poderia desmaiar a qualquer momento ficava cada vez mais forte. Tentei me controlar.
Quando parei a frente de Giovanna o efeito foi ainda mais devastador, a ficha caiu de vez e me dei conta de que eu estava prestes a me casar com a mulher da minha vida. Ela estava ali a minha frente e em pouco tempo nos pertenceríamos para o resto de nossas vidas. Eu jamais deixaria aquela mulher.
Senti meu corpo estremecer assustadoramente quando segurei a mão que a ruiva me estendia. Sensação parecida, bem parecida com a que senti no dia em que trocamos o nosso primeiro beijo.
Segurando a sua mão, que estava tão gélida quanto a minha, nos colocamos a frente da mesa onde o juiz de paz nos aguardava. Giovanna e eu trocamos um sorriso e então o senhor começou a falar
-- Em primeiro lugar, eu queria desejar a todos os presentes uma boa noite. Hoje é uma noite especial, não somente para essas duas pessoas, mas também para nós, que temos a honra de presenciar a celebração do mais puro e verdadeiro amor. Aquele que superou e venceu obstáculos, que se provou fiel e duradouro. Não cabe a nós, leigos, entender como o amor acontece, a única coisa de que temos certeza, é de que ele não escolhe por aparências, não faz uso de subterfúgios e não classifica, ele simplesmente acontece. Afinal, é como Roberto Freire pensa: “Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a qualificá-lo e quantificá-lo, já não está amando.”. Amor foi feito apenas para ser sentido. Quando duas pessoas decidem unir suas vidas, é porque já não se é mais possível sequer pensar em dar um passo sem ela ao seu lado, é quando você já não enxerga dois caminhos, mas apenas um, e você quer traçá-lo segurando a mão da pessoa amada. Hoje, Giovanna e Maria Luíza, estão aqui para unir definitivamente seus destinos. A partir de hoje serão apenas um único ser, viverão e cultivarão para sempre a semente desse amor.
O homem sorriu na direção de Giovanna e entregou-lhe o microfone que antes utilizava. A ruiva segurou o microfone com a mão livre - estava visivelmente trêmula – e virou ficando de frente para mim.
-- Não encontro palavras adequadas para serem ditas nesse momento, então vou apenas dar voz ao meu coração. – olhou para os pés e ergueu a cabeça falando novamente. – Em minha vida eu nunca quis tanto algo como o seu nome junto ao meu. Para mim não é apenas um nome ou um papel, mas sim a prova concreta de que desde o momento que te conheci meu coração te pertenceu. Esperei muito tempo para provar o sabor do amor, e foi você que me apresentou, foi você que me mostrou e me ensinou, e agora, eu quero passar o resto da minha vida amando você. Quero te amar quando estiver triste, com raiva, emburrada, dengosa, doente, animada, distraída, quando for teimosa, quando for birrenta, quando tentar me mimar e me engordar com os doces que costuma trazer, eu quero te amar durante a tempestade, durante as dificuldades, diante de todos os obstáculos, quando for vitoriosa, persistente... – um soluço cortou sua fala – Eu sei que sempre te amarei, enquanto eu respirar, te amarei.
Não dava mais para segurar as lágrimas que queimavam meus olhos. Como não me derreter inteira diante da mulher que me falava palavras tão bonitas e me jurava seu amor sem fim? Não pensei duas vezes antes de puxá-la para mim e abraçá-la. Dentro de um abraço choramos de alegria e emoção.
Logo ouvimos alguns assovios e uma tímida salva de palmas. Separamos-nos voltando nossa atenção para o juiz que nos olhava com um singelo sorriso.
-- Giovanna Klein, é de livre e espontânea vontade que aceita essa mulher como sua esposa?
-- Sim. – disse sorrindo largamente.
-- Maria Luíza de Andrade Lemos, é de livre e espontânea vontade que aceita essa mulher como sua esposa?
-- Sim! Mil vezes sim, sim hoje e sim todos os dias. – eu ainda não sabia se chorava ou se sorria.
Debaixo de uma salva de palmas mais fervorosas trocamos as alianças. Quase não consegui colocar a aliança no dedo anelar de Giovanna, eu tremia feito vara verde. Beijamo-nos e enfim assinamos o livro que finalmente nos dava o título de casadas. Inacreditável!
-- Vos declaro casadas!
Outro beijo, dessa vez, mais intenso selou um dos momentos mais importantes de minha vida. Um beijo diferente, um beijo com um novo sabor. Agora eu beijava minha esposa!
Quando descemos do pequeno altar uma fila de pessoas com sorrisos nos rostos nos esperavam. Eu segurava a mão de Giovanna e assistia a tudo aquilo como se fosse uma mera espectadora. Via tudo e todos em câmera lenta, captando e saboreando cada sorriso, cada gesto e cada sensação. Minha ruiva sorria para todos que cumprimentávamos, mas seus melhores sorrisos eram meus, era em minha direção que ela sorria daquela maneira que eu adorava, fechando levemente os olhos e franzinho seu pequenino nariz, deixando a vista uma pequena covinha que surgia com sorrisos como aqueles.
Meu coração batia tranqüilo, mas quando eu me dava conta da aliança que eu carregava na mão esquerda ele falhava algumas batidas.
A fila aos poucos foi diminuindo, diminuindo até chegar á última pessoa, uma pessoa que naquele momento eu não soube distinguir se era real ou apenas uma miragem criada pela minha imaginação.
-- Oi mamãe. – disse Giovanna com um sorriso mais contido.
Celina ficou parada a nossa frente com um olhar que a início, deixou-me nervosa e inquieta. Apertei levemente a mão de minha esposa, mas fiquei tranqüila quando um sorriso, um quase surreal sorriso brotou nos lábios da senhora a nossa frente.
-- É verdade que eu serei vovó?
Giovanna não respondeu com palavras, apenas puxou a mãe para um abraço. E para minha total surpresa, Celina puxou-me pela mão para junto daquele abraço. Senti-me estranha, mas as envolvi em meus braços.
-- Já sabe o sex*?
-- Ainda não mamãe. Faltam mais algumas semanas para finalmente sabermos se é um príncipe ou princesa que está a caminho.
-- Trate muito bem minha filha e meu neto, viu Maria Luíza?
“Nossa, ela sabe o meu nome?” – pensei.
-- Não precisa nem se preocupar com isso Dona Celina, esse dois são a minha razão de viver.
-- Ora, não me venha com essa de Dona, pode me chamar de Celina. Somos uma família, não somos?
Hesitei alguns segundos para responder.
-- Sim.
-- Filha será que pode nos dar uns minutinhos a sós?
Giovanna procurou o meu olhar, incerta se devia ou não nos dar aquele momento a sós. Não tinha a mínima ideia do que poderia sair dali, mas eu queria ouvir àquela senhora que tinha uma postura e um olhar tão diferente do nosso último encontro.
-- Tudo bem amor. – pisquei o olho para ela.
-- Tá certo.
Ela distanciou-se pouco a pouco, mas olhando para trás vez ou outra. Giovanna parou ao lado de Alice e Elisa sem desgrudar os olhos de onde estávamos.
-- Eu sei que ela está preocupada com o que falarei para você. – falou olhando para a filha.
-- Sim, está.
-- E você também. Sei que no fundo se preocupa com minhas palavras, com o que elas causarão em minha filha.
-- A senhora está certa. Giovanna saiu muito magoada da última vez que tentamos conversar, as coisas não saíram como ela havia planejado.
-- Não faz ideia de como me arrependo daquele dia, como me arrependo de ter baixado a cabeça diante da intolerância e preconceito de minha irmã. Minha infância inteira foi dessa maneira, fazendo tudo o que ela me mandava. Mas eu não quero falar disso, a verdade é que quero te pedir desculpa pela maneira como sempre te tratei.
-- Não precisa me pedir desculpa por isso, está tudo bem.
-- Preciso sim, por você, por minha filha, por mim e pelo meu neto que logo chegará. Maria Luíza eu sei, sempre soube que a felicidade de minha filha estava ao seu lado. Ela foi feliz desde o dia em que te conheceu, nunca, em momento algum eu tinha visto ela com aquele sorriso ali.
Olhamos juntas para Giovanna e ela nos sorria, não sabia se o motivo era algo que elas conversavam ou se o motivo era aquela súbita aproximação da mãe.
-- Mas devo admitir que, quando ela contou-me sobre você, e o relacionamento que tinha com uma mulher eu não soube aceitar. Não me agradou, destruiu os sonhos de um casamento perfeito que eu tinha para ela. E sim, me deixou envergonhada. Aos poucos fui sentindo ela se afastar, ela tomava distância de mim porque eu não conseguia compreender a forma de amor de vocês, e a cada passo que ela dava para longe de mim me doía, me fazia ver que eu perderia minha filha, minha única filha se não mudasse de atitude. Demorou, mas consegui enxergar que não existe diferença. E o que me faltava era coragem para admitir isso em voz alta, e para ela. A coragem veio há mais ou menos duas semanas, quando ela me contou sobre a suspeita da gravidez e me convidou para o casamento de vocês. Passei muito tempo longe, e agora eu quero aproveitar cada momento.
Virei ficando de frente para Celina, e segurei sua mão entre as minhas.
-- Eu amo a sua filha como nunca amei ninguém na minha vida. Sou feliz com ela como nunca imaginei, ela me surpreende a cada dia que passa, como agora. Eu prometo, aqui e agora, que dedicarei cada minuto de minha vida para a felicidade dela. Giovanna está me dando de volta o que eu perdi há muito tempo: minha família. Tenho certeza de que seríamos uma família maior e mais feliz se a senhora fizesse parte dela.
Celina deixou uma lágrima cair e me abraçou. Um abraço apertado com sabor de reconciliação. Uma sensação boa, sensação de que enfim as coisas começavam a entrar nos eixos e tudo, tudo ficaria bem.
-- Obrigada Maria Luíza.
-- Não há motivos para me agradecer.
-- Você poderia escolher nunca me perdoar, deixar minha filha e meu neto longe de mim.
-- Jamais faria isso com eles e com a senhora. Eu nunca quis distância entre nós Celina.
-- Eu sei.
-- Vamos? – perguntei balançando a cabeça na direção da filha dela.
Juntas, caminhamos até Giovanna e as meninas. Com um olhar minha esposa e eu nos entendemos, ela percebeu que estava tudo bem.
Ficamos algum tempo conversando naquela rodinha. Contamos a Celina que Elisa era a tia biológica de nosso filho. E claro que não poderíamos deixar de contar a estória de Edgar, o irmão dela.
Uma a uma, todas se afastaram, ficando apenas minha ruiva e eu. Enlacei a sua cintura e me aproximei colando nossos corpos. Mais ao fundo, uma pequena banda tocava uma música suave, e foi ela que embalou nossos passos. Começamos a dançar ali mesmo.
-- Ultimamente você tem testado bastante o meu coração. – falei ao seu ouvido – De onde veio essa mania de fazer tudo escondido de mim?
-- Ih amor, ainda tem mais algumas coisitas. – falou olhando em meus olhos enquanto sorria marota.
-- Mais do que isso amor? Como?
-- Mais tarde.
Giovanna puxou-me pela nuca e prendeu meus lábios nos seus. Uma avalanche de emoções fez o chão tremer debaixo de meus pés. Sua língua buscava a minha em uma dança que só nós duas conhecíamos. Seus dedos embrenhavam-se nos cabelos de minha nuca fazendo um leve carinho.
Nossas bocas estavam cada vez mais ávidas uma pela outra.
-- É melhor pararmos, ou vamos acabar sendo presas por atentado ao pudor amor. – falei contra seus lábios.
-- A noite é nossa, amor, o resto que se dane.
Ela voltou a me beijar com a mesma vontade de antes, senão, com uma vontade ainda maior. É claro que não relutei, apenas me entreguei aquele sabor maravilhoso que aquela boca me proporcionava.
Manter aquele beijo guloso se sentir minha libido crescer descontroladamente era impossível. O beijo que ficava cada vez mais exigente me deixava cada vez mais acesa e com vontade de arrancar aquele vestido do corpo de minha esposa.
-- Ow mana, não vai engolir a noiva não.
Sorri dentro do beijo assim como Giovanna, e nos separamos.
-- Nem você me contou dessa armação toda Murilo?
-- Não sou nem louco de contrariar a minha cunhadinha. Ela disse que era surpresa então eu mantive meu bico fechado. Me saí bem não foi não Gio? – perguntou balançando as sobrancelhas.
-- Muito bem cunhado. – sorriu em resposta.
-- Seus safados. - fiz cara de brava.
-- Ih Gio, acho que ela se arrependeu de ter casado. Mas já mana?
-- Não! Não, claro que não me arrependi. – apressei-me em responder.
-- Estou brincando sua chatinha. Agora será que eu posso dar um abraço na minha irmã e parabenizar ela por ter se amarrado definitivamente?
-- Murilo! – Giovanna o repreendeu e nós dois sorrimos.
-- É claro que sim seu bobo, pode e deve me abraçar.
Murilo me abraçou e me ergueu, deixando meus pés distantes do chão alguns centímetros.
-- Parabéns minha irmãzinha! Fico feliz em saber que você encontrou paz e abrigo do lado dessa mulher aqui. Ela é especial, então cuida muito bem dela e desse amor de vocês. Cultive-o e nunca o deixe morrer, porque eu quero te ver feliz assim para o resto da vida.
-- Obrigada mano.
Murilo beijou e abraçou a cunhada e se distanciou dividido entre um sorriso e algumas lágrimas que se formaram em seus olhos.
A festa ainda rolava, era quase madrugada. Dançar eu já não aguentava mais, por isso dividia uma mesa com Giovanna e mais algumas pessoas. Conversávamos, sorriamos e brincávamos, mas isso não era capaz de disfarçar a nossa verdadeira vontade. Estávamos morrendo de vontade de sair correndo dali e nos amar, nos amar sem hora pra acabar.
Estava insuportável controlar aquela vontade, já não sabia mais como disfarçar, estava prestes a levantar daquela mesa com uma desculpa qualquer quando minha amiga, Alice, sentou-se conosco. Dela não dava pra fugir.
-- É nessa mesa aqui que tem duas mulheres casadas?
-- Sim Alice, é.
-- Nossa! Para quem acabou de se casar seu humor ta péssimo viu? Tá com cara de quem precisa trans*r! – falou enquanto revirava os olhos.
Com as bochechas completamente vermelhas Giovanna abaixou a cabeça parecendo entretida com o detalhe da toalha da mesa. Eu quase sorri, mas fiquei ligeiramente envergonhada, afinal, Celina também estava naquela mesa.
-- Estamos cansadas Alice. – falei tentando me explicar.
-- Se é assim, eu vou dispensar a banda, quando eles se forem, os convidados, vão embora também.
-- Eu acho que vou embora. – disse Celina levantando-se.
-- Não precisa mãe, tem um quarto aqui para a senhora. Já está tarde, não precisa ir hoje, pode dormir aqui e amanhã a senhora vai.
-- Aqui? – perguntei.
-- Depois explico. – sussurrou para mim.
-- Eu vou dispensar a banda e acomodar os convidados que vão ficar aqui esta noite.
Alice saiu, e os tais convidados que iam se acomodar na casa a seguiram, ficando apenas eu e Giovanna.
-- Por que vamos ficar aqui? Por que não vamos para casa amor?
-- Já estamos em casa. – ela veio e sentou em meu colo.
-- De quem é está casa? É da sua mãe?
-- Meu amor está casa não é da minha mãe, é nossa. Lembra que fazia parte de nossos planos comprarmos uma casa grande para que Anna Sophia ou Enzo Gabriel pudesse correr junto com os cachorros?
-- Está falando sério?
-- Claro que sim meu amor. É nossa!
-- Amor essa casa deve ter custado uma fortuna. Como você a comprou?
-- Eu tinha algum dinheiro guardado, vendi parte de uma fazenda do meu pai que era minha por direito e pronto. Você gostou da casa?
-- É claro que gostei amor, essa foi exatamente a casa que te mostrei há um tempo. Mas, ela não estava mais a venda.
-- Eu dei o meu jeitinho, liguei para algumas pessoas, fiz uma proposta irrecusável e é isso. – piscou o olho - Vou precisar da sua ajuda para decorar essa casa enorme, e deixar ela com a nossa cara.
-- Com todo prazer amor. Eu estava pensando, devo ser muito tapada, porque nunca percebo essas coisas que você faz.
-- Você não é tapada amor, acontece que seu olhar é todinho meu.
-- Ah é?
-- Unhum.
Giovanna mordeu o lábio inferior daquela maneira que me fazia tremer de tesão e desejo por ela. Ou aquela mulher não tinha a mínima noção do que ela me causava, ou tinha e usava isso contra mim, para me ter nas mãos.
-- Aquele quarto onde me troquei, será o nosso? – perguntei beijando demoradamente seu pescoço.
-- S-sim.
-- O que acha de irmos até lá e...
Giovanna levantou de meu colo de maneira apressada. Nem mesmo percebi sua intenção, quando me dei conta subíamos as escadas que levava ao andar superior praticamente correndo. Cheguei a tropeçar em meus próprios pés, tamanha a minha afobação. Arranquei sorrisos com aquilo.
Entramos no quarto ainda sorrindo, mas a aura cômica foi dando espaço para a aura de desejo e sedução. Giovanna se aproximou com um olhar provocante, sexy e fatal. Estremeci com aqueles olhos lindamente mais escuros.
-- Enfim. – segurou em meu colete - Agora, nós. – suas mãos ágeis me livravam do colete e da blusa que eu vestia.
Outra vez estremeci quanto senti sua mão ardente tocar meu colo, ainda coberto pelo sutiã. Abaixei a cabeça e beijei seu pescoço, mordendo com certa força logo em seguida. Suavemente fui abrindo o fleche de seu vestido, deixando-o cair aos seus pés. Retirei o sutiã e quase babei quando vislumbrei os seios durinhos a minha frente. Segurei-os com firmeza e arranquei um gemido rouco.
Minha esposa me empurrou contra a cama e tirou o resto de minha roupa seguindo um ritmo de uma música que somente ela conseguia ouvir. Giovanna deitou-se sobre mim, aquecendo meu corpo com o calor do dela. Ela tocava em partes do meu corpo que despertava cada vez mais o meu desejo.
Porém, para minha frustração, de repente ela parou todos os movimentos, saltou da cama e disparou para o banheiro me pedindo para ficar ali.
**********
# Giovanna
Corri para dentro do banheiro lutando contra a vontade absurda de continuar ali, naquela cama sentindo o corpo de Malu reagir a cada toque meu. Amava ver os pelinhos de seu corpo totalmente arrepiados.
Ansiosa, louca para voltar para aquela cama vesti a lingerie que escolhi e Alice aprovou. Nunca seria capaz de agradecer toda a ajuda que ela me deu durante todos os preparativos da inseminação, do casamento e da nossa primeira noite como casadas. Alice se mostrou uma amiga ainda melhor do que aquela que eu acreditava que ela fosse, desmarcou horários em sua agenda, abandonou clientes e até deixou Elisa de lado, tudo para planejarmos e colocarmos cada detalhe daquele meu plano em prática.
Esgueirou-se para não ser vista pelo porteiro quando ia ao apartamento do centro acompanhada do cerimonialista, do alguém do Buffet ou da costureira. A movimentação naquele apartamento foi grande, sorte a nossa que o porteiro nunca se deu conta de nada, do contrário não perderia tempo em avisar para a inquilina e amiga, Maria Luíza.
Cada etapa completada ela fazia questão de comemorar, e aquilo me dava mais gás e vontade de ver o sorriso no rosto da mulher da minha vida ao surpreendê-la. Foi difícil, não foi fácil esconder dela, ainda mais quando ela conseguia me ler tão bem. Quanto mais longe o plano ia mais difícil era de esconder dela. Nunca soube mentir para Luíza.
-- Amor? Cadê você?
Sorri.
-- Já estou indo, sua apressada.
-- Vem logo amor.
Olhei-me no espelho e mais uma vez imaginei o rosto dela ao me ver vestindo aquela roupa. Mais uma parte da surpresa. Mordi o lábio inferior em antecipação.
Sai do banheiro caminhando lentamente, sentindo o coração palpitar forte dentro do peito. Diante de meu nervosismo, o salto enorme já não me ajudava muito, mas teimei em usá-lo por saber que aquilo mexia com Luíza.
Olhar aquele corpo nu, perfeito, me deixava em chamas, bastava olhá-la. Aquela tatuagem na virilha tinha um poder absurdo sobre mim, adorava beijar toda a sua extensão, até chegar a parte externa de sua coxa. O dragão negro ia de sua virilha até sua coxa. Ansiei por aquela mulher.
Precisei chamar a sua atenção já que ela estava de olhos fechados.
-- Amor? – chamei-a com as mãos na cintura e as pernas levemente abertas.
-- Amor o que... – sentou na cama me olhando de um jeito que me levou a acreditar que aquele seria o meu fim, eu seria devorada ali naquela cama.
Eu queria ser devorada por ela durante todas as noites do resto da minha vida.
Fim do capítulo
Olha eu aqui de novo meninas! Como vocês estão?
Gente, eu acho que nesse capítulo, enfim fechamos o ciclo do mistério inicial que envolvia a Giovanna. Porém, se ainda restarem dúvidas, alguma coisa que não foi bem explicada ou alguma pergunta para as personagens, podem deixar aqui que no próximo capítulo a gente bola uma conversa entre as participantes desse plano, respondendo a todas vocês. Tudo bem? Se tiverem alguma sugestão também vou adorar saber tá?
Beijos e não deixem de comentar. Até o próximo.
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Amandha12
Em: 23/02/2016
Tudo muito lindo a mania da Gio sobre surpresas só faz ela ficar mais linda.
Magnífica história parabéns!
Esperando próximo capítulo...
cenas quentes 😂😂 beijão
Resposta do autor em 29/02/2016:
Dá vontade de ganhar um exemplar da Gio, não é não? Ela é sim linda, e não é só por fora, mas por dentro, ela ama a mulher que tem ao seu lado e faz questão de demonstrar isso sempre.
Obrigada pelo carinho Amandha.
Beijão.
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flawer
Em: 23/02/2016
Ain Chris!!! Perfeito o casamento surpresa... Pra lá de romantico!
É tão lindo quando um casal se ama e importa-se em surpreender o outro com pequenos e grandes mimos!
P.S.: Malu sua esposa é jóia, não a cobiço, pois já pertence a vc! (não sou fura olho e mulher casada... pra mim é homem, nem olho! Rssss) Mas me permita desejar semelhante a ela, ok?
Capítulo nota 1.000!!
Chris, beijinhos moça!
Resposta do autor em 29/02/2016:
Olá Flawer! Bem vinda de novo!
Gente, uma supresa, seja lá qual for o tamanho dela é sempre bom. Não há mulher no mundo que não goste de ser surpreendida. E a Gio, vou te falar, está se tornando especialista no quesito surpresas românticas.
P.S.: Eu também estou na fila, à espera de uma mulher semelhante a Gio.
Obrigada minha linda, beijinhos pra você também.
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Thamara_
Em: 22/02/2016
Sabe aquele sorrisinho bobô quando amamos algo??? Estou desse jeitinho, maravilhada com esse capítulo! Amei toda cena do casamento, a declaração da Gio simplesmente linda, quase a manteiga derretida chora junto (amo quando a estória me faz viajar para dentro dela).Nossa fiquei super surpresa com a sogra máster alí... Mas contente por ela enfim ter entendido e aceitado o amor da filha, Celina se mostrou uma boa pessoa!
Gio sempre linda nas surpresas para Malú, vou confessar que queria a Gio para mim, mas todas ou quase todas leitoras desse conto querem kkkkkk. Brincadeiras a parte agora, adorei o capítulo Chris, vc pocou muito moça 👏👏👏!
Ahhhh mistério parte 3, o final resolvido e para minha não surpresa com dedinho da Alice hahha, sempre ela!!!
Caramba falei de mais, então beijos Chris.
Resposta do autor em 29/02/2016:
Thamara eu tenho que dizer: somos duas manteigas derretidas, porque quase aconteceu o mesmo comigo ao escrever. Minha mente voou, a imaginação foi a mil quando escrevi esse capítulo. Pois é, dona Celina surpreendendo ai. Digamos que ela vivia sob as rédeas da irmã, Carmem sim é maquiavélica. Ah, a autora aqui também quer uma Giovanna pra ela! kkkkk Alice é uma amiga e tanto, e agora que vai ser madrinha do pimpolho vai aprontar ainda mais junto desse casal.
Olha, você pode falar o quanto quiser, adooooooor. Mas, lembrando que se me der corda eu falo também...
Beijos linda
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Mille
Em: 22/02/2016
Magnífico, esplêndido muitas coisas ficaram claras.
A sograna se rendimento, a ficha não caiu espero sinceramente que ela tenha se arrependido e tentar recomeçar a ter aquele amor maternal e avó que parece que a pessoa fica mais besta quando o neto naace, faz todas as vontades e a alegria da casa.
Falta só a autora despachar o Henrique, eu tenho uma pergunta que acho que já foi respondido a Gio sente alguma atração por ele ou é só o jeito dela em tratar todos bem?
Gostaria muito que a máscara dele fosse descoberto pela Giovana.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor em 29/02/2016:
Olá Mille!
Acha que ainda faltou algo a ser esclarecido? Eu concordo com isso, uma criança amolece o coração de qualquer um. Celina já está rendida antes mesmo de o neto nascer, e ela enxergou verdadeiramente de que perderia a filha caso não mudasse de atitude, afinal, a fliha dela era a mesma, não mudou simplesmente por amar outra mulher.
Não, a Gio não sente nada pelo médico mequetrefe, acho que nem ele sente nada, tudo não passa de guerra de egos. Um troféu! Conseguir o que é impossível e inalcancável. Ele logo logo mostrará a face verdadeira dele.
Beijos
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patty-321
Em: 22/02/2016
Foi lindo. Maravilhoso. Mágico. Enfim o . mistério solucionado. Td perfeito. Malu sofreu mas valeu a pena. Nao pode nunca ter dúvidas do amor de seu amor. Alice e uma amiga incrível. Bjs
Resposta do autor em 29/02/2016:
No final, o sofrimento realmente valeu a pena. Luíza sofreu com desconfianças infundadas, mas tudo não passava de uma bela e enorme surpresa da mulher que ama. Com certeza! Não se pode duvidar de quem se ama. Alice é tudo de bom, queria eu ter uma amiga assim.
Beijos
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