CapÃtulo 2 – O retorno
“A vida só se compreende mediante um retorno ao passado, mas só se vive para diante.” (Soren Kierkegaard)
4 anos se passaram e aqui estou, desembarcando novamente no aeroporto de Guarulhos. Por um lado é bom voltar para nossa terra, nossa cidade. Depois de tudo que aconteceu eu resolvi deixar o país por um tempo, tentar, quem sabe, refazer minha vida. E de certo modo posso dizer que consegui embora, em algumas noites, eu ainda acorde com a lembrança dela. É eu sei, eu demorei muito para entender que fugir dos nossos problemas não faz com que eles se resolvam, mas eu tinha 20 anos e me achava a sabe tudo naquela época. Acredite ou não, atitudes impensadas era minha especialidade. Eu não sou tão velha agora, tenho só 24 aninhos, mais acredite quando alguém te disser que morar sozinho pode fazer um bem incrível para o ser humano.
Após pegar minhas malas na esteira, segui em direção à área de taxi mais próximo. Eu não tinha avisado ninguém sobre minha chegada. Se o tivesse feito tenho certeza que minha irmã Júlia estaria ali me aguardando. E eu sei que não estou pronta pra conversar com ela, não essa noite. Assim que entrei no taxi passei o endereço do hotel onde tinha feito à reserva, depois de acomodada eu poderia começar a pensar sobre as conversas que teria pelos próximos dias, com todos. Minha prioridade era Júlia, toda essa magoa que guardei entre nós quando resolvi “fugir” dos meus problemas nunca me deixou ser completamente feliz. Eu estava magoada sim, mais ainda a amava, como poderia deixar de amar minha própria irmã?
- Boa noite Senhorita – disse o rapaz, de forma simpática.
- Boa noite. Hilton Hotel, por favor – respondi.
O caminho até lá foi feito rapidamente. Fiz meu check-in e subi direto para o quarto. Precisava descansar um pouco, afinal de contas, eu não achava nada agradável passar quase dez horas dentro de um avião. Tomei um banho pra relaxar o corpo e quando estava indo para a cama parei em frente ao espelho. Eu nunca fui do tipo extremamente vaidosa, pelo menos não era quando mais nova. Eu me cuidava bastante como toda mulher, gostava de manter meu corpo em forma e ter uma vida saudável, porém, sempre tive um estilo mais despojado. Entretanto, esses anos morando em New York mudaram muita coisa em mim e uma dessas mudanças foi exatamente no meu visual.
Eu estava agora com os meus cabelos loiros mais compridos, batendo aproximadamente no meio das minhas costas, eu havia ganhado mais corpo também, e este estava mais definido, com minha barriga totalmente reta, minhas coxas mais grossas e com músculos e meus glúteos maiores, e tudo aquilo combinava perfeitamente com meus 1,70 de altura e meus lindos olhos verdes. Confesso que atualmente eu aprendi a me amar bem mais.
- Quem diria Ana Cecilia – disse sorrindo ao ver meu reflexo. Após deitar na cama bastou uns poucos segundos e eu já estava nos braços de Morpheus. Amanhã eu teria um longo dia pela frente.
Minha noite de sono não foi muito tranquila. Apesar do cansaço, meu corpo parecia se antecipar ao que estava por vir. Tomei um banho para despertar e desci até o saguão do hotel para tomar meu desjejum. Antes de seguir até a empresa de meu pai resolvi ligar para alguém que eu sabia que teria um leve colapso ao saber de minha presença na cidade. O telefone deu dois toques antes de ela atender.
- Alô – percebi hesitação em sua voz.
- É da casa da Pocahontas? – perguntei contendo o riso.
- Ana? Ana Cecilia é você? – claro que era eu, ninguém mais no mundo adora irritar tanto a Flavinha chamando-a de pocahontas do que eu. Ela odiava quando eu a chamava assim. Eu havia dado esse apelido a ela na primeira vez em que nos conhecemos.
- Oi Flávinha. Lógico que sou eu. Você anda deixando mais alguém te chamar de pocahontas além de mim? – perguntei mais ela nem se deu ao trabalho de me responder.
- Ahhhhhhhh – ouvi-a gritar do outro lado – não acredito! Espera você está aqui? Você voltou? Como assim e... espera porque você não avisou que viria? E quando.... – interrompi-a.
- Dá pra se acalmar e parar com esse interrogatório – respondi sorrindo por saber que ela estava feliz com meu retorno.
- Desculpa Ana. É que faz tanto tempo e você... Me diz onde você está eu vou ai te ver.
- Me ver ou me matar? Eu ainda não esqueci o que você prometeu. – disse relembrando nossa ultima conversa.
- Sabe que eu nem me lembrava disso... agora que você falou que a ficha caiu. Tá ai, posso te ver primeiro e te matar depois o que acha? – disse rindo.
- Eu estou no Hilton por enquanto. Mais vou ate a empresa do meu pai agora de manhã. Quero conversar com a Júlia – disse suspirando.
- Já passou do tempo de vocês terem essa conversa. Ela já sabe que voltou?
- Não. Você foi a primeira a saber, na verdade – disse ouvindo um barulho estridente no outro lado da linha. Pelo visto nem tudo tinha mudado. Flávia continuava a mesma desastrada.
- Hum. Sinto-me lisonjeada por isso. Bom então boa sorte! Me avisa quando estiver no hotel que irei ate você.
- Claro eu aviso. Flá? – chamei-a antes de ela desligar o telefone.
- Sim.
- Saiba que, apesar de eu ter me afastado de tudo, eu senti muito a sua falta – respondi saudosa. Eu sempre tive muitos amigos, mas Flávia era uma das pessoas que mais fizeram falta na minha vida durante esse tempo. Ela era como uma segunda irmã pra mim, uma irmã que a vida me deu. Na época eu acreditei mesmo que se me afastasse de tudo que me lembrava Patricia eu conseguiria viver em paz e ser feliz, e consequentemente, isso incluía afastar qualquer pessoa que pudesse me dar informações dela. Doce ilusão.
- Eu também Aninha. Beijos
- Beijos.
Eu já tinha tudo meio que planejado em minha cabeça. Eu sempre me esqueço que meus planos nunca deram certo, mesmo assim eu ainda insistia neles. Eu gostava de achar que eu tinha esse poder de controlar tudo que se referia a minha vida.
Ali, parada na entrada do prédio, eu já não tinha mais tanta certeza sobre ter controle de nada. Subi até o decimo quinto andar, onde ficava a sala de Júlia. Deparei-me com uma linda morena de óculos de grau sentada atrás de uma mesa, provavelmente a secretaria dela. Para minha sorte, ou azar, sua secretaria informou que ela ainda não tinha chegado o que tornou a espera ainda mais angustiante.
- Bom dia – disse assim que cheguei, dando meu melhor sorriso para a garota.
- Bom... Bom dia! – respondeu devagar me olhando. “Essa é das minhas.” – pensei maliciosamente.
- Você pode me dizer se a Júlia já chegou? – apoiei meus braços sobre sua mesa deixando meu colo a suas vistas, o que fez ela prender a respiração por uns segundos antes de me responder.
- Não... ela... – levantou seus olhos para mim e eu sorri para ela – Ela ainda não chegou.
- Tudo bem. Nesse caso eu posso espera-la lá dentro? – disse apontando a porta com o nome de minha irmã.
- Claro. Qual o seu nome para que eu possa avisa-la que a senhorita a espera? - perguntou.
- Você não precisa saber o meu nome. Ainda! – dei um sorriso cafajeste - Eu quero fazer uma surpresa para ela – disse levando minha mão até um pequeno cacho de seu cabelo, tocando-o suavemente - Não se preocupe – olhei-a - ela não vai brigar com você! – pisquei e segui em direção a sala enquanto ela permanecia de boca aberta. Durante o tempo em que morei fora, eu praticamente havia voltado a ser extremamente galanteadora, pra não dizer cafajeste mesmo, mas sempre deixava claro minhas “melhores” intenções com as mulheres, aliás, com todas elas.
Os minutos pareciam não passar e o barulho do relógio pendurado na parede começava a me irritar. Caminhei por sua sala observando o lugar. Era bem o gosto dela mesmo, muito bem decorado, espaçoso e sofisticado. Sentei-me em sua poltrona pegando um porta-retratos que havia sobre a mesa. Era uma foto nossa, antiga, de quando eu tinha 15 anos. Ela havia me levado até o Ibirapuera depois que minha mãe surtou ao me flagrar na cama do meu quarto com uma garota. Júlia me defendeu com unhas e dentes, ela ficou do meu lado o tempo todo, contra meus pais, contra qualquer um que ousasse falar algo de mim. Meu coração disparou com a lembrança daquele dia.
Quando a porta finalmente se abriu, eu achei que toda aquela agonia teria um fim, todavia, quem entrou na sala foi um pequeno anjinho, de cabelos ruivos e olhos azuis, correndo. Ela não negava em nada a mãe que tinha, era uma copia da Patrícia em tamanho menor, o que fez meu coração acelerar ao vê-la. Ao me ver sentada na poltrona de minha irmã ela parou, me olhando desconfiada.
- Oi – disse a ela. – não precisa se assustar – sorri.
- Oi – ela respondeu timidamente.
- Como você se chama? – perguntei.
- Valentina – ela respondeu, apenas confirmando o que eu já desconfiava. – Você é amiga da tia Julia? – perguntou se aproximando mais de onde eu estava.
- Não – sorri - Meu nome é Ana Cecilia e eu sou irmã dela.
- Ah ta – ela ficou me analisando como se aquilo a tranquilizasse - Você é muito bonita, mas não parece com a tia Júlia.
- Obrigada – sorri, ela tinha um jeitinho encantador, tão inocente - Você também é muito bonita. Não só bonita você é uma princesinha. – respondi fazendo-a sorrir.
- Minha mãe sempre me chama assim. E a tia Júlia também. Você conhece a minha mãe? – perguntou me deixando sem graça.
- Elas estão certas. E sim eu conheço sua mãe.
- Valentina! – disse Julia assim que abriu a porta da sala. Ao me ver ela estancou e derrubou alguns papéis que estavam em suas mãos. Sorri ao perceber seu nervosismo, ainda bem eu não era apenas eu que estava assim.
- Oi Júlia – disse levantando-me.
- Ana Cecilia! – ela respondeu surpresa.
- Tudo bem com você? – perguntei.
- Sim eu... estou bem. – abaixou-se para recolhe-los - Estou surpresa não esperava te ver aqui. Quando você voltou? – ela disse se aproximando e parando ao lado da garotinha.
- Ontem à noite. Não quis atrapalhar ninguém por isso não avisei.
- Você não atrapalha nunca Aninha. – disse carinhosamente - Você sabe disso – seus olhos demonstraram tristeza pelo meu comentário.
- Eu gostaria de conversar com você se não for te atrapalhar – disse-lhe.
- Claro! Deixa só eu levar essa pequena pra alguém tomar conta e eu volto pra cá.
- Ok. Tchau princesinha – disse olhando em seus olhinhos.
- Tchau – ela disse e segurou a mão de minha irmã, porém, antes de atravessar a porta eu a vi puxando a mão de Júlia, que se abaixou para que a pequena dissesse algo em seu ouvido. Ví minha irmã balançar a cabeça em sinal de afirmação e segundos depois a pequena já estava parada diante de mim.
- Eu gostei de você. Posso te dar um abraço? – aquelas palavras fizeram com que meu coração se aquecesse de ternura.
- Claro – respondi me ajoelhando para ficar mais próxima de sua altura e logo em seguida senti seus bracinhos envolverem meu pescoço num abraço aconchegante. Meus braços a envolveram também e por algum tempo permanecemos ali. Aquela garotinha balançou meu coração reacendendo um sentimento de arrependimento ainda maior pela minha evasão do país – Também gostei de você!
- Até depois – ela disse saindo do meu abraço e voltando em direção a minha irmã. Ao olha-la, percebi Júlia com os olhos marejados pela emoção. No fundo ela sabia que se houvesse alguém no mundo capaz de me conquistar de novo seria essa garotinha, afinal de contas ela tinha sido a primeira pessoa pra quem eu contei sobre os meus sonhos, e sobre os planos de vida que eu queria realizar com Patricía.
- Até – respondi, secando discretamente uma lagrima que escorreu pelo meu rosto. Valentina segurou a mão de Júlia e em seguida saíram.
- Isso tinha que acontecer logo hoje? Droga! – disse sentando na poltrona e olhando em direção a janela. Precisava me concentrar antes que minha irmã voltasse para aquela sala. Demorou alguns minutos ate que a porta se abriu novamente. Então finalmente estávamos apenas Júlia e eu na sala. Ela me olhava com receio, como se quisesse se aproximar mais tivesse medo da minha reação. Deu um leve suspiro e hesitante aproximou-se da mesa ficando de frente para mim.
- Você está linda! – olhou-me por inteiro.
- Obrigada. Você também – respondi.
- Você está bem? – perguntou
- Sim estou bem.
- Podia ter avisado que viria. Eu teria te buscado no aeroporto. – disse solicita.
- Não precisava. Eu consigo me virar muito bem em São Paulo. – respondi mais grosseiramente do que eu desejava. Percebi que ela retesou seu corpo antecedendo uma discussão entre nós.
- Foi pra isso que você veio ate aqui? Pra discutirmos? – sua voz soou ferida, defensiva.
- Não. Desculpe não quis ser grosseira – disse abaixando os olhos – eu não vim aqui discutir com você. Como eu disse, eu só quero conversar.
- Sobre o quê?
- Sobre tudo Júlia. Sobre você, sobre ela – disse olhando-a profundamente e ela soube que eu me referia a Patrícia - Quando você me procurou em New York me disse que havia muitas coisas que queria me contar. Eu estava com tanta raiva que não queria ouvir nada que viesse de você. – baixei meus olhos decepcionada comigo mesma – Eu sinto muito por ter sido tão... idiota, eu quero te ouvir. Quero que me conte tudo e quero saber por que você nunca me contou sobre isto aqui - disse retirando um envelope de dentro de minha bolsa e jogando-o sobre a mesa. Nele continha uma foto dela, quando ainda adolescente, onde ela beijava uma garota e um colar dourado com um pingente na forma da metade de um coração – Eu confiava em você e sempre achei que não existissem segredos entre nós.
- Estava com você? – disse pegando o colar e olhando com carinho – esse tempo todo achei que a mamãe o tivesse destruído também.
- Eu os encontrei na noite em que... – puxei o ar com calma e continuei - na noite em que te vi com a Patrícia. Naquela tarde, quando você me disse pra ir atrás dela, eu estava com meu orgulho ferido, não queria admitir que a amava, que estava sendo egoísta. Você sempre me conheceu bem, sabe como sou orgulhosa. Quando meu coração falou mais alto que meu orgulho eu fui até ela. Eu estava disposta a tentar recomeçar tudo, a esquecer os erros que nós duas tínhamos cometido, eu já nem me importava mais com o fato dela estar gravida daquele idiota mas ai... tudo desmoronou novamente.
- Eu nunca quis te magoar Ana. Você é minha irmã e sempre te amei. Como acha que me senti ao descobrir que estava apaixonada pela namorada da minha irmã? Eu me senti péssima. – disse com os olhos marejados – por isso escondi de você. Naquela noite ela não teve culpa, aquele beijo... – pausou tomando ar - tudo o que você viu foi minha culpa – duas grossas lágrimas escorreram por seu rosto.
- Eu sei que você não queria isso. Ninguém manda no coração. Mas aconteceu e não da pra mudar o que já passou. Depois que sai do parque eu cheguei em casa furiosa. Eu me senti traída de novo, e pela minha própria irmã. Fiquei imaginando um milhão de coisas absurdas sobre vocês, imaginando se vocês já tinham tido alguma coisa juntas enquanto eu ainda...
- Não! – gritou desesperada – isso nunca Ana. Nunca houve nada entre a gente enquanto vocês namoraram. Nada além de amizade. Por favor, acredita em mim! – suplicou-me. Encarei a por um tempo em silencio.
- Eu acredito – disse baixando o tom de voz – Enfim. Eu queria muito te machucar naquela noite, acabei descontando minha raiva no seu quarto e por isso joguei sua caixinha de musica na parede. Eu sabia o quanto você adorava aquela caixinha. Eu nunca soube o motivo mais eu sabia que era algo importante já que não deixava ninguém tocar nela. Quando ela se despedaçou eu vi a foto e o colar caídos no chão. Eu não conseguia acreditar que você nunca havia me contado que já tinha ficado com uma garota. Tudo que eu acreditei que nós tínhamos pareceu uma mentira. Toda confiança que eu depositava em você e que eu achava que você também depositava em mim se quebrou ali. Então eu fiz o que fiz. Juntei minhas roupas na mala e sai de casa.
- Você não imagina o desespero que me deu quando eu cheguei em casa e achei apenas aquele bilhete na cama – fechei os olhos relembrando o que tinha escrito no pedaço de papel.
“Júlia,
Estou partindo.
Eu já sei de tudo, eu vi.
Ana”
- Quem é ela Júlia? – perguntei apontando a foto – porque nunca me contou?
- Eu vou te contar. Será que podemos conversar em outro lugar? É uma longa história e eu não posso deixar a Valentina com a secretaria o dia todo. Eu vou deixa-la em casa com a mamãe e prometo te contar tudo desde o começo.
- Com a mamãe? – respondi incrédula - Desde quando ela olha alguma coisa que não seja o próprio umbigo?
- Muita coisa aconteceu desde que você foi embora Ana. Você se fechou pra todo mundo mais a vida continuou aqui. A mamãe mudou muito desde que você saiu de casa. Podemos ir? – perguntou segurando a maçaneta da porta.
- Vamos – segui em direção a porta. Assim que saímos Júlia foi ate sua secretária e chamou Valentina, que correu até ela. Eu permanecia parada ao seu lado enquanto meus olhos fitavam sua secretaria, e a mesma correspondia discretamente. Júlia pediu a ela que cancelasse uma reunião que teria e a garota confirmou com a cabeça em sinal positivo. Aproximei-me mais da mesa parando em frente a ela, que me lançava um sorriso tímido.
- Posso usar? – perguntei sorrindo para ela e em seguida apontando para um pedaço de papel e uma caneta.
- À vontade – respondeu. Anotei meu nome e meu telefone e entreguei a ela.
- Agora você já sabe meu nome – pisquei e sai enquanto Júlia me olhava incrédula pela minha atitude.
Descemos no elevador até a garagem em silêncio e de lá seguimos em direção ao apartamento dos meus pais. Valentina foi conversando durante todo o caminho. Contava-me sobre seus gostos, seus desenhos favoritos, falava sobre sua coleção de bonecas polly e tudo mais que gostava. Assim que o carro de minha irmã adentrou à garagem, uma gama de sentimentos e lembranças me invadiu. Lembranças do tempo em que eu passei ali. Algumas eram boas. Outras nem tanto.
- Vai subir? – ela perguntou ao estacionar.
- Não hoje - respondi. Eu ainda não queria ter que encontrar meus pais. Principalmente minha mãe.
- Bom você que sabe. Já volto. Vamos princesinha?
- Vamos tia Júlia. – minha irmã retirou-a do carro mantendo-a em seu colo.
- Tchau princesa – eu disse olhando em seus olhinhos.
- Tchau. Você também vai ser minha tia agora? – perguntou com naturalidade me fazendo sorrir.
- Se você quiser eu serei sim.
- Então eu quero – respondeu – eu ainda não tenho uma tia Ana – disse fazendo Júlia e eu sorrirmos.
- Então agora já tem.
- Tchau tia Ana – ela disse com carinho, como se me conhecesse desde sempre.
- Tchau linda – respondi ainda sorrindo. Crianças são tão inocentes que conseguem mexer com nossa alma sem muito esforço. Minha irmã não demorou a retornar e logo já estávamos rodando pelas ruas de São Paulo.
- Pra onde vamos? – perguntei enquanto ela dirigia.
- Você queria saber quem é a garota da foto. Vou te levar para conhecê-la.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Poli Vasconcelos
Em: 18/04/2017
To adorando ler
Resposta do autor:
Ola Poli
Espero que vc continue gostando de todos os capitulos...
Bjus
annagh
Em: 26/03/2016
Oi Pri...já tô viciada na estória. De cara, já gostei da Ana!!!
E vamos lá para o próximo capítulo. Quero entender melhor os motivos que fizeram Júlia ficar com a namorada da irmã. Pra não julgar errado né....
Beijo Flor.
Paulinha.
Resposta do autor em 26/03/2016:
Oi Ana...
Viciada já rs... que otimo... espero que você continue sempre por aqui comentando...
Bjos linda
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lis
Em: 27/02/2016
Boa noite autora, tudo bem? Quantas revelações hein agora sim da para começar a entender a história, ela está maravilhosa parabéns.
Resposta do autor em 02/03/2016:
Ola Lis... estou bem e você?
Pois é mais ainda haverão outras revelações com o decorrer da estoria.
Que bom que está gostando e espero que continue postando sua opinião, ela é importante e sempre bem vinda!
Bjus
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Mille
Em: 26/02/2016
Muito esclarecedor esse capítulo Júlia se apaixonando pela Patricia e a Anã descobriu da pior forma mesmo que Patricia estivesse traído ela e ficado grávida. Creio que a primeira namorada da Júlia esteja morta, e é por ela que vive com insônia.
Bjus e até o próximo capítulo
Ameiiiiii
Resposta do autor em 02/03/2016:
Olá...
Será que você acertou? só conferiindo o proximo capitulo, que por sinal ja foi postado!
Espero que goste!
Bjus
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Ana_Clara
Em: 26/02/2016
Eita, quantas revelações! Eu sinceramente achava outras coisas, achava que a Ana seria a garota que a Julia ama e não que são irmãs. kkkkkk Mas agora já está tudo esclarecido e eu aposto que a moça que a Julia ama está no cemitério, será?! Bom, pelo jeito a Patrícia já esqueceu a Ana, pq no primeiro capítulo ela parecia bem entregue ao amor da Julia. Quanta confusão! Eu só acho que se essa situação fosse comigo eu não perdoaria minha irmã e minha ex nunca.
Resposta do autor em 02/03/2016:
Ola...
Que bom que surpreendi você rs!
Será que acertou? só conferindo mesmo!
Eu não sei se não perdoaria, se a situação fosse comigo, mais acho que tudo dependeria de como tivessem decorrido os fatos.
Bjus e até o proximos capitulo!
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