Isabella.

                 Quando Larissa segurou minha mão tentando me levar para o quarto, senti meu coração bater acelerado. Ela se importava com Alice, estava mais do que na cara que ela tinha um carinho especial por ela, e se ela não gostasse de mim? Como Larissa reagiria? Chegamos na porta e eu fiquei escondida atrás de Lari. Ouvi a voz da pequena dizendo que nós poderíamos entrar. Assim que Larissa saiu da minha frente eu prendi a respiração, mas logo soltei todo o ar quando vi Alice.

                  Ela me sorria de forma calorosa, o que fazia duas covinhas em sua bochecha aparecerem. Não sei ao certo qual a sensação que senti ao ser observada tão atentamente por aqueles olhinhos curiosos.

-Alice essa é a Bella.- Lari falou.

-Oi Bella, a tia não mentiu, você é mesmo linda.- a pequena sorriu, eu fiquei sem graça.

-Ela também não mentiu quando disse que você era encantadora. – falei me aproximou da cama, ficando de um lado e Lari do outro. –Como você conseguiu se machucar assim?

-Beatriz diz que é porque sou sapeca. – respondeu rindo.

-Você pode ser sapeca, mas tem que tomar cuidado. Você deu um baita susto na gente. – falei passando a mão em seus cabelos.

                  Larissa não falava nada apenas nos observava:

-Mas só foi um arranhão. – deu de ombros. – Só machucou um pouco aqui e eu nem chorei quando vi a agulha. – falou corajosa.

-Eu sempre choro quando vejo agulhas.- confessei fazendo careta.

-Você é chorona. – Alice fez graça.

-Não sou a única, a tia Lari também é um bebezão nessas horas. – falei e nós duas a olhamos rindo.

-Isso não é verdade. – retrucou emburrada.

-Você também caiu da arvore? – Alice falou apontando para a mão machucada.

 -Não, foi um machucado diferente. E a Bella está cuidando de mim direitinho.- Lari sorriu para mim.

-Ah, entendi. Vocês são namoradas? – perguntou Alice.

                       Ao vir a frase da menina olhei rapidamente para Larissa:

-Sim, na verdade vamos casar. Mas, como você sabe disso? 

-Foi fácil, vocês estavam de mãos dadas, o jeito que se olham e você ficou com cara de boba quando falou dela para mim da última vez. Sem falar da aliança. Eu sou criança, mas não sou burra. – falou entre risos.

                  Não consegui conter o riso quando ouvi a conclusão dela. Alice era muito esperta, até mesmo ela sabia que Larissa fica com cara de boba.

-Certo sabichona. Você precisa descansar agora, que daqui a pouco vai ter que colocar gesso nesse braço. –Larissa falou apertando suas bochechas.

-Tudo bem, será que vocês podem me esperar dormir? – pediu com cara de gato de botas.

-Claro. – concordamos e ela fechou os olhos.

                   Permaneci fazendo carinho em seus cabelos, enquanto Lari segurava a mão menor na sua. Alice logo foi fechando os olhos, observei sua face serena, tão pequena e já tinha passado por tanta coisa, ela era uma criança tão esperta, extremamente inteligente e merecia ser cuidada. Não que na ONG ela não fosse, mas ela precisa de amor e como lá são muitas crianças não tem como estar atentas a todas o tempo inteiro. Meus olhos foram de Alice a Lari, que me olhava atenta. Nos prendemos naquele contato, eu não sabia ao certo o que estava fazendo, mas eu precisava fazer.

                    Assim como me encantei por Larissa no primeiro contato, me encantei por Alice e assim como fiz antes com o pedido de casamento e aceitando o que sinto por ela, precisava fazer isso por aquela criança, que estava ali tão indefesa e sozinha. Nós poderíamos, juntas, dar todo o amor que ela merece e todo o cuidado. Me abracei a Lari, e falei em seu ouvido:

-Ela precisa ser nossa. – não consegui mais conter as lágrimas e ela chorou comigo.

                   Sei que nem casamos ainda, mas tudo o que eu queria antes eu tenho hoje, a mulher perfeita, me sinto a mais amada de todas e por mais que tenha se passado tão pouco tempo, nós sempre aproveitamos cada minuto muito bem. Agora podemos formar uma família, fora que minha mãe iria adorar uma neta assim tão rápido. Ouvimos batidas na porta e nos separamos:

-Desculpem interromper, preciso levar Alice, a ortopedista já está esperando. – a enfermeira falou.

- Claro, me deixa só acordar ela. – Larissa pediu, secando as lágrimas.

-Tudo bem, espero aqui fora. – a moça sorriu e saiu, nos deixando sozinhas mais uma vez.

                   Larissa se aproximou da cama. Segurou a mão de Alice e lhe chamou:

-Alice. – beijou sua testa demoradamente. – Anjo, acorda. – fez carinho em seus cabelos.

-Humm, me deixa dormir só mais um pouquinho.- reclamou de olhos fechados.     

                  Larissa sorriu, com certeza vendo a semelhança comigo. Sempre querendo dormir mais um pouquinho.

-A doutora já chegou, ela vai concertar seu braço.- falou pausadamente.

                   Ela abriu os olhos, sentou-se na cama e passou a mão nos olhos, tentando despertar.

-Porque vocês estão com essa cara? – olhou para mim e Larissa. – Parecem que estavam chorando.

-Não foi nada, estamos bem. – falei ficando próxima a ela. –Agora você precisa ir, a moça está te esperando lá fora. Tudo bem? - perguntei, ela se assustou.

-Você não vão estar aqui quando eu voltar? - perguntou com os olhos tristes.

-Claro que estaremos. Prometo que ainda te levaremos para tomar um sorvete o que você acha? – Larissa respondeu.

                     Alice abriu um sorriso logo que escutou isso:

-Tudo bem. Pode ser de morango? – me olhou.

-Claro, do que você quiser. – falei e ela riu.

                     Logo a enfermeira entrou e levou Alice. Nós resolvemos ir esperar junto com Marta e Beatriz. Não vimos as duas, nos sentamos. E Larissa me perguntou:

-Você tem certeza sobre Alice? – me olhou.

-Sim. – sorri e segurei sua mão. – Sei que é isso que você quer e que essa era sua intenção quando queria me apresentar a ela. – Lari ficou vermelha.

-Nós nem casamos ainda, como podemos adotá-la? – perguntou confusa.

-Podemos pedir a guarda provisória no seu nome, arrumamos o casamento e depois adotamos ela juntas. – falei segurando sua mão.

-Às vezes me pergunto se você realmente existe.- sorriu.

-Claro que existo e sou toda sua. – sussurrei a última parte.

-É bom que seja mesmo. – semicerrou os olhos e riu em seguida. - Quanto tempo levaria para o pedido ser analisado? – perguntou.

-Algum tempo, eu não conheço ninguém aqui para agilizar as coisas. – falei sincera.

-Você não conhece, mas, eu sei quem conhece. – falou olhando Marta se aproximar. –E ela não está em condições de me negar nada. –falou seria.

-Calma, aqui não é lugar para essa conversa e nem o momento.

-Eu sei. – concordou.

-Onde está Alice? – Beatriz perguntou.

-Já está com a ortopedista. – respondi. – Será que poderíamos conversar? – a mulher me observou alguns segundo.

-Claro. – concordou.

               Nos levantamos e fomos para uma parte menos movimentada. Logo estávamos a sós:

-Beatriz a Larissa e eu temos interesse na adoção de Alice. – falei de uma vez só. A mulher se assustou, mas logo sorriu.

-Isso é ótimo. Ela é uma criança maravilhosa, mas não sabia que vocês já eram casadas, Marta não me contou. – disse em um misto de surpresa e dúvida.

-Ainda não casamos, mas a documentação já está no cartório. – falei pausadamente.

-Então apenas depois do casamento? – perguntou me analisando.

-Não, estamos pensando em pedir a guarda provisória dela e logo que nos casarmos entrar com o pedido de adoção. Não acredito que o casamento demore a ser feito.

-Mas o pedido da guarda pode levar algum tempo, mesmo eu sendo a assistente social, tem todo um protocolo a ser seguido. E a justiça é lenta. – falou com pesar.

-Não se preocupe, nós daremos um jeito em apressar as coisas. Eu mesma darei entrada no pedido de guarda, hoje ainda. Em nome de Larissa.

-Vocês estão mesmo querendo essa criança, não é? – sorriu emocionada.

-Sim, ela é....-pausei tentando encontrar a palavra certa para descrevê-la. – A Alice do país das maravilhas. – sorri lembrando da forma que ela se apresentou para Larissa.

-Fico feliz que ela tenha encontrado vocês. Farei o que estiver ao meu alcance para que vocês consigam a guarda dela. – sorriu apertando minha mão.

-Obrigada. – a mulher ia saindo. – Ah, mais uma coisa, nós prometemos de leva-la para tomar sorvete.

-Claro, sem problema. – sorriu e se afastou.

                  Peguei meu celular e liguei para Isac. No segundo toque ele me atendeu:

-Oi irmã. Você nos deixou cheio de coisas para fazer aqui. – reclamou.

-Você queria advogar então, está aí sua chance.- sorri.

-Pois é, mas a que devo sua ligação, sei que não é apenas para bater papo.

-Preciso que você me mande um modelo de procuração e outro de Pedido de Guarda Provisória. – percebi que ele parou de respirar.

-Como é? – perguntou confuso.

-Você está ficando lerdo moleque? – perguntei irritada. –Me manda por e-mail um modelo de procuração e outro de guarda provisória.

-Certo, certo. – falou rapidamente.

-Obrigada. – encerrei a ligação.

-Está tudo bem? – perguntou Lari atrás de mim.

-Sim. Falei com Isac, ele vai me mandar uns modelos para mim e hoje mesmo pediremos a guarda de Alice. – falei de uma vez só.

-Serio? – ela sorriu, seus olhos brilhavam mais que o normal. Se ela soubesse que eu seria capaz de fazer qualquer coisa para vê-la sorrindo eu estaria em sérios problemas.

-Sim, a não ser que você tenha mudado de idéia.

-Claro que não. –permaneceu me olhando de forma intensa.

-Falei com Beatriz e ela ficou feliz por nossa decisão.

-Bella, será que Alice quer isso? - perguntou receosa.

-Podemos perguntar a ela. – sorri e ela caminhava junto de Marta e Beatriz.

              Assim que nos viu ela correu em nossa direção:

-Vocês não me esperaram no quarto. – disse colocando as mãozinhas na cintura e fazendo bico.

-Ei, eu disse que íamos te esperar, não falei em que parte da clínica seria. - Larissa disse se abaixando e ficando da altura dela.

-Hum, então eu não prestei atenção. – ficou vermelha.

-Então podemos ir tomar nosso sorvete? – perguntei para ela.

-A tia Bea precisa deixar. – olhou para a mulher que sorriu.

-Podem ir sim. – falou rindo. – Qualquer coisa é só me ligarem. – me entregou seu cartão e saiu.

-Bom, vou deixar vocês aproveitarem, antes do sorvete precisam almoçar. – Marta disse nos olhando, Lari sorriu de lado.

               A mulher se abaixou e beijou a cabeça de Alice que sorriu, em seguida me cumprimentou. Logo depois olhou Larissa, a abraçou e sussurrou algo em seu ouvido. Ela sorriu e a mulher saiu em seguida:

-Então aonde vamos almoçar? – perguntei as duas.

-Que tal na minha casa, podemos comprar o sorvete e levar para lá também.

-Não importa o lugar eu só quero meu sorvete. - Alice disse rindo sapeca.

            Ela segurou a mão de Larissa, me olhou rindo em seguida falou:

-Não fica com ciúmes, mas é que só posso usar uma mão. – mostrou o braço imobilizado.

-Pode deixar não vou ficar com ciúmes não. – sorri e caminhamos até o carro.

-Uau, você anda de motorista. – a pequena disse surpresa.

-Esse não é meu motorista, é o do tio Ruan. – Lari explicou. – O meu ficou lá onde estou morando agora.

            Sorriu e entrou no carro, eu ajudei ela colocar o cinto, ela sorriu sapeca e disse:

-A tia Lari também precisa de ajuda.

-Isso mesmo, a tia Lari precisa de ajuda. – falou divertida.

-Claro. – sorri para as duas e coloquei o cinto dela também.

             Fixei meu olhar em Larissa e ela no meu, ficamos nos olhando intensamente:

-Ei tem criança nesse carro. – Alice falou rindo divertida.

             Olhamos para ela e caímos na risada. O percurso foi feito sem pressa, meu celular apitou avisando de um novo e-mail. Abri e vi que eram os modelos que Isac havia me mandado:

-Então você gosta de jogar bola? – Larissa conversava com Alice.

-Sim, mas os meninos nunca me deixam jogar, eles falam que é coisa de menino. – falou triste.

-Isso não é verdade, meninas podem sim gostar de futebol. Assim como meninos podem gostar de bonecas. – Lari explicava.

-Eu sei disso, eles que são idiotas. – reclamou.

            Larissa me olhou divertida, logo paramos em frente aos portões da antiga casa dela. Como sempre os seguranças a postos, já passávamos pelos portões quando Alice disse:

-Ei, você esqueceu meu sorvete. – fez cara de brava.

-Foi mesmo, mas podemos almoçar enquanto peço para alguém ir comprar o sorvete. – Lari disse e a menina logo aceitou.

            Saímos do carro e Alice ficou encantada com a casa:

-Você mora que nem princesa. – seus olhinhos brilhavam.

-Você acha? – falou ficando da altura dela.

-Acho sim, e ainda namora outra princesa linda, você tem sorte. – disse me olhando.

         Larissa e eu nos encaramos e sorrimos, entramos na casa, os empregados se surpreenderam com a presença dela ali.

-Bom dia Gerard.

-Bom dia dona Larissa, não sabia que viria a cidade hoje. – sorriu o homem.

-Pois é, precisei vir resolver umas coisas. Bom, os quartos estão arrumados? – perguntou.

-Tudo em ordem.

-Ótimo, vou levar essas duas lá para cima, daqui a pouco descemos para o almoço. – Larissa falou.

         Senti a mão de Alice puxar minha calça, olhei para baixo e ela me chamou com o dedo indicador. Me abaixei ficando de sua altura, ela passou o braço em meu pescoço e disse baixinho em meu ouvido.

-Ela vai esquecer meu sorvete.

        Sorri para ela a segurando no colo e disse para Larissa:

-Não esqueça o sorvete. – Larissa sorriu quando viu que eu tinha Alice no colo.

-Claro, Gerard temos sorvete de morango?

-Sim, temos.

-Ótimo, essa será nossa sobremesa.

-Certo.

          O homem se retirou e ficamos apenas nós três. Alice olhava para Larissa com admiração, seu braço ainda estava sobre meu pescoço.

-Que tal um banho antes do almoço? – perguntou Larissa olhando para Alice.

-Não trouxe roupa para trocar. – disse baixinho.

-Ah, eu aposto que aqui deve ter alguma coisa de quando eu era criança, sabia que meu quarto ainda está do mesmo jeito? – falou olhando Alice.

-Não, me mostra? – disse animada.

-Claro, vem comigo. – ela estendeu a mão.

-Mas é que essa escada é tão grande, e eu estou com o braço quebrado. – fez drama. – Me leva no colo? – pediu manhosa.

-Vem, eu te levo sim. – pegou ela no colo e me olhou.

-Eu preciso resolver algumas coisas, posso usar seu escritório? – perguntei, ela sabia o que eu precisava fazer.

-Claro, quando terminar estaremos lá em cima. – se aproximou e beijou meu rosto.

-Isso não é beijo de namoradas, é beijo de amigos. – Alice fez graça.

         Larissa sorriu e me deu um selinho. Alice riu ainda mais.

-Satisfeita? – perguntou Larissa enquanto caminhava em direção a escada.

-Sim.

         Logo as duas sumiram. Caminhei para o escritório, admirei a quantidade de livros que havia ali. Caminhei até a mesa que fica virada para uma janela de vidro que dava uma visão direta do jardim. Me sentei e logo comecei a preparar a petição. Não percebi que havia demorado, até que senti Larissa beijando meu pescoço.

-Você fica sexy, assim, concentrada. – passou a língua em minha orelha.

-Hum, não faz isso, que você me enlouquece. – falei com a voz rouca.

-Vem, Alice está esperando a gente. – segurou minha mão.

-Primeiro assina isso aqui. – entreguei a procuração.

         Alguns minutos depois e já estávamos no jardim, a mesa repleta de comida e Gerard e Alice conversavam.

-Até que enfim, já ia começar a comer tudo sozinha. – reclamou.

-Vamos comer logo então.

          O almoço foi divertido, Alice a cada frase se mostrava ainda mais esperta. Na hora do sorvete foi só alegria, tanto ela quando minha noiva que mais parecia criança. Observava as duas conversando, pareciam intimas já, percebi que era isso mesmo que queria, uma família com Larissa, de preferência com mais filhos. Observei o cuidado que ela teve em vestir a pequena, o cabelo arrumado, a roupa combinando.

          Meu celular tocou, vi o número de Marta na tela. Pedi licença as duas e me distanciei para atender.

-Oi Marta.

-Isa, liguei para Larissa mais ela não me atendeu.

-Acho que o celular dela está lá dentro. Aconteceu alguma coisa? – perguntei preocupada.

-Não, só queria avisar a ela, que falei com a minha amiga que é Juíza, sobre a guarda de Alice. Ela me disse que podemos levar a petição que ela vai analisar, só que apenas segunda. – falou calma.

-Tudo bem, já estou com tudo pronto aqui. Podemos deixar com você antes de voltarmos.

-Tudo bem. – falou e respirou fundo. – Isabella, como ela está reagindo em relação ao que descobriu.

-Ela está bem. – disse tentando tranquiliza-la.

-Certo. Diga que eu convidei vocês para jantarem aqui.

-Direi sim. Obrigada por tudo Marta. – falei e encerrei a ligação.

              Olhei na direção das duas, Larissa limpava a boca de Alice que estava cheia de sorvete. A menor agarrou o pescoço de Lari e beijou seu rosto rindo em seguida, pois a sujou inteira de sorvete. Me aproximei das duas e Alice me olhou sapeca:

-Agora é sua vez. – sorriu comendo mais sorvete e melando a boca inteira.

-Não, vocês estão porquinhas. – falei olhando para as duas.

-Ah, você vai nos pagar caro pelo insulto. –Larissa riu e assim com Alice comeu mais sorvete.

             As duas caminharam em minha direção rindo, Larissa me segurou e pegou Alice no colo, as duas beijaram meu rosto simultaneamente. Me fazendo rir. Nem percebi Gerard com a câmera pronta para nos fotografar. As duas me encheram de beijos, até que cansaram. O homem ria da cena, e nos mostrou a foto. Sorri ao ver a imagem, com certeza seriamos uma família feliz:

-Vocês me sujaram inteira. – reclamei passado um guardanapo no rosto.

-Agora você está com gosto de morango. – Alice riu.

-Exatamente. – Larissa concordou e as duas riram cúmplices.

            Depois de nos limparmos fomos para a sala de vídeo, Alice queria assistir filme. Larissa arrumou todo o chão com almofadas e um cobertor, ligou o ar. E alguns segundos depois voltou com dois baldes de pipoca.

-Nós acabamos de almoçar. Impossível que vocês consigam comer pipoca. – olhei para as duas.

-Espera para ver. – Lari falou e sentou-se ao meu lado.

-Ei, eu quero ficar no meio. – reclamou Alice fazendo bico.

-Vem cá coisa miúda. – falei e a trouxe para perto.

             Ela se deitou entre nós:

-Alice nós temos algo para te perguntar. – olhou séria para a menina.

-Tudo bem. – falou se sentando.

-Como você sabe a Bella e eu vamos nos casar. – a menina ficou atenta. - E nós gostamos muito de você, e queremos saber se você quer morar conosco? –falou de uma vez só.

              Olhamos para Alice esperando que ela falasse alguma coisa, ela mexia nos dedos, quieta como se analisasse algo. Larissa me olhou apreensiva:

-Vocês querem me adotar? – perguntou sem nos olhar.

-Sim, Alice, nós queremos, se você quiser. – falei segurando sua mão.

            Larissa parecia ter esquecido como se respira.

-Vou poder chamar vocês de mamãe? - perguntou diretamente para Larissa.

-Sim, pode chamar como você quiser. – respondeu emocionada.

-Então eu vou ter duas mamães princesas. – colocou a mão no queixo, ela até parecia adulta. – Então eu quero sim. – sorriu para nós.

           Segurou minha mão e me trouxe para mais perto, logo em seguida puxou Lari que estava parada. E assim no meio de almofadas no chão, ela abraçou a nós duas. Escutei que ela chorou baixinho, Larissa apertou o abraço, e assim como Alice nós choramos.

 

 

 

Fim do capítulo