- Podemos entrar – Gabriel bateu na porta, Tereza vinha logo atrás.

- Sentem todos, por favor – Alexia ordenou e sentou também – Recebi os papeis que vocês me encaminharam, pelo jeito temos um suspeito, investiguei, ele é professor nas duas escolas que as vitimas estudaram, fiz uma sondagem, parece que ele é bem querido pelas crianças. Amanhã quero que você Tereza – Olhou para ela – E você Gabriel vão na escola, falar com este professor. – Alexia passou um papel para os dois.

- Espera – Tereza ficou desconfortável – É a mesma escola Biel – Disse e não aguentou, lagrimas saiam de si.

- Calma amiga, vamos dar conta – Gabriel falou e foi ai que Alexia percebeu que era a mesma escola onde Tereza sofreu tanto. – Podemos ir Alexia? – Perguntou segurando a mão de Tereza.

- Sim claro, fica calma Tereza – Disse por fim, mas o que queria mesmo dizer era que a amava e que iria proteger para sempre. Os dois saíram.

- Nem pra dizer uma palavra de conforto hein – Samuel disse.

- Não consegui, travei, queria muito ter abraçado ela – Disse triste.

- Baby, vai dar tudo certo – Samuel falou, levantou e lhe deu um abraço – Tenta entender que deve ser difícil pra ela, mas esse medo vai ser superado amanhã.

***

Dia seguinte

   Tereza estacionou o carro perto da escola, ela e Gabriel desceram, antes de passar pelo portão, na mente de Tereza se passava tudo outra vez, sentia a dor na espinha só de lembrar.

- Amiga vai dar certo, segura minha mão – Gabriel falou e segurou a mão da Tereza, foi muito difícil, algumas vezes ela travava andando, mas conseguiu entrar e procurar o professor, em instantes estavam os dois em frente ao professor.

- Prazer, me chamo Carlos, posso ajudar – O professor falou quando os policiais se apresentaram.

- Você conhece essas crianças? – Gabriel perguntou mostrando as fotos.

- Sim, são todos meus alunos – Disse inocentemente – Faz tempo que não os vejo.

- Claro, eles estão mortos – Tereza disse firme – Agora me explica, como você não sabia dos assassinatos?

- Deve ser porque não tenho bola de cristal – Carlos disse encarando Tereza.

- Olha o respeito rapaz, ou será detido por desacato – Gabriel falou.

- Olha, eu não tenho nada haver com isso, passei alguns dias de atestado e não sabia mesmo das crianças – Disse sincero.

- Vamos ver isso senhor Carlos – Tereza já estava impaciente – Passar bem – Disse e saiu puxando o amigo. – Esse cara tem rabo preso – Tereza falou enquanto caminhavam.

- Deve ter, mas algo me diz que pode ser outra coisa e que ele realmente é inocente – Gabriel acreditava no professor.

- Aquele ali é o Navarro? – Tereza perguntou a Gabriel, Thiago estava de costas falando com uma aluna e segurava um livro. Foram se aproximando.

- Thiago? – Gabriel chamou.

- Sim – Thiago virou e prendeu a respiração quando viu a dupla – É... É.. aconteceu algo? – Falava gaguejando.

- Nada não, só passando mesmo – Gabriel disse, percebeu o nervosismo do professor.

- Tchau Thiago, ótimo dia – Tereza disse por fim.

No carro

- Você percebeu o nervosismo do Thiago Navarro? – Gabriel falou para a amiga.

- Claro que sim, parecia que estava até com dor de barriga – Riu – Pelo que conheço de você, vai pedir para Alexia permissão para interrogar ele, estou certa?

- Mais certa impossível, mas primeiro quero ouvir mais o Carlos, quero tirar de vez a duvida sobre ele – Dizendo isso, o resto do caminho foi de canções da Lady Gaga e uma Tereza resmungando.

   Chegando na DP Tereza e Gabriel passaram tudo para Alexia, e no final da tarde já tinham o pedido para interrogar Carlos no dia seguinte, o rapaz iria receber um comunicado.

- Posso sair mais cedo hoje Alexia? – Tereza perguntou, os quatro estavam na sala, Gabriel e Samuel estavam de saída.

- Não vou liberar ninguém para ficar de chamego em festas – Alexia disse sem se sentir, nisso Samuel arregalou os olhos.

- Mas...mas... por favor Alexia eu preciso – Tereza insistiu, pois tinha a Amora.

- Não e pode se retirar junto com os dois – Alexia foi firme.

- Tudo bem doutora – Tereza disse triste e saiu, Gabriel foi junto.

- Pirou mulher? – Samuel voltou da porta.

- Está do lado dela agora? – Disse chateada.

- Aff, não estou do lado de ninguém, só acho que deveria ter liberado ela.

- Me dê motivos? – Disse firme.

- Deve ser porque ela tem uma filha – Samuel não conseguiu se conter, Alexia ficou atônita.

- Filha? Mas de onde? – Disse surpresa.

- Pergunta pra ela oras – Samuel foi firme.

   Alexia se deixou cair na cadeira, como assim filha? Não conseguia entender, Tereza com filha? Ficou horas sentada, até que percebeu a hora, se levantou, Tereza já não estava e os amigos tinham saído para uma festa. Pensou mil vezes no que fazer.

- Buuuu... abuuuu – Amora brincava com os cabelos de Tereza, as duas estavam deitadas no chão da sala, a pequena por cima da policial. Tereza chegou tarde, teve que pedir desculpas para babá e pagar um extra.

- Maaaa mãe, fala amorinha – Tereza tentava de todas as formas e a mocinha só sabia rir e rir. – Eita que o Gabriel esqueceu a chave outra vez – Tereza se levantou com a pequena no colo, foi abrir a porta. – O que faz aqui? – Alexia estava paralisada diante da visão de Tereza segurando uma criança.

- Vim me desculpar... eu..eu não sabia – Disse gaguejando.

- Está desculpada, agora pode ir – Tereza estava cansada e chegou a beira da grosseria.

- Calma, também não precisa pisar – Disse se defendendo.

- Desculpas vai, o dia foi cheio de coisas, quero apenas ficar com minha filha – Disse triste – Entra vai – Acabou cedendo e dando passagem para outra entrar.

- Nossa mudou muita coisa aqui – Alexia entrou reparando no ambiente.

- A Amora foi a causa de tudo – Disse se sentando no sofá.

- Amora? – Não entendeu.

- Minha filha – Ficaram se encarando.

- Posse segurar ela um pouco? – Perguntou com medo da resposta.

- Claro que sim – Tereza disse entregando a pequena que segurava o nariz de Alexia e apertava. – Pelo jeito gostou de você.

- Acho que sim – Alexia ria brincando com a criança.

- Abuuuu... mama – Amora acabou soltando olhando para Alexia.

- Que mocinha traidora, nunca me chamou de mãe – Tereza disse pasma, não conseguia acreditar na cena diante de si.

- Ela gostou de mim, mais que você – Alexia disse brincando e estirou a língua para Alexia, ato simples que fez a policial se arrepiar. Ficaram se encarando, até que Alexia sentiu Amora puxando seus cabelos.

- Puxa mesmo amor, que ela vai ganhar dinheiro com a peruca – Tereza riu.

- Mama – Amora não parava.

- Repete comigo, A...le...xia – Alex brincava com a pequena.

- Mama xia – Amora tentava repetir.

- Mas que menina vira casaca – Tereza continuava surpresa com a filha.

- Bem acho que vou indo – Alexia se levantou para entregar Amora a Tereza.

- Fica com a gente – Tereza disse sem pensar – Vamos ver um filme? – Disse e no mesmo momento as duas lembraram da primeira vez no cinema.

- Tudo bem – Foi a única coisa que Alexia conseguiu responder.

 - Gente que cena mais fofa, corre Biel pega o celular – Samuel falava baixinho para o namorado, tinham entrado na casa de Tereza. A cena era linda, Tereza dormia abraçada a Alexia e Amora dormia abraçada no peito de Alexia. Rapidamente Gabriel pegou o celular e tirou uma foto.

- Mas porque isso agora? – Biel não entendeu.

- Amooor, vai ser nosso presente de casamento para essas duas – Samuel falou rindo baixinho.

- Vamos – Gabriel falou e puxou de fininho o namorado para o quarto.

   Pela manhã Alexia foi a primeira a acordar, desorientada, viu que Amora estava em cima de si e se sentiu a melhor das pessoas, levantou devagar, e como conhecia o caminho do quarto da outra, foi caminhando lentamente e colocando Amora no berço. De fininho saiu e foi para casa, pensando em mil coisas. Tinha se sentido em casa junto da Tereza e a Amora.

   Tereza acordou procurando as duas, viu que Amora estava no quarto, mas nem sinal de Alexia.

- Nem pra deixar um bilhete – Resmungou enquanto ia em direção ao banheiro, em instantes teria que ir para fortal.

Fim do capítulo