- Parece que você passou o dia ajoelhada no milho Alex, dormiu não? – Samuel falou entrando na sala da delegada.

- Não consegui, depois que vi Tereza, que ela me beijou..

- O que? – Samuel falou de olhos arregalados – Ela te beijou? Que fogo hein – Riu.

- Não quero nada com ela – Disse firme.

- Para de se enganar ou vai ficar noites e noites sem dormir, vai ficar feia hein – Samuel disse tentando fazer a amiga entender.

- Foi um beijo sem importância.

- Se um beijo fez isso, imagine se fosse outra coisa né baby.

- Mudando de assunto, alguma novidade sobre o killer? – Disse preocupada.

- Ainda não, hoje Tereza e Gabriel iram nos mostrar alguns papeis e o nome de um suspeito – Samuel disse serio, Alexia nada respondeu, ao ouvir o nome de Tereza, respirou fundo e afundou a cabeça em outras investigações que tinha que analisar. Samuel percebendo, saiu de fininho.

   Gabriel e Tereza passaram a manhã na rua fazendo ronda por ordem de Alexia, essa ficou trancada na sala trabalhando e Samuel com outro policial investigando um assassinato de um rapaz morto por conta de drogas.

***

- Que tumulto é aquele ali Tereza – Gabriel olhou várias pessoas fazendo roda – Para o carro.

- Policial Tereza, o que houve – Tereza falou mostrando o distintivo para um segurança que tentava conter a situação, choros eram ouvidos.

- Uma criança foi morta brutalmente – O segurança falou.

- Biel liga para Alexia, pede para Samuel vir urgentemente. – Enquanto Gabriel ligava, Tereza ia fazendo as pessoas circularem, o choro ouvido era da mãe da criança, Tereza fazia o possível para confortar a mulher, chegou perto e a abraçou dizendo que tudo ficaria bem.

- Eles estão vindo – Gabriel se aproximou, vendo a cena, achou melhor deixar Tereza com a senhora e isolar a área.

Minutos depois, Alexia e Samuel desciam do carro, estavam preocupados com a frequência dos assassinados, Samuel foi falar com Biel, enquanto Alexia parou vendo a cena da policial abraçada a uma mulher. Foi se aproximando.

- Até nessas situações você não sossega né – Alexia falou debochada. Tereza que estava sentada olhou para cima, não entendendo nada.

- Escuta aqui delegada – Levantou, a mulher mãe da vitima tinha se acalmado mais, porém ainda soluçava. – Para sua informação essa é a mãe da criança, você deveria estar fazendo o seu trabalho ao invés de ficar com ciúmes.

- É...é – Tereza tinha conseguido deixar Alexia sem palavras. Não esperou a delegada dizer nada, saiu indo em direção aos amigos – Sinto muito senhora – Alexia abaixou e deu seus sentimentos a mulher – Vamos achar o assassino. – Com isso foi também de encontro aos amigos, não conseguia entender porque sentiu ciúmes, agora devia um pedido de desculpas a policial e estava se praguejando por isso.

- E então, alguma pista? – Alexia falou quando chegou ao grupo, Tereza mal a olhava.

- As mesmas coisas, o pirulito e a mesma forma brutal. – Gabriel falou – Vamos voltar a DP, o corpo será encaminhado e liberado amanhã para a família.

- Samuka pode ir com Gabriel, eu vou com a Tereza – Com isso os três ficaram surpresos pela atitude da delegada.

- Tudo bem, contanto que não se matem no caminho – Samuel falou rindo e puxando o namorado para o carro. O itep já estava no local e levaria o corpinho frio e sem vida.

***

- Temos que prender esse desgraçado – Gabriel estava no carro enquanto Samuel dirigia. – Não consigo me conformar.

- Calma amor, vamos resolver tudo – Falou tentando animar o outro.

***

- Acho que me deve um pedido de desculpas – Tereza disse superior, dirigia o carro enquanto Alexia olhava a paisagem passando.

- Não te devo nada – Disse tentando se manter concentrada.

- Deve e eu vou cobrar – Deu um sorriso safado, nisso apertou a perna da delegada que quando sentiu o toque prendeu a respiração.

- Quer me deixar em paz – Alexia reuniu forças e retirou a mão de sua perna. Tereza não aguentando tanta patada, estacionou o carro bruscamente, Alexia não entendia nada. Tereza a encarou.

- Qual o seu problema hein? Uma hora me odeia outra hora sente ciúmes – Disse quase gritando – Eu errei, mas que droga, quem não erra, eu sentia que iria te prender se você ficasse comigo – Uma lagrima descia, Tereza tinha se despido ali de todo o orgulho – Eu te amo princesinha, sempre amei, acredita em mim – Disse, não esperou resposta e beijou Alexia de uma forma delicada, sentindo cada canto de sua boca doce. Foi um beijo longo, Tereza curtia cada momento, no fim deu uma mordida no lábio inferior da outra, ato que fez Alexia se arrepiar inteira.

- Me leva para DP, por favor – Foi a única coisa que Alex conseguiu dizer, sonhou tantas vezes em escutar aquilo de Tereza, que estava desorientada, tinha amado o beijo, sentia um amor grande pela policial, mas tinha sofrido muito também, queria um tempo.

- Te levo sim, não tenho chances contigo né – Olhou para Alexia que nada respondeu, o resto do caminho foi feito em silêncio.

***

   Os quatro chegaram ao mesmo tempo em fortal, Alexia deu ordem para a encontrarem em sua sala em meia hora. Antes fez um sinal para Samuel a seguir.

- O que aconteceu naquele carro baby? – Samuel perguntou, viu que a amiga não estava bem, Alexia se sentou em um sofá que tinha na sala, o amigo a abraçou, contou tudo que tinha acontecido. – Alexia por favor, esquece o que aconteceu, ela te ama de verdade, Gabriel disse que ela não ficou com mais ninguém depois de você. – Alexia olhou surpresa para o amigo – Se você contar isso a alguém arranco sua perereca – Os dois riram, Alexia limpou o rosto.

- Obrigada meu amor – Disse abraçando o amigo.

- Dê tempo ao tempo que tudo se resolve, ela vai tentar te conquistar pode apostar, e que flores são aquelas ali – Samuel viu o buquê de flores brancas.

- Foi a Tereza que mandou, no cartão tinha apenas o nome dela.

- Confessa que amou – Samuel disse animado, se aproximou cheirando as rosas -  E ainda são perfumadas, essa Tereza não tem jeito mesmo – Riu

- Amei sim, e aposto que teve seu dedo nisso – Olhou para o amigo desconfiada e esse piscou sapeca.

Fim do capítulo