Eu vou para de dizer se tudo no capítulo realmente aconteceu ou não. Se quiserem saber sobre algo em particular, não hesitem em perguntar ^^
Sobre o título do capítulo, rabo de vaca e coco cola foram os nomes que eu já ouvi darem pra essa maneira de "chapelar" alguém no futebol.
Capítulo 3 - Rabo de Vaca/Coca-Cola/Chapéu, whatever
“Como é que você faz isso comigo? Como você tem coragem de me dizer tudo isso e sumir desse jeito? Em um minuto está se declarando, me deixando sem o que dizer e no outro simplesmente some, não fala mais nada, não me responde, ta querendo me deixar louca?”
Essa foi a primeira mensagem que eu li, não acho que seja preciso dizer que tive um mini-infarto ao começar a ler. Quando pude finalmente responder, pedi desculpas e expliquei a situação, disse que se ela estava nesse estado, imagine eu que fiquei sem poder me justificar e sem saber qual a reação dela.
Um pouco mais de drama depois, focamos no que era realmente importante ali. Eu queria poder ligar para Natália, mas não havia como conversar com ela sem que ninguém me ouvisse e acredito que na casa dela a mesma coisa acontecia. Natália me disse que admitia sim ter certa curiosidade, mas que não sabia muito bem o que pensar da situação em que eu tinha a colocado. Eu voltei a assegurar que não precisávamos falar sobre isso agora, ela poderia pensar no que eu tinha dito e quando eu voltasse de viagem podíamos conversar com mais calma. Eu a queria, isso era certeza, mas não queria pressioná-la de forma alguma.
Ela aceitou minha proposta, disse que precisava pensar um pouco sobre tudo isso. Apesar do que possam pensar, encerramos esse assunto por ali, pelo menos naquele dia, e tudo continuou normal. Não houve clima ruim nem nada dessas coisas que costumam acontecer nessas situações constrangedoras, nós simplesmente mudamos de assunto e continuamos a conversar amenidades como sempre.
A viagem terminou bem, eu e Jess aproveitamos que estávamos em um sítio e tínhamos muito tempo livre, para compartilharmos nossos conhecimentos musicais. Voltamos de viagem domingo à noite, Jess foi para sua casa e eu voltei para a minha em BH.
No dia seguinte...
“Eu preciso te contar uma coisa que aconteceu comigo” – Eu disse enquanto caminhava pelos corredores do CEFET com minha amiga Iza.
Iza era da minha sala, nos conhecemos no primeiro dia de aula e descobrimos que por acaso também morávamos no mesmo bairro. Eu, ela e Mila éramos praticamente as únicas mulheres da sala e por isso, muito próximas. Contávamos tudo uma para as outras, pois sabíamos que não haveria recriminação.
“Conta, adoro seus casos, sério” – Iza era menor do que eu, tinha cerca de 1,56m e eu tenho 1,69m. Por esse motivo, ela criou o costume de puxar meu braço para cima do ombro dela e ficar segurando minha mão ali enquanto andávamos. Por mania e costume, eu sempre tentava estralar o dedo dela quando ela fazia isso pois, a posição era perfeita pra isso. Eu acabava pegando ela de surpresa, ela reclamava e me batia todas as vezes. Tínhamos um convívio muito gostoso.
Apesar de nos darmos muito bem, nunca tinha olhado para ela com outros olhos, mas agora que estava na situação que estava resolvi reparar um pouco mais nela.
Iza era baixa, como já dito anteriormente. Tinha a pele muito clara devido à fotofobia e fotossensibilidade que ela possuía, – em termo mais leigos, ela tinha alergia a sol – seus olhos eram de um avelã que combinava perfeitamente com o conjunto. Iza nunca gostou de praticar nenhum tipo de esporte, apesar disso tinha o corpo muito bonito, nunca soube explicar como alguém que vive apenas de doces – era vegetariana e não gostava de verduras e legumes – e não praticava esporte alguém, conseguia um corpo tão bonito.
Em resumo, ela era de dar inveja em qualquer um. Mesmo assim eu a tinha como uma boa amiga e como ela tinha a mente muito aberta, era a pessoa perfeita para conversar.
“Lembra da última viagem com o time?” – Eu comecei, decidindo explicar tudo desde o começo.
“Claro, tem pouco tempo certo?” – Ela me respondeu.
“Mais ou menos. Então, aconteceram algumas coisas muito interessantes.” – Eu ri e contei tudo desde o começo até o presente momento.
“Ficar com mulher é bom né? Pode falar.” – Depois de ter contado a história toda, essa foi a primeira coisa que ela disse. O detalhe era que eu nem sequer sabia que ela já tinha experimentado, considerando que ela namora o mesmo cara há, sei lá, uma vida.
“Você já pegou mulher?”
“Claro.” – Respondeu ela simplesmente, como se estivesse escrito na testa dela.
“Que seja. Quero saber sua opinião aqui, foco.” – Ela riu de mim.
“Eu acho que Carmen foi bem filha da puta, quero deixar claro. Também acho que você fez bem em mudar o foco e investir em outra e que não tem muito o que ser feito agora além de ser paciente com essa Natália. Mas aqui, eu sei quem ela é?” – Ela perguntou, deixando claro que queria avaliá-la.
“Não” – respondi rindo – “Ainda não, mas vou te apresentar.”
Passaram-se dois dias sem muitas alterações, eu e Natália continuávamos conversando como boas amigas. Apesar de muito curiosa, eu não voltei a tocar no assunto com ela, ela me procuraria quando estivesse pronta.
Estávamos sentadas no bosque conversando. Bom, ela estava sentada, eu tinha deitado e usava a coxa dela como travesseiro.
Falávamos sobre nada em especial até que o assunto acabou e ficamos em silêncio por um tempo. Era dia de treino, nossas aulas tinham acabado e hoje Jess não tinha vindo à aula. Um momento só nosso era algo, muito, mas muito raro. Em geral, Jess e outras duas amigas de Natália sempre estavam com ela.
Parecendo ter ciência de que esse momento poderia não acontecer de novo tão cedo, Natália começou a ficar pensativa. Encarei seu rosto e percebi que ela se preparava pra dizer algo.
“O que foi?” – Perguntei com a voz suave. Ela abaixou o olhar e me encarou.
“Eu pensei bastante.” – Ela não disse, mas eu sabia sobre o que ela estava falando. Esperei calada até ela continuar.
“Eu quero tentar. Quero mesmo, mas não quero que ninguém saiba.” – Eu entendia seu receio, de certa forma eu também não estava preparada para tornar isso algo público.
Eu a encarei por um tempo tentando decifrar sua expressão. Ela estava séria, mas de certa forma bem calma. Parecia bem decidida, mas ainda precisei confirmar.
“Tem certeza?” – Não me interpretem mal, não é que eu não tenha ficado feliz em ouvir isso, mas eu sou o tipo de pessoa que não gosta de se iludir então preciso de muita confirmação das coisas.
Ela balançou a cabeça afirmativamente e eu pude sentir que era verdade. No mesmo instante eu sorri abertamente, olhando pro céu. Era possível ver alguns pedaços de azul por entre as folhas das árvores. Em seguida eu ri, ela me olhou e riu também, perguntando no que é que eu estava pensando.
“Nada. Eu só, sei lá, estou feliz.” – E era verdade, eu tinha ficado leve em saber que ela também me queria. Eu gostava da sensação de alguém me desejar, apesar de saber que a curiosidade dela tinha um grande papel na sua aceitação.
Ela aumentou o sorriso. Ficamos em silencio por um tempo, não um silêncio constrangedor, de maneira alguma. Era um silêncio de compreensão mútua. Nós estávamos nos conhecendo.
Resolvemos descer mais cedo para o treino, enquanto íamos para o ginásio me peguei pensando em um detalhe que me deixou um pouco nervosa. Agora eu e Natália queríamos assumidamente a mesma coisa, precisávamos apenas da oportunidade já que era preciso que estivéssemos sozinhas. Exatamente por isso que, enquanto estávamos a caminho do ginásio, lembrei que estava cedo demais e provavelmente nenhuma das meninas teriam chegado lá ainda, nós duas precisaríamos ir para o vestiário nos trocar e ficaríamos completamente sozinhas. Fiquei um pouco nervosa com isso – queiram ser compreensivos, eu tinha 16 aninhos e era completamente inexperiente com mulheres e muito menos com tomar atitudes – mas apesar do nervosismo, estava animada.
Ao chegarmos ao ginásio, estava tudo muito quieto, atravessamos a quadra e entramos no vestiário. Como eu suspeitava, estávamos sozinhas. Eu sempre fui muito tímida e pelo jeito Natália também não ficava muito confortável de se trocar na frente dos outros. Por isso aproveitei enquanto ela entrou na cabine para vestir meu top e meu short. Quando Natália voltou, eu estava apenas de top, ela já tinha se trocado toda. Ela parou e me olhou por um tempo, eu comecei a ir em sua direção. Ela sorriu pra mim com uma cara de criança que está pensando em fazer algo que sabe que está errado, me aproximei mais, sorrindo e com certa cara de safada, alternando meu olhar entre seus olhos e seus lábios.
Assim que cheguei perto o suficiente, Natália tocou meu abdômen e também olhava para minha boca, enquanto mordia o próprio lábio. Aquilo me provocava, como provocava! Porém, quando acreditei que finalmente provaria a sensação de ter sua boca na minha, ouvimos vozes no corredor e nos separamos em um pulo. Foi exatamente a conta de eu sentar e ela fingir que se olhava no espelho para que metade do time chegasse ao vestiário também.
As meninas chegaram falando alto, nos cumprimentaram e pelo que pareceu, não perceberam nada. Eu e Natália nos entreolhamos e rimos de maneira discreta da situação. Terminamos de nos preparar e fomos em direção a quadra, todas juntas.
O treino naquele dia foi muito bom, eu e Natália tínhamos saído no mesmo time e nossa química em quadra era inegável. Sabíamos exatamente o que a outra queria e nossas jogadas pareciam ter sido ensaiadas.
Além da química, brincávamos uma com a outra sempre que podíamos. Fizemos uma pausa para beber água entre uma partida e outra, eu estava de costas pra quadra conversando com uma das meninas quando do nada levo uma bolada na coxa. Olho pra trás e vejo Natália me olhando com cara de quem não fez nada, se entregando na hora. Peguei a bola com o pé e me encaminhei para onde ela estava, no meio da quadra.
Fui me aproximando devagar, como se fosse me vingar e fazer o mesmo. Porém, quando já estava perto o suficiente, fiz um movimento que meu primo havia me ensinado quando éramos mais novos e fiz com que a bola passasse por cima dela, era o famoso “chapéu”. Saí de perto dela com a bola com uma cara de quem a desafiava a pegá-la de mim. Ficamos nessa por um tempo, até que ela desistiu de pegar a bola de maneira honrosa e simplesmente me jogou no chão, pegando a bola em seguida.
“Não sabe brincar não é, apelona?” – Eu provoquei, rindo – “Perder faz parte da vida.”
“Eu não gosto de perder.” – Ela respondeu, rindo.
Desde então todos os nossos treinos tinham esse clima leve e brincalhão, éramos a dupla perfeita em quadra, falta descobrir se fora dela também era assim.
Fim do capítulo
Vocês não imaginam o quanto é difícil ficar lembrando qual o nome fictício que eu dei pra cada um na história hahaha perdi a conta de quantas vezes digitei o nome real e tive que corrigir.
Mais uma coisa, mudei um pouco o jeito que a história é narrada, me digam se preferem assim ou não.
besos guapas ;*
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Gabyss
Em: 21/02/2016
Sou fã tbm. Li até o segundo, pq to tentando ler o livro fisico. Mas to bem tentada a baixar pdf kk
Kkk magina, tava na hora XD já
Vai ter dia certo pra postar?? u.u já to cobrando kkk (to brincando, mas quero saber qual é dessa Natália..)
Resposta do autor em 21/02/2016:
Hahaha eu comprei a saga inteira e to esperando sair o quarto, adoro aquela mulher.
Eu tento escrever toda noite quando chego da faculdade mas daqui uns dias eu volto a trabalhar /:
Daí acho que vou ter que estabelecer um dia sim
Gabyss
Em: 21/02/2016
Tenho que admitir que vim ler só por causa do seu nome de usuário.. mas to curtindo muito a história, e esta bacana a narrativa. (Fiz cadastro só pra dizer isso kk)
Resposta do autor em 21/02/2016:
hahaha sou fã da personagem, já leu a saga?
Obrigada por ter se dado ao trabalho kkkkkk
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