Apesar de toda a vontade que tinha, Jodie manteve os beijos calmos enquanto provocava aos poucos a mais velha. Já Charlie nunca imaginou se sentir assim outra vez, e muito menos numa intensidade tão maior. Ela já não podia negar que, apesar de tudo, ela desejava a loira de um jeito que nunca tinha desejado nada na vida. E Jodie também a desejava, mas ia devagar por não saber quais eram seus limites, no fundo ela ainda tinha medo de ir rápido demais e afastar Charlie. Só que o desejo parecia só aumentar e, quando a mais nova percebeu que iria perder o controle de si mesma ela foi diminuindo o ritmo até conseguir parar o beijo e colocar o rosto no pescoço de Charlie que a abraçava e respirava de forma ofegante.

- O que foi? – perguntou a mais velha confusa pela parada sendo que era nítido que nenhuma das duas queria parar.

- Nada – respondeu Jodie soltando um riso fraco – Eu só achei melhor parar, não quero apressar as coisas.

- Jodie – chamou a mais velha fazendo a loira se apoiar sobre as mãos para encarar o rosto de Charlie – Se eu julgar que estamos indo rápido demais eu vou parar.

- Você não entende Charlie... – murmurou a mais nova suspirando.

- Acha que não sei o que eu quero? – perguntou a mais velha ficando séria.

- Não foi o que eu quis dizer! – se apressou em responder a loira, ela tinha uma expressão séria também – É só que...que eu não quero....não quero forçar nada, entende?

Charlie suspirou e fechou os olhos, Jodie continuou encarando-a com um olhar de admiração enquanto ficava imóvel fazendo a própria respiração voltar ao normal. Quando abriu os olhos de novo a mais velha estava muito mais calma.

- Talvez eu não saiba realmente o que eu quero já que eu nunca....nunca fiz isso – disse ela ficando levemente constrangida – Mas eu tenho certeza de que quero descobrir. Se eu pedir para pararmos você tem sim que entender e me respeitar, mas do contrário não tem que parar se não quiser isso – Jodie deu um pequeno sorriso enquanto encarava os olhos da mais velha, logo Charlie continuou – Eu sei que serei muito mais inexperiente do que você, mas queria que entendesse que eu não vou fugir, se está com medo de que eu vá fazer isso então fique tranquila. Eu sinto algo por você que é forte demais para que eu continue a negar que sinto.

- Charlie você nunca..... – a loira fez uma longa pausa assimilando aquela informação antes de conseguir realmente perguntar a respeito – Você e Izzy nunca chegaram a fazer amor???

- Não – murmurou Charlie em resposta virando o rosto para desviar o olhar – Desculpe desapontar, mas não serei uma amante tão boa quanto você esperava devido ao tempo em que estive em um relacionamento anteriormente.

- Hey – chamou a mais nova sorrindo e virando o rosto envergonhado de Charlie com uma mão – Não fica assim. Você não tem ideia do quão feliz eu fico ao saber disso – ela disse dando um beijo no canto da boca da mais velha – Você não tem ideia meu amor – Charlie ficou sem reação ao ouvir Jodie chama-la daquela forma, mas a mais nova apenas sorriu e continuou a falar – Não vou mentir pra você. Eu nunca achei que isso aqui...que nós duas assim, aqui, juntas, pudesse um dia acontecer. Charlie eu nunca sequer sonhei com isso. Então não posso mentir e dizer que me guardei pra você – falou ela suspirando.

Charlie fez uma expressão séria e então respirou fundo antes de empurrar delicadamente a mais nova de cima de seu corpo. Ela se aproximou da beirada da cama e começou a procurar suas próprias roupas.

- Hey, onde acha que você vai?  – disse a mais nova sorrindo ao notar os ciúmes por trás das ações de Charlie.

- Você tem que descansar, não vou atrapalhar mais isso – foi falando a mais velha enquanto tentava alcançar seu sutiã que tinha caído atrás da cama.

Jodie puxou-a pela cintura, jogando-a de costas no colchão e subindo por cima dela novamente.

- Quer deixar eu terminar e parar de tirar conclusões precipitadas? – perguntou a mais nova colando seu corpo ao de Charlie e mantendo-a presa contra o colchão – Não vou mentir dizendo que não estive com outras pessoas – falou ela e a mais velha virou o rosto para não encará-la, mas Jodie trouxe o rosto da outra de volta de forma gentil – Estive com outras pessoas para tentar esquecer o amor que sinto por você, mas nenhuma delas foi capaz de te tirar do meu coração – disse Jodie dando um beijo no rosto de Charlie – Também não vou mentir deixando de dizer que algumas dessas pessoas eram mulheres com um corpo absolutamente lindo e tentador, não vou mentir dizendo que não as toquei de volta, ou que não me senti bem fazendo isso – continuou ela descendo beijos pelo pescoço da mais velha que tentava empurrá-la, mas não conseguia por perder as forças com o caminho molhado que os lábios da loira deixavam – Mas nunca consegui finalizar o ato com ninguém, porque sempre que minha excitação chegava aos limites, sempre que alguém me tocava de forma mais íntima, era em você que eu pensava; era você que eu desejava. E nessas horas, o primeiro gemido que eu sempre soltava era seu nome então, ou eu mesma parava, ou a outra pessoa parava por causa disso – disse Jodie descendo uma mão pelo braço da mais velha até segurar o pulso direito dela.

- Está me falando essas coisas para me deixar com ciúmes de propósito – acusou Charlie com a respiração descompassada outra vez fazendo Jodie rir baixinho contra a pele do ombro da mais velha.

- Talvez – respondeu ela puxando a mão de Charlie por entre os corpos das duas e guiando-a para onde ela queria – O fato ao qual quero chegar é que, mesmo achando que nunca ganharia sequer um beijo seu, meu corpo e meu coração nunca foram capazes de se entregar completamente para outra pessoa – disse ela fazendo a mão de Charlie entrar por entre suas pernas provocando um suspiro na mais velha que arregalou os olhos ao notar para onde Jodie a estava conduzindo – Mesmo achando que nunca aconteceria, era isso que eu mais desejava – sussurrou a mais nova pressionando a mão de Charlie contra sua intimidade, por cima da calcinha que era a última peça que elas usavam – E nunca fui capaz de deixar alguém me tocar dessa forma – ela completou antes de soltar um gemido baixo quando a mão de Charlie se moveu explorando aquela região por notar o quão úmida de quente ela estava.

- Não foi nada legal me deixar com ciúmes – murmurou a mais velha começando a mover os dedos de um lado a outro contra aquela fina camada de tecido.

-Na verdade foi sim – sussurrou a mais nova colocando o rosto na curva do pescoço de Charlie e segurando um gemido baixo – Foi bem legal – ela completou colocando uma mão sobre um seio de Charlie e apertando-o com certa força ao mesmo tempo em que deixava uma mordida no pescoço da mais velha.

- Me sinto uma idiota tendo ciúme de algo que aconteceu antes de eu sequer ter consciência de que sentia algo por você – falou Charlie num suspiro enquanto sentia a mão da loira massagear seu seio esquerdo.

- Hey – disse a mais nova erguendo o rosto e encarando Charlie de um jeito sério – Para de pensar nessas coisas – ela diz colocando a mão no rosto da outra – Para de pensar, Charlie. Só sinta agora e se eu fizer algo que você não goste, ou se sentir que não quer continuar me fale – ela completou com um sorriso e desceu a mão para calcinha que Charlie estava usando.

Mas antes que Jodie conseguisse alcançar o que pretendia Charlie as girou num impulso rápido e ficou por cima da mais nova. Quando a loira pensou em dizer algo a mais velha já estava beijando-a com vontade enquanto deslizava as mãos pelo corpo magro e forte de Jodie que desistiu até de pensar e retribuiu as carícias voltando a massagear os seios de Charlie.

Não demorou para os corpos de ambas começarem a transpirar. Charlie continuava por cima de Jodie, agora beijando o pescoço da loira que suspirava de uma forma satisfeita com um sorriso no rosto enquanto sentia a mais velha beijar e morder sua pele enquanto descia beijos por toda a extensão de seu pescoço indo em direção ao colo. Mas Jodie não ficou apenas sentindo, ela queria que Charlie sentisse o desejo que ela tinha também e, aproveitando que tinha acesso a todo o corpo da outra ela deixou suas mãos passearem apertando o corpo de Charlie de forma possessiva e, às vezes, passando as unhas com certa força sobre a pele que era um tom mais escura do que a dela própria.

Era como se sentisse seu corpo em chamas e Charlie não sabia lidar com isso, mas não conseguia parar nem para pensar a respeito. Ter as mãos de Jodie passeando por seu corpo e marcando sua pele era incrivelmente satisfatório e cada vez que sentia as unhas da mais nova contra sua pele ela soltava um gemido baixo e controlado abafando-o contra a pele da loira que sorria abertamente. Charlie continuava por cima da outra e agora, sentindo-se mais segura de si, ela desceu os beijos ainda mais até começar a beijar os seios da mais nova que perdeu o sorriso por conta da sensação arrebatadora que se apossou de seu corpo ao sentir a boca da mais velha brincar com seus mamilos enquanto que as mãos da outra acariciavam suas pernas e quadril.

Mas Jodie não conseguiu apenas aproveitar os toques da outra, ela tinha necessidade de tocar Charlie, sentir aquela mulher que desejou por anos, ouvir os sons de prazer que ela emitiria por sua causa. Juntando todas as suas forças para resistir ao desejo de ficar ali sentindo aquelas carícias enlouquecedoras Jodie as girou jogando Charlie de costas contra o colchão e sem dar chances de reação à mais velha ela se apossou dos seios de Charlie com mãos, lábios e língua fazendo a mais velha fechar os olhos com força segurando os gemidos que surgiam em seu íntimo com cada vez mais força.

- Você não vai resistir por muito tempo – falou Jodie com um olhar travesso e os olhos escuros de desejos ao notar Charlie segurando os gemidos; mantendo uma mão massageando os seios da outra ela ergueu o rosto até colocar a boca perto da orelha da outra e sussurrar – É melhor soltar logo esses gemidos Charlie – ela sussurrou descendo a outra mão pela barriga da mais velha – Ou serei obrigada a te fazer gritar pra poder te ouvir – ela completou antes de lamber um pedaço do pescoço de Charlie e depois prender o lóbulo da orelha da outra entre os dentes ao mesmo tempo em que colocava a mão direita por dentro da calcinha da outra.

Charlie arqueou o corpo, como se tentasse ter mais contato como o corpo de Jodie e a mais nova entendeu isso muito bem colando ainda mais os corpos das duas enquanto seus dedos exploravam e descobriam aquela parte do corpo de Charlie que ainda era coberta por aquele fino tecido claro que se encontrava tão molhado que Jodie podia jurar estar quase transparente. Quando se beijaram outra vez o desejo tornou o beijo desesperado, necessitado, exigente. E entre beijos e mordidas nos lábios começaram a surgir os gemidos roucos de Charlie que perdia a noção de tudo sentindo os dedos curiosos de Jodie tocarem-na.

Aqueles corpos tão parecidos, mas tão diferentes se moviam um contra o outro enquanto elas se beijavam, um beijo que parecia não ter fim. Jodie mesmo sendo tão forte quanto Charlie, apesar de mais alta, era mais esquia enquanto que a mais velha tinha mais corpo, mais curvas, mais massa muscular. Por isso a mais nova não tinha receio nenhum de soltar todo seu peso sobre o corpo da outra enquanto tocava-a com ambas as mãos, uma nos seios e a outra sobre a intimidade. Mas os toques de Jodie eram superficiais e, por vezes, apenas um roçar de leve. E isso deixava Charlie cada vez mais fora de si por querer mais.

Quando a vontade atingiu seu limite ela soltou um som de irritação misturado a um gemido, sua voz rouca pareceu rosnar para Jodie quando ela, mais uma vez, apenas deslizou os dedos suavemente. E a mais nova riu sabendo o motivo da irritação da outra e se divertindo com isso. Logo depois as unhas de Charlie se fincaram com força nas costas de Jodie fazendo a mais nova soltar um gemido baixo de dor e rir um pouco depois.

- Isso doeu – Jodie sussurrou contra os lábios da mais velha retirando sua mão de dentro da calcinha da outra.

- Não brinque comigo que eu não faço de novo – murmurou Charlie de volta com a voz cada vez mais rouca e a respiração descompassada.

- Porque não? – falou Jodie sorrindo – Não é como se eu não tivesse gostado – ela fala mordendo de leve a mandíbula de Charlie que fecha os olhos enquanto sente a boca da outra ali – Eu gosto de saber que você marcou meu corpo assim como marcou meu coração, mente e alma – ela sussurra depois dando um beijo no rosto da mais velha.

- Você é muito abusada garota – diz Charlie com um sorriso incrédulo quando Jodie volta a encará-la.

- Admita que gosta de mim assim – fala ela com um sorriso convencido enquanto encara os olhos, depois a boca e então o corpo da mais velha.

Charlie ergue o rosto da mais nova fazendo-a olhar para seu rosto e então cobre os lábios dela com os seus antes de descer as mãos espalmadas pelas costas de Jodie até entrar com elas dentro da calcinha da loira e agarrar as nádegas da mesma com certa força fazendo Jodie gem*r de um jeito manhoso contra sua boca. Enquanto apertava-a contra si Charlie também abaixava aquela ultima peça fazendo-a se deslocar cada vez mais para baixo.

Jodie separa os lábios das duas, mas antes de reclamar Charlie nota o olhar apressado e a expressão de desejo e desespero que Jodie tinha no rosto ao fazer isso. A loira fica em pé sobre a mais velha tirando a ultima peça de roupa que ainda estava sobre si e dando a Charlie uma visão muito boa daquele corpo definido. Logo depois disso ela volta a se deitar sobre uma Charlie quase hipnotizada e novamente as bocas estavam juntas num desespero de desejo, uma fome de uma pela outra, que era como se aquela fosse a ultima vez delas juntas.

Não houveram mais palavras contextualizadas trocadas pelas duas; Jodie não permitiu isso quando, com pressa e fome, puxou a calcinha de Charlie para longe da mesma e mergulhou novamente os dedos no líquido quente que molhava a intimidade da mais velha. Mas Charlie, depois daquela visão do corpo da outra, não podia apenas sentir o que Jodie lhe proporcionava; ela tinha necessidade de provocar os gemidos da mais nova também.

Jodie se apoiava sobre um braço para manter o espaço que precisava para ter liberdade de movimentos ao tocar Charlie enquanto ocupava sua boca com o pescoço e colo da mais velha. E Charlie, mesmo tendo que jogar a cabeça para trás contra os travesseiros, manteve uma mão aranhando de leve as costas de Jodie e levou a outra de suas mãos por entre as pernas da loira tocando-a da mesma forma que ela a tocava e sentindo o quanto ela também estava excitada.

A intensidade de ambas fez com que o ápice chegasse rápido e, quando o atingiram, gem*ram os nomes uma da outra, Charlie contra o ombro de Jodie e a loira contra o pescoço da mais velha. Jodie deixou seu corpo cair sobre o de Charlie que, ainda entre espasmos, a abraçou pela cintura com força e assim ficaram. Assim como tudo entre elas vinha sendo, aquela sensação também veio de forma intensa e ambas demoraram longos minutos até sentirem novamente a si próprias e a seus corpos e, só então, com as respirações mais calmas e os corações mais lentos, elas se olharam.

Jodie encarou aqueles olhos castanhos que pareciam chocolate derretido com a luz do sol que as iluminava e teve ainda mais certeza do amor que sentia por aquela mulher e de que esse sentimento era pra sempre, por toda a eternidade e que nada no mundo seria tão lindo e tão perfeito quanto a sua Charlie.

Já Charlie viu o azul dos olhos da loira ir voltando lentamente ao tom azul normal, até estar um tanto mais claro devido a luz da tarde que entrava pela janela e soube com toda a certeza do mundo que não conseguiria nunca mais lembrar de Izzy e pensar que ela foi seu grande amor; isso porque ela via o amor da sua vida naquele exato instante em que olhava aqueles olhos azuis que pareciam um lago calmo esperando que ela mergulhasse.

E então a mais velha sorriu puxando a loira para seus braços fazendo-a se deitar sobre si aconchegada em seu peito, aquela sensação de satisfação e felicidade ainda tomava conta das duas e elas sabiam que duraria muito ainda, mas junto disso Jodie sentiu um cansaço bom se instalar em si e se permitiu fechar os olhos e apenas sentir a mulher da sua vida a abraçando. Antes de adormecer também um único pensamento passou pela mente de Charlie; o pensamento de que não importava como, ela venceria aquele desafio, apenas pra poder voltar para aquela cama com aquela menina-mulher que ela agora sabia que amava mais do que qualquer outra coisa no mundo todo. 

Fim do capítulo