Capítulo 5

 

Rebecca não conseguia acreditar na falta de sorte primeiro Fernando e agora...

 

-- Érika! - disse Felipe - Pensei que não vinha mais.

 

-- Eu me atrasei um pouco - explicou com os olhos fixos na ruiva - Aconteceu um imprevisto. 

 

A garota fez questão de sentar de frente para a ruiva. 

 

-- Olá Rebecca... A última pessoa que imaginaria encontrar aqui é você - disse sinicamente - Andou conhecendo novos amigos? - deu ênfase na palavra amigos. 

 

Luiza observava a cena das duas e percebeu o nervosismo de Rebecca. Quase deu um tapa em sua testa, como havia sido burra. Érika era a melhor amiga de Daniela, então certamente já conhecia a ruiva. Luiza nem pensou sobre isso.

 

-- Olá Érika...  É sempre bom conhecer novos amigos -  a ruiva conseguiu controlar a voz,  pois por dentro estava tremendo. 

 

-- É verdade...  - disse e encarou Luiza - Oi Luiza... 

 

-- Oi Érika...

 

-- Não sabia que você era amiga da estrangeira - comentou irônica. 

 

-- Pois é né...  E pelo visto você não é...  Apesar de conhecê-la há muito mais tempo que qualquer um aqui. 

 

O sorriso debochado da garota sumiu e ela ficou séria. Fuzilou a prima. 

 

-- Eu e ela temos pensamentos diferentes - disse dando de ombros. 

 

Todos na mesa observavam atentos o embate daquelas duas, mas Carol decidiu cortar aquela tensão. 

 

-- Érika amore... Só estava faltando você para nosso dia ficar mais colorido - disse sorrindo. 

 

-- Carol...  - Érika a encarou sem ânimo. 

 

-- Tenho um presente pra você,  Érika - disse pegando um bombom que tinha guardado no bolso de sua saia - Para adoçar a sua vida - sorriu inocentemente. 

 

 

-- Porque você não pega esse bombom e enfia no... 

 

-- Érika! - Letícia a repreendeu - Parem com isso.

 

-- É esse pedaço de ser humano que começa - disse Érika brava. 

 

 

-- Eu estava te dando apenas um presente, Érika. 

 

-- gente vamos parar com isso - Letícia. 

 

-- É mesmo... Já chega - Luiza disse séria. 

 

-- Já que a Érika não quer o bombom - disse Victoria tentando pegar o doce e recebendo um tapa na mão -  Aii Carol. 

 

-- Não é pra você - disse a baixinha. 

 

-- Deixa de ser egoísta.  A Érika não quer, e você não gosta de chocolate, portanto é melhor eu comer.

 

-- Deixa de ser faminta. 

 

--Ok Chega! Me dá esse bombom -  Letícia tomou o doce da mão de Carol e  comeu. 

 

O clima foi melhorando e não demorou para todos estarem conversando animadamente novamente. Érika não tirava os olhos da ruiva, que estava evitando encará-la.  Luiza percebeu o quanto Rebecca estava incomodada perto da prima e resolveu tirá-la de lá.  Luiza cochichou algo no ouvido da ruiva, que sorriu e concordou fazendo sinal com a cabeça. As duas levantaram e seguiram em direção a casa,  Érika não tirou os olhos das duas em nenhum momento. Luiza levou Rebecca ao seu quarto. A ruiva entrou e ficou observando tudo ao redor. O quarto de Luiza era quase todo branco. Havia apenas um guarda-roupa, uma estante enorme com vários livros e uma mesa de estudo. Era tudo arrumadinho. A ruiva fixou os olhos em uma parede que era repleta de fotos. Aproximou-se lentamente e observou todas as fotos que tinham ali. Uma em especial chamou a atenção da ruiva. Na foto Luiza estava sentada na cama e Carol estava no meio de suas pernas, a garota não parecia ter mais que quatro anos. Rebecca admirou a foto. Luiza aproximou-se dela e ficou ao seu lado, também observava as fotos. 

 

-- É tão lindo vocês duas -  a ruiva quebrou o silêncio. 

 

Luiza olhou para a foto que Rebecca observava atenta e sorriu. 

 

-- Carol é uma maluca, mas eu a amo. Sem ela minha vida seria um total tédio. A gente briga como qualquer irmão, mas depois tá tudo bem. Ela é minha parceira.

 

-- Sempre sentir falta de ter uma família grande. Meus avós eram filhos únicos, meus pais são filhos únicos, e agora eu que sou filha única... Sempre desejei ter um irmão,  pra brincar junto,  crescer junto...  Minha casa sempre foi enorme demais para apenas uma filha... Meus pais não quiseram mais filhos...  Uma pena. Você tem sorte Luiza. 

 

-- Deve ser chato ser filho único. Pior ainda é que nem primos você tem. Mas o bom é que ao longo da vida,  você vai ganhando irmãos... Você terá uma outra família é só se permitir - disse sorrindo. 

 

-- Ah,  eu sempre fui travada pra ter amigos - Rebecca fitou o objeto que estava na mesa de estudo de Luiza. A ruiva caminhou em sua direção e observou encantada o instrumento - Violino...  -  sussurrou com um brilho nos olhos e encarou Luiza - Você toca? 

 

Luiza sorriu. 

 

-- Sim... Eu adoro! 

 

-- Eu também toco - comentou. 

 

-- Que legal, Rebecca. 

 

A ruiva ficou um tempo em silêncio apenas observando o instrumento. Luiza a observava. 

 

-- Toca pra mim?

 

Rebecca a encarou e suas bochechas ficaram coradas.

 

-- Não sei... Eu tenho vergonha. Nunca toquei pra alguém. Faço isso apenas pra relaxar - disse hesitante. 

 

-- Eu também... Mas não me importo de tocar pra você - disse pegando o violino e se sentando na cama, posicionou o instrumento - Alguma em especial? 

 

-- Não... Pode ser qualquer uma. 

 

Luiza sorriu para ela e passou a tocar.  Rebecca não tirava os olhos dela, estava encantada. Luiza era perfeita, tocava com mestria, era muito boa, mas a ruiva apenas observava os gesto da garota. Rebecca sentia algo diferente perto da menina de olhar doce. Luiza tinha o olhar mais doce que Rebecca já havia visto e sempre que encarava aquele mar verdinho, tudo em volta se enchia de cores, um arco-íris cheio de significados. 

 

**************

 

Érika não tirava os olhos da entrada onde as duas garotas haviam sumido. Já fazia algum tempo, a garota batucava os dedos na mesa de forma ansiosa. Carol estava cochilando com a cabeça apoiada na mesa,  enquanto Vick fazia cafuné em seus cabelos. Letícia conversava algo com Felipe e Murilo. Érika estava distraída e não prestava atenção em nada. Felipe percebeu a distração da irmã. 

 

-- Érika, você está bem? 

 

A garota desviou os olhos e encarou o irmão. 

 

-- Sim,  estou - voltou a olhar para a entrada da casa. 

 

Murilo observou Carol que dormia tranquilamente.

 

-- Meu,  como consegue dormir no meio desse barulho todo, Putz! 

 

-- Carol dorme em qualquer lugar que apoiar a cabeça - disse Letícia rindo. 

 

-- Eu tô acordada -  disse a baixinha com uma voz grogue de sono. 

 

-- Ah, tô vendo - Murilo disse irônico. 

 

Carol o ignorou e tirou vários bombons que estavam em seu bolso, colou sobre a mesa sem levantar a cabeça. 

 

-- Vick eu comprei pra você também...  Pra tu  parar de dizer que sou egoísta - disse sonolenta, abriu um pouco os olhos e sorriu. 

 

Victoria olhou os bombons com um sorriso enorme. Abraçou a baixinha apertado e beijou sua cabeça. 

 

-- É por isso que te amo, priminha do meu coração -  disse pegando um bombom e comendo -  Hummm... Delícia! 

 

-- Interesseira -  Carol disse rindo. 

 

Érika se levantou e seguiu em direção a porta da cozinha por onde Luiza e Rebecca haviam passado, já sabia exatamente aonde iria.  Todos que estavam na mesa a observaram, menos Carol que continuava de olhos fechados. Ninguém disse nada. 

 

***********

 

-- Você toca divinamente - disse a ruiva aplaudindo. 

 

Luiza ficou sem graça. 

 

-- Obrigada...  Você não vai tocar? 

 

-- Uma outra hora quem sabe, quando eu não estiver tão nervosa. 

 

-- Tudo bem, então... - disse se levantando e guardando o violono. 

 

-- Seu quarto é lindo,  Luiza. Não tem nenhuma decoração na parede,  quadro, ursos ou sei lá... Só tem esse mural de fotos. 

 

-- Eu não curto muito essas coisas. Se você entrar no quarto da Carol é completamente diferente, tem várias pôsteres e ursos, além de ser uma bagunça. O guarda-roupa da garota vive com as portas abertas...  Chega dá  um arrepio. 

 

-- Por que? -  Rebecca perguntou rindo. 

 

-- Vou falar pra você, mas não vai rir...  Eu tenho medo dessas  coisas, por isso meu quarto não tem quase nada. Não conseguiria dormir com um pôster de uma pessoa bem na minha frente ou qualquer outra imagem, minha mente é  fértil e imagina várias coisas e tem o guarda-roupa,  tenho que trancar a porta, pois vai saber o que pode sair lá de dentro né - Luiza disse temerosa. 

 

-- É sério? 

 

-- Sim...  Vergonhoso eu sei... Mas não consigo controlar - disse tímida. 

 

-- Não acho -  Rebecca voltou a observar as fotos - Sua família é tão linda... 

 

-- Eu sei... - Luiza aproximou-se da ruiva que estava de costas - Você já conhecia a Érika, não é? 

 

Rebecca olhava fixamente para uma foto onde estava,  Letícia, Victoria,  Carol,  Luiza e Érika, que sorria. A ruiva reparou que não havia nada de deboche naquele sorriso, era um sorriso doce, era verdadeiro. 

 

-- Sim, mas a gente não se deu muito bem.  Sua prima é uma menina difícil. 

 

Luiza sorriu. 

 

-- É sempre a primeira impressão que a Érika causa, mas no fundo ela é uma pessoa completamente diferente. A Érika é um doce. 

 

-- Daniela disse a mesma coisa...  -  a ruiva sussurrou pensativa. 

 

Luiza ficou um tempo em silêncio.

 

-- E ela tem razão...  Você e a Daniela são muito amigas? - não resistiu em perguntar. 

 

Rebecca fechou os olhos e apertou os lábios. Não conseguiria mentir para Luiza, mas não queria falar sobre seu relacionamento com Daniela no momento. Queria fugir, mas não foi preciso, pois a porta do quarto de Luiza se abriu de forma brusca e Érika entrou com aquela pose de rainha,  nariz sempre empinado. Rebecca nunca pensou que ficaria feliz em ver a garota, mas se sentiu aliviada naquele momento. Érika aproximou-se das duas com um olhar inquisidor. 

 

-- Qual o motivo pra tanta demora? 

 

-- O que você tem a ver com isso? - Luiza disse brava -  E não sabe bater antes? 

 

Érika ignorou a prima. Antes que a garota pudesse falar qualquer coisa, Rebecca perguntou onde era o banheiro, Luiza explicou e a ruiva seguiu para lá, fugindo das duas garotas. Luiza ficou sozinha com Érika que ficou observando as fotos de costas para a menina. 

 

-- Sei que você não é burra, Luiza - disse seriamente -  Você sabe o que rola entre essa ruiva e a Daniela. 

 

-- Sim,  eu sei. O que tem isso demais?

 

-- Ela sabe de você? 

 

--Sim, odeio guarda esse tipo de coisa. 

 

-- Você está sendo idiota, Luiza. 

 

-- Por que diz isso, Érika? 

 

-- Porque tá na cara que você está gostando dessa garota. Burro é quem não percebe. 

 

-- O problema é meu e... 

 

Luiza não terminou de falar, pois Rebecca voltou. As três voltaram para mesa em silêncio. Carol permanecia dormindo. A ruiva ficou mais algumas horas com eles, mas logo precisou ir embora. 

 

-- Preciso ir...  

 

-- Mas já, ruivis? - Carol perguntou. 

 

-- Sim, ordens dos meus pais. 

 

-- Uma pena...  -  comentou a baixinha. estava apenas as meninas na mesa -  Na sua casa tem piscina? 

 

-- Uma enorme - respondeu sorrindo.

 

-- Bem que você podia me convidar para tomar um baninho lá né...  Anda tão calor esses tempos - disse se oferecendo. 

 

-- Não seria uma má ideia. Irei ver um dia e prometo que convidarei à todas. 

 

-- Opa! Agora ficou interessante - Vick estava animada. 

 

Rebecca se levantou e se despediu de todas simpática, até mesmo com Érika que estava com os pensamentos longe. Luiza a acompanhou até o portão, onde o motorista já a esperava. Rebecca abraçou a menina e beijou seu rosto.

 

-- Obrigada pelo dia.  Eu adorei a sua família - disse sincera. 

 

-- Sempre que quiser, pode nos fazer uma visitinha... Será sempre bem vinda. 

 

-- Com certeza vou aparecer por aqui - disse se afastando e abrindo a porta do carro -  Tchau, Luiza. 

 

-- Tchau,  Rebecca. 

 

Luiza ficou olhando até não poder mais enxerga o carro. Rebecca olhava pela janela do carro e às vezes suspirava. Roberto estava atento na menina. 

 

-- A senhorita, está bem? - perguntou preocupado. 

 

Rebecca o encarou e sorriu. 

 

-- Estou sim. Apenas um pouco cansada.

 

O motorista não falou mais nada. Rebecca adorou o dia com a família de Luiza, menos a parte em que encontrou com Érika e de Fernando, claro. As outras meninas era tão gentis, diferentes da prima. Lembrou-se de Luiza tocando o violino e sorriu bobamente. Ela era linda, muito linda. A ruiva estava confusa e com medo. Evitava qualquer tipo de pensamentos que a deixasse confusa, mas era inevitável não pensar. Suspirou mais algumas vezes. 

 

"Não entendo o que está acontecendo. Tudo tá tão confuso. Agora vivo pensando em Luiza, mas ainda penso em Daniela também. Irei esperar a Dani voltar para entender melhor tudo o que está acontecendo comigo, meus sentimentos...  A Luiza faz algo dentro de mim...  Ainda não sei explicar, mas eu gosto disso. Ai, que coisa mais complicada!"

 

Rebecca sorriu de sua confusão. Entender estava difícil, e a ruiva sempre entendeu tudo com uma facilidade impressionante, mas quando se tratava de sentimentos, era uma burra. 

 

*************

 

O churrasco não demorou a acabar e todos voltaram para sua casa. 

 

Érika andava de um lado ao outro com o celular nas mãos.  Estava ansiosa e tinha dúvidas se o que estava preste a fazer seria a coisa correta. Depois de muito pensar discou o número e  esperou a pessoa atender. 

 

-- Alô.... 

 

-- Daniela? 

 

-- Sim,  quem é? - disse com a voz sonolenta. 

 

-- É a Érika. 

 

Daniela que estava meio sonolenta, acabou por a acordar por completo. Se levantou da cama em que estava deitada e olhou para Gabriela que dormia, sorriu. Caminhou em direção a sala, pois não queria acordar a garota. Estava no apartamento de Gabi que era luxuoso. A morena aproximou-se da enorme varando e observou o movimento lá embaixo. 

 

-- Que estranho você me ligando, Érika - comentou a menina. 

 

-- Realmente - disse sorrindo - Tenho uma novidade para te contar. 

 

-- Hum... - olhava para as unhas - Você só me ligou pra isso? 

 

-- Achei que seria importante pra você saber...  Aliás, como você está? 

 

-- Estou ótima, aproveitando muito as férias - disse com um sorriso malicioso -  E você, amiga? 

 

-- Estou bem,  que bom que está aproveitando suas férias. 

 

-- Sim...  Mas agora você me deixou curiosa. O que tem a me dizer? 

 

Érika se sentou na cama e sorriu. 

 

-- Você não é a única que está aproveitando as férias, Dani - falou irônica. 

 

Daniela apertou os olhos. 

 

-- O que você está querendo dizer com isso? - estava séria. 

 

-- Eu vi a Rebecca hoje...

 

-- Onde?! - perguntou tentando se controlar. 

 

-- Na casa da Luiza...  Sua namorada de brincadeira fez uma nova amiguinha. 

 

-- O que?!! - gritou.

 

-- Aiii Daniela, não grita. A Rebecca está amiga da Luiza, até em um churrasco de família ela já foi. 

 

Daniela apertava o telefone fortemente e estava com a respiração alterada. 

 

-- Aquela maldita! - disse com raiva - Eu já odiava aquela vadia da Luiza, agora isso já chegou no meu limite! - trincou os dentes.

 

-- Eu já pedi várias vezes pra você não falar assim da Luiza! - Érika defendeu a prima. 

 

-- Não defenda aquela doente! Aquela vadia está querendo ficar com a Rebecca, aposto - disse andando de um lado ao outro  

 

-- Já disse pra você não falar assim dela! Se ela é doente então acho que você tem a mesma doença que ela! - disse irritada.

 

-- Não me compare aquela piranha de quinta,  Érika! Eu não sou igual a ela! - gritou alterada.

 

-- Para de gritar Daniela e se controla, por favor, qual o seu problema hein?  Talvez a Luiza te faça um favor. 

 

-- Eu não quero favor nenhum desse caralh*! 

 

--Pois deveria pensar que assim você consegue ficar livre da ruiva. 

 

Daniela mordeu os lábios. Como explicar a melhor amiga, que não queria se livrar da ruiva, pois tinha forte sentimento por ela. Resolveu não falar nada. 

 

-- Ok  Érika.  Depois a gente se fala - disse tentando se controlar. 

 

-- Não faça nada contra a Luiza - Érika avisou -  Tchau,  Dani! 

 

-- Tchau,  Érika -  desligou. 

 

Daniela andava de um lado ao outro descontrolada, passava as mãos no cabelo e rosto. Estava queimando de raiva, não conseguia acreditar que Rebecca estava se tornando amiga daquela garota. Luiza era sua inimiga, a odiava. No colégio nunca se deram bem, principalmente depois que Luiza se assumiu. Daniela fazia questão de zombar da orientação da garota, muitas vezes com palavras preconceituosas, mas Luiza nunca se envergonhou do que era e nada do que ela e suas amigas diziam, atingiam a garota e isso sempre deixou a morena possessa. 

 

Gabriela apareceu na sala e a encarou de forma preocupada. 

 

-- O que houve, Daniela?  Escutei seus gritos e acordei assustada.

 

Daniela parou de andar e encarou aquele olhar azul. 

 

-- Minha melhor amiga ligou e disse que a Rebecca está amiga de uma garota que eu tenho um ódio enorme! 

 

-- Uau! - exclamou - Mas porque você não gosta dessa garota? 

 

-- Luiza é uma pessoa detestável. Ela é lésbica assumida e a gente nunca se deu muito bem. Eu sempre a odiei, quando ela se assumiu eu vi ali um motivo para rir mais da cara dela - disse se sentando no sofá - Mas o fato dela ser lésbica e todos no colégio viveram zombando dela nunca a atingiu. Aquela miserável enfrenta tudo aquilo de cabeça erguida. 

 

-- Nossa essa menina deve ser fantástica,  queria ter um pouco da coragem dela. 

 

Daniela a fuzilou. 

 

-- Odeio aquela garota...  O pior que agora minha vermelhinha está a mercê daquela vadia. Luiza pode ser uma piranha safada, mas é muito bonita. Rebecca pode facilmente se encantar por ela - disse aflita. 

 

-- Bom,  você sabe que a culpa disso é sua né? 

 

-- Não precisa me lembrar disso,  Gabriela. 

 

-- Vai fazer o que agora? 

 

Daniela se levantou e voltou a olhar para a varanda, ficando de costas para Gabriela. Estava pensativa. 

 

-- Que tal conhecer uma pequena cidade do interior, Gabriela? - disse se virando para encarar a garota. 

 

-- Está me convidando pra ir com você? - perguntou surpresa. 

 

-- Sim...  Não quero ir sozinha, topa? 

 

Gabriela sorriu. 

 

-- Vamos nessa, gata! - sorriu. 

 

"Estou voltando vermelhinha e vou acabar com essa palhaçada de amizade entre você e a vadia da Luiza "

 

 

 

Fim do capítulo