Capítulo 37
-- Vovó, eu tenho mesmo que ir pra escola hoje? -- A pequena indagou ainda enrolada debaixo dos lençóis da cama da mãe, estava dormindo no antigo quarto de Samantha.
-- Tem meu amor, você já faltou aula ontem. -- Regina advertiu a olhando, estava sentada na cama ao lado da neta.
-- Ah não, eu não quero ir pra escola, eu quero a minha mãe. -- Disse chorosa. -- Quando ela vem? -- Indagou fitando a avó sem a mínima vontade de levantar-se.
-- Não sei, meu anjo... -- Disse sentida pela saudade da pequena. -- Mas ela não disse que vinha logo? Então ela vai vir logo, logo, vai ver. -- Sorriu tentando animar Agatha, mas sem sucesso, a criança não estava nem um pouco animada.
-- Cadê a minha netinha mais linda? -- Henrique entrou no quarto fingindo que não estava vendo Agatha, esta, riu e rapidamente cobriu-se completamente com o lençol. -- Você viu minha netinha linda, Regina? -- Sorriu feliz o senhor e Regina também.
-- Eu não, mas continua procurando. -- Disse rindo.
-- Agatha, cadê você? -- Disse sentando na cama também. -- Ah, mais o que será esse monte aqui debaixo do lençol, será a netinha que amo muito? -- Indagou enquanto apalpava com ambas as mãos o corpo de Agatha ainda debaixo dos lençóis o que fazia com que a pequena desse, alguns sorrisos e uns gritinhos sem conseguir conter-se.
-- Para vovô, sou eu. -- Confessou dando gargalhadas ao sentir cócegas.
-- Então, quero ver. -- Proferiu parando e esperando. Agatha retirou o lençol revelando-se e junto um sorriso encantador enquanto olhava os avós. -- Viu?
-- Sim, minha neta linda. -- Henrique afirmou e a beijou com extremo carinho. -- Não vai se arrumar? Já está quase na hora de ir pra escola minha querida.
-- Ah vovô, não quero ir pra escola... -- Disse voltando a ficar desanimada.
Henrique olhou a esposa preocupado a neta nunca fora de recusar a ida à escola.
-- Porque você não quer ir para a escola lindinha? -- Indagou. -- Conta pro vovô.
-- Eu tô com medo do homem ir lá e me levar... -- Confessou receosa fitando ambos. -- Eu sonhei que ele me levava lá da escola. -- Disse encolhendo-se na cama com evidente medo. -- Eu quero que a mamãe venha logo! -- Advertiu começando a lacrimejar deixando Henrique e Regina bastante preocupados.
-- Ela vai vir logo meu amor. -- Regina afirmou passando a mão sobre o corpo de Agatha ainda por cima do lençol. -- Não chora lindinha, nós estamos aqui. -- Regina tentava fazer Agatha deixar de chora, mas sem sucesso.
-- Ei? Shiii. -- Henrique a desembrulhou e a pegou no colo a abraçando com carinho e conforto. -- Tudo bem, não chora, você não precisa ir pra escola hoje, só irá quando você quiser ir, está bem? -- Indagou a fazendo olhá-lo e sorriu. -- Se você parar de chorar e me der um sorriso lindo eu te dou um presente. E aí? Cadê o sorriso lindo do vovô? -- Questionou.
-- Aqui. -- Agatha disse ainda chorando enquanto forçava um sorriso.
-- Ah, muito fraco, você pode dar um muito, muito melhor, né vovó? -- Henrique perguntou olhando Regina e fazendo Agatha a fitá-la também.
-- Verdade. Cadê aquele sorriso lindo do vovô e da vovó?
Agatha passou as mãos sobre os olhos e o rosto enxugando as lágrimas e em seguida sorriu mais animada olhando da avó para o avô e vice versa, fazendo os outros dois também sorrirem mais satisfeitos.
-- Humm... um pouco fraco ainda, mas tudo bem, vamos aceitar por hora. -- Henrique avisou e sorriu olhando a neta. -- O que você quer fazer já que não vai pra escola?
-- Quero andar de patins e depois ir lá no parquinho brincar de bola e depois lanchar uma pizza com refrigerante.
-- Tudo isso? -- Henrique indagou rindo. -- Acho que eu já estou velho para te acompanhar. -- Lembrou.
-- Foi inventar, agora aguente. -- Regina advertiu rindo.
-- Fazer o que, né?
-- Ok, mas antes de tudo isso essa mocinha precisa escovar os dentes e tomar um banho, vamos lá? -- Regina informou fitando a pequena.
-- Tá bom. -- Agatha concordou. -- Ah, vovó a senhora pode pedir pra mãe da Milena deixar ela ir com a gente?
-- Meu anjo a essa hora ela deve estar se arrumando para ir para escola.
-- Hum... -- Disse triste. -- Mas eu queria que ela fosse comigo... Liga vovó, ela pode não ir pra escola hoje que nem eu. -- Lembrou. -- Vai, só hoje, diz que sim diz que sim... -- Agatha insistiu fazendo Regina fitar o marido indecisa, ele a olhava da mesma forma.
-- Posso ligar para uma outra amiguinha sua, que tenho mais intimidade com a mãe. -- Regina explicou.
-- Mas eu quero a Milena, vovó. -- Disse fazendo um bico.
-- Tudo bem eu vou ligar.
-- Ebaaaa. -- Agatha comemorou e pulou nos braços de Regina.
-- Mas olha, a mãe dela pode não deixar ela vir agora, eu vou ligar, mas isso não significa que é certeza que ela vem, entendeu?
-- Entendi... Mas ela vai deixar, vai sim. -- Disse sorrindo. -- Vai vovó liga logo.
-- Só você mesmo para me fazer ligar pra quem não conheço direito e as seis e meia da manhã. -- Regina disse levantando-se, saindo do quarto e se dirigindo a sala.
-- Quanto à você mocinha, vai se aprontar anda. -- Henrique advertiu sorrindo. -- Para tomarmos café da manhã.
-- Tá bom! -- Concordou já se dirigindo ao banheiro.
Henrique sorriu a olhando e em seguida saiu do quarto se dirigindo para a sala, onde estava sua esposa a encontrando falando ao telefone.
-- Eu não sei como foi o sonho, ela apenas disse que não queria ir pra escola porque estava com medo de um homem a levar de lá, chorou e nós também não insistimos. -- Explicou olhando o marido sentar no sofá a sua frente... -- Sério? -- Sorriu. -- Ah muito obrigada mesmo. Ela insistiu para eu ligar, disse que você deixaria. -- Lembrou e sorriu ouvindo a voz feminina do outro lado da linha. -- Obrigada mesmo... Está bem... tchau. -- Despediu-se e deligou.
-- Pela sua felicidade ela aceitou. -- Henrique notou olhando Regina.
-- Sim... Ela é tão meiga, tão simpática... -- Regina declarou. -- Ela vem trazer a Milena aqui.
-- Que bom. -- Sorriu contente. -- Está nublado, espero que não atrapalhe o passeio. -- Observou.
-- Verdade... Mas qualquer coisa leva elas ao shopping, lá têm aqueles espaços para criança brincar.
-- Sim, e mais descanso pra mim.
-- Ou não. -- Regina advertiu e ambos riram. -- Como será que a Samantha e a Amanda estão? A Amanda vai ter um dia delicado hoje, vai ser muito difícil para ela... -- Regina declarou pensativa.
-- É, mas ela tem que resolver isso logo, tanto pela felicidade dela quanto pela felicidade da nossa filha. -- Henrique observou de forma calma.
-- Tomara que ocorra tudo bem... Já rezei tanto para que elas não tenham mais nenhum problema nessa conversa. Já basta o que aconteceu ontem.
-- Deus te ouça...
-- Bom dia, bom dia. -- Murilo disse aparecendo a sala.
-- Bom dia, meu filho. -- Regina disse já recebendo um beijo carinhoso do filho.
-- Bom dia, filho. -- Henrique também recebeu um beijo do mesmo. -- Jack?
-- Dormindo. -- Murilo respondeu sentando-se ao lado do pai. Já estava perfeitamente arrumado para ir para a empresa.
-- Não vai trabalhar? -- Regina indagou olhando.
-- Mãe ela está grávida...
-- Sim, mas está doente? -- Regina questionou sem entender.
-- Não mãe, mas quero que ela fique em casa nesse tempo. -- Murilo confessou.
-- Ela aceitou isso? -- Regina indagou estranhando.
-- Eu ainda não falei pra ela. -- Confessou.
-- Olha a Jack tem seus defeitos, mas negar trabalho não é um deles. -- Regina observou. -- Eu tinha a mesma idade dela quando engravidei de você e trabalhei até.
-- Até os nove meses de gravidez... Eu sei mãe a senhora já disse isso milhões de vezes. -- Murilo proferiu a olhando sorrindo, em seguida levantou-se e foi até ela e a beijou sentando-se a seu lado em seguida.
-- Então qual o problema dela ir trabalhar? -- Questionou olhando o filho.
-- Problema nenhum, dona Regina! -- Jaqueline foi quem respondeu descendo a escada ainda enrolada em um roupão. -- Murilo porque não me chamou? Eu vou trabalhar e não adianta reclamar. -- Disse aproximando-se de todos.
-- Eu disse! -- Regina advertiu sorrindo.
-- Bom dia. -- Jaqueline desejou ficando em pé atrás do sofá e pondo ambas as mãos sobre os ombros do marido.
-- Bom dia querida. -- Henrique disse.
-- Bom dia filha. -- Regina disse a olhando sorrindo.
-- Tem certeza, amor? Não quero que...
-- Claro que tenho Murilo. Enquanto estiver me sentindo bem e apta a trabalhar, vou trabalhar e além do mais não faço esforço nenhum no meu trabalho. Não vejo nada que me impeça de continuar trabalhando. -- Disse apertando com carinho os ombros do marido.
-- Sendo assim, eu desisto. -- Murilo confessou pegando uma das mãos dela e beijando.
-- Vou me arrumar, só vim ver se você ainda estava aqui.
-- Tudo bem, vai lá. -- Murilo concordou e logo viu a esposa se dirigir para a escadas.
-- Deixa eu ir ver a Agatha. -- Regina lembrou já levantando-se.
* * * *
-- Acordar dorminhoca. -- Susan proferiu enquanto distribuía beijos sobre a costa nua de sua esposa.
-- Humm. -- Júlia gem*u de prazer e preguiça ao acordar sentido o carinho de sua mulher, sorriu fascinada e apaixonada e abriu os olhos fitando Susan que, lhe sorria deslumbrante deitando a seu lado. -- Eu adoro o seu sorriso, sua felicidade... -- Júlia assegurou a olhando sorrindo. -- Eu te amo, amo, amo. -- Afirmou para um sorriso apaixonado de Susan.
-- Eu te amo mais. -- Declarou lhe fazendo um carinho delicado no rosto e em seguida a beijou com muito amor e felicidade, e querendo mais contato trouxe a esposa para cima de si, sem desfazer-se do beijo cheio de paixão.
-- Tão bom acordar assim... -- Júlia falou sorrindo.
-- Eu também acho muito, muito bom. -- Susan disse e a beijou novamente. -- Eu preparei nosso café da manhã. -- Avisou mostrando a bandeja posta sobre o criado mudo ao lado da cama.
-- Hum, que máximo, assim eu posso me apaixonar fácil e querer essa mordomia todos os dias. -- Júlia alegou contente.
-- Por mim tudo bem. -- Susan advertiu.
-- Mentirosa! -- Júlia disse rindo e fazendo a esposa também rir.
-- Porque? Eu trouxe hoje não trouxe?
-- Sim, mas a última vez que me trouxe café na cama foi há muito tempo.
-- Oh exagero, não tem nem um mês que fiz isso. -- Susan defendeu-se rindo.
-- Um mês, pra mim, e muito tempo. -- Júlia advertiu e a beijou. – Mas, ainda assim, eu te amo. -- Confessou. -- Vamos comer que eu estou faminta. -- Pronunciou já saindo de cima da esposa, mas Susan a puxou.de volta e ambas riram.
-- Só mais um beijinho. -- Susan disse e a beijou com muita paixão e desejo. -- Agora podemos comer. -- Declarou.
-- Ótimo, você acabou comigo ontem. -- Júlia lembrou sentando-se na cama, pegando a bandeja a pondo sobre a mesma e em seguida pegou uma uva e pôs na boca.
-- Achou ruim? -- Susan sentou também a abraçando por trás e logo lhe beijando o pescoço com carinho.
-- Ruim? Claro que não, foi maravilhosa como sempre. -- Afirmou fechando os olhos e pendendo a cabeça para o lado dando liberdade para o que Susan fazia em seu pescoço. -- Humm.
Susan sorriu, pegou um morango e sem deixar o que fazia e o deu na boca de Júlia que mordeu a fruta em deleite total.
-- Está gostoso?
-- Sim! -- Afirmou.
-- Quer suco ou café?
-- O quê? -- Júlia indagou a fitando rindo.
-- Suco ou café? -- Susan insistiu. -- Que foi? -- Sorriu.
-- Eu pensei... deixa pra lá. -- Júlia sorriu e a beijou rapidamente. -- Suco!
-- Ok... Prontinho. -- Sorriu entregando o copo a Júlia.
-- Obrigada. -- Solveu um pouco do líquido amarelo. -- Humm, muito bom. -- Sorriu. -- Que horas é essa? -- Indagou lembrando-se.
-- Umas nove e pouco, por aí. -- Susan disse despreocupada.
-- O quê? -- Júlia a olhou surpresa. -- Eu tinha que está na farmácia às oito, amor. -- Disse fazendo menção de levantar-se.
-- Negativo. -- Susan a impediu de sair da cama a puxando para entre seus braços. -- Hoje nós estamos de folga. -- Susan avisou a beijando no pescoço, Júlia estava de costa para ela.
-- Mas eu...
-- Shiii. -- Susan a interrompeu. -- Enquanto a senhora dorminhoca dormia. -- Susan disse e lhe deu mais beijos. -- Eu liguei para o seu chefe e disse que você estava de folga hoje. -- Explicou e sorriu ao ver Júlia a olhar surpresa.
-- E ele deixou? -- Indagou sorrindo.
-- Ficou na dúvida. -- Riu. -- Mas aí eu apelei para o seu pai e esse sim deixou. -- Disse e fez uma carinha sapeca.
-- Boba. -- Júlia riu também e a beijou. -- É que eu tinha uns trabalhos para hoje no laboratório.
-- Ah outro faz, só hoje, aquele povo tem que trabalhar um pouquinho também. -- Susan advertiu e sorriu. -- Hoje você é só minha. -- Declarou apaixonada lhe fazendo um carinho e logo a puxou para um beijo.
-- Eu gostei dessa ideia. -- Júlia afirmou sorrindo.
-- Ótimo... Agora vamos ao café da manhã reforçado. -- Riu.
-- Vamos.
Elas degustaram com calma tanto as várias iguarias a diapasão quanto a companhia, carinho e amor uma da outra.
-- Vai é a última, abre a boquinha. -- Susan pediu segurando uma uva próximo a boca de Júlia que se recusava a comê-la.
-- Amor, eu não aguento mais comer nada. -- Riu.
-- É só uma uvinha. -- Advertiu rindo.
-- Eh, então come você.
-- Eu comi a penúltima, agora é sua vez. -- Avisou. -- Abri a boquinha.
-- Está bem. -- Disse e abriu a boca logo mordendo a pequena fruta.
-- Viu nem doeu. -- Afirmou e a beijou.
-- Não. -- Sorriu.
-- Ah agora eu lembrei. -- Susan declarou. -- Não liguei para a Samantha ontem. -- Avisou.
-- Verdade...
-- Só um instante. -- Disse debruçando e pegando o celular. -- Vou ligar agora.
-- Vou tomar banho -- Julia avisou levantando-se e saindo em direção ao banheiro.
-- Já eu vou. -- Susan proferiu de forma safada e Júlia apenas sorriu. -- Vamos lá. -- Disse ponto o número da amiga para chamar, e este chamou até ir para a caixa postal. Susan tentou mais duas vezes e desistiu, depois tentava novamente, decidira, sorriu e seguiu quase correndo em direção ao banheiro onde entrou em silêncio, sorriu vendo a esposa ensaboando-se alheia de sua presença ali, retirou a blusa e a calcinha que vestira para preparar o café da manhã, e entrou no box abraçando Júlia com carinho.
-- Foi rápida -- Júlia proferiu e sorriu ficando de frente para Susan.
-- Ela não atendeu. -- Confessou a abraçando pela cintura e a trazendo para colar em seu corpo. -- Depois eu ligo de novo. -- Sorriu e a beijou, iniciando um ato que ambas desejavam.
* * * *
Amanda fitou Natelly apavorada, depois de ouvir o que o irmão havia dito sobre o pai.
-- Não... Não pode ser. -- Amanda disse incrédula. -- Eu não queria! -- Afirmou levantando-se e correndo para dentro da casa.
-- Mãe? -- Natelly a chamou vendo Amanda passar pelos outros sem olhar para trás.
-- Filha? -- Lúcia gritou por ela também.
Samantha foi a primeira a correr atrás da namorada, logo sendo seguida por todos os outros.
-- Pai? -- Amanda gritou aos prantos ao entrar no escritório e ver o pai jogado no chão, em meio a uma bagunça... Sofás fora do lugar, cadeiras viradas sobre o chão, e tudo que estava antes sobre a mesa do pai, estava quebrado e espalhado pelo escritório. -- Pai? -- Chamou ajoelhando-se ao lado de Carlos. -- Pai acorda, por favor. -- Pediu passando ambas as mãos sobre o rosto de Carlos. -- Me perdoa, eu não queria... Não morre, não morre, não me deixe por favor, não me deixe... -- Amanda deitou o rosto sobre o peito do pai enquanto chorava desesperada.
-- Amor? -- Samantha a tocou abaixando-se perto dela.
-- Sam! -- Amanda a olhou levando ambas as suas mãos ao colarinho da camisa que a morena usava. -- Salva meu pai, por favor. -- Chorava forte. -- Não deixa ele morrer, não deixa!
-- Vem, levanta, amor... -- Samantha pediu.
-- Não! -- Gritou chorando. -- Me diz que ele não estar moto. -- Pediu apertando ainda mais suas mãos sobre a camisa da médica e a sacudindo enquanto a olhava desesperada.
-- Eu preciso verificar.
-- Promete! -- Gritou em prantos.
-- Caroline? -- Samantha chamou assim que viu a loira as olhando sem saber o que fazer.
-- Entendi. -- A loira correu até elas e com agilidade segurou Amanda em um abraço e a fez levantar a afastando de perto do pai.
-- Fabrício linga para a ambulância, rápido. -- Samantha pediu começando a examinar o sogro. -- Marina pega a minha bolsa na sala, rápido! -- Pediu checando o pulso de Carlos e em seguida começou a abrir alguns botões da camisa dele o deixando mais à vontade.
-- Sam? -- Amanda a chamou chorando e ainda sendo segurada por Caroline. -- Samantha? -- Gritou pela segunda vez pois Samantha não lhe deu atenção.
-- Calma, Eloá! -- Caroline pediu a segurando mais forte, pois Amanda tentava se soltar para ir até o pai.
Natelly e Lúcia choravam abraçadas, Felipe e Nádia estavam do mesmo jeito assistindo Samantha mexer em Carlos o deixando de forma confortável fazendo com que Carlos ficasse deitado de peito para cima pernas esticadas e alinhadas. Alguns empregados também apareceram depois da correria de todos na casa.
-- Samantha! -- Marina chegou lhe entregando a bolsa.
Samantha a pegou de imediato e logo a abriu. -- Droga. -- Samantha proferiu ao não encontrar o que queria.
-- Droga porquê? -- Marina indagou preocupada fitando Samantha, ambas estavam ajoelhadas ao lado de Carlos, uma de cada lado.
-- Fabrício e a ambulância? -- Samantha indagou voltando a checar a respiração de Carlos notando que estava bem fraca assim como os batimentos.
-- Essa mulher fica me enchendo de pergunta. -- Fabrício disse irritado. -- Minha senhora se eu soubesse o que ele tem eu não estava chamando a merd* de uma ambulância! -- Disse irritado para a atendente.
-- Só fala que é um infarto! -- Samantha advertiu.
-- É um infarto e bem grave! -- Fabrício disse quase gritando ao celular. -- Grato... estão caminho. -- Fabrício afirmou. -- Quinze minutos.
-- Samantha? -- Amanda a chamou ainda chorando. -- Ele... por favor, ele...
-- Ele vai ficar bem! -- Samantha afirmou a olhando por um instante e logo voltando sua atenção para o homem deitado no chão. Mas somente Marina viu a incerteza da médica a sua frente, e a impaciência dela olhando o relógio em seu pulso enquanto também chegava o pulso de Carlos.
-- Graças a Deus! -- Lúcia disse mais aliviada.
-- Sam? -- Amanda a chamou novamente, dessa vez mais calma. -- Ele vai ficar bem mesmo? -- Perguntou ao ter a atenção da morena.
-- Ele é teimoso! -- Samantha disse e sorriu fraco. -- Vai sim! -- Disse. -- Tudo indica que sim. -- Pensou fitando o sogro que, parecia estar apenas dormindo. Tudo que podia fazer por ele ali, sem recursos, tinha feito. -- Vá trocar de roupa, se não, você vai precisar da ambulância também. -- Samantha advertiu a olhando. -- Natelly você também. -- Avisou olhando a garota junto a avó.
-- Não, eu quero ficar aqui com ele. -- Amanda afirmou aproximando-se do pai, ainda chorava, mas bem menos.
-- Amor se você quiser o acompanhar até o hospital vai ter que trocar de roupa. -- Samantha explicou. -- Vai lá, ele está bem, vou ficar aqui, prometo. -- Sorriu carinhosa. -- Vai com ela Caroline. -- Pediu.
-- Claro.
-- Vem Eloá eu te dou uma roupa. -- Nádia afirmou.
-- Tá bom. -- Amanda concordou. -- Volto rápido. -- Disse depois de dar uma última olhada no pai e saiu sendo acompanhada de Caroline a filha e a irmã.
-- Samantha porquê ele não acordar? -- Marina indagou a fitando.
-- Porque.... Ah, mas que droga! -- Samantha proferiu pôr não sentir mais o pulso de Carlos, logo iniciando os procedimentos de uma reanimação cardíaca.
-- O que foi? -- Lúcia indagou preocupada.
-- Pai? -- Felipe quis correr para onde ele, mas foi impedido por Fabrício.
-- Vai! Reage! -- Samantha proferiu pressionando com ambas as mãos espalmadas sobre o tórax de Carlos. -- Eu odeio quando... estou certa nessas... situações! -- Afirmou ainda em meio a fortes massagens.
-- O que eu faço? -- Marina indagou preocupada depois de um tempo sem saber o que fazer para ajudar.
-- Reza pra ambulância... chegar logo! -- Samantha advertiu sem parar o que fazia. -- Anda, bate! -- Pediu ofegante, mas dando continuidade nas massagens.
-- Mãe! -- Felipe abraçou a mãe preocupado, começando a lacrimejar junto a ela.
-- Vamos... Reage! -- Samantha pediu pressionando cada vez mais forte suas mãos sobre o peito do sogro.
-- A ambulância chegou! -- Fabrício advertiu.
-- Você... não... vai... morrer! -- Samantha afirmou e logo sorriu feliz ao sentir que o coração voltara a bater novamente.
-- Voltou? -- Marina indagou a olhando apreensiva.
-- Sim! -- Samantha afirmou ao mesmo tempo em que os paramédicos entravam na sala, seguidos de Amanda, Natelly, Nádia e Caroline.
-- Amor? -- Amanda correu até Samantha e a abraçou forte. Samantha retribuiu com muito carinho e alívio, e ambas passaram a observar Carlos ser posto na maca com cuidado pelos dois paramédicos.
-- Vamos. -- Samantha chamou ao ver que já conduziam Carlos para a ambulância, pegou sua bolsa e seguiram para fora da casa.
A chuva ainda caía, mas agora de forma mais calma, jogando apenas uma leve garoa. Mas, ainda assim, o motorista teve que pôr o automóvel bem próximo a área da casa.
-- Eu vou com ele na ambulância. -- Samantha avisou assim que Carlos foi acomodado dentro do carro e sendo bem monitorado.
-- Eu vou também! -- Amanda afirmou.
-- Só um acompanhante, senhora... Desculpe. -- Um dos homens advertiu.
-- Amor, eu vou, pois precisarei avisar quais procedimentos fiz nele. -- Samantha explicou.
-- Precisamos ir! -- Uma enfermeira advertiu já de dentro da unidade móvel.
-- Levem ela. -- Samantha disse fitando entre Marina, Caroline e Fabrício. -- Te amo, te vejo lá. -- Sorriu, deu um selinho carinhoso nos lábios dela e entrou na ambulância que logo saiu rumo ao hospital.
-- Vamos. -- Amanda disse decidida já se dirigindo para o carro.
-- Espera você não vai dirigir, eu dirijo. -- Fabrício disse quando a viu abrir a porta do lado do motorista.
-- Tudo bem, mas rápido. -- Concordou, rodeou o carro e entrou, sentando no banco ao lado do motorista. Estava preocupada e muito com o pai, mas não chorava mais a seu ver o pior já tinha passado e além de tudo, confiava em Samantha.
Fabrício, Amanda, Lúcia e Natelly foram em um carro e Marina, Caroline, Felipe e Nádia em outro.
-- E agora pra onde? -- Fabrício indagou ao darem entrada na área de emergência do hospital.
-- Moça, meu pai Carlos do Vale deu entrada aqui, não faz muito tempo. -- Amanda declarou a recepcionista. -- Onde eu...
-- Todos são da família? -- Indagou os olhando.
-- Sim!
-- Ah sim... Foi direto para a ala particular. Vocês não podem entrar agora, está fazendo exames ainda... A filha o acompanhou, mas podem aguardarem é só seguir esse corredor, vire...
-- Espera, a filha? -- Amanda indagou sem entender a princípio, mas imediatamente sorriu admirada de sua morena. -- Desculpa, segue o corredor e?
-- E vire a direita, vai ver uma sala de espera, é só esperar lá, quando ele acabar os exames vai para o quarto 12.
-- Obrigada! -- Amanda disse e saiu quase correndo, sendo acompanhada pela família.
-- Que papo era aquele de filha? -- Marina indagou.
-- Só parente podem entrar com o paciente, eu tinha me esquecido disso. -- Amanda lembrou.
-- Mas ela é médica, só dizer que era médica.
-- Ah eu não sei, se ela disse isso foi porque precisou. -- Amanda declarou.
-- Esperta e criativa. -- Marina disse sem conter o riso.
-- Acho que é aqui. -- Caroline observou. – Ali a sala 12.
-- Será que ele já não está lá? -- Amanda questionou.
-- Acho que não... A Mulher não disse que ele estava fazendo exames. -- Fabrício avisou.
-- Eu vou lá ver. -- Felipe se adiantou, abriu a porta e viu que não tinha ninguém. -- Vazio.
-- O jeito é esperar. -- Caroline sentou-se em uma das cadeiras disponíveis.
-- Isso aí na sua cabeça precisa ser trocado, está molhado. -- Marina notou referindo-se ao curativo na cabeça da amiga.
-- Depois eu vejo isso. -- Disse passando a andar de um lado para o outro impaciente e preocupada.
-- Eloá, senta um pouco. -- Caroline pediu a olhando.
-- Não dá, Cá! -- Confessou a olhando, lembrou que tinha desculpas a pedir a amiga, mas faria depois, não estava em condições. -- E Samantha que não aparece também. -- Disse voltando a andar novamente.
-- Se não fosse ela o papai estava morto. -- Felipe afirmou lembrando.
-- Ela é brilhante. -- Amanda afirmou sorrindo, Samantha lhe fazia bem de todas as formas.
-- Ela já estava cansada, mas não parou. -- Felipe lembrou.
-- Eu perdi alguma coisa? -- Amanda indagou confusa.
-- O papai teve uma parada cardíaca quando você foi trocar de roupa. -- Felipe avisou.
-- O quê? -- Amanda indagou surpresa. -- Não pode ser... Sam disse que ele estava bem.
-- E tava, mas quando eu vi ela passou a tentar fazer o coração bater de novo.
Amanda fitou Marina ainda sem acreditar, e esta, também lhe confirmou
-- Agradeça a sua namorada, ela quem conseguiu, e fez tudo. -- Marina advertiu. -- Já passou, ele vai ficar bem.
-- Eu sei... Mas a culpa disso tudo é minha. -- Amanda advertiu triste.
-- Não! -- Marina levantou e foi até ela. -- Não foi sua culpa e nunca mais diga isso. Ouviu? -- Marina disse séria.
-- Foi, se eu não tivesse...
-- Não tivesse o quê? Contado a verdade? Se não tivesse nascido lésbica?
-- Não é isso, Mary... -- Amanda proferiu baixando a cabeça. -- Eu não queria que tivesse sido assim... Entende?
-- Eu sei... -- Marina a abraçou. -- Tudo vai se resolver... E por favor, nunca mais se culpe pelo que aconteceu com seu pai hoje, porque não foi sua culpa.
-- Tudo bem... Não vou falar mais.
-- E nem pensar! -- Marina advertiu a fazendo olhá-la e Amanda riu.
-- Nem pensar. -- Sorriu.
-- É isso aí. -- Marina sorriu.
* * * *
-- O que você está fazendo aqui? -- Carlos indagou ao ver Samantha quando acordou, ainda na ambulância.
-- Ah, fico feliz por não ter me chamado de aberração. -- Samantha preferiu irônica em um leve sorriso.
-- Ela o salvou senhor! -- Um dos paramédicos advertiu o olhando e depois fitou Samantha.
Carlos a fitou por um instante em silêncio. -- Devia ter deixado eu morrer. -- Informou desviando o olhar.
-- Ainda não era a sua hora, vai ficar bem vivo por muito tempo ainda.
-- Se está esperando eu agradecer, desista, isso não vai acontecer. -- Afirmou desgostoso.
-- Não estou esperando nada de você, aliás fiz apenas o meu trabalho. -- Samantha revidou de imediato.
-- Chegamos!
Carlos já não corria mais risco de vida, portanto foi retirado com calma de dentro da ambulância, sendo acompanhado sempre de perto por Samantha. A pedido de Carlos foi imediatamente encaminhado para ser atendido por um médico de sua confiança.
-- Desculpe senhorita, você já fez tudo por ele. -- Um enfermeiro disse impedindo Samantha de acompanhar o sogro. -- Agora deixe com a gente.
-- Mas eu sou médica, posso ajudar. -- Samantha tentou argumentar.
-- Desculpe... Só parentes.
Samantha balançou a cabeça negativamente, tinha prometido a Amanda que o acompanharia.
-- Eu sou filha dele! -- Disse rapidamente sem acreditar no que dizia. -- Sou filha e tenho direito de entrar.
-- Ok, pode vir.
Samantha o seguiu, logo chegando onde Carlos já estava iniciando um exame.
-- Cadê a minha família? -- Carlos indagou assim que a viu, estava contrariado.
-- Estão a caminho.
-- Não precisa ficar aqui... Não finja que se importa. -- Disse a fitando.
-- Estou aqui por Amanda.
-- O nome dela é Eloá! -- Disse alterado.
-- Senhor fique calmo. -- A enfermeira pediu. -- Senhorita vou pedir que saia um instante.
-- Tá. -- Samantha sabia que Carlos precisava se acalmar para realizar o exame, então saiu, mas ficou quase que colada a porta a espera.
-- Pronto. -- Enfermeira disse abrindo a porta.
-- Ele já vai pro quarto? -- Samantha perguntou.
-- Ainda não, falta o médico examiná-lo, ele já está vindo. -- A enfermeira disse e saiu.
Samantha respirou fundo e entrou na sala.
-- Ah, ainda aqui!? -- Carlos proferiu ao vê-la.
-- Sim, mas não precisa me dirigir a palavra não. -- Samantha advertiu o olhando. Depois o que veio foi um absoluto silêncio. Samantha o olhava de vez em quando. Carlos estava deitado em uma maca ao lado de um aparelho enquanto fitava um canto qualquer na sala.
-- Porquê? -- Carlos interrompeu o silêncio a olhando depois de um tempo.
-- Porque o quê? -- Samantha questionou sem entender.
-- Olá. -- Um homem que aparentavam não ter mais que 40 anos entrou na sala os interrompendo. -- Resolveu nos dar um susto homem? -- Indagou sorrindo aproximando-se de Carlos.
-- Pois é... -- Falou o fitando não muito animado.
-- Mas não foi dessa vez. -- O médico sorriu e em seguida fitou Samantha por um instante. -- Você quem realizou a reanimação? -- Indagou olhando a ficha de Carlos em suas mãos.
-- Sim, em casa ainda.
-- Parabéns! -- Declarou a olhando sorrindo admirado, tanto pela ação quanto pela beleza. -- Prazer, Mário Andrade. -- Revelou indo até Samantha e lhe estendendo a mão. -- Mas pode me chamar de Andrade.
-- Samantha Cooper. -- Sorriu simpática o cumprimentando.
-- Cardiologista?
-- Ortopedista.
-- Além de excelente médica, bela. -- Declarou ainda segurando a mão de Samantha.
-- Obrigada! -- Disse desfazendo o contato das mãos. O homem era galante, tinha que concordar, sorriu com tal pensamento.
-- Não perca seu tempo meu caro! -- Carlos advertiu irritado e Samantha apenas riu.
-- Comprometida? -- Questionou.
-- Sapatão! -- Carlos foi quem respondeu de pronto.
-- Ahh. -- O homem ficou deveras surpreso e envergonhado. Samantha notou e teve que se conter para não rir diante da situação. -- Espera, mas você não é filha dele. -- O médico mudou de assunto.
-- Não mesmo! -- Carlos se antecipou em responder.
-- Me disseram que a filha o acompanhava... Que seja. -- Sorriu. -- Vamos ao que interessa. -- Lembrou voltando sua atenção para o paciente. -- Carlos pode sentar-se? Consegue?
-- Sim. -- Disse atendendo ao pedido do médico.
-- Ok... Fica relaxado e respire normalmente, vou verificar como está seu coração. -- Avisou tirando o estetoscópio do pescoço e iniciando o procedimento enquanto Samantha apenas observava em silêncio.
-- O que aconteceu comigo, Andrade? Eu tinha feito um checape geral a pouco tempo, você mesmo o acompanhou. -- Carlos explanou. -- E estava tudo bem. -- Completou.
-- Você teve um pequeno infarto... O motivo concreto eu ainda não sei. O que você fazia antes do desmaio? Estava sentindo alguma dor no peito ou braço esquerdo? -- Andrade perguntou o fitando.
-- O que você sofreu foi um infarto devido ao choque que sentiu diante da descoberta que teve. -- Samantha iniciou a explicação e após ter a atenção de ambos os homens, continuou. -- Isso ocorreu porque sua pressão arterial baixou muito fazendo com que o fluxo sanguíneo para o coração diminuísse severamente, comprometendo o trabalho mesmo, seu corpo reagiu fazendo você desmaiar para que não houvesse maiores danos, mas devido à demora para a pressão arterial voltar ao normal, você teve uma parada cardíaca, e foi preciso a reanimação. -- Disse segura de si olhando os dois homens a sua frente.
-- Ela está certíssima. -- O médico concordou fitando Carlos. -- Mas que notícia foi essa que te deixou mal homem?
-- Não te interessa! -- Carlos proferiu irritando-se.
-- Tudo bem, calma. -- Disse arrependido da pergunta, em seguida fitou Samantha e gesticulou uma palavra. Samantha riu discretamente entendendo o "chato" que ele tinha dito.
-- Já posso ir pra casa? -- Carlos indagou aborrecido.
-- Casa? -- Andrade indagou e sorriu. -- Claro que não... Já está resmungando feito um velho chato, mas vai ficar de observação por algumas horas.
-- O quê? Mas eu já estou bem, pra que ficar aqui? -- Inqueriu o olhando.
-- Viu? Por isso aí. Você não consegue ficar um minuto calmo, sem se irritar com algo. Você teve um infarto e uma parada cardíaca. Vai ficar sim, até a noite. -- Andrade afirmou. -- Ah ahn. -- Proferiu ao ver que Carlos iria protestar. -- E se reclamar mais uma vez vai ficar até amanhã à noite. -- Advertiu lhe apontando o dedo indicador, Carlos apenas respirou resignado. -- Isso ai. Escute o único médico desse hospital que tolera tuas chatices. -- Disse rindo e pondo uma das mãos sobre o ombro direito de Carlos. Este, apenas o fitou sem dizer nada.
Samantha percebeu que apesar das irritações e ignorância de seu sogro ele atendia Andrade, e até era notável um nível de intimidade e certa amizade entre eles, meio torta, mas existia.
-- Então vou ter que ficar aqui sentado até à noite? -- Carlos questionou com a velha irritação.
-- Você até que merecia ficar aí, mas como eu não maltrato as pessoas e principalmente os velhinhos eu deixo você ir pro quarto. -- O médico disse rindo.
-- Velhinho é o teu pai! -- Carlos praguejou o olhando.
-- Papai vai bem, obrigado! -- Advertiu pegando uma cadeira de rodas ainda com um sorriso no rosto. -- Vamos, você vai para o quarto.
-- Eu posso ir andando. -- Disse tentando levanta-se.
-- Senta logo nessa cadeira e para de reclamar, olha o que eu disse... -- Lembrou e fitou Samantha rindo, mas logo desviou o olhar para ajudar Carlos a sair da maca e sentar na cadeira.
-- Ridículo! -- Carlos proferiu já sentado.
-- Que nada, depois de mando a conta. E vai ser mais caro porque eu mesmo estou empurrando a cadeira. -- Disse manuseado a cadeira para saírem da sala. -- Obrigado -- Agradeceu após Samantha abrir a portar e segurá-la. -- Então, Drª Samantha... você não trabalha aqui, trabalha? -- Andrade indagou olhando Samantha que, caminhava a seu lado.
-- Não. Eu trabalho e moro em Curitiba, estou só de passagem. -- Samantha explicou.
-- Entendo... Veio só reanimar esse senhor aqui. -- Afirmou dando leves tapas sobre o ombro de Carlos que balançou a cabeça em negação.
-- Não devia ter vindo... Aliás tudo isso aconteceu por culpa dessa, aí. -- Carlos falou instantes depois. -- Eloá fala muito, mas não sabe dizer não para mim, é só fazer o papel de ofendido e carente, usar os argumentos certos que ela cede, e depois de tudo que me aconteceu, tenho argumentos suficiente. -- Complementou. -- Você não vai conseguir o que quer, não vai! -- Falou a fitando decidido, sorriu satisfeito e desviou o olhar.
-- Olha o estresse senhorzinho... -- Andrade lembrou.
Samantha não pode revidar, pois além de não querer armar uma discussão naquele momento, sentiu medo diante das palavras e entusiasmo de Carlos. Ele tinha razão, Amanda ainda era muito submissa a ele e o amava, pode ver o quão intenso era esse amor quando a namorada viu o pai jogado no chão, seu desespero era gritante... Fechou os olhos e balançou a cabeça dispersando tais pensamentos, Amanda a amava e não a abandonaria por um capricho, chantagem e preconceito do pai, não iria, não podia e iria acreditar nisso, pensava.
-- Pai? -- Amanda disse ao vê-lo. -- Pai! -- Sorriu e correu para onde ele e sem pensar em mais nada o abraçou forte, deixando as lágrimas de felicidade e alívio caírem ao saber que ele estava bem. -- Olha, eu não queria que nada disso tivesse acontecido, não queria. -- Afirmou o olhando por um instante e em seguida o abraçou novamente, o beijou, sorria e chorava, tanto por ele estar a salvo quanto por não estar a repelindo. -- O senhor está bem? Sente dor? -- Indagou o olhando, estava abaixada a frente dele.
-- Mais ou menos, filha. -- Disse olhando de forma abatida.
Samantha o fitou incrédula, ele não perdia tempo nenhum.
-- Ele vai ficar bem, Andrade? -- Amanda perguntou levantando-se e fitando o médico.
-- Vai sim. Ele já está bem, apenas vai ficar de observação por precaução mesmo.
-- Ah graças a Deus. -- Amanda sorriu fitando o pai.
Carlos foi abraçado e beijado pela mulher e em seguida pelos filhos e a neta, estava sendo o centro das atenções no momento.
-- A Samantha não está gostando nadinha disso! – Caroline falou observando a morena que apesar de tudo, permanecia perto de Carlos e do outro médico que explicava o estado de Carlos.
-- Verdade. -- Marina concordou. Ela e Caroline estavam apenas observando à distância, sabiam que não seriam bem recebidas por Carlos e preferiam não causar discussão.
-- Têm horas que me dá uma vontade de meter o tapão na Eloá, para ver se ela acorda. -- Caroline proferiu olhando Amanda que, até o momento não tinha dirigido a palavra à Samantha.
-- Tipo agora? -- Marina indagou.
-- É! -- Caroline afirmou zangada observando a situação não muito distante delas.
-- Olha, deixem ele ir para o quarto e se acomodar que vocês continuam a bajulação. -- Andrade avisou e todos riram. -- Vamos lá. -- Disse pondo a cadeira em movimento em direção ao quarto sendo acompanhado por todos, exceto Samantha. -- Não vai vir moça bonita? -- Ele indagou ao perceber que Samantha não se movera.
-- Não. -- Samantha afirmou. -- É um momento da família. -- Sorriu simpática o olhando.
E apenas nesse momento Amanda se dera conta de que não tinha falado com a namorada, nem um olhar de gratidão tinha lhe dirigido, havia esquecido completamente de sua morena, e agora estava deveras envergonha e se sentindo horrível e como se não bastasse teve que presenciar Samantha ser melhor tratada pelo médico do pai do que por ela, e era tudo culpa sua, sentiu raiva de si mesma e muito ciúmes.
-- Que nada. -- Andrade disse voltando até Samantha e lhe envolvendo com o braço sobre a cintura. -- Você o salvou, certo? Portanto é praticamente da família. -- Avisou sorrindo enquanto fitava uma Samantha extremamente surpresa com o ato do homem de mesma altura que a sua.
-- Ela não quer ir, não ver? -- Amanda proferiu deixando transparecer que estava irritada com o que viu, sua morena ser abraçada pelo homem que ainda mantinha suas mãos sobre o corpo de sua namorada.
-- Tudo bem, eu vou! -- Samantha concordou sorrindo. Sabia que Amanda estava com ciúmes e achou bom revidar a ausência de Amanda há instantes com um pouco de provocação.
-- Samantha! -- Amanda quase gritou ao vê-la ser conduzida pelo médico. -- Podemos conversar a sós? -- Indagou evidenciando a calma que não tinha.
-- Eloá, agora não! -- Carlos disse ele mesmo fazendo a cadeira andar, mas logo Felipe o ajudou o que fez com que Andrade continuasse a andar junto de Samantha que, ria intimidade dos ciúmes de Amanda que caminhava atrás deles.
-- Para de rir, Cá! -- Marina disse também rindo depois de assistirem a cena.
-- Bem feito, a Eloá tem que aprender a dosar as coisas. Não custaria nada ela ter falado com o pai e depois ter dado atenção à Samantha. -- Caroline explanou. -- Ela não deu, teve quem dera. -- Completou.
-- Tá, mas a Samantha não tinha nada que ter deixado o cara pegajoso ficar pondo a mão nela. -- Marina defendeu a amiga.
-- Ela ficou surpresa, mas percebi que usou como método para fazer a Eloá reagir, ciúmes é bom às vezes, ela fez de propósito e além do mais, não vi nada de mais. -- A loira observou.
-- Não vamos lá dá as boas-vindas ao velho? -- Marina perguntou rindo.
-- Eu não, vai tu se quiseres.
-- Eu não!
-- Prontinho! -- Andrade disse após ajudar Carlos a deitar confortavelmente na cama. -- Você ficara em observação e antes de ter alta fará mais alguns exames.
Amanda fitou Samantha vendo que esta mantinha sua atenção no médico que falava, suspirou irritada e não pensou duas vezes em andar até a morena e a cutucar a fazendo olhá-la.
-- Pare já com isso! -- Ordenou entre dentes a olhando zangada.
-- Isso o quê? -- Samantha indagou baixo também, enquanto sorria a vendo com evidente ciúme.
-- Quanto a vocês, não precisa ficar todo mundo aqui, só uma pessoa está ótimo. -- O médico notou. -- Terá uma enfermeira a disposição e de vez em quando eu também virei. -- Explicou.
-- Eu vou ficar. -- Lúcia se prontificou.
-- Não mãe, vai descansar, eu fixo com o papai. -- Nádia se manifestou.
-- É mãe, a Nádia fica por umas horas e depois eu venho ficar com ele e levo pra casa. -- Felipe sugeriu dessa vez.
-- Eu quero que a Eloá fique. -- Carlos confessou olhando na direção de Amanda. -- Pelo menos por enquanto... Pode ser? -- Insistiu.
Amanda fitou entre o pai e Samantha, sem saber o que fazer. Era tudo que queria, continuar tendo o carinho do pai e por outro lado não sabia como Samantha reagiria ao aceitar ficar ali com ele.
-- Eloá? -- Carlos lhe chamou a atenção novamente. -- Vai ficar aqui com seu pai ou não?
Amanda fitou Samantha novamente em busca de um apoio ou reprovação, mas a morena estava indecifrável.
-- Eu... -- Amanda proferiu ainda fitando a namorada.
-- Fique com seu pai. -- Samantha decidiu por ela, sabia que não podia negar a ela a chance de ter uma conversa com Carlos, por mais que isso não lhe agradasse nem um pouco.
-- Tudo bem eu fico. -- Afirmou olhando Carlos, mas ainda estava incerta de sua decisão.
-- Ok. Eu vou me despedindo por enquanto, tenho outros pacientes para atender. -- Andrade disse com a mesma simpatia de sempre. -- Se comporte, viu? – Advertiu. -- Com licença.
-- Doutor? -- Samantha o seguiu. -- Posso falar com você um instante?
-- Claro.
-- Pode ser lá fora?
-- Perfeitamente. -- Sorriu abrindo a porta e fazendo um gesto para Samantha ir na frente.
-- Sam? -- Amanda a chamou.
-- Depois. – Samantha falou e saiu seguida pelo homem. -- Será que você pode pedir para alguém vir trocar o curativo da Amanda... digo da Eloá?
-- Ah, foi bom você ter tocado no assunto. Eu notei que está molhado. O que foi que aconteceu? Eu soube por alto que ela tinha sofrido um acidente, é verdade? -- Indagou interessado.
-- É verdade sim... Uma longa história, e sem querer se chata, não cabe a mim falar sobre esse assunto. -- Samantha explicou. -- O que posso falar é que eu a socorri e ela foi levada para o hospital onde trabalho e ficou sobre os meus cuidados e de outros médicos de minha confiança. -- Sorriu. -- Ela passou por uma cirúrgica recentemente.
-- Ah por isso a faixa na cabeça. -- Deduziu. -- Olha, você deve ser o anjo da guarda dessa família, hein? -- Sorriu. -- Vive salvando as pessoas da mesma.
-- Que isso. -- Samantha sorriu. -- E então? Pode só me arrumar os materiais que eu mesma faço, sem problemas.
-- Não se preocupe, vou pedir agora mesmo para uma enfermeira vir resolver isso. -- Afirmou.
-- Obrigada. -- Sorriu grata o fitando. -- Que foi? -- Inquiriu ao perceber que ele não parava de encará-la.
-- Desculpe... Você é muito bonita. -- Ele disse admirado.
-- Olha, eu...
-- Eu sei, eu sei. -- Ele disse a interrompendo. -- Você, não curti homens. -- Sorriu simpático.
-- Eu ia dizer, sou comprometida, mas isso aí também é verdade. -- Samantha disse e ambos riram a vontade.
-- Olha lá. -- Marina avisou Caroline ao ver Samantha e Andrade rirem como se fossem amigos de infância. -- Ela tá dando mole pra ele? -- Indagou incrédula.
-- Larga de besteira, Mary. -- Caroline advertiu dando uma olhada rápida e voltando a atenção para o celular em sua mão.
-- Agora ferrou! -- Marina proferiu vendo Amanda sair do quarto.
-- Pelo visto a piada está ótima por aqui. -- Amanda disse sem conter a irritação devido ao ciúme, enquanto cruzava os braços fitando Samantha.
-- Não, só estávamos... -- Andrade tentou argumentar.
-- Não falei com você. -- Amanda o cortou imediatamente. -- Será que eu posso falar com a MINHA namorada a sós? -- Amanda fizera questão de evidenciar o "minha" para surpresa de Samantha e espanto do outro médico que devido ao mesmo não teve ação alguma. -- Sai! -- Amanda disse quase gritando. O homem por sua vez, saiu praticamente correndo o que fez Samantha rir com vontade.
-- Tadinho dele. -- Samantha pronunciou a olhando, ainda rindo.
-- Pode parar! -- Amanda advertiu com evidente reprovação.
-- Oh está com ciúme. -- Samantha notou tentando tocar em Amanda.
-- Sai. -- Disse afastando-se. -- E não estou com ciúme, estou com raiva... Ahrhahra. -- Proferiu olhando na direção que o médico tinha ido. -- Idiota! " Não vai vir moça bonita?" -- Imitou a frase que Andrade dissera há minutos e Samantha riu divertida a olhando. -- Eu vou matar ele da próxima vez que ele pensar em dar em cima da minha namorada e principalmente pôr a mão no corpo que é só meu! -- Afirmou sem esconder a insatisfação. -- Para de rir. Pensa que não vi você toda sorridente para aquele imbecil?
-- Amor...
-- Não toca em mim! -- Amanda avisou afastando-se das mãos de Samantha.
Samantha sorriu observando Amanda manter os braços cruzado enquanto batia um dos pés com a cara emburrada.
-- Você fica linda irritada, sabia? -- Samantha disse de forma carinhosa aproximando-se lentamente. -- Eu amo esse bico zangado que você faz. -- Confessou sorrindo.
-- Não faço bico nenhum. -- Amanda afirmou a olhando.
-- Faz sim. -- Afirmou e em seguida sorriu ao conseguir por sua mão no rosto de Amanda passando a lhe fazer um carinho ali. -- Você fez igualzinho a Agatha. -- Lembrou e Amanda sorriu lembrando da pequena. -- E eu amo. -- Samantha afirmou.
-- Você não estava dando mole para aquele idiota, estava? -- Amanda indagou baixando a guarda.
-- Claro que não, meu amor. Nunca. -- Confessou. -- Tenho tudo que quero bem na minha frente. -- Sorriu a envolvendo com carinho com seu outro braço. -- Eu te amo!
-- Me desculpa por tudo! -- Amanda a abraçou forte. -- Não devia ter desconfiado de você... Não devia ter te ignorado ainda agora, me perdoa, não teve a intenção...
-- Tudo bem... Foi divertido. -- Sorriu a fazendo olhá-la.
-- Divertido nada! -- Amanda reclamou.
-- Gostei quando você me chamou de sua namorada. -- A morena confessou.
-- Sério? -- Sorriu. -- Eu pensei que iria ficar com raiva por eu estar bancando a possessiva. -- Confessou e ambas riram. -- Mas eu precisava deixar claro de que você é minha, só minha. -- Sorriu a fitando com muito amor.
-- Sempre! -- Samantha sorriu retribuindo o olhar carinhoso. -- Eu queria te beijar. -- Confessou.
-- E porque não beija? -- Amanda sorriu interessada. Não queria mais viver pensando ou imaginando se iria contra a vontade do pai, dessa ou daquela pessoa, não se esconderia mais, tinha o direito de viver e fazer o que quisesse, na hora que quisesse e, no momento, queria um beijo de sua morena, sorriu decidida, conduziu sua mão direita até a nuca de Samantha e a puxou para um beijo calmo e apaixonado.
-- Cá? -- Marina a chamou sorrindo.
-- Estou vendo! -- A loira afirmou também olhando a cena com um sorriso nos lábios.
-- Primeiro ela bota o medicozinho pra correr e agora isso? -- Marina notou. -- Ela mudou mesmo. -- Sorriu contente.
-- Pois é... É amor. -- Caroline falou fitando Marina.
-- Elas roubaram a cena. -- Marina observou algumas pessoas as olhando.
-- Um pouco de realidade não mata. -- Caroline afirmou vendo elas encerrarem o beijo.
-- Eu também te amo! -- Amanda afirmou e sorriu fitando uma Samantha feliz.
-- É... Com licença. -- Nádia disse ao sair do quarto e vê-las abraçadas, não estava acostumada com tal situação, sorriu tímida ao ser fitada pelas duas. -- Papai está te chamando, Elô.
-- Tá, eu já vou. -- Amanda afirmou e esperou a irmã entrar para o quarto novamente. -- Fica comigo? -- Pediu.
-- Claro que sim. -- Samantha afirmou lhe fazendo um carinho no rosto. -- Só não me pede para entrar com você na hora que forem conversar... eu não vou. -- Samantha confessou. -- E, por favor, toma cuidado com o que ele vai falar pra você, com os argumentos, está bem? -- Pediu calma.
-- Porque está dizendo isso? -- Indagou sem entender. -- Ele te disse alguma coisa?
-- Não, não disse nada. -- Mentiu, não queria causar intrigas entre a namorada e o pai, já bastava tudo que tinha acontecido. -- Acho que você já teve prova de como ele age diante do nosso namoro e de quem é homossexual, só estou pedindo para que tenha cuidado com o que ele vai falar e agir. -- Explicou enquanto lhe fazia um carinho no rosto.
-- Tudo bem. -- Amanda sorriu.
-- Com licença? -- Uma enfermeira as interrompeu.
-- Pois não? -- Samantha indagou desfazendo o abraço e a olhando.
-- Dr Andrade disse que tinha uma moça que precisava trocar o curativo.
-- Ah sim. -- Samantha sorriu lembrando. -- Aqui está ela. -- Disse olhando Amanda.
-- Pode me acompanhar? -- A mulher Investigou gentil.
-- Claro. -- Amanda sorriu e pegou a mão de Samantha e seguiram a outra mulher. -- Você quem pediu para aquele bajulador de namorada dos outros? -- Indagou baixo e Samantha riu.
-- Foi sim... Pra você ver, eu estava conversando com ele, mas não parava de pensar em você e só para constar nós estávamos falando sobre você. -- Samantha disse perto da orelha da namorada que, a olhou surpresa.
-- De mim?
-- Aqui, sente-se, por favor. -- A enfermeira pediu e Amanda a atendeu.
-- Ele viu seu curativo na cabeça e também soube por alto do seu acidente. -- Samantha respondeu.
-- Vou tirar aqui, senhora. -- A enfermeira avisou.
-- Tudo bem. -- Amanda concordou. -- Mas como ele soube? -- Indagou olhando Samantha.
-- Não sei, enfim, eu apenas disse por alto também o que tinha acontecido, não disse nada de mais. -- Sorriu.
-- E de que estavam rindo? -- Indagou curiosa.
-- Ah isso. -- Riu. -- Ele disse que eu era bonita, MAS... -- Samantha adiantou-se ao ver Amanda a olhar contrariada. -- Eu ia dizer que era comprometida e que ele não tinha a menor chance. -- Sorriu.
-- E ele riu? -- Amanda estranhou.
-- Não por isso. Eu nem disse isso, ele mesmo quem adiantou-se falando que eu não curtia homens.
-- Ele já sabia que você era lésbica? -- Amanda perguntou sem se dar conta da mulher a seu lado, mas, esta continuava o seu trabalho normalmente. -- Você contou? -- Resolveu continuar.
-- Seu pai contou. -- Samantha advertiu rindo. -- Soltou um " Sapatão" bem alto. -- Riu lembrando.
-- Sério? -- Riu alto também.
-- Não se mexa muito, senhora. -- A enfermeira advertiu.
-- Ah, me desculpa. -- Pediu a olhando. -- Não vou me mexer mais. -- Sorriu.
* * * *
-- Te achei. -- Uma voz masculina desperta Laila que, estava concentrada em seus afazeres.
-- Ai Lucas, que susto. -- Disse ao vê-lo. -- O que está fazendo aqui? -- Indagou voltando a mexer em alguns prontuários.
-- Eu vim te dar um oi. -- Disse sorridente.
-- Saiu do seu posto pra isso? -- Indagou sem deixar de fazer o que fazia.
-- Na verdade... -- O Rapaz disse puxando uma cadeira e sentando nela ficando ao lado de Laila. -- Eu queria te fazer um pedido. -- Confessou.
-- Se for pra alguma festa, esquece. -- Laila afirmou sem olhá-lo
-- Não, é outra coisa. -- Avisou observando que Laila não lhe dava total atenção. -- Pode me olhar só um instante? -- Questionou.
-- Hum? -- Laila proferiu parando o que estava fazendo e o fitando.
-- Quer ir ao cinema comigo hoje depois da aula? -- Indagou e sorriu pegando a mão direita dela.
-- Já tenho compromisso. -- Afirmou puxando sua mão e rapidamente voltando ao que fazia antes da chegava dele.
-- Ah mentira, você não é de sair que eu sei. -- Ele observou.
-- Ótimo. Então você sabe que eu não vou sair com você né? -- Advertiu o fitando por um instante.
-- Ah vai, não custa nada, vamos. -- Ele insistiu.
-- Lucas eu já disse que tenho compromisso. -- Laila disse o olhando séria. -- Volta pro seu trabalho e me deixa fazer o meu, pode ser? -- Advertiu.
-- Você a ouviu. -- Alexsandra falou fitando Lucas de forma séria. -- Este é o seu setor? -- Indagou ríspida.
-- Não senhora! -- Disse nervoso depois de levantar-se rapidamente.
-- E está fazendo o que fora da área de seu estágio?
-- Eu...
-- Seu supervisor sabe que deixou seu posto para ficar zanzando pelo hospital e ainda atrapalhando quem quer trabalhar? -- Alexsandra fez questão de ser bem severa. Além do ato do garoto em sair de sua área, ele estava dando em cima de sua namorada e isso a irritou bastante.
-- Desculpa...
-- Desculpa nada. Isso vai ser registrado na sua ficha pessoal. Agora volte já ao trabalho. -- Advertiu séria.
-- Com licença! -- Disse e saiu quase correndo.
-- E você... -- Alexsandra disse fingindo seriedade.
-- Tá, vou voltar a trabalhar, não precisa se irritar. -- Laila disse pensando que era sério.
-- Não, na minha sala agora! -- Alexsandra disse e saiu a passos largos e com um sorriso nos lábios.
-- Lucas eu te mato seu idiota. -- Proferiu realmente preocupada com o que a namorada e chefe queria. -- Vamos lá. -- Levantou-se e seguiu a morena até a sala da mesma.
-- Passa a chave. -- Alexsandra pediu a olhando ainda séria. Estava encostada em sua mesa.
-- Pois não? -- Laila indagou a olhando.
Alexsandra sorriu, e em seguida caminhou até ela e a abraçou na região da cintura.
-- Você fica mais linda quando está nervosa e preocupada. -- Avisou a fitando sorrindo.
-- Eu pensei que...
-- Eu te daria uma bronca? -- Interrompeu.
-- Era. -- Sorriu.
-- Você até que merecia por ficar dando mole para aquele idiota. -- Advertiu.
-- Fique você sabendo que eu não estava dando mole para ninguém.
-- Ah é? E o que aquele idiota queria com a minha namorada? -- Alexsandra questionou iniciando uma série de beijos pelo rosto e pescoço de Laila. -- Seu cheiro é tão gostoso. -- Afirmou a olhando sorrindo.
-- O Lucas...
-- Sim o idiota. -- Afirmou e riu. -- Continue. O idiota...
-- Ele queria que eu fosse ao cinema com ele depois da aula. -- Confessou.
-- E, claro que você disse não, não é?
-- Claro que sim. -- Afirmou sorrindo. -- Mas eu menti dizendo que tinha compromisso. -- Confessou enquanto fazia um carinho com ambas as mãos na nuca de Alexsandra.
-- E quem disse que você mentiu. -- Alexsandra avisou.
-- Não? -- Laila indagou sem entender.
-- Não. Eu e você, você e eu, nós... -- Alexsandra disse e ambas riram. -- Vamos jantar em um restaurante que adoro e sei que você vai gostar também.
-- Ah é? E você já perguntou se sua namorada aceita? -- Laila brincou.
-- Ela é legal, simpática, linda e me adora... ela não vai dizer não, tenho certeza. -- Sorriu a olhando apaixonada. -- Mas só para confirmar, ela aceita? -- Indagou.
-- Ela aceita sim. -- Laila sorriu radiante.
-- Yes... Eu sabia. -- Sorriu e em seguida levou sua mão direita até o rosto de Laila iniciando um carinho. -- Eu nunca pensei que sentiria tudo o que sinto quando estou, assim, com você. -- Alexsandra confessou olhando os olhos amarelos que lhe prendia sempre.
-- Nem eu... -- Laila afirmou a olhando de forma amorosa.
-- Eu... -- Alexsandra não terminou o que queria dizer, por achar que estaria se precipitando.
-- Você o quê? -- Laila questionou sorrindo.
-- Eu quero te beijar. -- Afirmou e selou seus lábios nos de Laila iniciando um beijo apaixonado ao mesmo tempo em que a apertava contra seu corpo enquanto desfilava suas mãos pela costa e nuca de Laila. Esta, lhe acarinhava a nuca e vez ou outra puxava de leve os cabelos nessa região.
-- Eu adoro beijar você. -- Alexsandra confessou ainda ofegante ao separarem do beijo.
-- Eu também adoro seus beijos. -- Laila afirmou sorrindo. -- Eu tenho que voltar ao trabalho. -- Lembrou.
-- Não precisa, daqui a meia hora acaba o seu expediente.
-- Alê, do mesmo jeito que o Lucas errou em sair da área dele, eu também estou errada ao estar aqui com você. -- Explicou.
-- Mas nós estamos em reunião. -- Alexsandra advertiu.
-- Reunião? -- Indignou rindo. -- Alex! -- Falou tentando sair dos braços da morena.
-- Sim, reunião. -- Afirmou sem deixá-la sair. -- E como sua chefe digo que já está dispensada do trabalho por hoje. -- Advertiu e sorriu.
-- Não quero regalias por ser sua namorada, Alê. -- Avisou. -- Já conversamos sobre isso.
-- Está bem, está bem. -- Disse ao ver a namorada chateada. -- Só queria aproveitar esses minutos vagos com você. -- Explicou. -- Não farei mais isso, prometo. -- Afirmou.
-- Você ficou chateada... -- Laila notou.
-- Não fiquei chateada. -- Falou desviando o olhar. -- Você está certa, não posso misturar as coisas. -- Lembrou voltando a fitá-la, sorriu e lhe deu um selinho. -- Volte ao trabalho. -- Disse a soltando.
-- Viu? Está chateada. -- Insistiu.
-- Laila, às vezes eu não te entendo, se eu faço o que quero tipo querer ficar com você, você me diz que não está certo, se eu resolvo seguir o que você diz ser o certo, você fica achando que fiquei chateada. -- Alexsandra disse calma, porém séria.
-- Mas você ficou chateada. – Advertiu Laila.
-- Fiquei! -- Alexsandra confessou. -- Porque eu queria ficar com a minha namorada por alguns minutos, mas ela não quer. -- Disse e cruzou os braços a olhando de forma desgostosa.
-- Ela quer sim, mas não assim, no horário de trabalho. -- Advertiu também cruzando os braços nervosa.
-- Que seja!
-- Ótimo!
-- E porque estamos discutindo mesmo? -- Alexsandra indagou.
-- Eu não sei! -- Laila respondeu a olhando e logo ambas caíram na gargalhada.
-- Vem aqui. -- Alexsandra a chamou lhe estendendo a mão, enquanto encostava-se em sua mesa. -- Me desculpa, não queria discutir com você. -- Afirmou a envolvendo em um abraço.
-- Desculpa, eu também perdi o controle. -- Disse e sorriu. -- Temos que parar de discutir por besteira. -- Observou. -- Mal começamos e já estamos brigando.
-- Mas dizem que relacionamentos assim são os melhores...
-- Sério?
-- Não sei. -- Riu. -- Mas o nosso vai, já é! -- Alexsandra afirmou e sem conter-se a puxou para um beijo calmo. -- Você ainda vai voltar pro trabalho não é? -- Questionou depois do beijo.
-- Sim. -- Laila afirmou rindo. -- Mas vou só organizar os prontuários no lugar de onde tirei. -- Avisou.
-- Tudo bem. -- Sorriu. -- Esteja pronta as oito. -- Avisou.
-- Estarei! -- Afirmou. -- Agora deixa eu ir. -- Disse desvencilhando dos braços da namorada.
-- Só mais um beijinho. -- Alexsandra a puxou e a beijou novamente. -- Agora pode ir. -- Sorriu a soltando.
* * * *
-- Cadê a Eloá? -- Nádia indagou aproximando-se de Caroline e Marina. -- Papai está uma pilha perguntando por ela.
-- Saiu com a Samantha, seguindo uma enfermeira, acho que ela foi trocar o curativo da cabeça. -- Marina disse a olhando.
-- O que que ele quer de tão urgente com ela? -- Caroline questionou.
-- Não sei, disse que quer conversar. -- Nádia respondeu.
-- Coisa boa que não deve ser.
-- Carol! -- Marina a repreendeu.
-- Desculpa Nádia, mas seu pai nunca foi com a minha cara e nem eu com a dele. -- Disse e deu de ombros. -- Digo o que penso e pronto, não vai ser agora que vou puxar o saco do velho só porque aconteceu o que todos nós presenciamos.
-- Eu entendo, Caroline. -- Disse sincera. -- Olha eu não convivi muito com vocês, mas já vi o suficiente para saber que vocês são muito amigas da minha irmã. -- Sorriu.
-- Sim, tanto que é por ela que estamos aqui. -- Caroline afirmou.
-- Vocês são namoradas? -- Nádia indagou meio receosa e instantes depois viu as outras duas explodirem em uma gargalhada.
-- Desculpa... -- Marina pediu ainda rindo.
-- Namoradas? Espera... -- Caroline estava da mesma forma. -- Olha linda, eu namorando essa aqui? Não, definitivamente, não!
-- Faço minhas as palavras dela! -- Marina afirmou olhando Nádia.
-- Desculpa é que esse tempo todo eu acreditava em uma coisa e agora descubro que não era nada do que eu pensava. -- Confessou e sorriu. -- Eu já sabia que vocês são lésbicas e teve um tempo que o papai disse que tinha visto vocês duas na casa da Eloá, enfim eu pensei que fossem namoradas.
-- Não precisa explicar nada, Nádia. -- Caroline advertiu. -- Nós nunca tivemos nada, somos amigas. E a ideia de sermos namoradas algum dia, não passa pela minha cabeça, passa pela sua Mary?
-- Não. Definitivamente não! -- Marina afirmou e as três riram.
-- Entendo... Mas vocês têm namorada?
-- Não. -- Marina e Caroline responderam juntas.
-- Nossa... -- Nádia riu.
-- Pois é, a coisa tá feia. -- Caroline notou. -- Deve ser o meu salário baixo. -- Proferiu e todas riram. -- É, porque eu sou loira e linda, convenhamos né?
-- Voltaaa. -- Marina dramatizou fazendo as outras duas olharem na direção que ela apontava uma das mãos. -- Oh já foi.
-- O que sua doida? -- Caroline questionou.
-- A sua modéstia. -- Afirmou e levou um tapa da loira. -- Besta.
-- Vocês são hilárias. -- Nádia confessou rindo.
-- Se isso é um elogio, obrigada. -- Caroline sorriu.
-- É sim... Olha eu quero agradecer vocês, por estarem aqui, por sempre apoiarem a Eloá, por serem amigas... Por tudo. -- Sorriu agradecida. -- Obrigada mesmo.
-- Que isso... -- Marina falou.
-- Não precisa agradecer. -- Caroline afirmou.
-- Olha lá as duas. -- Marina avisou vendo Samantha e Amanda que, ao vê-las, aproximaram-se. -- Curativo novo. -- Notou.
-- Sim. -- Amanda afirmou.
-- Papai não para de perguntar por você.
-- Tudo bem. -- Amanda respirou fundo e olhou Samantha. -- Eu vou lá.
-- Vai sim. -- Sorriu e em seguida ganhou um selinho demorado de Amanda que logo saiu em direção ao quarto em que estava Carlos.
-- Eu preciso me acostumar com isso. -- Nádia confessou envergonhada. -- E porque que estou com vergonha? -- Questionou sob risos das outras mulheres.
-- Normal Nádia, mas logo você nem liga mais. -- Marina afirmou.
-- Eu vou lá me despedir do papai. -- Avisou.
-- Vai lá. -- Samantha disse sorrindo.
-- E você? -- Caroline indagou fitando Samantha.
-- Eu o quê? -- Samantha questionou sentando-se e depositando sua bolsa na cadeira vazia a seu lado.
-- O que acha disso tudo? O seu amado sogro não disse nada a você? -- Caroline perguntou a olhando.
-- Ah isso... Não disse nada de novo. -- Falou olhando a porta do quarto em que Amanda estava com Carlos e a família. -- Só quero que tudo isso se resolva logo e tudo saía bem para ambos os lados, mas seria pedir demais né? -- Sorriu fraco as olhando.
-- Não custa nada tentar. -- Marina foi quem falou.
-- Verdade. -- Caroline concordou.
-- Só vai ficar a Eloá? -- Marina perguntou ao ver o resto da família de Carlos saírem do quarto.
-- Por enquanto, sim. -- Samantha avisou.
-- Esse velho está aprontando. -- Caroline afirmou somente para elas escutarem. -- E ai? -- Indagou levantando, fitando Natelly e os demais.
-- Ele está bem. -- Lúcia afirmou.
-- É, já está chato como sempre. -- Natelly disse e todos riram.
-- Pediu para falar a sós com a Eloá. -- Fabrício avisou.
-- Isso me preocupa, ele pode ter uma recaída novamente. -- Lúcia confessou realmente preocupada.
-- Vai ficar tudo bem, mãe. -- Felipe disse pondo seu braço sobre os ombros dela e a apertando. -- Ele quem quis, então não vai acontecer nada de mais. -- Sorriu.
-- Deus te ouça meu filho... -- Disse e fitou Samantha. -- Ah minha querida. -- Sorriu se dirigindo à Samantha e a abraçando com carinho e muita gratidão. -- Obrigada, obrigada, muito obrigada mesmo, por tudo. -- Pronunciou ainda no abraço forte.
-- Não foi nada, dona Lúcia. -- Samantha afirmou retribuindo o carinho enquanto sorria feliz por ter ajudado. Era seu trabalho e amava o que fazia.
-- Foi sim. -- A senhora afirmou a olhando grata e contente. -- Foi tudo... Obrigada, não vou cansar de te agradecer nunca. -- Sorriu. -- Ah vem cá! -- Disse a abraçando novamente. -- Tenho certeza que minha Eloá vai ser muito feliz com você. -- Observou emocionada desfazendo o abraço, mas mantendo o contato dos olhos e das mãos segurando as de Samantha. -- Na verdade, já é! -- Lembrou e sorriu.
-- Ela também me faz feliz. -- Samantha afirmou feliz em sum sorriso. -- Pode ter certeza que a farei feliz sim e obrigada por confiar em mim.
-- Oh, linda minha nora, né? -- Indagou fitando os demais que riram, mas concordaram.
Samantha recebeu os agradecimentos de Nádia, Felipe depois de Natelly.
-- A hora que quiser ir só falar, dona Lúcia. -- Fabrício advertiu.
-- Eu só vou ficar tranquila depois de saber o resultado dessa conversa. -- Afirmou Lúcia. -- Só vamos depois, pode ser? -- Indagou fitando Fabrício.
-- Como a senhora quiser. -- Ele sorriu.
-- Ótimo, assim vou mais tranquila. -- Sorriu. -- Fabrício vai nos levar e depois retornará para trazer o carro da Eloá.
-- Tudo bem. -- Samantha concordou.
-- E como ficou os ânimos lá dentro? -- Caroline perguntou curiosa.
-- Até quando saímos, estava calmo. -- Avisou, mas foi só terminar a frase que ouviram gritos meios abafados vindo do quarto. -- Isso não é nada calma. -- Proferiu olhando a todos preocupada.
-- Não mesmo! -- A loira concordou.
-- Não vamos fazer nada? -- Natelly perguntou.
-- Parece que ficou calma... -- Marina observou.
-- Eu vou lá. -- Samantha disse decidida.
-- Sam, espera. -- Natelly a impediu. -- Eu acho melhor não, vovô pediu que ninguém interrompesse e a mamãe concordou, eles precisam resolver isso de uma vez. -- Explicou.
-- Mas se ele estiver a machucando? -- Samantha inqueriu preocupada.
-- Carlos não fará isso. -- Lúcia afirmou. -- Pelo menos não fisicamente. -- Observou fitando Samantha.
-- Tudo bem. -- Samantha concordou.
-- Melhor... Eles não estão gritando mais. -- Nádia notou.
* * * *
-- Como se sente? -- Amanda quebrou o silêncio entre ela e Carlos.
-- Sobre o quê? -- Carlos perguntou a olhando sério.
-- Sente dores ou algo assim? -- Questionou aproximando-se e ficando em pé ao lado da cama. Carlos estava recostado na cama, esta, estava reclinada o possibilitando ficar quase sentado.
-- Umas pontadas leves...
-- Quer que eu chame o médico? -- Amanda inqueriu preocupada.
-- Não, não, vou ficar bem. -- Proferiu e em seguida pegou a mão direita de Amanda. Esta, olhou surpresa para sua mão e depois para o pai que, sorriu. -- Vamos esquecer tudo que aconteceu, está bem?
-- Pai... -- Amanda ainda não sabia como agir diante da situação em que estava. -- Esquecer?
-- Sim, filha... Olha, passamos uma borracha no que aconteceu ontem e hoje e seguimos em frente.
-- Como assim? -- Amanda não estava entendo.
-- Eloá, eu estou velho, tenho que admitir, não estou mais em condições de ficar me exaltando, você viu o que aconteceu hoje... Quer que se repita? -- Indagou.
-- Claro que não, pai! -- Amanda afirmou.
-- Então querida, eu também não quero. -- Colocou de forma calma. -- Por isso sugiro tentarmos novamente o que acha?
-- Pai, seja direto, por favor. -- Amanda não queria criar expectativa nas palavras do pai. -- O que exatamente o senhor está me sugerindo? -- Investigou ainda confusa.
-- Querida, você sempre me escutou, e eu sou grato por isso. Então quero que me escute novamente. -- Carlos pediu de forma calma pegando fazendo um carinho na mão da filha. -- Eu só quero o seu bem, o bem da nossa família, por isso sou capaz de esquecer tudo, e então? Podemos seguir em frente, sem ressentimentos? -- Sorriu.
-- Espera. -- Amanda pediu desfazendo o contato das mãos deles. -- Deixa eu ver se entendi. -- Disse o olhando séria. -- O senhor está dizendo para esquecermos tudo o que dissemos um para o outro, o beijo que o senhor viu e todo o resto e seguir com a mesma vida de antes, como se nada tivesse acontecido, é isso? -- Amanda perguntou incrédula.
-- Sim, vai ser melhor, Eloá.
-- Melhor pro senhor, você quer dizer não é, pai? -- Amanda disse e balançou a cabeça em negação enquanto o olhava com irritação.
-- Melhor para todos nós, Eloá. -- Pronunciou de modo mais elevado, mas logo baixou o tom. -- Veja bem filha, você continuará tendo tudo que está acostumada, seu trabalho, sua filha, seu marido...
-- Chega, pai! -- Amanda perdeu a paciência diante dos absurdos que Carlos falava.
-- Ahh. -- Carlos proferiu pondo uma das mãos sobre o peito.
-- Pai? -- Amanda disse indo até ele. -- O que foi? Está doendo? -- Perguntou preocupada. -- Eu vou chamar o médico.
-- Não... Não precisa, já está passando. -- Disse a impedindo de sair. -- Vem aqui... Só não vamos discutir, pode ser?
-- É tudo que eu não quero mais pai, discutir com o senhor. -- Sorriu voltando a ficar de pé perto dele.
-- Então filha, porque não me ouve e faz o que estou te pedindo? -- Questionou. -- Esquece essa ideia de que você gosta de mulher, isso não é certo, foi só uma fase, sei lá, já passou.
Amanda o olhava sem querer acreditar no que escutava. Pensou em Samantha, em tudo que ela lhe proporcionou em apenas alguns dias juntas, pensou em Agatha, em tudo que prometera para ambas as mulheres que já amava tanto, pensou nas pessoas que conhecera, nos momentos e conversas que compartilharam... Pensou em si mesmo, na vida que tinha antes de conhecer a morena e no futuro que queria para ela, para elas, sorriu. Era o que mais queria, ser feliz com a mulher que amava, sem esconder isso de ninguém, poder viver livre, para fazer o que estivesse a seu alcance, sem precisar mentir, omitir e muito menos esconder-se...
-- Eloá? -- Carlos lhe despertou do transe.
-- Não, pai. -- Amanda afirmou decidida. -- Não quero mais viver uma mentira, não quero e não vou! -- Avisou o olhando firme.
-- Tem certeza? -- Ele inquiriu um tanto irritado. -- Vai desfazer a sua família, para ficar vivendo uma sem-vergonhice? -- Questionou alterado. -- Pois fique sabendo que, se você fizer isso perderá tudo, Eloá. -- Bradou raivoso a olhando.
Amanda apenas o fitava decepcionada e muito triste, poderia revidar com muitas palavras, argumentos, mas já tinha falado tudo que tinha para falar naquela manhã, e também não queria mais discutir com o pai que, diante do que via, nunca iria aceitá-la da forma que realmente era.
-- Fala alguma coisa. -- Ele ordenou diante a imparcialidade da filha. -- Se você for viver essa vidinha miserável de sapatão, vai perder tudo, ouviu bem? -- Gritou. -- Seu trabalho, sua casa, sua família, sua reputação, eu vou te tirar tudo! -- Afirmou. -- Vai sair com uma mão na frente e outra atrás, vai querer viver assim? -- Inqueriu a olhando com furor. Amanda apenas riu triste enquanto olhava um canto qualquer do quarto. -- Olha pra mim. -- Carlos ordenou. -- Pense bem...
-- Hoje de manhã o senhor ameaçou me tirar a Natelly. -- Amanda disse de forma calma enquanto seus olhos marejavam ao lembrar. -- Agora, se eu entendi bem. -- Amanda falou e o fitou já em lágrimas. -- O senhor está ameaçando novamente? -- Inquiriu o olhando.
-- Sim, não vou permitir que a minha neta conviva com uma pouco vergonha dessas e tenha um mal exemplo da própria mãe. -- Argumentou com evidente raiva na expressão e olhar. -- A Natelly não vai mais ficar com você! -- Completou.
Amanda suspirou engolindo a vontade gigantesca que tinha de chorar, diante do preconceito e homofobia de seu próprio pai, uma das pessoas que mais amava no mundo.
-- O senhor não vai tirar a Natelly de mim, assim, sem mais nem menos, você não tem provas para isso, e quanto a ela ter uma mãe homossexual, isso não vale como prova, só se for para provar sua homofobia. -- Amanda disse de forma segura. -- E ainda que entre com uma ação pela guarda, e eu perca, Fabrício é o pai, ele fica com a Natelly. -- Disse e Carlos desviou o olhar pensativo. -- Mas o senhor não fará isso, são só ameaças. -- Amanda advertiu.
-- Não me subestime, Eloá.
-- Não duvido de que faça tudo que já me disse, mas se o fizer, será por raiva e principalmente impulso... Me tirar da presidência da empresa, da casa minha casa, e tentar tirar a Natelly de mim? Não duvido que o senhor faça. -- Amanda disse chorando. -- Mas quanto a arruinar minha reputação? -- Amanda riu. -- Vai fazer o quê? Sair gritando que sou lésbica? Não, você não teria coragem, porque o senhor tem medo de que tudo isso respingue em você, na sua reputação não é verdade? -- Amanda jogou de forma mais elevada. -- Quer fazer tudo? Faça, mas fique sabendo que quem sairá perdendo será o senhor, primeiro a Natelly não te perdoaria, depois a mamãe, talvez a Nádia e o Felipe... Quanto à eu ser lésbica? – Sorriu novamente. -- Eu convivo e conviverei muito bem com isso. Eu vou ser feliz, muito feliz, ao lado da mulher que amo e que me ama.
-- Cala a boca! -- Carlos gritou. -- Eu não tenho uma filha sapatão! Não tenho, não tenho! -- Bradou batendo forte uma das não sobre a cama.
-- Tem sim! -- Amanda gritou. -- E, você nunca conseguirá conviver com isso não é mesmo? -- Inquiriu agora calma.
-- Saia daqui! -- Carlos gritou apontando a porta.
-- Ainda não terminei. -- Disse calma.
-- Vai embora! -- Ordenou. -- Ai. -- Carlos disse pondo ambas as mãos sobre o peito.
-- Para de fingir! -- Amanda gritou. -- Sabe... eu sempre caí nas suas mentiras, argumentos e tudo mais... Como eu fui idiota! -- Disse e limpou suas lágrimas, não queria mais chorar. -- Só agora eu conheço realmente o pai que tenho. -- Observou. -- Sempre soube me usar do jeito que queria, para tudo que queria. -- Lembrou-se. -- Não mais, pai. -- Afirmou. -- Tudo que eu fazia era para te agradar, eu fui a melhor, por você, para você, seja no trabalho ou fora dele, você me pedia e cobrava tudo. -- Sorriu fraco. -- Mas bastou descobrir que essa filha é lésbica para tudo cair pelo ralo não é?
-- Você quem estragou tudo... -- Carlos afirmou.
-- Não pai, não venha me pôr uma culpa que não tenho, essa culpa não é minha... A única culpa que eu tinha, era a de viver uma mentira até agora, e essa culpa eu não carrego mais. -- Confessou.
-- Aquela médica te envenenou contra mim não foi? -- Carlos questionou furioso. -- O que ela te disse, hein?
-- Não me disse nada.
-- Disse sim... Se não, você não estaria agindo assim. -- Carlos avisou e Amanda sorriu.
-- Já falei, Samantha não disse nada sobre você, deveria? -- Questionou.
-- Não! -- Disse desviando o olhar.
-- Essa é a única proposta que tinha a me fazer? -- Amanda questionou. -- Continuar vivendo uma mentira e pior, com todos fingindo que não aconteceu nada? -- Perguntou ainda sem conseguir acreditar.
-- Viver uma vida descente você quer dizer não é, Eloá? -- Carlos rebateu.
-- Entendo... Mas eu não quero mais essa "vida descente". -- Amanda disse fazendo aspas, sorriu fraco e logo deu a costa para Carlos se dirigindo a saída.
-- Espera. -- Carlos pediu e Amanda o olhou ficando em silêncio. -- Tudo que eu disse... eu farei! -- Carlos avisou.
Amanda o olhou por alguns instantes e sem conter às lágrimas desviou o rosto e a passos largos, saiu do quarto.
* * * *
-- Sam eu prefiro o seu hospital. -- Natelly confessou tentando mudar de assunto. -- Acredita que esse não tem wi-fi?
-- Né? -- Caroline concordou e todos caíram numa gargalhada.
-- Vocês são demais. -- Samantha disse lembrando de seu celular e indo o pegar em sua bolsa. -- Droga! -- Falou olhando a tela de seu celular.
-- Que foi? -- Marina indagou.
-- Várias ligações, da minha mãe, da Susan, Sheila, Alex... -- Notou. -- Não vi nenhuma.
-- Também, com tudo que aconteceu. -- Marina avisou.
-- Pois é... E o celular ainda estava no silêncio. -- Samantha lembrou já pondo o contato da casa dos pais para chamar... -- Oi Mãe, só vi agora as ligações. Como está tudo por aí? E minha filha?
-- Está tudo bem sim, filha. -- Afirmou rindo do outro lado da linha. -- Sua filha está bem, está aqui brincando com a Milena, estão fazendo o esnobel de boneca. -- Avisou entre risos despertando um sorriso em Samantha.
-- Coitado. -- Disse rindo. -- A Milena está aí desde que horas? -- Samantha indagou olhando seu relógio de pulso vendo que já passava do meio dia.
-- Desde cedo, por volta das sete e meia, oito... -- Avisou. -- Filha a Agatha não quis ir para a escola, disse que tinha sonhado com um homem a levando de lá, chorou pedindo que você voltasse logo. -- Relatou preocupada. -- Entendo que não está aí a passeio, mas tente resolver tudo de forma rápida, sua filha precisa de você.
-- Eu sei, mãe. -- Suspirou. -- Vou fazer de tudo para voltar logo. -- Samantha advertiu preocupada. -- A senhora quem pediu para a Letícia deixar a Milena ir brincar com ela?
-- Foi, mas a pedido da sua filha, tamanha seis e meia e eu ligando pra quem nem conheço direito pedindo para fazer a filha faltar aula pra vir brincar com a minha neta. -- Regina disse fazendo Samantha rir.
-- A Letícia é uma pessoa maravilhosa, aposto que nem deu trabalho para convencê-la.
-- Não mesmo, ela trouxe a filha e conversou com a Agatha antes de ir trabalhar... Agora elas estão aqui brincando. Já foram ao shopping, brincaram, comeram...
-- Só besteira, se bem conheço a filha que tenho. -- Riu.
-- Pizza, pipoca, refrigerante e por aí vai. -- Regina avisou. -- Nem comeram direito no almoço. -- Sabe como é o Henrique, tudo que ela pede ele dá.
-- Ele e a Susan, não negam nada. -- Samantha observou.
-- Pois é...
-- Deixa eu falar com minha filhota. -- Samantha pediu.
-- Está bem... Agatha? -- Samantha ouviu a mãe chamar pela pequena. -- Ela gritou lá da cozinha, o gato correu pra lá ainda agora. -- Avisou. -- Sua mãe, querida. -- Samantha ouviu a mãe gritar em aviso. -- Mãaeee, quando a senhora vem? -- Agatha foi logo questionando ao pegar o telefone.
-- Oi meu amor, tudo bem? -- Samantha tentou mudar de assunto.
-- Eu quero que a senhora venha logo. -- Insistiu.
-- Filha, a mamãe logo, logo estará ai com você, está bem?
-- Logo quando, mãe? Eu estou com saudade da senhora. -- Avisou com uma voz triste. Samantha suspirou sem saber o que fazer, partia seu coração ver a filha triste. A vontade que tinha era de imediatamente embarcar para Curitiba, para sua filha. -- Mãe? -- Samantha escutou a voz da filha a chamando.
-- Estou aqui meu amor... Sua avó me disse que a Milena está aí. -- Mudou de assunto. -- Estão se divertindo?
-- Ah, é. -- Agatha disse mais alegre. -- Vovô levou nós lá no shopping e...
-- Nos levou, filha. -- Samantha a corrigiu. -- O certo é nos levou.
-- Isso aí e nós brincamos muito, muito e depois lanchamos...
-- Olha, que bom -- Samantha afirmou sorrindo.
-- A tia Letícia vem buscar a Milena só mais tarde, quando tiver quase de noite. -- Agatha avisou. -- Vovó disse que ainda temos muito tempo para brincar. -- Falou contente.
-- Tem sim, filha. -- Samantha afirmou feliz pela felicidade de sua pequena.
-- Mãe e quando a senhora vem? -- Lembrou novamente.
-- Amanhã! -- Samantha afirmou decidida, sua filha precisava dela e não queria e muito menos conseguiria negar isso. Sabia que Amanda a entenderia, conversaria com a namorada.
-- Amanhã? -- Agatha parecia não acreditar. -- Amanhã, mesmo?
-- Sim, minha linda. -- Sorriu ao perceber o sorriso de contentamento da filha. -- Amanhã à noite a mamãe estará aí com você. -- Declarou.
-- Legal! -- Comemorou. -- Vó, vô a mamãe vem amanhã. -- Gritou para os avós e Samantha ouviu bem claro e riu. -- E vai trazer meu presente né? – Indagou de forma mais baixa.
-- Lógico que sim. -- Samantha sorriu.
-- A Amanda também vai trazer o meu? -- Quis saber.
-- Vai sim. -- Samantha não quis entrar em detalhes sobre a possibilidade da outra mulher não ir de imediato. -- Eu vou lembrá-la. -- Avisou.
-- Tá bom... Eu posso falar com ela?
-- Não me amor, ela está muito ocupada agora, está conversando com o pai dela... Se é que se pode chamar isso de conversa. -- Samantha disse essa última frase para si mesmo, pensando em voz alta depois dos gritos abafados que às vezes vinham do quarto onde a namorada estava com o pai, estava preocupada, assim como todos ali presente, mas não queria interromper nada, Amanda tinha que resolver seus impasses com o pai.
-- Mãe?
-- Oi filha, desculpa o que disse? -- Perguntou procurando dar atenção a sua filha.
-- Amanda está conversando com aquele homem chato? -- Agatha inquiriu naturalmente, para uma gargalhada da mãe.
-- Esse mesmo meu anjo, mas olha... -- Disse rindo. -- Nunca fale isso para a Amanda, está bem? -- Advertiu agora de forma mais séria. -- Ela não vai gostar.
-- Hum... Tá bom, não falo não! -- Avisou.
-- A mamãe tem que desligar meu amor. -- Informou.
-- Mas já? -- Agatha protestou.
-- Sim, a mamãe tem que ligar para a tia Sheila, tia Alex e a tia Susan. -- Explicou.
-- Ah, mas tá bom. -- Disse de forma animada. -- A senhora vem amanhã mesmo... Mas liga de novo, tá?
-- Ligo sim, filha. Eu te amo! -- Afirmou sorrindo.
-- Eu também te amo, mãe.
-- Tchau, meu amor. -- Samantha disse contente, e após ouvir a voz da filha também se despedindo, encerrou a chamada.
-- Você vai mesmo amanhã? -- Natelly não conteve a curiosidade.
-- Sim. -- Samantha confirmou depois de um suspiro.
-- A mamãe...
-- Não. -- Samantha a interrompeu. -- Ela ainda não sabe. -- Avisou.
-- Desculpa, é que...
-- Eu entendo. -- Samantha antecipou-se. -- Olha, eu realmente preciso ir, a Agatha não está bem. -- Explicou.
-- O que ela tem? -- Natelly perguntou preocupada.
-- Está tendo uns pesadelos, está com medo de ir para a escola... -- Samantha suspirou. -- Se não fosse isso... -- Samantha foi interrompida ao ver Amanda aos prantos, saindo do quarto.
-- Sam, me tira daqui! -- Amanda pediu a abraçando forte.
Fim do capítulo
Olá meus amores!
Cá estou depois de um mês de atraso. Me desculpem lindas, meu mês de janeiro não foi fácil, realmente não deu para postar antes... Mais um capítulo e eu espero que tenham gostado!
Beijos no coração de vocês... E muito, muito obrigada mesmo pelos, comentários, carinho e atenção de todas vocês!
Comentar este capítulo:
lia-andrade
Em: 07/02/2016
É tudo ler cada capítulo, sem palavras. Simplesmente prefeito.
Amanda finalmente acordou para a farsa do pai..
Beijão, não nos torture..volte logo com um novo capítulo.
[Faça o login para poder comentar]
graziela
Em: 05/02/2016
Esse rabugento do Carlos só pode estar brincando né, depois de se aproveitar tanto da filha cuidando da empresa sozinha vem dizer que vai tirar td dela, inclusive a filha!
Muito preconceituoso, e nem a Eloá escapa desse problema dele.
Espero que a Amanda resolva ir com a Sam logo para Curitiba e ficar um tempo longe desse homem que só faz mal para elas.
[Faça o login para poder comentar]
Outono
Em: 05/02/2016
A irmã da Eloá é bem legal, se deu bem com a Marina e a Caroline mas como parece que a Marina está afim da Marcela, a Nadia bem que podia se apaixonar pela Caroline e vice-versa, aí ou o Carlos aceitava de uma vez as duas filhas ou ele teria logo um treco de verdade kkkkkkkk
[Faça o login para poder comentar]
josi08
Em: 05/02/2016
Ai minha nossa que emoçao ver essa história atualizada amei ....lindo emocionante.. Ate que enfim a Eloa teve uma atitude com esse velho ranzinza e homofobico...torcendo por elas e anciosa por mais...
Obgda por nos presentiar com mais um capitulo....bom carnaval p vc...
[Faça o login para poder comentar]
Sem cadastro
Em: 05/02/2016
Enny!
Você acabou com meu estoque de rivotril...kkkk
Até que enfim Eloá reagiu. Pensei que ela fosse ficar se culpando pelo ocorrido. Que carne de pescoço esse papito. Ainda bem que ele não morreu.
Esse capítulo foi muito lindo. Muito bem escrito, amoroso e também duro em alguns momentos. mas "um pouco de realidade não mata".
Agora para papito pagar por tudo que ele está fazendo, cheia de maldade no coração...kkkk, d. Lucia poderia arrumar um amante lindo, tesão, bonito e gostosão..kkkk, a princípio seria amante, depois ela se separaria do homofóbico e ficaria com o ele e partiria em uma viagem de volta ao mundo com ele..kkkkk papito merece ser corno...
Bem vinda de volta!
Bom carnaval e cuide-se bem!
Beijos!
[Faça o login para poder comentar]
Seja bem vinda de volta!
Realmente um mês pareceu uma eternidade sem notícias da minha escritora e dos seus personagens repletos de criatividades e novidades.
Desejo que tenha descansado e venha com inspirações pra lá de maravilhosas.
bjs
jodaje/darque
[Faça o login para poder comentar]
lay colombo
Em: 05/02/2016
Acabei de ver q meu outro comentario não enviou mas enfim eu viciei loucamente na sua história enquanto não terminei de ler todos os capitulos postados não consegui parar de ler , ta de parabéns autora a história é otima os personagens são apaixonantes e a escrita é divina , espero q o próximo não demore muito pq a história é viciante e como todo viciado Sempre qro mais kkkk.
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]