- Ora, ora vocês demoraram demais, eu ensinei a vocês a serem pontuais – Marcelo falou debochado com um sorriso no rosto, se referiu a Alexia e Samuel.

- Os meus são mal educados mesmo – Carolina gargalhou com ironia.

- Mas..mas.. o que? – Gabriel estava indignado, Tereza tinha seus olhos em chamas, já tinha caído a ficha e estava entendendo tudo. Alexia e Gabriel só sabiam olhar com desprezo para Marcelo.

- Entrem agora, e me passem as armas por gentileza – Marcelo continuou com o ar debochado. Os quatro ficaram tão surpresos que não tinham reação nenhuma, passaram pela porta e entregaram as armas a Vitor. Quando Tereza viu as crianças com os coletes entrou em desespero. Foi em direção a Carolina e em um ato impensado deu um soco em seu rosto, onde Carolina caiu igual mangaba.

- Você não tem juízo mesmo – Marcelo falou, se aproximou, deu um soco forte em seu rosto onde Tereza também caiu. – Vitor, é toda sua. – Vitor sorriu feliz. Se aproximou de Tereza caída no chão.

- Vou ser bonzinho contigo – Disse baixinho, se levantou e começou a chutar Tereza como se ela fosse uma bola de futebol. Alexia quando viu sentiu uma dor enorme.

- Paraaa, para por favor – Falou chorando, não aguentou e ajoelhou. – Não faz isso com ela. – Tereza sentia cada porr*da, ainda estava bem consciente. Os olhos de Gabriel encheram de lagrimas, tentou interferir, porém Samuel agarrou sua mão e fez um gesto negativo com a cabeça.

 - Já chega Vitor – Marcelo ordenou depois de alguns minutos, Tereza tinha seu rosto coberto de sangue, porém era muito durona, estava acrodada, porém não enxergava muito bem.

- Agora que estava ficando bom – Vitor falou limpando a testa que pingava suor do esforço que fez. Alexia ainda chorava muito, já tinha se levantado, observava a cena com muita dor, as crianças choravam baixinho. Estavam todos com muito medo, Carolina só sabia rir e Marcelo fumar.

- O que quer de nós seu imbecil – Alexia não aguentou e acabou gritando.

- Olha como fala com seu chefe – Riu sínico – Quero vocês bem longe, Carol quer mata lós, mas tenho um carinho especial por vocês dois – Falou com deboche, se aproximou e deu um beijo na bochecha de Alexia que sentiu muito nojo. – Vou acabar apenas com essa Terezinha – Riu alto.

- De jeito nenhum – Carolina falou – Quem vai acabar com ela sou eu – Riu mais alto ainda.

- Vão embora, vocês já tem tudo que querem – Samuel falou.

- Nem tudo – Marcelo debochou – Quero me divertir Samuka, você não sabe o prazer que sinto quando vejo todo esse sofrimento – Gargalhou. – Vitor traga uma criança aqui, por favor – Ordenou, quando Vitor se aproximou de umas das crianças que chorava, Thiago se colocou na frente.

- Não vai machucar ninguém – Disse firme.

- Você serve então – Vitor mal falou e começou a bater no professor. Nesse momento Augusto olhou para Caio, os dois sempre conversavam muito. Fizeram um gesto com a cabeça. Foi algo muito rápido, quando Marcelo e Carolina piscaram, Vitor estava caído no chão. Augusto e Caio atiraram no homem ao mesmo tempo. Felipe olhava assustado. Vitor deu seu último suspiro de maldade, Caio acertou no peito e Augusto na perna.

- Mais que raios é isso? – Marcelo gritou, apontou a arma para Caio e Carolina apontava para Augusto. – Vocês acabaram de matar meu melhor homem, seus otários – Marcelo estava irado.

- Não temos medo de você – Caio falou altivo.

- Quero saber as últimas palavras – Carolina falou ansiosa para matar logo um deles. Nesse momento Augusto olhou para o grupo de policiais, olhou para Tereza no chão cheia de sangue, pronunciou um pedido de desculpas triste. Nesse momento dois tiros foram ouvidos ao mesmo tempo. Augusto e Caio caiam ao mesmo tempo no chão frio da escola, as crianças choravam mais ainda. Samuel correu para o lado de Augusto e Gabriel ao lado de Caio, enquanto isso Carolina e Marcelo limpavam a arma e se beijavam comemorando as mortes.

- Ajuda família – Caio deu suas últimas palavras para Gabriel.

- Filho... por favor – Foi a única coisa que Augusto conseguiu dizer a Samuel.

   Apesar de serem bandidos, Samuka e Biel sentiam que quando tudo passasse teriam que saber mais da vida dos dois. Se entreolharam, fecharam os olhos dos bandidos e voltaram para perto de Alexia que agora estava passando a mão nos cabelos de Tereza, que tentava de todas as formas levantar.

   Cada minuto que se passada a sala ficava mais sombria, Thiago muito machucado jogado no chão, respirava com dificuldade. Vitor em um canto da sala completamente sem vida, Augusto e Caio lado a lado no meio da sala, Marcelo ainda beijava Carolina, e os policiais com um ódio que crescia. As crianças estavam cansadas, com medo e com fome. Fora da escola pingos de chuva caiam, os pais ficavam a cada segundo mais desesperados.

- Pelo menos agora irá sobrar mais dinheiro para nós – Marcelo falou olhando para Felipe, que riu, porém por dentro estava se sentindo mal.

- Vocês duas tem um romance, quero acabar com seu coração – Carolina falou se aproximando de Alexia. – Sabe Alexia, eu fiz um curso de enfermagem e sei muito bem onde atirar para acabar com Terezinha – Gargalhou, com isso Alexia se desesperou.

- Não encoste nela sua vaca – Falou entre dentes.

- Quem é você – Riu debochada, deu as costas e foi se sentar.

- Bem, vamos acabar logo com isso – Marcelo já estava com tédio – Felipe quero que libere as crianças e deixe apenas as cinco que estão com o colete. – Felipe colocou as crianças em fila, sempre com a arma apontada, passou pela porta com a fila indiana.

- Todo seu baby – Marcelo falou e Carolina passou pela porta com um sorriso maléfico.

   Felipe parou e mandou as crianças seguirem em frente. Ele sentia a chuva em seus cabelos, quando viu as crianças passando pelo portão, virou e sentiu uma forte dor no peito. Carolina apontava a arma em sua direção e não pensou duas vezes antes de atirar. Felipe também caiu completamente sem vida. Seu corpo se encharcava com os pingos grossos que caiam.

   Fora da escola os pais estavam felizes por terem seus filhos de volta, menos duas mães, uma avó e dois pais que ainda choravam desesperados quando perceberam que os filhos não iriam sair. Depois que os pais conseguiram acalmar as crianças, cada uma delas falou o que estava acontecendo na sala. O local fora da escola ficou menos movimentado. Tinha agora vários policiais, sirenes, os pais que choravam, alguns repórteres e a chuva que caia cada vez mais forte. 

Fim do capítulo