--Até que enfim, eu já estava prestes a pedir auxilio ao sistema de som.

Ri do exagero característico de Yourgos e o abracei.

--Reunião chata, jantar mais chato ainda mas são os ossos do meu ofício querido e exagerado amigo.

--Estavas a trabalhar até agora?

--Sim senhor.

--E chegas assim?

--Como?

--Linda e perfumada...eu quero nascer mulher da próxima vez.

Gargalhadas.

--Não queres nascer mulher porque nem todas são como eu, queres nascer Catherine.

--Convencida.

--E posso, ou não?

--Claro que sim. Uma pena que não queira mais tirar proveito desse corpo maravilhoso, falo do meu, claro.

Quase enfartei de tanto rir.

--Há outras possibilidades na vida Yourgos e devemos estar sempre abertos...

--Sei...a ousadia não faz parte das minhas características.

--Já a covardia...

--Ah Cathe, viemos aqui para dançar e curtir a noite e seus encantos nada de conversa séria.

--Tudo bem, vamos dançar? Preciso extravasar energias acumuladas...

Risos.

Dançamos muito na pista e tive a sensação que uma mulher bastante atraente sorria mais do que o normal para mim e que chegava muito perto a ponto de nossos corpos roçarem um no outro. Minhas suspeitas de que ela realmente estava com algum interesse a mais confirmaram-se quando regressamos ao bar.

--Estou com uma certa inveja...

--De quê?

--De ti, claro.

Risos.

--Porquê?

--Viste a quantidade de gente à tua volta?

--Ah Yourgos, estávamos numa pista repleta de gente...

--Sim, mas pelo menos um homem e uma mulher totalmente maravilhosos ficaram com os olhos fixos em ti.

--Hmmm...

--Abusada.

Risos.

--Aquela ruiva que parece de outro mundo...

--Outro mundo?

--Com um corpo daquele, só pode ser de outro mundo.

Gargalhadas.

--Vai lá...corpos perfeitos atraem-se.

--Ela quer outra coisa...

--Assim como tu.

-- Não sossegas até que eu sucumba às tuas loucuras.

--Minhas? Elas nem me atraem tanto assim...

Foi a vez de Yourgos quase sufocar no próprio riso.

--Milagres acontecem...ah velhos tempos de caça, se bem que podemos mudar o objeto de caça não é mesmo dona Catherine.

Sorri e pensei em Skya, demoradamente.

--Cathe...

--Sim...

--Não sentes falta de loucura...de sex* com homem? Eu sei que tu és completamente doida e numa cama...com mulher consegues essa intensidade?

Viajei para longe dali...para os braços de Skya...mãos...boca...gemidos...corpo...beijo que queimava e deixava o corpo todo em alerta...mordi a boca...

--Yourgos, acredite ou não, não sinto a menor falta. Não sei amanhã, mas hoje eu digo com certeza, quero sex* com uma mulher, com Skya...há tanta coisa para explorar.

--Poupa-me desses detalhes libidinosos.

Gargalhadas.

--Mas eu não te reconheço mais Cathe....se agora o teu interesse é outro e tem essa mulher deslumbrante completamente louca para pelo menos te conhecer melhor, tu não fazes nada? Antigamente, se fosse um homem e te interessasse a essa hora já estariam quase em casa ou onde tivesse uma cama.

A cara dele fez-me rir muito.

--Tu já viste a Skya? Já reparaste nos detalhes daquela mulher? Ela é maravilhosa, eu não consigo pensar em mais nada Yourgos...sex* é de outro mundo...é mais que sex*, não é comparável a nada que já tenha vivido...

--Isso é paixão?

--Não sei, como ela diz e bem, nada de definições, nomes... eu estou vivendo, descobrindo, me encantado, querendo mais...sempre mais, morrendo de saudades de alguém, contanto os minutos para ela voltar...inédito na minha vida e estou muito feliz.

-- Não dá medo Cathe?

-- Muito, às vezes eu fico apavorada mas ela me olha, me liga, manda uma mensagem e tudo o que eu quero é mais...com ela, dela.

--Eu não tenho coragem, mas morro de curiosidade...

--Experimenta...eu não tinha curiosidade alguma e...ai Yourgos eu não quero outra coisa e acho que vou ficar assim por muito tempo...

--Eu fico aparvalhado...tu sempre tão distante, às vezes beirando até um certo desinteresse ou supremacia, sei lá e agora isso...Cathe teus olhos brilham, teu sorriso é lindo e nem é aquele safado dos nossos tempos de guerra.

Risos.

--Experimenta. Tu não estás feliz Yourgos e eu posso falar com propriedade e desculpa-me a franqueza, mas tu finges na cama...finges um prazer que não existe...

Ele olhou-me apavorado e não entendi, será que tinha exagerado?

--Vem, vem depressa.

--O que é isso?

Ele puxou-me para uma área mais reservada e ficamos quase escondidos.

--Yourgos?

Ele parecia alterado e escondia-se atras de uma coluna. Eu não entendia nada, ele era exibido e não de ficar se escondendo.

--Yourgos?

--Lembras do Sean?

--Quem?

--O Sean, o rapaz que está a trabalhar comigo, da Andrew's...

--Sim...vagamente.

--Ele está aqui.

Arqueei as sobrancelhas, nada fazia sentido.

--Eu sei que é ridículo, mas não sinto-me à vontade...

Eu não aguentei e ri na cara dele, era surreal.

--Yourgos, por amor à santa, tens mais de 35 anos.

Não parei de rir diante da aparente aflição dele.

--Eu fico fora de eixo...ah Catherine...

--Isso é bem gay, sabias?

--Como assim?

--Essas reações intempestivas...eu vou voltar para o meu lugar, sou adulta.

Regressei ao meu lugar controlando par não rir. Não sabia quem era Sean e não podia adivinhar, não fazia a mínima ideia do tipo de homem que atraia meu amigo. Ri sozinha, a situação era muito engraçada.

A noite que já estava interessante pelas revelações, tornou-se muito melhor quando finalmente fui apresentada ao Sean. Ele apresentou-se ao chegar à nossa mesa já que Yourgos fingia uma indiferença que estava longe de sentir. Para minha sorte, conheci uma pessoa muito interessante, dançamos a noite toda, conversamos algumas coisas já que a música alta não permitia muitos aprofundamentos.

Yourgos agia de forma estranha, aquele homem provocava mesmo alguma coisa diferente nele. Não pude evitar sorrisos pela ironia da vida e seus contornos improváveis.

Deixei-os por volta das 4 da manhã. Sean ainda queria ir a um After e Yourgos parecia inclinado a aceitar apesar do comportamento estranho, mas eu ansiava pela minha cama.

********************

Depois do banho deitei-me sentindo-me cansada. Acreditei que dormiria em pouquíssimo tempo mas não poderia estar mais enganada. Há uma semana minha cama parecia grande demais e de certa forma incómoda. Sei que é exagero, ainda mais que Skya dormiu pouquíssimas vezes comigo, mas sinto falta dela, do cheiro, do sorriso, da gargalhada, dos olhos olhando para mim, sinto falta do toque...ah o toque...sinto falta do beijo quente...às vezes tímido e outras vezes explosivo, ela me beija com uma entrega que me desconcerta, entorpece...sinto falta de sentir que ela respira nas minhas costas, falta dos gemidos que ela emite ao dormir, falta da voluptuosidade com que ela me toma, falta do despudor aliado a um certo grau de timidez que simplesmente me embriaga...falta dela...muita falta...

Sms, claro...saudades sufocantes...

"Oi...tudo bem? Sei que já perguntei isso antes, mas releva...são saudades..."

Pensei um pouco antes de enviar, minha sanidade gritando que estava sendo idiota mas fiquei surda. Mensagem enviada.

Um minuto ou menos, meu tablet começou a vibrar no móvel perto da cama. Levantei quase voando e sorri ao ver a imagem de Skya sorrindo e no meio de muitos instrumentos musicais. Atendi com o coração pulando no peito. Era uma videochamada, ela estava ensaiando...claro, na europa o dia já amanhecera há muito tempo.

--Oi senhorita Lohman, tudo bem?

Sorriso lindo e eu pasmando na tela do aparelho.

--Tudo...já é quase dia e eu ainda não dormi.

Ela riu com vontade e eu tive mais saudades ainda.

--Eu estou na luta há bastante tempo. Temos um concerto hoje e amanhã cedo seguimos para Berlim.

--Já me tinhas dito...

Rimos juntas.

--Eu sei...estás linda...

--Com essa cara de sono e com o cabelo desgrenhado? Só tu Skya...

--Linda...saudades que não acabam mais...queria estar aí contigo, na tua cama...

Silêncio dos dois lados. Suspirei, respirei fundo...minha garganta ficou seca. Eu queria tanta coisa...

Alguém chamou por ela...

--Preciso voltar aos ensaios, o concerto hoje é numa sala grande, coisa muito séria...durma bem e liga-me mais tarde. Meu concerto é as 21horas, faça as contas do fuso horário...

Rimos muito.

--Concentre-se no teu trabalho e liga-me quando terminar e o sucesso for retumbante...a qualquer hora.

Ela sorriu e aproximou-se mais da camera. Eu fiquei hipnotizada pelos lábios, olhos, sorriso...

A mulher que estava sempre por perto apareceu ao fundo para chamá-la, aquela bonita de Santa Mónica. Ela simulou um beijo e disse que precisava desligar. Fim de chamada. Eu fiquei parada por alguns minutos tentando entender aquela sensação...não a conhecia, não poderia entendê-la.

Fui dormir, sorrindo, suspirando e com muita vontade que ela estivesse ali.

********************

A meio da semana fui convidada para jantar em casa de Yourgos e logo percebi que ele queria mesmo era conviver mais com o Sean e usou-me como uma espécie de alibi. Nenhum problema, eu entendia muito bem a situação dele e o mais novo amigo era uma pessoa formidável. Era um prazer conversar com ele, além de muito inteligente, ele era engraçado e com um sentido de humor perfeito.

Rimos a noite toda e Yourgos já se soltava mais. Engraçado que ele era uma comédia ambulante, sempre espirituoso, convencido, exibicionista e à frente de Sean ficava quase nulo, ele observava muito, escolhia as palavras, parecia acautelar-se.

--A comida estava dos deuses Yourgos. Obrigada pelo convite.

--Ele é excelente na cozinha, ao contrário da amiga aqui que não se arrisca muito.

--Não se arrisca? Essa mulher não sabe distinguir açúcar de sal.

Gargalhadas.

--Não se pode ter tudo, a moça é linda e pelo que já entendi, bem-sucedida, então...

--É mesmo, e agora resolveu inovar...não me fuzile Cathe, o Sean é moderno como nós, ou como tu.

Sean me olhou com curiosidade.

--Do que estamos a falar em concreto?

--A Cathe mudou de rumo...

--Rumo?

--Ela saltou a corda, mordeu a isca e deixou-se levar...

--Podes ser mais claro?

Gargalhadas nossas.

--Ele é um idiota...o que esse doido quer dizer é que resolvi experimentar relacionar-me com uma mulher.

Ele pareceu iluminar-se, abriu um sorriso de orelha a orelha.

--Vês? Ele é moderníssimo.

Gargalhadas.

A partir daquele momento o foco da conversa passou a ser minha aventura do outro lado da muralha como diria o exagerado.

--Eu ainda acho que vais sentir saudades da tua vida antes de Skya. Sean, essa mulher é uma predadora, os homens não passam de brinquedos nas mãos dela...

--Mas ela pode ser uma predadora de mulheres também...

--Não sei...ela parece tão doida por essa menina...

Eu observava os devaneios de Yourgos e ria...

--Cathe?

--Nada a declarar.

Risos.

--Bom, eu acho que um dia desses vais aparecer à minha porta e dizer, Yourgos, vamos ferver na noite que hoje eu quero um homem de revista.

Quase afoguei no vinho de tanto rir. Passado o impacto das palavras de Yourgos, aquilo pareceu-me tão distante...

--Posso falar da minha experiencia?

--Claro, estamos aqui para partilhar vivências.

Mais uma gargalhada, Yourgos já estava bêbado.

--Eu tenho várias amigas gays, algumas desde que se entendem por mulheres e outras que foram se descobrindo ao longo da vida...pessoas abertas a novas experiências como parece ser o teu caso Catherine.

--Conte-nos histórias, nós adoramos, não é mesmo Cathe?

Risos.

--Não ligue, ele está bêbado, ou quase isso.

Foi a vez de Sean rir muito.

Eu estava interessada na conversa mas de repente ele e Yourgos começaram a trocar mimos...quanta paixão recolhida meu Deus, pelo menos por parte do meu amigo.

--Sean, quero ouvir as tuas experiências.

Risos.

--Sim, preciso de foco.

Gargalhadas.

--Eu sei que o Yourgos é quase um Apolo, mas foca em mim.

Risos e Yourgos querendo matar-me com os olhos.

--Sim, minhas amigas gays...o caso que talvez mais interesse nesse momento é o da minha amiga Luiza. Heterossexual, recém-divorciada, não tão predadora como a senhorita mas satisfeita com a sua vida como era, até que...

--Foi atropelada por uma deusa.

Gargalhadas.

--Quase isso Yourgos, sendo que no caso foi ela quem atropelou o cachorro da deusa.

--O coitadinho morreu?

--Não, se tivesse morrido provavelmente minha amiga não teria nenhuma chance com a deusa. A deusa chama-se Zara.

--E a Zara era gay?

--Sim...

--Parecido com a tua história, uma mulher devoradora de homens e de repente é seduzida por uma menina gay e que pelos vistos tem total domínio do assunto.

Gargalhadas altas e eu sentindo minhas faces ardendo.

--Conheci a Luiza num período conturbado da relação delas, o problema no caso particular delas, nada teve a ver com preconceito, falta de aceitação, nada disso, a Luiza entrou na história sem se preocupar com o sex* do objeto de desejo...

--Então?

--Ela era chefe da Zara e teve problemas com hierarquia, ou desconfiança corporativa, a Luiza foi um bocado intransigente mas a Zara é uma mulher e tanto e ensinou uma bela lição à minha amiga e a muita gente.

--E o amor acabou depois dessas tempestades?

--Não Yourgos, não acabou e está mais forte do que nunca. Elas moram atualmente na Austrália, a Luiza trabalha numa grande multinacional que pertence a Holding da Andrew´s e a Zara já tem dois restaurantes em Melbourne. Eu tenho fotos, vou mostrar.

Ele pegou o telefone e pude ver o entusiasmo com que falava das amigas. Senti uma saudade quase cortante de Skya.

--Linda essa de blusa vermelha, mas a outra não é muito bonita...

Risos altos da sinceridade de Yourgos.

--A de blusa vermelha é a Luiza, mas a outra moça da foto não é a Zara, é apenas uma colega nossa de trabalho. Elas mandaram-me a foto ontem...

--Ah, até porque essas duas da foto não combinam em absoluto.

--E o que entendes tu de combinação feminina?

--Posso não entender muita coisa mas tu e a violinista por exemplo combinam muito bem.

Sorri concordando e mais uma vez sentindo aquela saudade sufocante.

--Ela é violinista?

--Umhum...

--Não é violinista, é a violinista...a menina é muito boa.

--Mostra a foto da tua amiga...para Yourgos, sossega.

Risos.

--Wow, essa é mais bonita, que olhos lindos e o sorriso...ela não é linda Cathe?

--Lindíssima.

--Elas são lindas e é tao bom estar junto, ver a evolução...ah, a Zara está grávida do primeiro filho delas, bom, elas já têm o Sirius que é o cachorro...

--O tal da aproximação?

--Esse mesmo, e é como um filho, mas agora vão ter um bebé...a Zara esta com 3 meses mas ainda não se nota. Eu fui o padrinho do casamento delas e serei um dos padrinhos do bebé, junto com o irmão da Zara.

--Não estás sozinha Catherine...só não consigo imaginar-te grávida...bebés não combinam contigo.

Gargalhadas.

--E nem penso nessas coisas... mas eu quero sim viver tudo o que há para viver, experimentar...é tudo tão intenso e maravilhoso com ela.

--Viva e quem sabe o que o futuro te reserva? De repente vem um bebé lindo por aí que pode ser com a violinista ou não, pode ser apenas uma experiencia para aprimorar o teu currículo ou não, mas só saberás vivendo.

Sorri concordando com tudo.

--Eu ainda acho que essa vibração toda é por estar no início...novidade e a menina é linda, talentosa, famosa...é bom estar com alguém assim, faz bem ao ego, ah e ela também está toda encantada com a minha amiga que como podes ver não é propriamente uma mulher que se encontra em qualquer esquina.

--Ele é sempre assim? - Perguntou-me Sean em voz baixa.

--Descrente?

--Chato, completamente ranzinza...

Risos e cochichos.

--Nada...isso é medo, alguma coisa está mudar dentro dele...

--Como assim?

--Ele está com medo de se ver ao espelho e não se reconhecer como um Don Juan, acho que ele tem medo de sentimentos mais fortes, emoções mais fortes...eu sei muito bem o que é isso, morro de medo de muita coisa mas também tenho alguma coragem ou curiosidade...

--Acho que gosto de ti.

Gargalhadas altas.

--E eu tenho quase a certeza que sim.

Yourgos regressou ao nosso ambiente no momento em que Sean me abraçava.

--E essa intimidade toda? Acabaram de se conhecer...que exagero.

--Conheces a expressão encontro de almas? Claro que não, não entendes nada dessas coisas...

--Até ontem tu também não entendias nada e agora isso?

Gargalhadas.

--Assim eu vou acreditar que és um velho Yourgos, só os velhos não mudam de opinião...

Ele irritou-se e deixou-nos a sós e entre risos.

--Será que fui inconveniente?

--Ele foi fumar shisha na varanda, tem essa mania...

--Ele é uma incógnita...

--E te atrai...

--Muito, ele é tão...

--Imprevisível, atraente...

--Sim...instigante. Mas acho que é perda de tempo investir nisso...

--Porquê?

--Ele não está muito virado para novidades...

--Ledo engano...somos amigos há bastante tempo, já até tivemos umas noites tórridas de sex*, sex* de performance como define uma amiga minha, ambos muito focados em si mesmo, enfim...eu comecei a notar que ele finge ser o que não é, que as relações quando as tem, são sempre muito vazias, como as minhas aliás...ele precisa de uma história, de algo que lhe faça pensar além do umbigo...

--Entendo...e achas que há a possibilidade de...

--Toda, só precisas saber como conduzir as coisas e acho que sabes...

--Será?

--Ele está intrigado e isso já é um bom começo. Ele gosta da tua companhia, tuas histórias o atraem...

--E eu?

--Bom, isso eu já não sei mas podes descobrir.

Risos.

--Mas ele já...

--Que eu saiba não, mas o Yourgos é uma figura muito dúbia...mas acho que ele não esconderia algo assim de mim, sempre conversamos sobre tudo. Mas ele quer voar...dê-lhe asas.

Risos.

--Ele tem esse ar de insuportável mas há muita coisa escondida debaixo do óbvio...

--Eu já vivi muita coisa Cathe...mas falta sentido, eu nunca fui predador como vocês se definem, ou se definiam, mas nunca quis aprofundar-me muito por medo, por achar comodo viver livre, até porque minha carreira é internacional, mas vai chegando uma fase na vida em que priorizamos outras coisas, eu me vejo prestando atenção em coisas que antes passavam ao lado...

--Eu entendo muito bem o que dizes...não sei se vai acontecer alguma coisa entre ti e o Yourgos, mas acredito no potencial, só precisas ser paciente, surpreende-lo...ele já gosta de ti, agora só precisas dar mais um passo...

--A Luiza diz que sou muito sedutor...

--Concordo com a Luiza, eu já estou completamente seduzida...que charme.

Gargalhadas altas.

--Sabes se o Yourgos pode ausentar-se por uns dias?

--Não sei, porquê?

--Vou até à Nova Zelândia a trabalho e de lá dou um pulo até Melbourne para ver minhas amigas, gostaria de ter a companhia dele...parece-te precipitado?

--Surpreenda-o. Não precisam ir como namorados...

Ele riu alto interrompendo o meu raciocínio.

--Calma, não precisa ficar nervoso.

Risos.

--Ok, prossiga.

--Ele adora viajar e não sei se já esteve em Melbourne...amizade e mais tarde quem sabe...ele gosta da tua companhia, está mais do que claro...

--Tu entendes muito bem desse universo...

--Só não entendo muito de mim quando o assunto é Skya...nunca sei o que fazer e morro de medo de errar...

-Ah, para mim isso é o encanto da vida...o inesperado, a necessidade de fazer as coisas de forma diferente, de nos moldar consoante as circunstâncias...e quero conhecer a Skya, a mulher que abalou as tuas estruturas.

Risos.

--Vais conhecê-la. Ela volta no sábado e mal posso esperar...

--Surpreende-a.

Risos.

--Umhum...não sei como, mas vou surpreende-la com o meu melhor.

Risos.

Conversamos por mais algum tempo até que estrategicamente desci ao meu apartamento deixando-os a sós.

*********************

--Então a febre alastrou-se?

--Ah Susan para com isso, tu sempre disseste que o Yourgos tinha os dois pés pendurados no arco-íris, ele só precisa de um empurrão...

--E que empurrão...

--Mas tu nem conheces o Sean...

--Ah, mas alguém vir de longe, cheio de histórias, vivências diferentes, se encantar por nós e querer pagar para ver, é simplesmente perfeito, para esse teu amigo com o ego no céu então.

Risos.

--Acreditas que ele está todo inseguro, sem saber se vai ou não, mas o Sean sabe bem como conduzir...

--Mas não é muito fácil...um garanhão de repente mudar todo o conceito...

--Mas ele nunca foi garanhão convicto, era mais um disfarce...

--É engraçado, mas cada vez mais as pessoas vivem personagens, mentiras...os psicólogos agradecem e a indústria farmacêutica também.

--Credo Susan, estás tão ferina, afiada...

--Briguei com a Ciara.

--Sério? Porquê?

--A Ciara não para mais aqui, eu sei com quem me casei, sei que é o trabalho dela mas acho que de tanto eu ser compreensível ela está a extrapolar ou então não gosta mais de mim...

--Para Susan, essa mulher pode ter todos os defeitos do mundo, mas ela adora-te.

--Estou cansada de ficar sozinha. Eu gosto da minha mulher, sinto fata dela...

--Já conversaram?

--E sobra tempo?

--Susan, tu sempre me aconselhas a conversar a ter paciência...se a Ciara ponderar perder-te ela muda, eu tenho certeza.

--Deve ser a tensão pré menstrual, estou carente e ela nem vai viajar essa semana. Estou com problemas na clinica, misturando tudo.

--Posso ajudar? Eu sempre sou ajudada, quem sabe não é a minha vez de fazer a diferença.

--Tu és um amor, ajudas-me mesmo quando não te passa pela cabeça que estás a fazê-lo...coisas chatas que vou resolver, problemas com uma técnica que fez asneiras e agora posso ter problemas maiores mas vou saber conduzir tudo.

--Ai Sue, tu aí cheia de problemas reais e eu venho aqui encher-te a paciência com minhas criancices.

-Adoro as tuas criancices, aliás essa característica é nova.

Gargalhadas.

--A Skya volta amanhã...

--E o brilho nos teus olhos? Tens a noção do teu estado Cathe? Adoro-te ver assim...

--Estou apreensiva...

--Porquê?

--Quero fazer alguma coisa diferente para recebê-la mas não tenho a menor ideia do que fazer...

Sue riu alto e apertou minhas bochechas.

--Linda!

--Eu?

--Também, mas refiro-me à vida...

--Não entendi...

--A vida é linda, surpreendente...maravilhosa.

--Doida. Vou guardar um jantar asiático porque ela adora...

--Um bom vinho.

--Sim, claro. Sobremesa porque ela gosta muito...estou ansiosa.

--E morrendo de saudade...

--Sim...falamos sempre mas quero sentir a pele, o cheiro...o toque...

--Poupa-me porque estou sem sex* há alguns dias...

Risos.

--Porquê?

--Porque minha mulher passa a vida a viajar e quando ela está aqui eu só sei brigar.

--Susan...

--Eu sei, preciso agir como adulta antes que a Ciara resolva abrir o leque...

--Nem é por isso, é que não és assim, precisas resolver essas coisas...

--Eu sei, mas voltemos ao teu caso que está muito mais interessante.

--Sim...Sue, será que não estou a ser muito intempestiva?

-Como assim?

--Sei lá...jantar para ela...em minha casa, não te parece muito...

--Não me parece nada demais e a Skya vai adorar. Ela chega a que horas?

--À noite mas não me disse a hora certa...

--Ela vai chegar de surpresa, parece ser bem típico dela...

--E eu adoro...Sue, estou nervosa, acreditas? Eu já liguei ao Bill não sei quantas vezes, ele me acalma, faz-me rir...

--Que bom. Já constaste ao teu pai que estás apaixonada pela Skya?

--Não, ainda não é tempo para isso. Eu nunca namorei outra mulher...nem sei se isso é namoro...não sei como agir...

--Não ligue para o que é ou deixa de ser, viva um dia de cada vez...

-- A Skya diz a mesma coisa...eu nunca tive vontade ou necessidade de agradar alguém, fazer as coisas porque o outro gosta e com ela...

--É normal...sinal de que gostas dela.

--Susan...eu gosto muito de sex* com a Skya...

--Esse assunto de novo não...respeita a carência da tua amiga.

Risos.

--Deixa de ser idiota...eu gosto, adoro tudo o que ela faz, eu...é diferente, é...não sei definir...antes de viajar ela perguntou se eu não tinha vontade de fazer as mesmas coisas com ela...

--Não entendi.

--Sabes como sou, ou como eu era...intensa na cama, sempre com as rédeas na mão, fazendo tudo pelo meu prazer...com ela eu não consigo, ela me domina, ou me entorpece, não sei definir...ela me toma Sue, eu não consigo interagir...

--Não tens prazer?

--Oh Sue...é mais que prazer, eu fico nas nuvens...a verdade é que essa menina acaba comigo numa cama, é, a verdade é essa e sem meias palavras, afinal estou a falar contigo.

--Wow...só não conta isso para ninguém porque vão querer provar também. Ainda bem que amiga gay só tens a mim e sou acima de qualquer suspeita.

Gargalhadas altas.
--Doida, mas a verdade é eu nunca...

--Nunca?

--Não...é errado?

--Não boba, normal. Podes ser do tipo que gosta mais disso do que daquilo.

--Hã? Seja clara Susan.

Gargalhadas.

--Podes gostar mais de ser tocada do que de tocar, embora não me pareça que seja o caso...

--Não! Eu quero muito...nossa eu quero demais...

--Então?

--Eu...eu tenho receio de não fazer as coisas da melhor forma...o problema Susan e que a Skya é perfeita, ela me faz ver estrelas, ficar surda, eu fico arrepiada...louca...meu medo é não chegar perto disso...frustrá-la...

--Oh minha amiga, não tema. Eu tenho a certeza que a Skya vai ao céu contigo, irão juntas...vocês ainda vão descobrir o melhor caminho e seguirão juntas...é o paraíso.

--Achas que eu consigo?

--Quem é a rainha do sex* de performance?

Gargalhadas.

--Mas é diferente Sue...

--Eu sei, é muito melhor. Deixe-se guiar pelo desejo...

--Desejo...acho que a definição perfeita dessa palavra é o que sinto muitas vezes com um olhar apenas...é um olhar que desnuda, atiça... poderoso...vejo o melhor de mim nos olhos dela...

Susan me olhou como se me visse pela primeira vez, sorriu e piscou-me o olho. Não quis fazer perguntas...às vezes as respostas me assustavam...ainda.

--Comprei um colchão novo.

--Aquele maravilhoso que vimos no outro dia?

--Esse mesmo...

--Já entregaram?

--Sim...maravilhoso, é uma dificuldade sair da cama...

--Imagina com a Skya...

Risos e eu mordi a boca.

--Acho que ela vai gostar...comprei um monte de coisas novas para o meu quarto.

--Deixe o quarto lindo para quando ela chegar...ela gosta de música, sei que não és muito fã para as horas certas mas faça um sacrifício...

--Eu adoro música para fazer amor, aprendi com ela a gostar...

--O que uma mulher não faz na nossa vida...ah vou comprar esse colchão também e carregar a minha mulher para uma noite de muito prazer.

--Isso, deixa de ser idiota...a Ciara gosta de ti e tu és louca por ela. Vou para casa, Scoutie me espera e tenho que deixar tudo perfeito.

--Ainda é cedo criatura...

Risos.

--Mas eu não sei a hora exata que ela chega, a Ciara não pode nos informar?

--Esqueceste que estou com problemas conjugais?

Gargalhadas.

--Boba.

--Vou fazer as pazes hoje mesmo, não aguento muito tempo assim, vou seguir o teu conselho e agir como Susan e não como uma menina mimada. Mas sabes Cathe, tenho os meus dias de birra também.

--Ninguém é perfeito.

--Muito menos eu...telefone, é o meu amor.

--Se visses o teu sorriso agora... Tchau e juízo.

--Não me esconda nada e seja muito feliz.

Risos.

********************

O soalho da minha casa poderia ruir aos meus pés de tanto eu andar para lá e para cá e as horas não passavam, ou melhor os minutos eram os mesmos. Eu não sabia exatamente a que horas ela chegaria mas meu sexto sentido ou intuição gritava que ela já estava na mesma cidade que eu. Não liguei, não quis demonstrar a minha ansiedade...

Verifiquei pela enésima vez se tudo estava em ordem, na sala de jantar sim, perfeito. No quarto mais que perfeito só eu que estava a ponto de ter um ataque cardíaco.

Soltei uma gargalhada alta e ouvi Scoutie miar do seu canto. Ele estava quieto, provavelmente enciumado...esse gato.

Taça de vinho e música...Our lips are sealed, Nouvelle Vague...fui embalada pela música e esqueci meu nervoso.

Bateram à porta, sorri. Mordi os lábios e fui abrir, andei devagar, pernas ligeiramente trémulas e um sorriso no rosto. Abri a porta de casa e a caixa de sonhos...meu sonho perfeito.

Um sorriso...o sorriso mais lindo e iluminado do mundo, aquele que varria todos os medos para longe e me impelia para abraços, braços perfeitos, onde o encaixe era o culminar do querer...

Meu corpo no dela, ou o dela no meu, tanto faz...felicidade, sim, plena.

Beijos...muitos, risos tantos e o coração a galope. As pernas...ah mal me aguentavam em pé mas resisti bravamente, afinal aquilo era apenas o começo...

Ainda no abraço...

--A que horas chegaste?

--Há pouco tempo...só fui em casa tomar banho, guardar minhas coisas e vim voando para cá...cheiro bom...

--Jantar para nós...

--Não é de comida...teu cheiro.

--Orquídea marroquina.

Risos e eu vermelha.

--Compraste?

--Sim...adorei em ti e queria o teu cheiro em mim...

--Linda...eu quase morri de saudades...

O beijo que seguiu à frase não deixava margem para nenhuma dúvida. A forma como correspondi comprovava a reciprocidade.

--Estou com fome...mal comi esses dias, muitos concertos, andar para lá e para cá...fico nervosa e como pouco.

--Skya...sem querer ser chata...

--Já sei o que vais dizer e cansei de ouvir de alguns colegas...mas agora eu como e esse cheiro maravilhoso está aguçando minha fome...

--Espero que não tenhas alergia...

Risos.

--Com certeza não...

--Estou a brincar, eu já sei o que te dá alergia e passo longe...

Puxei-a para a sala de jantar, ela precisava comer e muito.

--Está tudo tão lindo...

--Ainda bem que gostas...

--Obrigada...

--Vamos comer? - Quis mudar o rumo...sentia uma emoção diferente tomando conta de mim...

Skya comeu com vontade e eu senti-me feliz, por ela, pelo momento, pela tranquilidade em certa medida...o ambiente era tranquilo mas eu estava ardendo por dentro.

Depois do jantar, ainda sentadas à mesa, conversamos sobre a viagem dela, os concertos, o sucesso e ela sempre muito modesta, não entrando muito no universo da fama, o que seria natural perante a situação.

--Tu estás bem?

--Sim...

--Viagens à vista?

--Sim e algumas bem chatas mas são minhas obrigações...

Ela riu e me olhou com os olhos brilhando...meu coração batia na garganta e eu ainda não entendia muito bem a razão da ansiedade...

-- O que foi?

--É que falamos todos os dias, sempre e parece que não te ouço há tanto tempo...ao vivo é tão melhor...

Ela pegou uma das minhas mãos e apertou. Eu estava quente...pulsando.

Levantei-me devagar, estávamos próximas mas queria estar mais perto ainda...cheirei o braço dela e viajei...ela riu baixinho e segurou minha cabeça. Olhei para ela, que olhar perfeito...minha boca tremeu...

--Que bom que estás aqui...

--Eu não queria estar em outro lugar...tive saudades...tive tanta saudade disso...

Ela abraçou-me tao forte e de forma intempestiva que senti um formigamento no corpo todo. Correspondi, entreguei-me ao abraço, fundi-me nela...

Algum tempo depois...

--Preciso ir ao banheiro.

Risos.

--Esteja à vontade...

--Acho que vou demorar um pouco...limpar a pele...escovar os dentes...

Gargalhadas.

--Então a minha violinista vai dormir comigo?

--A tua violinista vai passar a noite toda contigo, ela já veio preparada para isso.

Ela disse aquela frase com tamanha intensidade que senti frio no estomago, meu ponto fraco...senti tremores em tantas partes do meu corpo...

Ela correu para o banheiro, rindo às gargalhadas...adoro tudo, adoro a Skya...sinto-me tão viva...

Fui ver Scoutie que estava amuado, ele dormia. Entrei no meu quarto e tirei a roupa que usava e vesti apenas uma camiseta que mal cobria as minhas pernas...calor insuportável e que vinha de dentro.

Mais uma taça de vinho e música...coração sem freio...mãos ligeiramente trémulas e uma vontade de me perder em Skya, vontade de ser tocada...às vezes ela me tocava e parecia que era uma música sendo orquestrada...meio louco, mas eu sentia-me a própria musica...

Música...volume baixo, entrando em mim...Riverbed, Morcheeba.

Ouvi Skya me chamando do quarto...sorri. Nunca quis tanto alguém na minha vida...meu corpo ansiava...a pele, os poros...a boca...meus seios...fui ao quarto sorrindo sempre.

Entrei e não a vi...a luz estava muito fraca mas percebi que ela não estava na cama, em lado algum. Pousei o copo de água num móvel e no momento em que me preparava para virar senti braços quentes me envolvendo...fechei os olhos...a pele dela estava toda arrepiada...a minha também.

Ela soltou-me, virei logo, não queria ficar sem aquela sensação...o que vi...Skya, linda, de lingerie...sexy...senti minhas mãos tremendo, mas um tremor diferente, garganta seca, borboletas no estomago...pisquei os olhos...encostei-me no móvel, pernas tremulas...eu queria tanto aquela mulher...

Ela sorriu, sexy...tentadora. Caminhou até à cama imensa e deitou por cima do edredon branco...lingerie preta...uma tentação e eu sucumbi...ordenei ao meu cérebro que queria andar até a cama e ele comunicou às pernas que obedeceram.

Cheguei à borda...os pés dela estavam ligeiramente para fora...abaixei-me, toquei-lhe o tornozelo...ela estava toda arrepiada...beijei-lhe os pés, as pernas...cheirei...ela me olhava, fechava os olhos e olhava de novo...a pele quente, a minha boca ardendo...beijei-lhe as coxas...tive vontade de morder aquela pele rija e ao mesmo tempo macia...beijei...beijos molhados...ela não fazia qualquer movimento com as mãos até que beijei-lhe no interior das coxas...beijei com vontade, o tesão aumentando...beijei perto da virilha...parei, olhei para ela...visão do paraíso...beijei a barriga, ela segurava meu cabelo...de leve...lambi o umbigo, beijei a cintura toda...beijei os seios por cima do sutiã...cheirei...que delicia, tentação...encanto...beijei os ombros...pescoço, orelhas, queixo...os olhos dela estavam fechados...suguei um lóbulo...outro...mordi de leve...ela já se contorcia por baixo de mim mas eu não me encostava nela...apenas a minha boca percorria o corpo...ela olhou-me suplicando por um beijo...eu não queria outra coisa...beijei-a com volúpia, numa intensidade desconcertante...senti meu corpo tremer, apenas com a intensidade de um beijo...eu queria saciar a falta dela, do beijo...dela...matar a minha fome dos beijos dela, que beijo intenso...

Ela arrancou-me a roupa, eu estava quase nua...senti meu corpo sendo puxado para colar-se ao dela...tremi toda com aquele contato...ansiava por ele...Skya mexia-se por baixo de mim, me apertava, mordia meus ombros, devorava a minha boca...que calor...

Eu queria prolongar aquela sensação até...não sei onde fui buscar autocontrole mas diminui a intensidade dos beijos...sai da boca, percorri outros caminhos...ela deixava-se levar e eu queria ir longe...eu queria muita coisa...

Beijei-lhe a barriga, adorava aquela parte do corpo dela...abri-lhe o sutiã e ela suspirou. Tirei-o devagar...meus olhos ficaram vidrados ante a beleza dos seios...acariciei-os com a costa das mãos...os mamilos enrijeceram imediatamente...meu desejo aumentava...ela abriu os olhos...que brilho...

--Beija os meus seios...eu quero a tua boca nos meus seios...eu gosto do calor na minha pele...beija...

Tive a sensação de surdez, ou estampido nos ouvidos...

Fome dela, voraz...nunca senti nada igual.

Beijei, primeiro devagar, depois com fúria, suguei, mordisquei e o gemido dela era música, o guião a ser seguido...grudei nossos corpos, ela apertou-se em mim, entrelaçou as pernas nas minhas costas...beijei-a, esfreguei-me nela...eu estava delirando de desejo, meu corpo ardia, o dela tremia...mas eu queria mais, eu estava louca por mais...

Arranquei-lhe a lingerie, ela olhou-me desnorteada...ah...beijei cada milímetro da pele...barriga, virilha, entre as coxas e ela gemia alto, se contorcia, empurrava a minha cabeça para o meio das suas pernas...eu queria muito mas gostava de prolongar as coisas...deixá-la mais doida e enlouquecer junto...eu queria que ela sentisse o que sinto quando me toca...talvez não fosse capaz mas daria o meu melhor...beijei, mordi de leve e ela gemia, gemia, arranhava minha orelha, puxava meu cabelo...minha língua deslizou pelos contornos todos...que prazer...vai vem delicioso e os gemidos me enlouquecendo...me perdi nos contornos dela, meu prazer era maior...nunca pensei que pudesse ser assim...a resposta do corpo dela me enlouquecia...eu queria ficar ali...as pernas dela prenderam a minha cabeça e ela gritou alto...eu não parei, quanto mais ela gemia, gritava, se contorcia, mais eu queria permanecer ali...aquele recanto era um delírio para os meus sentidos...todos...

Ela sacudia tanto que eu me assustei...segurei-lhe a cintura para que não fugisse de mim...ela tremia...

--Cathe...cathe...-Ofegante. - Cathe eu não aguento mais...eu não...

--Mas eu quero mais...muito mais...

Essa era eu...louca por sex*...e sex* com ela era um mundo de possibilidades e o prazer me viciava...

Beijei-lhe a boca, e ela me mordeu...suguei-lhe o lábio e ela gem*u na minha boca.

Skya parecia estar em outra esfera...eu também me sentia assim. Ela tirou minha lingerie com os dedos dos pés, sem jamais desgrudar-se da minha boca...eu ia à loucura...

Nossos corpos pareciam um, grudados, colados, suados de prazer. Comecei minha dança sobre ela, ela revirava os olhos...nossos corpos tocavam-se milimetricamente...eu gemia, ela também...afastei-me um pouco e ela me olhou suplicante...suguei um dos seios...adorava, ela gemia, falava coisas que eu não entedia, corria as mãos na cama, batia no colchão...voltei para a boca, beijei devagar, ela apertou o meu pescoço, estava suada...deliciosa...deslizei minha mão pela barriga dela...fiz com a ponta dos dedos o mesmo caminho antes feito com a boca, língua...Skya parecia em transe...brinquei muito, provoquei até que ela implorou que eu lhe desse mais...encaixei nossos corpos e deslizei para dentro dela...foi minha vez de gritar...prazer novo, melhor de todos...prazer de dar prazer a quem se quer muito...nada melhor...

Sou intensa...fui intensa...não conseguia parar...mexia o corpo freneticamente e meus dedos no recanto seguiam o ritmo...Skya gritava, me mordia, pendia a cabeça para fora do colchão...gritava...eu gritava junto...nada se comparava á sensação do prazer dela vindo...vindo...o meu vinha junto...eu não parava...ia fundo...ia alem...grudava nela...cheguei a um ponto...um lugar do corpo dela que provocou um orgasmo avassalador...nela e depois em mim...eu me assustei com a reação dela...ela encolheu-se toda, tremendo sem parar e dizendo coisas desconexas....fiquei assustada, com medo de tê-la machucado com minha intensidade...nunca tinha feito nada assim...

Tentei tocá-la mas ela esquivou-se, ou então eu entendi assim...meu corpo tremia, de prazer e medo de ter feito algo errado, de ter sido intensa demais...

Minha cabeça ficou pesada...corpo leve e cabeça pesada. Eu não sabia o que fazer...

Ela foi-se acalmando, os espasmos já não eram tao intensos...ousei abraçá-la, ela apertou minhas mãos contra os seios. Colei-me nas costas dela...agora era meu corpo que tremia.

Ela ficou quieta...a respiração aos poucos foi ganhando normalidade...eu ainda estava assustada...

--Skya...eu...-Suspirei. - Eu nunca fiz isso antes...machuquei-te?

Ela apertou minhas mãos nos seios e suspirou. Não aguentei e pulei para o lado dela, frente a frente. Vi lagrimas nos seus olhos e senti minha garganta presa.

--Skya...desculpa...

Ela sorriu...que mulher linda.

--Cathe... Não fuja de mim, nunca...não fuja desse prazer, desse encontro, não fuja do que podemos proporcionar uma á outra.

As lagrimas desceram e eu beijei todas...abracei-a no meu corpo, apertei...ela parecia não querer sair de mim...eu queria ficar ali...

Muitos minutos depois...

Ela acariciava a minha barriga e deixava beijos leves no contorno do meu seio...meus olhos estavam fechados...era bom sentir Skya de olhos fechados...muito bom...perfeito.

Ela abraçou-me forte...eu não conseguia dizer nada...

--Amanhã nada disso pode significar muita coisa...mas agora, nesse instante...eu amo tudo...eu te amo.

Como reagir? Não consegui...meus olhos sim...lágrimas...quentes...

Fim do capítulo