With the Stars por Alex B
Capítulo 47
Na hora de deitar Camila optou por ler um livro. Estávamos na minha cama, ela recostada na cabeceira concentrada na leitura. Coloquei fones de ouvido e selecionei uma playlist qualquer do meu celular. Estava cansada, entretanto sem sono. Aproveitei para deitar em seu colo, não demorou e Camz levou uma mão até meus cabelos, fazendo carinho. Fechei os olhos e me perdi no tempo.
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Senti beijos sendo distribuídos pelo meu rosto delicadamente. Sorri contra o travesseiro. Os carinhos continuaram e quando abri um dos olhos coincidiu com o exato momento de outro beijo que seria depositado ali. Uma risada gostosa tomou o ambiente.
-- Desculpa, amor. – Disse rindo.
-- Não foi nada. – Respondi rindo também. – Bom dia, meu amor.
-- Bom dia. – Ela estava apoiada em um cotovelo e com a outra mão coloca uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha. Seu sorriso iluminando o rosto, e por consequência, meu dia.
-- Já está na hora de levantar? – Ela assentiu com a cabeça. – Nem ouvi o despertador tocar. – Constatei.
-- Eu acordei logo em seguida e desliguei. – Eu abri a boca para falar algo, mas ela interrompeu levando seus dedos até meus lábios. – Nem comece. Sem comentários sobre o fato de eu ter acordado cedo e sem ajuda. – Eu apenas sorri, pois era justamente o comentário que iria fazer.
-- Vem cá linda, me dá um beijo. – Ela se aproximou de mim e juntou nossos lábios.
-- Vamos tomar café? Eu já preparei.
-- Huum , esse cheiro bom vem de casa mesmo?
-- Sim. Acordei e fui preparar.
-- Fez panquecas? – Perguntei com esperança.
-- Fiz, estão quentinhas. – Ela riu.
-- Adoro panquecas.
-- Eu sei.
Seus carinhos continuaram em meus cabelos. Abracei o corpo de Camila colocando-a em cima do meu e fechei meus olhos novamente.
-- Não vai acordar não? Se enrolar muito vai perder a hora.
-- Já vou levantar, só mais um minutinho. Está muito bom com você aqui.
Ela mordeu meu queixo levemente e repousou seu rosto em meu pescoço.
-- Sabe que nem vi a hora que dormi ontem?
-- Você dormiu no meu colo. Tirei seu fone e guardei o celular. Com um pouco de esforço te ajeitei na cama, mas depois você mesmo se arrumou.
-- Eu estava realmente cansada ontem, e acredito que hoje não será diferente.
Suspirei. Quase cai no sono novamente, mas Camila não permitiu. Levantou-se da cama e disse que me aguardava na cozinha. Sem ter mais o que fazer, levantei e fui para o banheiro fazer minha higiene matinal.
Desci as escadas já trocada. Camila estava de costas pra mim, colocando café em uma caneca no balcão. Aproximei-me e a abracei por trás, passando a mão por sua cintura. Cheirei seu pescoço e ela acariciou meu braço. Virou de frente pra mim com a caneca na mão.
-- Seu café.
-- Obrigada. – Agradeci e sentei na mesa.
Camila me entregou um prato com panquecas e o pote de mel. Me servi de duas e uma quantidade generosa de mel. Camz sentou a minha frente com uma caneca de café também e um jornal em mãos. Comia calmamente enquanto a observava lendo. Me servi ainda de torradas com geleia e bacon que havia na mesa.
-- Amor. – Enxuguei minha boca no guardanapo. Ela levantou seu olhar pra mim. – Vai passar a manhã aqui ou quer ir na Diana?
-- Vou ficar aqui. Quer que eu leve almoço pra você?
Pensei um pouco.
-- Acho que não precisa. Eu como qualquer coisa por lá.
-- Você vai comer porcarias. Vou levar seu almoço. – Falou em tom autoritário.
-- Tudo bem. – Ri.
-- De tarde vou na casa da senhora que irá me ajudar no piano. Ela disse que poderia ir a partir de hoje.
-- Que bom, amor! Você já tem o endereço?
-- Tenho sim, titia me passou onde fica.
-- Quer que eu te leve?
-- Não precisa, sei chegar lá. Mas dependendo da hora que eu sair, te mando mensagem. Pode ser?
-- Tudo bem então, ai te busco.
Terminei de tomar o café da manhã. Levei a louça até a pia e lavei.
-- Amor, vou indo porque tenho que abrir a loja, só mais hoje. Amanhã o Roger chega e toma conta.
Fui até sua cadeira e dei um beijo.
-- Tudo bem. Te vejo na hora do almoço.
-- Qualquer coisa é só me ligar, ok?
-- Fique tranquila. Bom trabalho.
-- Obrigada.
Me despedi com mais um beijo e fui pra garagem. Deixei o motor do meu carro esquentar um pouco antes de dar partida.
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Dei o troco ao cliente e o agradeci pela preferência. Contornei calmamente o balcão e fui até a frente da loja. O sol finalmente dera o ar das graças, apesar da neve. Olhei o termômetro na loja e vi que marcava 1º grau abaixo de zero apenas. Uma temperatura relativamente alta se considerado os dias anteriores. Oliver saiu por detrás do balcão e se pôs ao meu lado.
-- Tudo bem, Dona Laura?
-- Tudo sim. – Olhei pra ele e sorri. – Roger vai chegar de férias e amanhã ele quem vai abrir a loja, ok?
-- Ah sim, claro. Seu pai já havia deixado avisado. O John volta de férias essa semana também.
-- Mesmo assim, eu passo aqui pra dar uma olhada durante o dia.
-- Perfeitamente, Dona Laura. – Ele retornou para dentro.
Camila havia passado na hora do almoço na loja. Esperou que eu almoçasse e ficou um tempinho comigo, tendo que dividir os escassos minutos juntas com mais dois clientes. Após o almoço, Camila seguiu seu caminho e foi para a casa da Sra. Annalise, a mulher que ajudaria minha namorada com os ensaios no piano. O movimento na loja estava calmo, aproveitei esses minutos e me sentei em um dos bancos. Fiquei tão distraída mexendo no celular que não havia percebido a chegada de Diana.
-- O que você está vendo nesse celular? – Olhei assustada pra ela.
-- Nossa!! Não tinha te visto, que susto me deu.
-- Percebi. Ta vendo pornografia ai? – Perguntou e direcionou seus olhos para a tela do meu celular.
-- Quem faz essas coisas é você e não eu. Não confunda as coisas.
-- Aham, sei. – Riu.
-- Que que manda, Hansen? Por que veio na loja, precisa de algo?
-- Nada. Queria conversar só. Tava sozinha em casa. – Se recostou na cadeira.
-- O Ian ainda não voltou?
-- Não. E Nem sabe quando volta. A tia dele piorou e teve que ser internada novamente. Então até que ela esteja bem novamente, ele vai ficar por lá.
-- Entendo. A tia dele é sozinha, não é? Me lembro de você ter comentado. Mas os pais do Colin não são irmãos dessa tia?
-- Os pais do Colin são parentes dele por parte de mãe. Essa tia que está doente é por parte de pai.
-- E o pai dele não está lá? – Diana me olhou com a testa franzida.
-- O Ian é órfão, Laura. Pensei que soubesse.
-- Na verdade não. Nem imaginava algo assim. – Me surpreendi.
-- Pois é, e essa tia foi quem cuidou dele quando era menor. Os pais faleceram em um acidente de carro.
-- Nossa! Ele Deve estar passando por uma barra e tanto.
-- Nem me fale. Toda vez que me liga pra falar da tia, sinto muita tristeza em sua voz. – Ela suspirou e desbloqueou a tela do celular, aparecendo em seguida uma foto dela e Ian sorrindo. – Falando em ligar. – Ela bloqueou o celular novamente e me olhou. – Ontem o Siope me ligou.
-- O Siope? – Levantei uma sobrancelha levemente surpresa e ela assentiu. – O que ele queria com você?
-- Apenas conversar, segundo ele.
-- Depois de todo esse tempo, e agora que você está namorando novamente ele te liga querendo apenas “conversar”? – Fiz aspas com as mãos.
Antes de ouvir sua resposta, tive que interromper nossa conversa para atender um cliente. Era um homem alto e de porte atlético, me pediu duas peças. Vendi as peças e agradeci. Esperei que saísse da loja para me sentar novamente ao lado de Diana.
-- Foi o que ele disse. – Deu de ombros.
-- E vocês conversaram o que?
-- Sobre a escola, qual curso fazer, faculdade, perguntou se eu ia passar o restante das férias aqui, essas coisas.
-- Ai ai hein. No mínimo estranho essa ligação ai.
-- Não discordo de você.
Ficamos um tempo apenas observando os carros passando na rua, em silêncio.
-- Essa ligação mexeu com você?
Ela baixou o olhar e brincou com as mãos antes de responder.
-- Se eu dissesse que não, estaria mentindo.
Eu suspirei e voltei a olhar o movimento na rua. Siope e Diana namoraram por um bom tempo. Tinham uma história e tanto juntos. Eu entendia o porquê da ligação ter mexido com ela.
-- Kate e Troy chegam depois de amanhã. Podíamos fazer algo, o que acha? – Mudou de assunto.
-- Claro. Faz tempo que não fazemos um programa juntos. Vou falar com a Camz.
Diana assentiu e um cliente entrou na loja. Atendi ele e logo depois Dih se despediu, indo embora.
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O resto do dia passou rápido. Quando percebi já era hora de ir embora. Camila ainda não tinha me ligado, então optei por ir pra casa.
Cheguei e acendi a luz da sala. Tirei o casaco pendurando-o ao lado da porta. Subi até meu quarto e fui até o banheiro. Tirei a roupa e resolvi tomar um banho rápido. Voltei para o quarto para ajustar o aquecedor. Decidi colocar um agasalho de ficar em casa mesmo. Desci até a cozinha e abri a geladeira. Nada de interessante.
Peguei uma maça na fruteira e fui pra sala assistir TV. Liguei e deixei em um canal qualquer. Estava com preguiça de cozinhar algo, então acabei ligando em um restaurante e encomendando um jantar. Disse que quando estivesse pronto para ligarem avisando, pois iria buscar. Assim já daria tempo de Camila sair da aula e eu a buscaria também.
Quarenta minutos depois o restaurante ligou avisando que estava pronto. Até então, nem sinal da minha namorada. Troquei de roupa e peguei as chaves do carro. A rua estava tranquila, praticamente sem carros. Coloquei uma música do pen drive e dirigir até o restaurante.
Saindo do local, meu celular começa a tocar.
-- Oi, amor! – Atendi.
-- Oi, laur!
-- Terminou sua aula?
-- Acabou de terminar. Você pode vir me buscar?
-- Claro. Só estava esperando você me ligar. Logo mais chego ai.
-- Ok, vou te esperar. Beijos.
Me despedi dela e guardei o celular no bolso. Entrei no carro e coloquei nosso jantar no banco de trás. Não demorei muito e já estava em frente a casa de Annalise. Não foi preciso mandar mensagem, Camila apareceu logo depois na porta. Chegou no carro com um sorriso radiante.
-- Oi, amor. – Me cumprimentou com um selinho.
-- Oi. – Devolvi seu sorriso. – Como foi a aula?
-- Foi excelente. – Falou empolgada enquanto eu dava seta para entrar novamente na rua. – Annalise é uma professora extremamente exigente e perfeccionista.
-- Imagino que isso seja bom? – perguntei insegura.
-- Eu acho. Sempre gostei de professores assim. Fazem com se melhore sempre.
Que Camila era inteligente, isso não era novidade. Por isso acho que no fundo não me surpreendi por ela gostar desse tipo de professor. Acabei sorrindo com esse pensamento.
-- No começo da aula ela pediu para que eu tocasse uma música. Ficou em silêncio o tempo todo. Quando terminei e achei que falaria comigo, ela pediu para que executasse alguns exercícios. Assim que terminei e achei que não havia errado nada, ela me mostrou o contrário.
-- E o que foi que ela fez?
-- Primeiro, ela sentou do meu lado e pediu novamente para tocar alguns trechos da música e perguntou o que eu havia errado ali. Eu não soube responder porque eu sabia de cor aquela melodia e pra mim, não estava nada errado. Então ela tocou e me mostrou onde estava o erro. Fez o mesmo com os exercícios.
-- Isso não te desanimou, amor?
-- Um pouco. Mas sei que é o certo. Na verdade fiquei um pouco com o orgulho ferido no começo. Depois entendi que não poderia reclamar. Ela estava me ensinando. Realmente me ensinando. Nunca tive um professor assim, ela capta tudo em música, é muito perspicaz. Meus professores de Miami não chegam a um décimo de Annalise.
-- Do jeito que você fala, só posso imaginar como é essa aula...
-- Não se engane, ela é exigente, mas em nenhum momento foi grosseira ou algo do tipo. Como estava ensaiando apenas no teclado, acabei pegando alguns vícios ela falou, coisa mínima, mas percebeu. A maior parte da tarde passei fazendo um exercício de escala cromática.
-- Está cansada? – Peguei em sua mão e fiz um carinho, já parando em frente de casa.
-- Muito, foi exaustivo o dia, mas no fim das contas me sinto muito bem. – Eu sorri pra ela.
-- Passei em um restaurante e já providenciei nosso jantar.
-- Huum gostei disso.
Guardei o carro na garagem e descemos. Arrumei a mesa enquanto Camila subia para tomar banho. No jantar, perguntou como foi o meu dia.
-- Teve bastante movimento, mas no geral foi tranquilo. Diana apareceu por lá de tarde.
-- O que ela queria?
-- Nada em especial, apenas conversar. – Servi mais suco pra Camz. – Ela contou que o Siope ligou pra ela.
-- Ah não. Verdade?
-- Sim. Ta surpresa?
-- Não muito. Eu ate esperava que ele voltasse atrás uma hora ou outra. Pensei que seria mais cedo, e não quando Diana estivesse namorando novamente.
-- Pelo que ela me contou, a conversa não teve nada demais, coisas que amigos conversam mesmo. – Camz riu.
-- Ah amor. – Passou a mão em meu rosto. – Não se iluda. Começa assim, logo mais ele não dará sossego pra Diana. Apenas deixando-a abalada.
-- O que a faz falar com tanta convicção disso? – Perguntei.
-- Palpite. Posso não estar certa. Mas essa história, pra mim, apenas acabou de começar. Só espero que minha prima seja sensata ao lidar com isso.
-- Acho que ela ainda está bem dividida. Sobre o que sente por Siope e Ian.
-- Também acho.
Fez-se silêncio por alguns instantes até que Camila voltasse a falar.
-- Laur, quando você irá voltar a treinar?
-- Estava pensando em voltar amanhã mesmo, pelo menos com a corrida, enquanto você estivesse estudando. Ai semana que vem, volto com os treinos efetivamente. – Tomei um pouco do suco antes de continuar. – Farei os treinos sozinha.
Era algo que eu já havia pensado. Treinar sozinha era a melhor solução depois dos acontecimentos de fim de ano. Se eu voltasse a treinar com Alexa, Camila poderia se sentir desconfortável, e de toda forma, eu mesma não sabia se Alexa iria querer voltar a treinar comigo.
-- Você não deveria treinar sozinha.
-- Como assim, Camz?
-- Pela minha própria experiência, sei as dificuldades que isso implica. Hoje na aula eu vi o resultado disso. Ainda mais por você praticar um esporte de grupo. – Ela suspirou e me deu um meio sorriso. – O que quero dizer, é que você deveria falar com a Alexa, voltar a treinar juntas, sei o quanto ter alguém pra ajudar, melhora no desempenho.
-- Tem certeza disso? – perguntei insegura. Ela segurou minha mão por cima da mesa.
-- Tenho. – Sorriu. – Se for o melhor para você.
Pensei um pouco e retribui o sorriso. Alguém nos treinos era de uma ajuda e tanto. Mas eu não queria ferir os sentimentos de ninguém.
-- Vou ver o que faço.
Fim do capítulo
Olá, meninas!! Como estão?
Espero que tenham passado em ótimas festas nesse final de ano e a virada de ano novo!
Peço desculpas (novamente) pela demora. Final de novembro estive em provas até meados de dezembro, depois juntou as festividades e apenas agora voltei definitivamente a rotina!
Uma ótima semana a vocês! Em breve estarei com o próximo Capítulo!
Um grande abraço! bjos
Leitora Beta: Bel :)
Comentar este capítulo:
carla
Em: 03/02/2016
Ufa....terminei de ler recentemente e não tinha conseguido comentar antes...Alex parabéns pelo estória..rica em detalhes..nada de melosidade excessiva...diálogos perfeitos..tudo envolvente...
Adorei as personagens...gosto muito da Laura ..sabe o que quer e bem centrada... A Camila tbm é tudo de bom...e vejo uma doença chegando aí...que dó da Laura que terá q ser forte!!!
Mais uma vez parabéns...continue assim...ansiosa pro próximo!!! 👏👏👏
Resposta do autor em 01/05/2016:
Olá, Carla! Como vai?
Obrigada pelos elogios e pelo comentário!!
Caara, tento muito não deixar a fic 'melosa' demais kkkk pq elas são mtos ramanticazinhas kkkk
Laura é forte, pelo menos quando se trata da camila!
Já eu gosto mais da personagem Camila! deve ser pq a laura tem mto de mim kkk
Obrigada linda!! Logo sai utro cap!
um grande beijo!!
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