Roberta ficou um tempo no banheiro se recuperando e refletindo sobre o que tinha acabado de acontecer, depois resolveu se juntar aos amigos.

-       Robets! Você sumiu, estava preocupa pensando que tinham sequestrado a minha mulher, rs. Camila brincou, fazendo cara de brava e, todos riram.

-       Não sequestraram, mona, mas uns pegas eu tenho certeza que deram.

-       Como é que é Arthur?! Camila, perguntou ao amigo.

-       Ai!!! Não precisa me beliscar, Robets! Nada não, Camis, estou apenas brincando. Ao lado, César observava a amiga e percebeu como ela ficou vermelha com o comentário do marido.

-       Ah bom! Porque só quem pode dar uns pegas na minha mulher sou eu. Camila deu um apertão no bumbum de Roberta, fazendo todos rirem.

-       Gente, o papo tá bom, mas amanhã eu e o senhor Arthur temos que acordar cedo para conhecermos nosso príncipe, vamos embora?

-       Aiiiii tô que não me aguento de expectativa, amor! Vamos sapinhas, preciso estar sem olheiras para não assustar meu filho logo de cara.

-       Vamos!  Responderam em uníssono.

 Na saída, Arthur abraçou Roberta e disse: Quero saber de tudo depois, gata! Roberta apenas assentiu com a cabeça.

 No carro, César dirigia enquanto Arthur e Camila dormiam e Roberta olhava distante pela janela.

 Meu Deus, eu beijei uma mulher... e foi tão bom. O que deu em mim? Deve ser carência, é isso! A Camis está certa, preciso retomar meus encontros amorosos. Será que a Laís se encontraria comigo? – Sorriu - A maneira como nos beijamos, nossa...

-       Que sorriso bobo é esse dona Roberta?

-       Só estou feliz em rever meus amigos, Cé. Muito feliz, pensou lembrando novamente do beijo.

Ao chegar em casa, Roberta tomou seu banho, deu boa noite para os amigos e foi se deitar, pensou mais uma vez em Laís, colocando as mãos nos lábios e adormeceu logo depois.

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-       Que chuva gelada... Laís falava semiacordada. Chuva? Abriu os olhos assustada.

-       Puta que pariu Giovani, vou te matar! Esbravejou com o amigo, que estava com uma jarra de água rindo na sua frente.

-       Que boca suja do caralh* é essa dona Laís?! Você estava toda torta aí nesse sofá, só quis ser legal e te acordar para ir para a cama.

-       Ahhh claro, muita bondade sua, jogar água na minha cara. Jogou o chinelo e acertou em cheio o amigo.

-       Aiiii, essa doeu. Pensa pelo lado positivo, assim você já acorda com o rosto lavado. Jogou o segundo chinelo no amigo, mas deste ele conseguiu desviar e riu.

-       Seu cretino!

-       Tá mal humorada hein?! Tá precisando trans*r?! Minha cama está sempre a sua disposição, gata. Mandou um beijo e passou a língua pelos lábios.

-       Você não tem vergonha nessa cara mesmo. Nem no dia de “São Nunca” eu faria isso.

-       Custava nada tentar... mas me fala, por que você está dormindo no sofá e que cheiro podre é esse?

-       Ai Gio, a Talita tá dormindo na minha cama... saímos ontem e ela passou mal, até vomitou em mim.

-       Que beeeeleza! Mas faz parte, vou na padaria comprar nosso café, quando ela acordar, dá esse analgésico pra ela e água com gelo, vai melhorar o mau estar.

-       Obrigada, Gio. Pode deixar... trás pão de queijo pra mim.

-       Sempre aos seus serviços mademoiselle. Não esquece que eu te amo e vai logo tomar banho, que tá difícil ficar perto de você.

-       Chato! Também te amo.

Foi ao seu quarto e olhou Camila deitada, dormindo tranquilamente. Pegou a toalha e foi tomar seu banho. Ao sair, abriu a janela e ouviu a amiga murmurar uma reclamação.

-       Nada de reclamar Talita, tá na hora de levantar dessa cama e recuperar a dignidade.

-       Ai minha cabeça. Fala mais devagar, Lális.

-       Toma, trouxe esse analgésico pra você. O enjôo passou?

-       Passou sim, só estou com a cabeça estourando mesmo.

-       Também, depois do tanto que você vomitou, não sobrou mais nada aí pra enjoar.

-       Desculpa pelo trabalho, Lális.

-       Que isso, Ta. É pra isso que servem os amigos.

Talita sentiu sua cabeça doer mais forte quando ouviu a palavra “amigos”.

-       Agora levanta, toma um banho e vamos tomar nosso café.

-       Tô com preguiça.

-       Sem preguiça, vamos, vamos, vamos...

-       Tá bom, tá bom. Respondeu levantando e indo ao banheiro.

Laís trocou o lençol da sua cama que cheirava a álcool, separou uma roupa para a amiga e voltou a pensar em Roberta. - Que beijo foi aquele? Será que a gente vai se encontrar novamente? Foi aí que ela se deu conta que com o enjôo de Talita ela havia saído tão as pressas que nem havia pedido o telefone de Roberta. - Cara, como eu sou burra. 

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Roberta acordou sentindo algo encostando em sua boca, quando abriu os olhos, viu um dos pés de Camila encostado no seu rosto. Empurrou com força e recebeu um chute como resposta.

-       Aiiiii! Gritou, acordando a amiga.

-       Robets, o que aconteceu? Tá tudo bem?

-       Estaria melhor, Camis se você não tivesse chutado a minha cara.

-       Eu chutei? Aiii Robets, me deculpa, foi sem querer.

-       Eu sei, cabeçuda. Não tem problema, já até parou de doer. Agora me conta, como é que você ainda não perdeu esse hábito de acordar de ponta cabeça na cama?

-       Nem me fale, Robets... você sabe o quanto eu sofro com isso, até os meus peguetes estranham... um, uma vez, disse que iria parar de sair comigo, porque tinha medo do que eu poderia fazer com ele, dormindo.

-       Jura? Qual?

-       Lembra do arquiteto carioca?

-       Aquele que só falava o quanto tinha emagrecido?

-       Esse!

-       Olha Camis, agradeça a sua mania então, porque ela te livrou de uma cilada.

-       Pensando por este lado... “não era amooooor, não era...”

-       “Não era amor, era cilada, cilada, cilada!” As duas cantaram as gargalhadas.

-       Que festa é essa aí?

-       Tutu, estamos aqui falando das minhas ciladas amorosas.

-       Então, baby, deixa eu tomar meu rumo aqui porque essa conversa vai demorar, são muitas ciladas e eu não posso me atrasar para conhecer meu príncipe. Só vim aqui deixar isso aqui para você, Robets. Entregou um papel para ela, que olhou desconfiada sem saber do que se tratava.

-       O que é isso, Tutu. Camila perguntou.

-       É o telefone daquela morena que arrasou na pista ontem e disse que nos daria aulas de dança se quiséssemos aprender. Neste momento Roberta sorriu, entendendo do que naquele papel estava o telefone de Laís.

-       Olha, adorei! Eu também quero fazer aula de dança com você, Robets!

-       Obrigada, Tutu...como você conseguiu o contato dela? Ainda não me decidi se vou mesmo fazer aulas, Camis.

-       Peguei com a amiga... pois eu acho bom você se decidir logo, tenho certeza que com toda aquela habilidade deve chover pessoas interessadas nela, quer dizer, em fazer aulas com ela. Arthur provocou.

-       Pois se for pra dar certo, dará. Roberta respondeu impaciente.

-       Tudo bem, depois não diga que eu não avisei.

-       Gente, calma, se ela não puder, a gente encontra outro professor. Camila respondeu tentando apaziguar os ânimos, alheia ao real significado daquela conversa.

-       Amor, podemos ir? César falou entrando no quarto.

-       Podemos, sim amor. Bom, nós já vamos... nos desejem sorte, meninas.

-       Boa sorte, queridos! Vai dar tudo certo, estamos loucas para conhecer nosso sobrinho, né Robets?!

-       Siiiiim! Vou adorar ser tia, levar ele para brincar e comer coisas gostosas.

-       Que tias corujas ele vai ter. César, falou.

-       Com certeza! Vou aproveitar e pegar carona com vocês e vou para minha casa, tomar um banho e ir encontrar o meu boy magia estagiário.

-       Todos vão me abandonar, é isso? Roberta fez drama.

-       Não se preocupa, mona... liga para a professora, quem sabe ela não tem um horário livre na agenda hoje. Arthur cutucou mais uma vez.

-       É Robets, liga e depois me passa todas as informações.

-       Pode deixar, Camis.

Roberta se despediu dos três e sentou no sofá segurando e olhando o papel com o número de Laís.

Será que eu ligo para ela? O que eu vou falar? O beijo que você me deu foi o melhor beijo da minha vida, podemos repetir? Será que ela gostou também? Aiii, o que eu faço? Num impulso, pegou o celular e discou o número de Laís... a cada toque, seus batimentos cardíacos aumentavam.

-       Pronto!

Ao ouvir aquela linda voz, seu coração já estava prestes a saltar pela boca, ela não conseguia raciocinar, nem falar.

-       Oi? Alô?

- É... oi, Laís?! Aqui é a Roberta...

Fim do capítulo