Ouse acreditar por lalis
Capítulo 8 - Imã
Laís estava tomando café com os amigos, quando ouviu seu celular tocar. Só aí se deu conta de que ainda não o tinha visto naquele dia e não fazia ideia de onde ele poderia estar. É desse jeito que você é furtada e não percebe, Laís. Levantou correndo para procurar e o encontrou embaixo da mesa de centro na sala. Olhou para a tela e viu o número desconhecido, sem pensar muito atendeu.
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- Pronto! – Silêncio - Oi? Alô?
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- É... oi, Laís?! Aqui é a Roberta...
Laís sentiu seu coração saltar pela boca, a orelha queimar e as mãos suarem. Demorou alguns segundos até que ela conseguisse responder alguma coisa.
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- Oooi, Roberta?! Tudo bem?
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- Tudo sim e com você? Me desculpa ligar assim sem
avisar.
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- Que isso, não tem problema. Estou bem também... - Mais
alguns segundos de silêncio. - Não sabia que tinha meu
número.
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- É, eu não tinha... o Tutu, aquele meu amigo de ontem,
que tinha e me passou. Aí, pensei em ligar para saber se
a sua amiga está melhor?
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- Entendi, que bom que ele tinha. - Minha nossa Laís, você
está cantando a mulher, isso com certeza pareceu uma cantada. – A Talita tá melhor sim, até porque não tinha mais nada que ela pudesse vomitar, depois do banho que me deu ontem.
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- Há há, verdade! Nossa estou lembrando da cena, tadinha de você.
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- Nem me fale, mas faz parte, né?! Nada que um banho e um saco de lixo para minha roupas não resolvesse.
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- Eita, teve que jogar suas roupas?
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- Preferi jogar, vômito não é a coisa mais fácil de se lavar.
Se você coloca na máquina parece que só faz espalhar,
além, é claro, de sujar a máquina.
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- Hummm, parece que você tem experiência nisso?!
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- Eu? Imagina! – Gargalhou
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- Sabia!
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- Poxa, também não é assim, só aconteceu uma vez.
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- Uma vez que você decidiu colocar na máquina, né?!
Porque que sujou a roupa com vômito não deve ter sido só
uma não.
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- Tô muito sem crédito com você! Tá bom, confesso que
não foi só uma vez, mas também não foram muitas.
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- Viu só?! Nem doeu admitir. – Roberta encrencou.
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- Não doeu mesmo. E vocês chegaram bem? Nossa, não
sabia que você dançava tão bem. – E que tinha um beijo
tão gostoso... pensou.
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- Chegamos sim. Ah para, sua amiga e você que arrasaram
na pista, ontem. Todas as pessoas ficaram hipnotizadas.
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- Todas, é?! Você também? – Olha aí, tô flertando novamente, o que será que tá acontecendo? De onde eu
tirei essa cara de pau?
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- Oi? Nossa, eu... ah, eu também fiquei. Era impossível não
ficar, vocês foram ótimas.
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- Não precisa gaguejar. – Sorriu. - Desculpa não sei de
onde surgiu essa pergunta.
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- Você anda pedindo muitas desculpas a mim, ultimamente.
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- Poxa, é verdade, desculpa por isso.
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- Olha aí, de novo... vou pensar no seu caso. Melhor, eu
desculpo se você prometer não pedir mais desculpas.
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- Há há tá bom, eu prometo.
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- Então tá desculpada.
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- Obrigada, patricinha.
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- Aff, lá vem você...
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- Calma, calma, tô brincando.
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- Seiiiii.
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- É brincadeira sim, lin... Roberta. - Puta que pariu Laís,
você tá se jogando, será que ela percebeu? Ai, tomara
que não.
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- Tá certo. – Respondeu sorrindo com cara de boba, depois
de perceber que Laís quase a chamou de linda. – Bom preciso ir, vou ao mercado. Fico feliz em saber que está tudo bem com a sua amiga e com você, como não conseguimos nos despedir direito, fiquei um pouco preocupada.
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- Pois é, me desc... ops! Não conseguimos mesmo. – Lembrou do beijo e suspirou. – Obrigada por ligar.
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- Que isso, não precisa agradecer. Bom, então até mais. Beijo! – Um beijo tão bom quanto o que você me deu ontem, pensou.
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- Roberta...
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- Oi?
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- Você não quer sair para jantar hoje? Se bem que hoje tá
em cima, você já deve ter compromisso... pode ser qualquer dia desses, a gente marca um dia que seja melhor pra você. – Aveee minha orelha tá queimando de vergonha. Só posso estar ficando louca, nunca fui tão direta assim com alguém.
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- Olha, hoje tá ótimo para mim.
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- Que maravilha! Então, vou salvar o seu número e te
mando mensagem no whatsapp pra gente combinar o
horário e escolher o local, pode ser?
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- Claro, pode sim.
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- Combinado, até mais tarde Roberta! Beijo
-
- Até. Beijo, Laís.
Laís desligou o celular sorrindo e comemorando mentalmente o encontro que teria com Roberta. Voltou para a cozinha, mas não encontrou mais os amigos. – Gio, tá aí?
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- Oi, tô aqui no quarto.
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- Cadê a T alita?
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- Ué, foi embora... ela até tentou se despedir de você, mas
você estava namorando ao telefone e nem viu quando ela
se despediu.
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- Putz, que mancada a minha. Vou mandar mensagem me
desculpando.
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- Ora ora, você não me desmentiu. Estava namorando
mesmo? Desencalhou na balada ontem?
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- Vai se ferrar! Desde quando eu estava encalhada? E se
eu conheci ou não alguém, você não tem nada com isso.
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- Uuhh mulher brava, gosto assim. Ai! – Gritou quando sentiu o beliscão de Laís. – Brava e agressiva, desse jeito
eu gamo. – Gargalhou.
- Mas é muito babaca! Não sei porque eu perco meu tempo com você. Vou é cuidar da minha vida que eu ganho mais.
Foi para o seu quarto e pulou de barriga para cima em sua cama. Começou a lembrar da conversa que acabara de ter com Roberta. – Nem acredito que ela me ligou, muito menos que a convidei para sair.
O que está acontecendo comigo, meu Deus? Em menos de 24 horas eu beijei uma mulher e a convidei para um encontro. Devo estar ficando louca, só pode. Nem é pelo fato de ser uma mulher, mas eu nunca agi assim com alguém, jamais me interessei ao ponto de tomar uma atitude e me jogar descaradamente. Mas eu não consegui resistir... o beijo de ontem foi tão bom, se dependesse de mim eu não parava mais de beijar aquela boca gostosa e hoje quando ela me ligou, nossa, paraceu que era exatamente isso que eu queria. Foi tão bom ouvir a voz dela, que vontade que estou de vê-la novamente.
Laís mandou mensagem se desculpando com a Talita e combinou de encontrar Roberta em um restaurante mexicano que amava. Depois resolveu fazer faxina, almoçou e resolveu dormir um pouco. Ela não era adepta a dormir durante o dia, mas estava cansada depois da noite pós balada que tivera. – Velho é fogo, saudade do tempo em que eu conseguia sair e trabalhar no dia seguinte, ainda bem que hoje é sábado e eu posso me recuperar.
Acordou com o barulho do despertador, se espreguiçou e foi direto para o banho. Ainda faltavam algumas horas para o jantar, mas ela queria se arrumar com calma e impressionar Roberta. Escolheu uma calça preta e uma bata que deixava seus ombros amostra; nos pés, escolheu um scarpin vermelho que combinava com a estampa da blusa. Resolveu ir com os cabelos soltos, fez um coque para que, ao solta-lo, o cabelo ficasse com algumas ondas. Por fim, fez uma make leve. Se olhou no espelho e gostou do que viu.
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- Fiu fiu! Que gata!
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- Sou gata, mas não sou para o seu bico, senhor Giovanny.
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- Será que não? Você está subestimando meu poder de
sedução.
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- Há há, não conheço e nem quero conhecer.
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- Está com medo de gostar tanto e não querer mais largar,
né?!
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- Deus me livre. Já te disse, água com água não dá ki-suco.
Agora deixa eu ir, antes que eu me atrase.
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- Hmmmm e eu posso saber onde a senhorita vai?
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- Vou sair para jantar.
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- Ah jura? Que específica!
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- Isso é tudo o que você precisa saber.
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- Mal educada. Só me dá patada, está magoando esse
coração que só faz te amar.
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- Own gente, tadinho dele. Eu te amo e te conheço muito
bem pra saber que esse drama todo é só fachada. Boa
noite, Gio.
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- Boa noite! Não esqueça de usar camisinha e só volte
amanhã, quero usar seu lençol “mil” fios hoje a noite.
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- Você não ouse! Corto essa mixaria que você tem entre as
pernas.
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- Ai, doeu só de imaginar. Já te expliquei que o importante é
saber usar e se tem uma coisa que eu sei fazer na vida é usar minha “mixaria”. Respondeu piscando e fazendo aspas com os dedos ao falar mixaria.
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- Boa noite, senhor mixaria. Jogou um beijo e saiu.
Chegou no restaurante e antes de descer do carro olhou o celular e viu uma mensagem de Roberta, dizendo que já havia chegado e a esperava na mesa. Sentiu um frio na barriga, respirou fundo e saiu. – Vamos lá, Laís!
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- Boa noite, senhora.
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- Boa noite.
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- Mesa para quantos?
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- Já tenho uma amiga me esperando.
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- Ok, então. Esperamos que desfrute de uma ótima noite
conosco.
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- Obrigada.
Entrou e foi olhando nas mesas a procura de Roberta, estava ansiosa, suas mãos suavam, seus olhos pareciam aflitos para acabar logo com a sua busca, até que eles pararam em um olhar que já era tão conhecido. Sentada a três mesas na sua frente ela encontrou Roberta, olhando-a fixamente com a sobrancelha levantada. – Nossa, que linda! Pensou. Caminhou em direção àqueles olhos que pareciam um imã natural. Sorriu ao perceber Roberta sorrir e levantar.
- Olá! Disse trêmula e tentando disfarçar todo seu nervosismo.
Fim do capítulo
Meninas, depois de muito muito muito tempo, estou de volta. Espero que ainda não tenham desistido de saber como a história irá desenrolar e qual será o "futuro" das nossas personagens.
Gostaria de agradecer a leitora beta Graziela que revisou o capítulo para mim e foi uma das incentivadoras para que eu continuasse a história.
Tomara que vocês gostem, porque eu gostei muito de escrever.
Super beijo!
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