Maria Fernanda lia a carta atentamente, lagrimas rolavam em seu rosto pois a cada palavra se lembrava da esposa, Berenice era a copia fiel da Patrícia, sua prima de primeiro grau. Patrícia e Berenice quando crianças eras muito unidas, o tempo afastou as duas e cada uma seguiu seu rumo, mas a partida de Nice, deixou Pati mais que abalada. Nanda e Patrícia não se davam muito bem, mas quando Bere estava por perto, tudo corria as mil maravilhas.

"Maria Fernanda, estou entrando em contato, pois a tia Selma deixou de herança o sitio no interior, ela viajou para os estados unidos sem tempo pra voltar. Essa semana mandarei a copia das chaves.

ASS: Patrícia Beraldinne.’’

Tudo que Nanda queria era esquecer, porém depois daquela noticia ficou difícil. Nanda divagava, ficou tentada a visitar o lugar onde passou momentos lindos com Berenice. Nanda não percebeu, mas bem perto de si uma luz a envolvia e um sorriso doce saia do ser de luz. A chef respirou fundo e sentiu seu coração aquecer.

- Tudo ficara bem meu amor – Maria Fernanda ouviu as palavras em sua mente.

***

- Pati não custa nada, por favor, estou muito ocupada na clinica, tenta entender amor – Luiza tentava convencer Patrícia a buscar Julia na escola.

- Lu eu adoro aquela menina, mas você sabe que ela me detesta, da última vez, fiquei procurando ela por horas – Disse irritada.

- Patrícia Beraldinne vá pegar a Ju e ponto – Luiza tinha perdido a paciência. Desligou e deixou uma mulher bufando de raiva do outro lado da linha.

- Chamar pelo nome completo é covardia – Pati resmungava enquanto tentava encontrar as chaves do carro.

***

Julia estava saindo da escola quando paralisou, viu a imagem de Patrícia vestida impecavelmente, estava escorada em seu carro. Imagem digna de capa da vogue.

- Eu mereço – Julia falava baixinho enquanto se aproximava do carro. Passou direto, nem deu oi para Pati, entrou no carro. Patrícia revirou os olhos e entrou também.

- Quer dar uma volta no shopping? – Patrícia olhou pra Ju. Silêncio, nenhuma resposta foi ouvida.

- Porque me odeia tanto? – Patrícia tinha perdido a paciência, tinha pavio curto.

- Você não é minha mãe Paolla. – Disse triste, fechou a cara.

- Não sou, mas eu amo sua mãe e já está mais que na hora de esquecer quem morreu – Disse fria e deu partida no carro.

- Nunca – Julia disse baixinho, fio de voz. No banco traseiro alguém observava as duas. Tentava transmitir boas energias para aqueles corações.

***

Em um lugar longe da terra, em um jardim florido, com arvores frondosas andava lado a lado duas mulheres com semblante sereno.

- Será que vamos conseguir? – Uma delas perguntou.

- É a nossa missão, com fé vamos conseguir, basta confiar – Disse calma

– Só não podemos interferir nos sentimentos. Vamos apenas aproximar as duas. Continuaram caminhando. Naquele lugar, pessoas estavam sentadas na grama verde, o ar era puro, a energia era maravilhosamente boa. Paolla e Berenice eras seres de luz, aprenderam com a partida, e agora estavam na paz plena.

***

Semanas depois

- Be, tem alguma coisa pra mim?

- Tem – Olhou pra ela.

– Tem uma morena linda que quero te apresentar – Riu.

- Eu perguntei alguma coisa de trabalho seu besta – Deu a língua pra ele, era sempre assim Bernardo sempre tentava arrumar um par pra ela.

- Darling, você tem um Buffet para daqui a três semanas, é um aniversário.

- No nome de quem? - Luiza Beraldinne – Be falou e anotou algo em seu caderninho.

- Tudo bem, vamos dar nosso melhor então – Piscou para o amigo, quando ouviu o nome, Nanda sentiu algo diferente e não passou despercebido o sobrenome da mulher.

– Não pode ser, seria muita coincidência – Nanda pensou quando seu amigo saiu da sala.

***

Semanas antes Luiza estava louca com tanto trabalho na clinica e ainda tinha que pensar no aniversario da filha, nem sabia por onde começar e quando pediu ajuda da esposa, essa soube sair pela tangente.

- Eliza nem sei mais o que fazer, você conhece alguém que possa organizar o aniversario da Ju? – Luiza desabafava com sua secretaria.

- Tenho uma amiga que conhece uma chef, dizem que é uma das melhores. – Eliza nem sabia de onde tinha tirado isso, pois fazia anos que não via a amiga que fez uma festa com os serviços da chef. Eliza só não sabia que perto de seu ouvido tinha alguém que mandava pensamentos em sua direção.

- Ótimo Eliza, próxima semana vemos isso. Depois daquela breve conversa, passou alguns dias e Luiza conseguiu o contato da chef, fez a reserva do buffet, agora era só esperar o tão esperado dia da Ju.

***

- Bere? É você? – Nanda estava sentada em um banco, em sua frente Berenice sorria.

- Sim meu amor, quero te dizer uma coisa– Disse pegando em sua mão

– Quero que saiba que sempre vou estar ao seu lado, você deve se preparar ara o caminho que está vindo em sua direção.

- Caminho? – Disse confusa.

- O seu amor eterno – Disse calma.

- Eu só quero você – Já chorava

– Sempre.

- Sempre estarei contigo – Limpou suas lagrimas

– Seja forte, nunca esqueça de lutar. Maria Fernanda acordou sobressaltada, as últimas palavras de Berenice ainda ecoava em sua mente. Do outro lado da cidade, Luiza sonhava com alguém doce, nunca tinha visto olhos mais lindos, mas quem seria? Nunca tinha visto aquele rosto antes.

***

Os dias seguiam calmos, Luiza sempre sonhava com aqueles olhos. Maria Fernanda sempre recebia a visita do ser de luz.

***

O dia da festa havia chegado, Luiza estava impecável, vestido soltinho, vermelho, cabelo em coque. Patrícia não ficava atrás, vestia uma calça social, uma blusa leve na cor branca, cabelos soltos, estavam lindas. Julia era só sorrisos, estava muito feliz, tudo estava tão lindo, nunca tinha visto uma decoração tão incrível.

- Você acha que ela vai gostar – Patrícia perguntou segurando uma caixinha preta, dentro havia um colar delicado que tinha comprado para Ju. Disse e deu um selinho em Luiza.

- Fica calma coração – Disse fazendo carinho em seu rosto

– Ela vai amar teu presente – Sorriu. Julia estava conversando animadamente com suas amigas, os adultos dançavam, os jovens a maioria se beijava e tinha também as rodinhas de amigos que riam sem parar. Na cozinha Maria Fernanda dava as ordens, ficava muito sexy quando estava de farda, Bernardo andava de um lado para o outro analisando os comes e bebes.

- Vamos sair daqui só o caroço? – Be disse já imaginando o cansaço no fim da noite.

- Vira essa boca pra lá – Disse animada

– Depois daqui vamos beber todas – Piscou pra ele que revirou os olhos.

– Pessoal vamos começar a viagem pelo salão, quero muitos elogios essa noite – Nanda falava batendo na panela e chamando atenção de todos na cozinha, riam e trabalhavam animados.

Fim do capítulo