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Amor acima de tudo por Little dream

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Capítulo 8 - Marina -

- Marina – 


Ainda dormia quando senti algo se acomodar na grande cama comigo. Um peso que fez com a cama mexesse e me fizesse despertar com o balançar. Senti algo se arrastar pela extensão e parar de movimentar-se bem próximo a mim. Não abri os olhos, os deixei fechados, e de repente senti uma pequena mão acariciar meu rosto. Só então abri os olhos e sorri. Lá estava ele. João Pedro. Cada vez que olhava para aquele garotinho de cachinhos eu me encantava mais e mais. Fiquei o admirando e percorrendo seu delicado rostinho com o polegar até ser interrompida

-- Ele queria te acordar. Fazia tempo que estava parado aqui na porta tentando alcançar a maçaneta. Desculpe. – disse Nanda de braços cruzados parada na soleira da porta do quarto.

-- Não tem problema não. – sorri para Nanda e depois para meu homenzinho. – Você já tomou o seu café? – perguntei para ele, e ele respondeu negativamente com um manear de cabeça.

Apesar dele ainda estar começando a falar, ele nos entendia muito bem. Era um garoto esperto, e quando não tentava responder o que perguntávamos ao seu jeito, com palavras quase incompreensíveis ou enroladas, ele respondia com sinais negativos e positivos com a cabeça.

-- Estávamos lhe esperando pra tomar café conosco. – disse Nanda entrando no quarto e parando ao lado da cama.

-- Então eu vou tomar um banho rapidinho e já desço. – disse me levantando da cama.

-- Ta certo. Vamos filho?

Olhei para João Pedro e ele balançava a cabeça de um lado para o outro se negando a descer com a mãe, e já deitando na cama. As vezes ele era muito dengoso, e depois do pequeno acidente na creche ele ficou ainda mais dengoso. Ele sempre corria me pedindo auxílio, pedindo colo, sempre que estava assim, eu tinha o coração mole e acabava fazendo de tudo para agradá-lo. Nanda dizia que um dia eu iria “estraga-lo”, o deixaria um menino mimado.

-- Acho que ele vai esperar você tomar o banho e só então ele vai aceitar descer. – ela disse sorrindo e eu não pude deixar de sorrir também.

-- Vai descendo então que eu já desço com ele também.

Ela confirmou com um manear de cabeça e retirou-se do quarto me deixando sozinha com João Pedro. Aproximei-me dele que estava deitado inquietamente enquanto puxava os lençóis da cama, e depositei um pequeno beijo em sua cabeça.

-- Já volto, não saia daí!

Liguei a tv para que ele ficasse quietinho enquanto assistia desenhos animado. Tomei um banho rápido, para aproveitar o máximo de tempo com João Pedro e Nanda, pra que tomássemos um café gostoso e sem muita pressa e sem que eu me atrasasse na agência. Sai do banho e ele ainda estava na cama, só que dessa vez ele estava muito mais calmo do que quando eu sai. Ele estava completamente absorto, nem mesmo me viu entrar no quarto. Fui até o guarda roupa e peguei roupas minhas que Nanda havia colocado na noite anterior – eu passava mais tempo na casa dela do que na minha, era normal ter roupas minhas por lá. Me veste rapidamente e recolhi alguns objetos meus como chave do carro e celular no criado mudo ao lado da cama.

-- Vamos?

Perguntei parando ao pé da cama, quase parada na frente da tv. Não precisei chamar duas vezes, ele rapidamente levantou-se e veio andando em cima da cama até onde eu estava. O peguei no colo, desliguei a tv, e descemos as escadas.

Desci e vi Nanda ainda arrumando algumas coisas na mesa, ela pegava algo em cima do balcão ao lado da pia e colocava em cima da mesa. Entrei vagarosamente sem chamar a sua atenção. Ainda com João Pedro em meu colo, aproveitei que ela estava de costas e beijei sua bochecha.

-- Bom dia!

Nanda olhou para nós e sorriu.

-- Bom dia. – ela respondeu ainda sorrindo. Sabe? Eu bem que poderia me acostumar com uma mulher como você ao meu lado.

-- Está me cantando senhorita Fernanda? – perguntei colocando João Pedro em sua cadeirinha.

-- Claro que não! De você só quero amizade! É que me recordei de como é bom estar com uma mulher, digo, como é bom a delicadeza, a gentileza, a suavidade, os carinhos. Entende?

-- Entendo sim. Quem sabe não aparece essa mulher na sua vida?

-- As coisas pra mim estão bem difíceis, e eu acho que sinceramente eu não teria cabeça para outra coisa que não fosse meu filho. Além do mais, quase nenhuma mulher, ou até mesmo homem aceitaria namorar uma mulher com um filho de dois anos de idade.

-- Tolice sua pensar assim. Muita gente se apaixonaria por essa coisinha gostosa aqui. – disse pegando a mãozinha dele – Você não precisa entrar em uma caçada Nanda, deixa as coisas acontecer, você merece, então não vai tardar a aparecer uma pessoa que lhe respeite e lhe ame, assim como ame também esse garotinho aqui.

-- Será? – ela perguntou com um ar desesperançoso. – Enfim, vamos tomar o nosso café senão vamos acabar nos atrasando. – disse puxando uma cadeira e sentando ao lado de João Pedro.

-- Sim senhora. 

Nanda queria desconversar, eu sabia o quanto a incomodava esse assunto, porque no final ela sempre lembrava da Renata, a mulher com a qual ela namorou por bastante tempo, se não me engano foram mais de 3 anos de namoro, mas por intolerância dos pais quando descobriram, elas acabaram sucumbindo a pressão, a ignorância e ao preconceito. Terminaram sem volta. Logo depois ela engatou um namoro com um carinha só para agradar os pais, e logo depois veio o homem que é “pai” de João Pedro. Sei o quanto ela se arrepende por não ter lutado um pouco mais.

O café da manhã não poderia ter sido melhor, aqueles dois faziam parte de mim, eram a minha família assim como Pietro, Pablo e Juliano. Conversamos, brincamos, me encantei ainda mais por um João Pedro todo lambuzado de mamão, rimos...

Saímos de casa de Nanda, e deixamos João Pedro na creche, de lá fomos direto pra agência. No caminho conversávamos sobre tudo e mais um pouco, menos sobre “coração” e os sentimentos que trazíamos nele. Acho que depois daquela rápida conversa antes do café da manhã, selamos um pacto silencioso, não falaríamos sobre amores e desamores pelo menos por um tempo. Pode-se dizer que as duas se conheciam como calejadas no quesito amor. Ela não me perguntava nada que envolvesse Giulia e seus encantos e eu também não perguntava nada, sobre seu ex marido ou sobre a suposta pessoa que ocuparia seu coração.

Quando estava entrando no estacionamento vi Giulia. Ela havia descido do carro completamente desajeitada e atrapalhada, e saído em disparada na direção do elevador. Não pude deixar de sorrir com a cena. Ela tinha jeito de mulher, mas essência de menina, e isso era totalmente admirável. Acho que isso foi exatamente uma das coisas que me fizeram reparar de uma forma mais profunda do que um dia já reparei em alguma mulher. Aquele jeito de menina, a vivacidade que ela transparecia com uma facilidade natural no olhar. Bastava olhar para ela pra ler habilmente: felicidade, alegria, força, determinação, amor, garra, perseverança, entre outras mais. As atitudes e a personalidade não escondiam a Giulia menina. Vi que Nanda também sorriu com a cena, e eu até esperei que ela quebrasse aquele pacto que havíamos feito e falasse algo a respeito de Giulia, mas para minha surpresa ela nada falou, apenas sorriu.

Saímos do carro e fomos para o elevador em silêncio, acho que estávamos perdidas em nossos pensamentos, em um mundinho só nosso. Eu só conseguia pensar nela, em Giulia, e posso apostar que Nanda estava pensando naquela frase que ela me disse pela manhã quando eu beijei seu rosto. Ela merecia alguém integro que a amasse acima de tudo e fosse capaz de enfrentar de peito aberto qualquer problema e qualquer barreira que pudesse surgir pela frente somente para viver ao lado dela o mais puro e verdadeiro amor. Quando conheci Larissa cheguei a acreditar que ela era essa pessoa na minha vida, que ela seria a pessoa que estaria ao meu lado em qualquer circunstância e a qualquer momento sem fraquejar, pensei que o nosso amor fosse mais forte do que qualquer coisa, que enfrentaríamos juntas o mundo inteiro se preciso fosse. Mas me enganei, eu sempre estive sozinha nessa relação, carreguei tudo em minhas costas e somente eu lutei. Lutei e ainda lutaria, porque eu acreditava cegamente no nosso amor, quer dizer, no meu amor por ela. Mas tudo se quebrou com uma traição, toda a força que eu tinha, todo o sonho acabou no momento em que ela me abandonou, por nada mais nada menos do que dinheiro e status. Senti-me em queda livre. 

Eu tinha medo disso, tinha medo de mesmo que estivesse apaixonada e amando eu não conseguisse mais acreditar no amor, não conseguisse mais confiar plenamente, de que eu não conseguisse me entregar de corpo e alma. Que jamais recuperasse a força e a alegria de fazer com que a vida a dois desse certo. 

Giulia me fez repensar tudo, tudo que eu passei a acreditar desde que Larissa me abandonou está caindo por terra. Ela está conseguindo com que eu aos poucos eu abandone a minha bolha de proteções. Sei que tenho que enfrentar esse receio, esse medo de sofrer de novo, Nanda sempre esteve certa, nem todas as mulheres do mundo são que nem Larissa. E Giulia eu posso apostar, apostar não, eu sinto do fundo do meu coração que ela é diferente de todas as mulheres do mundo. Essa mulher é única!

-- Bom trabalho chefinha! – disse Nanda de forma debochada assim que chegamos ao andar de minha sala.

-- Bom trabalho! 

-- Ah Marina, ia esquecendo, o Alberto ligou ontem no final da tarde e pediu para lhe lembrar da reunião com os patrocinadores da campanha de lingerie. – Nanda disse já se acomodando em sua mesa e olhando a sua inseparável agenda.

-- Ah! Obrigada. Se não tivesse falado agora, com certeza eu esqueceria. 

-- Não esquece de levar as propostas e o contrato.

-- A reunião é só amanhã não é? – perguntei com a mão na maçaneta da porta.

-- Sim! Mas é a sua primeira tarefa do dia, a reunião vai ser no escritório do Alberto, terá que estar lá as 8hs, ele quer falar sobre um outro assunto com você antes mesmo da reunião de amanhã.

-- E o que temos para hoje?

-- Sem reuniões por hoje. Somente Pablo e Juliano entrarão em reunião. Hoje você tem a inspeção de setor e o acompanhamento dos novos publicitários.

No automático me veio a imagem de Giulia, o seu sorriso meigo, a sua voz suave, quase aveludada. Os olhos pequenos, cor de mel. Sorri sem perceber.

-- Disfarça Marina! Do contrário a sua cabeça vai rolar.

-- Disfarçar o que?

-- Essa cara de bobona ai, e que eu sei muito bem qual é o motivo dela.

-- Não tem motivo nenhum! Estou indo pra minha sala. – desconversei e deixei Nanda sorrindo.

Entrei em minha sala e me recostei na porta fechada ainda sem conseguir tirar o sorriso do rosto. Eu não sei ainda o que essa garota fez comigo, mas é uma sensação tão gostosa, a qual eu nunca havia experimentado antes.

Fui até minha mesa, liguei meu computador e tentei esquecer um pouco a imagem que insistia em permanecer em minha cabeça, que invadia até mesmo os meus sonhos.

Passei a manhã envolvida e mergulhada no trabalho, em papéis e mais papéis. A dor de cabeça começava a dar sinal de vida. Apesar de amar muito tudo o que eu fazia, eu tinha que ler milhares de contratos, de propostas, entre outras coisas que sempre insistiam em serem escritas em letras minúsculas e que com o passar de tempo de leitura embalharavam-se sozinhas diante de meus olhos. 

Como era normal para mim, fui almoçar em companhia de meus inseparáveis amigos. Porém, hoje, exclusivamente hoje, os convidei para almoçar no “Veneza” – restaurante que dei de presente para meu afilhado, e que até a sua maioridade seria administrado por um homem de confiança, para que fosse dado tudo o suporte financeiro para João Pedro e Nanda. Eu precisava acertar algo com Estevão – o administrador – então uni o útil ao agradável, uma boa comida e uma rapidíssima reunião. Nenhum dos três se negaram, aceitaram de muito boa vontade o convite para almoçar no Veneza.

Chegamos ao restaurante e entramos pela parte detrás, tratei logo de falar com Estevão, para assinar uns papéis autorizando a expansão do ambiente com a compra de mais duas casas ao lado. Papelada assinada, tudo ok, pedi a Estevão que nos conseguisse uma mesa no piso superior do restaurante. Era o meu lugar preferido ali, me dava toda a visão da parte de entrada principal do restaurante, quem entrava e quem saía. Sentei do lado de Nanda, e Pablo do lado de Juliano. A nossa companhia masculina dizia ter pressa para resolverem compromissos antes de voltarem para a agência, mesmo assim o almoço foi tranqüilo, estava tudo muito bem. Estranhei o fato de Verônica não ter me procurado, me ligado, mandando mensagem, nada. Isso não era falta, era apenas estranho, fora do normal. Ela estava muito quieta. Desde que havia chegado a agência nem mesmo a vi de longe. Meus amigos também entranharam, normalmente a essa hora – do almoço – ela estaria me azucrinando querendo saber onde eu estava, com quem eu estava, e que horas voltava.

Fazia pouco tempo que tínhamos chegado ao restaurante, pouquíssimo tempo mesmo. Gelei dos pés a cabeça, meu coração pareceu falar, de repente comecei a tremer. Mesmo assim eu mantinha o olhar fixo no mesmo ponto. Eu acompanhava cada passo seu sem que meu coração se acalmasse um mísero instante. Estava petrificada, apenas meus olhos pareciam ter vida. Não ouvia e nem via mais nada. Apenas Giulia que adentrava o restaurante sorridente.

-- Marina? Marina? Ei?

-- Hã? Que foi? – perguntei saindo do transe.

-- Eu que pergunto. O que foi?

-- O que foi o que? – dei mais olhadinha para a mesa onde Giulia agora estava sentada.

Nanda olhou para o mesmo lugar que eu olhei por pouquíssimos segundos, mas aquilo foi o suficiente para eu me entregar, e ela sacar tudo. Era melhor abrir o jogo.

-- A Giulia está aqui.

-- Isso eu já vi, bem que você podia ter dito logo. – fez falsa expressão de raiva – Mas o que é que tem ela estar aqui? Quase todo mundo da JUMP almoça aqui normalmente.

-- Eu não sei.

-- Dia a verdade agora. O que houve?

Ela perguntava como se esperasse uma confissão. Ela queria que eu confessasse tudo o que Giulia me provocava, que eu estava caidinha por ela.

-- Não consigo explicar as sensações que ela causa em mim, mas foi só ela entrar aqui pra meu coração acelerar que nem louco, as mãos soarem, acho que até me tremi. Eu nunca senti isso de maneira tão intensa como eu sinto perto dela, e olha que eu nem a conheço direito. Não sei de nada da vida dela.

-- Você não sabe como eu me sinto em lhe ouvir falar dessa maneira Marina, fico muito feliz por ver que finalmente você está se permitindo. Talvez tudo isso que você esteja sentindo seja indícios de uma paixão.

-- Mas como isso aconteceu Nanda? Como se explica isso?

-- Existem coisas na vida que não precisam de explicações, precisam apenas ser vividas.

-- O que vocês tanto cochicham ai hein? – nos interrompeu o curioso Pablo.

-- Nada Pablo! Seu curioso! – disse Nanda.

-- Como não? Vocês estão cochichando há tempos ai.

-- Não seja curioso.

-- Ih Pablo, nós sobramos aqui. Nessa cumplicidade ai das duas nós vamos acabar ficando pra escanteio. Dois bobos. – disse Juliano.

-- Com certeza. Então meninas, não se preocupem, assim que acabarmos o almoço nós vamos andando, vocês ficam ai cochichando, tramando e mirabolando que eu e Juliano vamos resolver algumas coisinhas antes de voltarmos para a JUMP.

-- Vocês não precisam ir embora. – finalmente eu disse.

-- Nós precisamos realmente ir Marina, não é por causa desses cochichos ai de vocês não. Afinal Juliano e eu já estamos mais que acostumados com o fato de ficarmos de lado.

-- Isso tudo é ciúmes de vocês dois? – perguntou Nanda com um olhar inquisidor.

-- Não! – essa foi a resposta dos dois ao mesmo tempo.

Nossa pequena “discussão” foi interrompida com a chegada de nossos pedidos. Como sempre o almoço foi tranqüilo e divertido. E quanto mais os minutos passavam eu estranhava o fato de Verônica não ter dado as caras. Nenhum telefonema, isso não era normal.

Enquanto almoçava vez ou outra eu olhava de soslaio para a mesa onde Giulia estava, ela ainda estava acompanhada de duas funcionárias da JUMP, Alice e Natália. Eu não conseguia evitar a pontada de ciúmes que eu sentia quando via Natália falar mais próxima de Giulia, ou quando tocava o seu braço lhe chamando a atenção. Não era nada demais, era algo normal, Nanda mesmo já havia feito isso comigo só ali naquela mesa milhares de vezes, porém eu não conseguia de maneira nenhuma não sentir aquilo. As vezes quando algo lá embaixo, naquele mesa me incomodava era inevitável eu olhar, na verdade ficar de frente para onde elas estavam e ficar encarando, petrificada. Isso até Nanda bater a sua perna por baixo da mesa na minha chamando a minha atenção sussurrando “Disfarça!”.

Terminamos o almoço e como os meninos haviam falado, foram embora resolver assuntos dele, ficamos na mesa somente Nanda e eu, que por alguns minutos ficamos caladas, ela me encarando, como se quisesse me perguntar algo e eu tentando fugir daquele contato.

-- O que está acontecendo com você Marina? Me diz a verdade, eu quero te entender e quero te ajudar, mas pra isso preciso que você me conte a verdade.

-- Eu não sei bem qual é a verdade Nanda, tudo o que eu sei é que essa garota esta mexendo comigo de uma maneira que... – suspirei - eu não sei.

-- Você ficou inquieta desde que ela chegou, não parou de olhar para a mesa onde ela estava, ficava encarando. Por pouco Juliano e Pablo não perceberam tudo.

-- Ela ta mexendo comigo de uma maneira muito intensa Nanda, parece que algo se move dentro do meu estômago. Eu fico inquieta, fico boba, fico sem fala, penso nela o tempo todo, sonho com ela, quero estar perto dela. E o estranho de tudo isso, é que ela começou a mexer comigo desde que eu vi uma simples foto dela. É algo no olhar...não sei. Sinceramente não sei definir tudo o que eu tenho sentido desde a chegada dela. – falei com o olhar distante, tentando focar nas novas sensações.

-- Você já parou pra pensar que tudo isso pode realmente ser paixão?

-- Já?

-- E o que você pensa disso?

-- É um pouco assustador.

-- Mas você estaria disposta a investir?

-- Acho que sim. – suspirei.

-- O que falta pra você ter certeza Marina?

-- Muita coisa. Primeiro de tudo eu nem mesmo sei se ela namora, tem uma que ela diz que mora com ela há muito tempo, desde que ela saiu da sua cidade pra vir morar aqui, mas a relação delas me pareceu bem mais que amizade, não sei, pode ser que eu esteja errada. Pode ser também que ela tenha um namorado, pode ser que nem passe pela cabeça dela namorar outra mulher, pode ser que ela esteja apaixonada por alguém, tem o fato de ela ser mais nova do que eu, de eu ser a chefe dela...

-- Desculpas! – me interrompeu.

-- O que?

-- Tudo isso é desculpa. Mas vamos tirar tudo isso a limpo. Vamos?

-- Pra onde?

-- Nós vamos embora. Você vai descer essas escadas praticamente desfilando em um tapete vermelho, rebol*ndo e dando o seu maior e melhor sorriso. Vamos aproveitar que ela está sozinha, e, se ela olhar pra você, ficar babando ali quase teremos uma certeza de que ela não repugna a idéia de namorar outra mulher.

-- Namorar? – perguntei surpresa.

-- Marina anda logo, levanta dessa cadeira.

-- Mas...

-- Anda Marina! Você faz o seu papel e eu faço o meu, você deslumbra e eu observo ela babar.

Completamente maluca! Nanda era completamente maluca, e a idéia dela era mais maluca ainda. Mesmo que Giulia me olhasse enquanto eu descia as escadas isso não queria dizer nada, não era uma resposta concreta para uma de minhas dúvidas. Mesmo assim levantei de minha cadeira, ainda mais nervosa, e ainda mais trêmula. Será que ela iria olhar? Me pus a descer as escadas tentando fazer o que Nanda havia pedido, mas isso era meio difícil pra mim, não sei.

Nanda descia as escadas a um passo atrás de mim, quase ao meu lado, olhei para o lado e vi que ela estava totalmente concentrada em Giulia, na tentativa de captar a sua reação ao me ver, ela olhava de soslaio, e quando me viu olhar para Giulia me recriminou.

-- Não olha! Rebola Marina, rebol*!

Não pude deixar de sorrir verdadeiramente com isso, e Nanda me acompanhou também. A escada parecia maior do que ela realmente era, não acabava mais, e isso estava me deixando ainda mais nervosa. Quando cheguei na porta do restaurante quase corri na direção do meu carro, e minha amiga me seguia do mesmo jeito. Entrei no carro rapidamente e assim que Nanda entrou não pude esperar mais que um segundo.

-- E ai? Ela olhou?

Ela ficou calada, séria, parecia pensar. Meu coração batia cada vez mais acelerado e minha mãos não paravam de soar em contato com o volante que eu apertava tamanho meu nervosismo.

-- Marina. – hesitou - Pelo amor de Deus corre e agarra essa menina! – falou com grande animação e terminou sorrindo.

-- Ela olhou? – perguntei compartilhando da alegria que Nanda.

-- Se ela olhou? Ela quase babou o chão inteiro do restaurante Marina, ela não tirou os olhos de você, estava vidrada. Acho que você tem uma chance. – disse balançando as sobrancelhas e empurrando meu ombro com o seu.

-- Não brinca Nanda, ela é jovem, nunca vai querer ficar comigo, nunca vai me olhar com outros olhos, eu sempre vou ser a chefe dela e nada mais. Ela deve ter ficado surpresa por ter me visto aqui, só isso. – falei dando uma desanimada.

-- Deixa de tirar conclusões precipitadas Marina, como você tem tanta certeza das coisas se ainda nem tentou?

Não disse mais nada, nem mesmo sabia o que deveria falar diante da pergunta de Nanda. Dei partida no carro.

-- Não vai me responder Marina?

-- Eu não sei o que fazer Nanda. – disse como um desabafo.

-- Como não sabe? É claro que sabe! Se aproxime mais dela, a conquiste se for necessário. Você é uma mulher especial, romântica, meiga, carinhosa, encantadora, inteligente, astuta, fiel...não vai ser uma tarefa difícil.

-- E se ela já estiver comprometida ou apaixonada por alguém?

-- Isso você não vai descobrir perguntando pra mim amiga, só ela pode te responder isso, então, a única coisa que você pode fazer é se aproximar dela, criar um vínculo, uma amizade, e só assim você vai descobrir isso. E muito mais claro.

-- Eu vou tentar! – disse com um sorriso de lado.

-- Não não, você vai conseguir! Ai Marina! – disse dando um gritinho e batendo as palmas com entusiasmo – Ela é linda Marina, vocês formariam um belo casal, perfeito!

Estava decidido, eu precisava me aproximar da Giulia, e era isso mesmo que eu ia fazer, pouco a pouco eu iria conquistar um pedacinho, um cantinho na vida dela. Eu queria aquilo, precisava, iria investir com toda a certeza do mundo. Se dependesse de mim eu traria Giulia pra mim.

Assim que chegamos à agência tranquei-me em minha sala, queria pensar e confabular uma maneira sutil e eficaz de me aproximar de Giulia. Não parava de pensar nela um segundo sequer, e era só a sua imagem vir a minha cabeça que todas as sensações vinham com força. Ela nem precisava estar perto de mim, a minha frente pra despertar toda aquela avalanche de sentimentos que me assolavam desde o dia em que vi a sua foto.

Passei o inicio da tarde em minha sala, trancada. E cada vez mais eu estranhava não ter notícias de Verônica, estava tudo quieto demais, e isso não era nada confortante quando o assunto era ela. Nunca foi calma e paciente, sempre foi explosiva e imperativa. Se fosse um dia normal, há essa hora eu estaria trancada em minha sala, mas com intuito de fugir do assedio e da marcação serrada dela. Com certeza meu celular estaria desligado por simplesmente não parar de vibrar em cima da mesa com ligações e mais ligações dela, meu ramal estaria fora do gancho tamanha insistência em me cobrar satisfações. Totalmente estranho essa quietude! 

Perto do final do expediente, resolvi seguir um pouco a minha rotina, mas dessa vez com um gostinho a mais, Giulia estava em meu “caminho” dessa vez, fazia parte do meu dia. E era algo extraordinário somente poder olhar pra ela. Desci para uma rápida “inspeção” no meu setor, só pra saber como as coisas estavam, em que pé estavam os novos projetos e pra saber como ela estava se saindo.

Mais uma vez no dia eu me sentia nervosa, completamente nervosa. Parei uns instantes junto a porta do setor, me preparava para entrar. Respirei fundo, e sorri por ansiar a minha visão predileta. Falei com cada um, mas a única mesa em que eu me demorei foi na de Natália e Giulia. Parei bem próximo a ela, e de onde estava podia sentir o perfume de sua pele, de seus cabelos. Minhas pernas quiseram fraquejar, isso fez com que protelasse a minha saída um pouco mais ali, parada, bem ao lado dela. Falei com elas sem conseguir desfazer o sorriso que se formou em meus lábios.

Voltei para minha sala, parecia que tudo ali tinha o cheiro dela. Pra onde eu olhava, mesmo que fosse para o nada eu podia ver o sorriso dela. O que era tudo aquilo que estava acontecendo comigo? Tudo tão de repente, tudo tão avassalador, tão intenso e real. O final do expediente chegou, sai alguns minutos mais tarde, quando sai vi que haviam poucos carros no estacionamento, pouquíssimos pra falar a verdade. Passei o dia quase que desligava da minha vida, tudo o que eu conseguia pensar era nela, ela não me saia da cabeça. 

Pouco tempo depois que havia chegado em casa recebia uma ligação de Alberto - meu advogado, me perguntando se estava tudo pronto para a nossa reunião no outro dia, se eu estava preparada. Só depois dessa ligação foi que lembrei da papelada que eu precisava levar para Alberto. Que cabeça a minha! Eu havia esquecido a pasta com todos os documentos em minha sala, na agência. Eu não podia ir para a reunião sem estar munida deles. O jeito era voltar até a agência para buscá-los. Tomei um banho rápido, vesti uma roupa mais confortável, e voltei a dirigir na direção da JUMP.

Eu me sentia tão alegre. Cantava todas as músicas que tocavam em meu carro. O volume estava alto, e eu cantava batendo os dedos no volante, as vezes até cantando bem mais alto o refrão da música. Aquilo não parecia nem um pouco comigo, quer dizer, me rotulavam como uma mulher séria demais, centrada, aquele tipo de pessoa que não parece fazer coisas comuns como todo mundo faz, como por exemplo cantar alto uma música enquanto dirige, ou fazer uma piada, rir de palavras sem sentido, ou rir de si quando por azar leva um tombo.

Entrei no estacionamento dirigindo lentamente. Quase não haviam carros no estacionamento aquela hora, estava praticamente deserto, a não ser pelo carro de um dos chefes da segurança, um do pessoal do RH, e um carro que não sabia a quem pertencia, mas estava lá desde a hora que fui embora.

De longe avistei que tinha alguém sentado no banco do motorista mantendo a porta aberta. Estacionei longe daquele carro em específico, e resolvi ir andando lentamente na direção do mesmo. Eram pernas femininas. Meu coração por alguns segundo quando consegui identificar quem era dentro daquele carro. Era Giulia! Instintivamente, olhei para o relógio, era tarde, muito tarde. O que será que ela ainda fazia por ali, sozinha dentro daquele carro? O que será que tinha acontecido? Me aproximei sem ser vista.

-- Algum problema ai? – perguntei e ela pareceu se assustar.

-- Na..não D. Marina.

-- Ah não. Nada de dona. O que você ainda está fazendo por aqui uma hora dessas. – tentava disfarçar meu nervosismo enquanto ela ainda permanecia sentada me olhado.

-- Fiquei fazendo um trabalho meu e acabei esquecendo da vida.

-- Eu voltei para pegar uns documentos e lhe vi aqui sozinha, achei estranho e resolvi vir perguntar se está precisando de algo. – me expliquei – Precisa?

-- Na verdade, eu acho que preciso de um celular pra ligar pra algum mecânico, pra Vick, algo que resolva o problema do meu carro.

-- Na verdade, eu acho que preciso de um celular pra ligar pra algum mecânico, pra Vick, algo que resolva o problema do meu carro.

Vick? Quem era Vick? – me perguntei. Se ela quisesse, eu a levaria para onde quisesse, não precisava ligar para ninguém, eu a deixaria em casa com todo o prazer do mundo. Tudo em troca de ficar um tempo a mais com ela, e isso seria perfeito para começar a me aproximar dela.

-- Acho que um mecânico a essa hora vai demorar bastante. – tentei argumentar para fazê-la desistir de pedia ajuda e vir comigo.

-- Eu posso ligar pra Vick.

Admito, não gostei de ouvir mais uma vez esse nome. Engoli a seco. E senti uma ciúmes que nunca havia experimentado. Seria essa Vick namorada de Giulia, a garota com a qual ela morava? Sua heroína? Se ela queria tanto assim falar com a tal moça, que seja. Busquei o celular em minha bolsa e o entreguei para ela mesmo a contra gosto.

-- Pode ligar. 
Ela me olhou por alguns segundos e acabou aceitando o celular que eu lhe entregava. Fiquei a olhando, a admirando enquanto ela tentava inutilmente falar com a Vick. Não a conheço, mas já gostei dela.

-- Ela não atende. – disse com uma carinha triste.

-- Eu posso te levar em casa. – senti a minha chance voltar e sorri com isso.

-- Imagina não precisa. Eu dou um jeito.

-- Nada disso, se você ficar, eu fico aqui com você. – disse me encostando em seu carro.

-- Não! – ela quase gritou parecendo nervosa.

-- Então você vem? – perguntei me colocando a sua frente novamente,

Ela parou por alguns instantes, pensativa, parecia diante de um grande dilema com a minha pergunta. Ela me encarava, me olhava fixamente. Aquilo estava me desestruturando completamente. Aquele olhar me instigava. Uma vontade louca de beijá-la me acometeu. 

-- Você vem? – insisti.

Ela abria e fechava a boca várias vezes, mas sem emitir nenhum som. Me olhava como se tivesse dividida.

-- Tudo bem! Se não for lhe incomodar de maneira nenhuma eu aceito a sua carona.

-- Não será incomodo nenhum. Mas... – já ia esquecendo do que tinha ido fazer ali.

-- Mas? – 

-- Você se incomoda de me esperar um pouquinho? Preciso ir até a minha sala pegar uns documentos, ai poderemos ir.

-- Claro que não. Eu que já estou abusando da sua boa vontade. – disse sorrindo.

Busquei de uma força que eu não sabia que existia, tudo para me segurar e não avançar em sua boca. A vontade de sentir seus lábios nos meus só aumentava.

-- Então eu vou lá. – disse já me distanciando.

-- Espera! Eu posso ir com você? É...é que eu não queria mais ficar aqui sozinha.

-- Claro! Pode vir!

Meu Deus, isso é muito difícil, não consigo frear a vontade de descobrir o sabor dos lábios dela. Em instantes ela se colocou ao me lado e pegamos o elevador na direção de minha sala. O silêncio ali dentro era absoluto. Nenhuma ousou quebrar o silêncio, apenas permanecemos ao lado uma da outra, ainda sim deixando uma certa distância entre nós.

Cheguei a minha sala, a destranquei e tentei ligar a luz. Apertava o interruptor e nada. Entrei assim mesmo, a sala estava escura, iluminada apenas por pequenos fechos de luz que vinham dos postes na rua, invadindo a sala pelas persianas.

-- O vigia deve ter desligado o quadro das luzes de novo. Droga! – disse ao bater o pé em algo que não consegui identificar.

-- Tudo bem? – ela quase sussurrou. 

-- Tudo. - parei onde estava - Giulia você tem medo do escuro? – não me contive em perguntar diante de seu jeitinho assustado.

Giulia estava bem atrás de mim, quase colada em minhas costas. Ela acompanhava todos os meus movimentos.

-- Hunrum.

Sorri e consegui chegar a minha mesa. Tateei em busca da pasta que eu havia deixado bem em cima da mesa, mas tudo o que consegui foi joga-lo no chão ao esbarrar minha mão nele. Me abaixei a passei a tatear o chão em busca daqueles benditos documentos.

Eu podia sentir a respiração de Giulia bem atrás de mim enquanto ainda permanecia abaixada.

-- Encontrei! - disse me levantando de sopetão.

Foi tão rápido que Giulia nem mesmo teve tempo de dar alguns passos para trás. No momento que me ergui de maneira efusiva, foi inevitável, acabei esbarrando de frente com Giulia que acompanhava todos os meus movimentos bem de perto. O choque a pegou de surpresa, como consequência ela desequilibrou-se. Como já havia acontecido outra vez tirei reflexo não sei de onde, mas consegui segurá-la pela cintura antes que ela caísse. Não pensei duas vezes, soltei a pasta que havia acabado de encontrar e segurei Giulia a puxando para mim. Nesse movimento ela acabou ficando a pouquíssimos centímetros de mim.

-- Desculpe. Tudo bem?

O contato com o corpo de Giulia me fez tremer inconscientemente, e minhas mãos soassem. Não sei se isso seria algo bom ou ruim, mas isso não passou despercebido por ela.

-- Tudo bem. – parou por alguns instantes - Você está tremendo! - constatou. 

Não consegui falar nada, senti minhas bochechas arderem, podia apostar que elas estavam vermelhas. Acho que por muito pouco ela não conseguia ouvir meus batimentosbatimentos, meu coração estava mega acelerado. Eu não conseguia esboçar nenhuma reação, nenhuma palavra, apenas olhava para seu rosto que estava mais do que perfeito debaixo do pequenos fechos de luz que iluminava especialmente seus olhos e sua boca. 

-- Marina? 

-- O que você fez comigo? - perguntei apertando um poucopouco mais a sua cintura.

-- É...é Marina me desculpe, não foi intencional, só estava um pouco asustada e...

-- Não estou falando disso. - a interrompi e a puxei contra meu corpo.

-- Do que...

Não dava mais, eu não aguentava mais aquilo, estava sendo torturante. Venci de uma vez a distância e rocei meus lábios nos seus.

-- Giulia. - falei se nome após um suspiro e antes de beijá-la.

Fim do capítulo


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