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2121 por Cristiane Schwinden

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Palavras: 3247
Acessos: 8014   |  Postado em: 00/00/0000

Capítulo 15 - Cânone

01 de agosto de 2113

A missa terminara naquela manhã abafada de agosto, os fiéis saiam lentamente, alguns grupos e famílias conversavam e confraternizavam com outras famílias nas portas e do lado de fora da igreja.

– Samantha! Venha aqui! – Elliot chamou sua filha, que conversava com algumas colegas do grupo de jovens católicos o qual participava.

Sam aproximou-se rapidamente, e seu pai foi logo fazendo as apresentações.

– Sam, quero que conheça nossos novos amigos, os Phillips, eles são novos na cidade e eu estava contando como nossa igreja vai acolhê-los, inclusive já incumbi você de apresentar o grupo de jovens ao filho deles, não é Mike?

Sam cumprimentou timidamente o casal e em seguida o filho, Mike, que apesar dos poucos quinze anos, tinha grande porte, era um garoto imponente.

– Você quer participar do encontro que vai começar daqui a pouco? Posso te levar até nossa sala. – Sam se ofereceu, de forma gentil.

– Aidan é militar como eu, veja só que feliz coincidência! – Elliot vibrava, com a mão no ombro do pai de Mike. – E claro que seu filho seguirá sua carreira, assim como você, Sam, vocês serão colegas de quartel quando completarem dezoito.

Sam não escondeu o desconforto com o assunto, e por fim conduziu seu novo amigo para as salas onde eram ministradas a catequese e as reuniões dos grupos.

– Então… – Mike iniciava a conversa, enquanto caminhavam lado a lado. – Você também tem o sonho de defender o país? Ir para os campos e lutar contra o oriente?

– Acho que sim, seguirei os passos de meu pai, é o sonho dele.

Sam era uma adolescente comum, uma garota esbelta e alta, com um rabo de cavalo no alto da cabeça e aparelhos nos dentes, tinha sempre um tímido mas acolhedor sorriso.

– Não acha que deveriam diminuir a idade mínima para o alistamento? Às vezes acho que estamos perdendo tempo na escola. – Mike dizia.

– Não acho que a escola é uma perda de tempo. Ok, chegamos.

Sam o apresentou ao restante dos jovens e ao orientador, o Padre Clive, o jovem pároco responsável pela pastoral da juventude.

Trocaram olhares durante toda a manhã, e no final, surgiu o convite.

– Mike. – Sam tocou em seu braço, na saída. – Você é novo na cidade, não deve conhecer quase nada aqui, não é?

– Nada, para ser mais exato. Só estive na escola, que começo amanhã.

– Gostaria de aparecer na sorveteria da praça hoje? Sempre nos reunimos lá no final da tarde.

– O pessoal do grupo?

– Sim, vá tomar um sorvete conosco.

 

Passaram algumas horas na sorveteria entre conversas e cantorias com violões, que era habitual naquele final de tarde.

– Fiquei feliz que a garota mais bonita da igreja me chamou para tomar um sorvete. – Mike dizia, com galanteio, estavam sentados de frente para o outro.

Sam enrubesceu, ficando sem jeito.

– Eu sou uma boa guia turística.

Mike a fitou, a olhou com certa estranheza.

– Seus olhos tem uma cor diferente.

– É, mais ou menos, são castanhos e verdes também.

Ele olhou mais de perto.

– Que pena, se fossem apenas verdes seriam mais bonitos, não acha?

– Ãhn… Já me acostumei.

– Quer sentar lá fora, para podermos conversar mais à vontade? Quero te contar sobre o campeonato de futebol que ganhei na escola esse ano, fui o artilheiro! – Mike a convidou, com um sorriso aberto.

Passaram mais algum tempo conversando, Sam já estava atraída pelo novo amigo de igreja, foi para casa com um sorriso bobo nos lábios, e logo contou sobre ele para a irmã, três anos mais velha e já noiva, elas ainda dividiam o quarto.

– Parece ser um bom partido, ele é bonito? – Lindsay perguntava, enquanto dobrava suas roupas em cima da cama.

– Lynn, ele é forte, parece um atleta profissional, e é tão lindo! – Sam deitava em sua cama.

– Não deve ser mais bonito que o meu Arnold. – Lindsay sorriu, animada. – Nosso pai contou que ele também entrará no exército, perfeito para você, vão casar e trabalhar juntos.

– Eu acabei de conhecer o garoto, Lynn. – Sam girou na cama, ficando de bruços. – Mas seria perfeito mesmo, acho que encontrei meu príncipe. – Finalizou com um sorriso.

Três semanas depois tiveram o primeiro encontro, era o aniversário de quinze anos de Sam e foram ao cinema, sozinhos. Foi a primeira vez que suas mãos se encontraram. No dia seguinte, seus pais lhe fizeram uma festa pelo aniversário, e Mike pediu à Elliot a permissão para namorar com Sam, permissão que foi prontamente concedida, para felicidade dela.

O primeiro beijo surgiu um mês depois, num restaurante em Canterbury, uma cidade turística próxima à Sevenoaks, aproveitando que Lindsay e seu noivo haviam saído para caminhar no calçadão em frente. Era o primeiro beijo na vida de Sam.

Por quase três anos o namoro seguia a mesma rotina, os encontros quarta-feira à noite na casa de Sam, sábado à noite na casa de Mike, e domingo à tardinha, na sorveteria ou cinema. Agora conversavam sobre noivado, e ela sabia o assunto que viria a seguir: a programação.

– O que faremos primeiro, o noivado ou a programação? – Sam perguntou, estava recostada em Mike, no sofá da sala da casa dele naquele sábado à noite.

– Faremos como Padre Clive nos orientou, vamos oficializar o noivado com nossos pais, depois com nosso grupo na igreja. E então poderemos fazer a programação, a paróquia custeia o processo apenas se já tivermos oficializado o noivado, você não prestou atenção quando ele falou naquele dia, na missa?

– Prestei… Eu ouvi quando ele disse sobre o curso preparatório que temos que fazer depois do noivado, mas você acha que isso é necessário? Por que precisamos de um curso que nos ensina a ser um casal? Eu já sei como é ser um casal, eu vejo TV, ouço os sermões no grupo, converso com Lindsay.

– Sam… Você é tão ingênua às vezes. Tem outras coisas envolvidas num noivado e num casamento, você não sabe nada sobre a vida, acha que porque sabe cozinhar está preparada para uma vida a dois?

Sam movia a cabeça incomodada, virou-se um pouco, ficando quase de frente para Mike.

– Lindsay me contou que ensinam como se portar na cama, eu não sabia que existiam regras para isso. – Ela falou, sem jeito.

– Não é simplesmente se portar na cama. – Mike respondeu com irritação. – É como ter uma vida conjugal seguindo os princípios da ética e moral cristã, existem regras. Você quer correr o risco de desrespeitar os preceitos da nossa igreja? Eu não quero.

– Não, eu também não quero. – Sam respondeu, com uma voz comedida.

Mike pousou a mão em seu rosto, e começou a falar.

– Temos que nos blindar para essa depravação que vem de fora, essa sexualização que temos nos filmes e nos meios digitais, no curso vamos aprender até onde podemos ir, e o que podemos ou não podemos fazer. O ato sexual tem que ser comunhão, ordem, disciplina, e não prazer por prazer.

– Dizem que casais noivos podem dormir juntos de vez em quando no exército, e em seis meses nos alistaremos.

– Sim, mas nossa primeira vez será antes do alistamento, será depois de finalizarmos o curso. – Mike disse, incisivo.

Sam apenas balançou a cabeça, concordando.

Isso te deixa ansiosa? – Mike perguntou, após um rápido beijo.

– Um pouco.

– Você disse que queria, eu não vejo a hora. – Ele a beijou novamente.

– Eu também quero. – Sam transpassou seus braços por trás do pescoço de Mike, o beijando com paixão.

***

Houve uma festa simples, um jantar de noivado na casa de Mike, com a presença do Padre Clive. Apesar da condição financeira limitada de ambas as famílias, os pais de Mike haviam comprado uma aliança espessa e cara, que foram devidamente colocadas em seus dedos naquela noite.

A programação bioquímica aconteceu na semana seguinte, a igreja arcava com as despesas para seus fiéis, o que garantiria casais prósperos e baixa taxa de infidelidade.

O procedimento era feito em clínicas rigidamente controladas pelo governo, e consistia em duas atividades distintas: injetava-se várias substâncias químicas sintetizadas, aquelas que o cérebro humano produz quando se apaixona, como vasopressina e oxitocina, além de muita dopamina, fazendo uma reprogramação neuroquímica maciça, o que faria com que o casal continuasse apaixonado e fiel por vários anos.

E a forma de garantir que o amor químico fosse pelo parceiro certo se dava por estimulação visual durante o procedimento, o indivíduo recebia estímulos visuais ostensivos do seu parceiro durante a primeira metade do processo. Era a garantia que o casal sairia dali ainda mais apaixonado, que uma aliança sólida havia sido adquirida.

Mas os corpos e cérebros são diferentes uns dos outros, muitas vezes o amor químico desvanecia mais rapidamente em um lado só do casal, sendo necessário os procedimentos reparatórios. Meia hora de reprogramação e mais alguns anos de amor estariam garantidos.

Após se submeterem à um teste de compatibilidade, executado por um programa desenvolvido pelo governo, Sam e Mike tiveram uma conversa rápida com o médico responsável da clínica, que trabalhava em parceria com a igreja católica, Sam permanecia com as mãos unidas, esfregando seus polegares, apreensiva.

– Qual foi nosso índice? – Mike perguntou, animado.

– Foi bom, um bom índice, dentro do exigido pelo ministério do casamento. – O médico respondeu.

– Mas quanto foi? Fizemos os 100 pontos?

– Não, 68 pontos, como o mínimo aceito para o procedimento é 65, vocês estão confortavelmente dentro da faixa.

– Ah… – Mike exasperou.

– Mas se vocês sentirem que as coisas deram uma esfriada, o que pode acontecer mesmo com a programação, nas farmácias vocês podem encontrar os comprimidos compensatórios, o composto de libido de 2mg é suficiente para um mês de vida sexual bem estimulante. – O médico deu uma piscadela no final da fala.

– Não precisaremos destas drogas. – Mike disse, com firmeza, sério.

– Eu quero que vocês entendam como essa programação age. Com relação ao amor, temos três sistemas cerebrais: impulso sexual, amor romântico e o apego. Nossa programação aguça o terceiro, o apego, que é o que faz os casais ficarem juntos para sempre.

– É o que nos importa. – Sam disse, Mike lhe direcionou um sorriso e pegou sua mão, colocando em seu colo.

Logo em seguida Sam já estava numa das cadeiras reclinadas, como as de dentistas, porém estas cadeiras possuíam uma grande estrutura na área da cabeça, com fios, tiras, eletrodos, telas. Ela teve os braços presos e logo penetravam agulhas em ambos os braços, não era apenas a aversão às agulhas que deixava Sam nervosa, ela não tinha mais a certeza de antes sobre o procedimento. Há alguns anos a certeza existia, agora um espaço pequeno e incômodo se abrira para dúvidas, porém estas dúvidas foram contidas fervorosamente. Dizia a si mesma o tempo todo que estava fazendo a coisa certa, e que Mike era o homem da sua vida. Quarenta minutos depois e Mike tornara-se de fato o homem da sua vida.

Até que a (falta de) programação os separe.

***

Quatro meses e um curso intensivo depois, tudo estava devidamente preparado e arquitetado, eles teriam sua primeira noite, seria no quarto de Mike. Seus pais viajaram para um retiro religioso naquele final de semana.

Conforme o planejado, iniciavam a noite com um filme na sala, iriam para o quarto as onze.

– Por que esse filme? – Sam perguntou, sentada ao lado de Mike.

– Foi Padre Clive que recomendou, ele disse que os casais devem ver esse filme quando sentirem-se preparados.

– Não é obsceno?

– Claro que não, não terá nada explícito.

Mike a abraçou, e a aconchegou sobre ele, que havia deitado sobre algumas almofadas.

– Não fique nervosa, será uma união abençoada pelo Senhor, esperamos até agora, até termos a certeza que estamos fazendo no momento certo e aceito por Deus, estamos agindo dentro da moral que aprendemos.

– Eu sei… Eu estou preparada.

– Não se preocupe com nada, deixe o trabalho comigo. – Mike tentava tranquilizá-la. – Quer mais refrigerante?

– Não, vamos ver o filme. – Sam se aconchegou.

– Hey, olhe para mim. – Ele trouxe o seu rosto na direção dele. – Eu te amo, fomos feitos um para o outro, apenas lembre-se disso, ficaremos juntos para sempre.

– Eu também te amo. – Sam finalmente sorria, e assistiram todo o filme em silêncio.

***

– Você se recorda das orações ou quer que eu pegue as apostilas? – Mike ofereceu-se, já estavam no quarto.

– Me recordo, são apenas duas.

Ambos estavam de pé ao lado da cama, encabulados.

– Ãhn… Ok, vou ao banheiro, fique à vontade, ligue a TV se quiser.

Mike voltou já sem camisa, Sam aguardava na cama, suas mãos suavam. Ela tomou a iniciativa e logo já estavam trocando um beijo afoito, Mike estava por cima dela, que não sabia direito o que fazer com as mãos. Em poucos minutos tudo estava finalizado.

– Isso está certo? – Sam perguntou timidamente, ao seu lado, numa cama de solteiro num quarto repleto de pôsteres esportivos e militares na parede.

– Parece que sim, foi como nos ensinaram. Talvez mais rápido do que disseram…

– Também achei que demorasse um pouco mais…

– Está tudo correto, houve o coito, a semente foi derramada dentro, como mandam as regras.

Sam apenas subiu o lençol, cobrindo até o pescoço, ainda tentava entender e se acostumar com aquilo.

– Vou ao banheiro, vista sua calça, é desrespeitoso dormir sem roupas. – Mike disse já saindo da cama, subindo seu short.

Mike retornou para a cama já vestido, foi a vez de Sam ir até o banheiro, percebeu que havia sangue entre suas pernas e assustou-se. Sentia-se estranha, desorientada, por impulso acabou tomando um banho.

– Por que demorou? – Mike questionou.

– Eu tomei um banho. Você havia percebido o sangue?

– Não, mas isso é normal. Você sentiu alguma dor?

Mike puxou Sam para cima de seu peito, desajeitadamente.

– Senti.

– Só a primeira vez é assim, não se preocupe com isso, ok? – Beijou sua testa por fim.

– O que fazemos agora? – Sam perguntou, com a voz baixa.

– Acho que dormimos juntos, você aqui no meu peito, como estamos agora.

Outras vezes vieram, mais agradáveis, menos dolorosas, algumas mais prolongadas, mas Sam continuava achando que havia algo errado, que não era assim que deveria ser. Para piorar, as orientações da igreja impediam qualquer inovação ou algo mais estimulante, eram apenas três posições consideradas moralmente dignas, e nada de sex* anal ou masturbação.

***

Poucos meses depois já estavam em treinamento no batalhão da cidade vizinha, servindo ao exército da nação europeia, para orgulho de Elliot e Aidan. Naquele ano Elliot sofrera um acidente, fora atropelado próximo de casa, lhe causando um problema crônico nos quadris. Sua aposentadoria aumentava a pressão nos ombros de Sam, que era duramente cobrada em seu desempenho militar.

Não demorou muito para perceber o quanto seria difícil galgar patentes numa instituição arcaica e machista, eram raros os casos de mulheres que alcançavam o posto de oficial, todo o comando do exército era masculino.

Um ano servindo em Kent, e eram agora enviados para uma base no oeste da zona morta, o que um dia fora a costa oeste do Canadá. Sam odiava o frio intenso e constante, usavam uniformes pesados e repletos de tecnologia, esforçava-se de forma sobre-humana e assistia Mike e seus colegas subindo de patente, enquanto ela e suas colegas permaneciam como recrutas.

Completavam um ano de trabalhos na América, as missões eram normalmente de rotina, exploração de áreas desabitadas e expulsão de nômades. Poucas vezes participavam de algo que se assemelhava à uma batalha, quando encontravam vilas de imigrantes da Ásia ou oriente médio. Tinham permissão para o uso de violência, alguns soldados mais empolgados faziam baixas desnecessárias. Sam abominava aquela violência, dia após dia achava menos sentido no que fazia, a vontade de sair dali, de voltar pra casa, casar e ter uma vida pacífica, apenas aumentava.

Aquela era mais uma noite em que dormiria com Mike nas instalações para casais, indulto que conquistaram o direito semanal.

O ato era quase mecânico, trocavam alguns beijos, Mike ficava por cima, mantinha relação de fato por não mais que três minutos. Sam não sabia como conversar com seu noivo sobre sua insatisfação, todas as vezes que tentara a reação dele fora hostil.

Ao finalizar, Mike dava um beijo em Sam e ia para o banho.

– Amor, posso tomar banho com você? – Sam ousou pedir, pela primeira vez, assim que Mike levantou da cama, subindo sua calça.

Ele parou no caminho, e virou-se para ela, com um semblante irritado.

– De onde você tirou essa ideia? Eu e você juntos num chuveiro, fazendo atos libidinosos? Muito bonito isso, Samantha, qual será sua próxima ideia, sex* em público?

– O que tem de mais? Você é meu noivo, podemos ter essas intimidades, nós não faríamos nada proibido. – Sam respondeu cabisbaixa.

– Quem anda colocando essas ideias na sua cabeça? É aquela solteirona da Maritza? Não gosto que você ande com ela. Mulher tem que se dar ao respeito.

– Não tem nada a ver com os outros, Mike. Isso é assunto nosso, eu acho que poderíamos tentar outras coisas, eu sinto falta de algo mais… Você é tão rápido, acho que eu poderia ter mais prazer.

Mike estendeu os braços, os apoiando no batente da porta do banheiro.

– Então você está me dizendo que não te dou prazer, é isso? Depois de quase três anos indo para a cama comigo finalmente resolveu reclamar?

– Não, não é nada disso, eu tenho prazer com você. Escute, o que quero dizer é que poderíamos apimentar as coisas, eu gostaria que você usasse suas mãos em mim, por exemplo. Eu gosto quando você corre suas mãos pelas minhas costas.

– Mãos não foram feitas para essas coisas, são sagradas, foram feitas para acalentar e ganhar o pão nosso de cada dia, prostitutas e devassos usam as mãos para fazer sex*.

– Mas eu lembro do curso, lembro que disseram que as mãos poderiam estimular o parceiro como forma de preliminar, desde que a finalização fosse dentro, o próprio Padre Clive me confirmou isso.

Mike mudou para um semblante compreensivo.

– Eu prometo sempre te dar carinho com minhas mãos, tentarei ser mais atencioso com você na cama, mas não me peça para tocar em suas partes, ok? Vou tomar banho, vista-se.

O acidente com Sam veio logo depois, fazendo com que as coisas piorassem. Mike tinha verdadeira ojeriza com a amputação e a perna artificial de Sam, com o tempo ele ficou menos carinhoso, e o sex* ainda mais rápido. Sam sentia-se mal ao tirar a roupa quando estava na cama com ele, algumas poucas vezes tirava a camisa, tirava sua calça apenas se estivesse completamente coberta pelo lençol. Acostumou-se com a nova realidade, o assunto fora enterrado, não argumentava mais sobre essas coisas com Mike.

Mais um item para a lista de insatisfações enterradas.

 

Cânone: s.m.: Regra padrão, principio absoluto do qual são retiradas diversas regras específicas. Religião: Normas decretadas que dizem respeito à fé e/ou à disciplina, numa religião.

Fim do capítulo


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Comentários para 15 - Capítulo 15 - Cânone:
Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 11/12/2015

O que dizer deste capítulo? Quando a Sam conheceu o Mike até que o primeiro milésimo de segundo fui com a cara dele, mas depois... Tem alguma palavra que explícita bem o que essa cara é? Impossível a Sam ter sido tão complacente com esse verme. Aliás, ela ainda é e o pior é que o cara não está nem aí pra ela. 

 

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