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2121 por Cristiane Schwinden

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Palavras: 4885
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Capítulo 16 - Zênite

Não tiveram um dia de muitas palavras, foram horas intermináveis numa estrada sem atrativos.

Sam parecia cada vez mais abatida, ela sabia que precisava ter uma conversa desconfortável com Theo, mas adiava o quanto podia.

Era início da noite, haviam parado alguns quilômetros atrás para usarem o banheiro de um restaurante na estrada, Theo estava inquieta com o silêncio.

– Falta muito para chegarmos na cidade onde dormiremos? – Ela perguntou.

– Ãhn… – Sam olhou no visor do painel do carro. – La Esperanza está há 83 quilômetros de nós.

– Uma hora de viagem, mais ou menos.

– É… Por aí. – Sam respondeu com desânimo.

Theo parecia preparar-se para entrar num assunto delicado, hesitou antes de começar a falar.

– Sam, eu não te vejo, mas sei que você está angustiada.

Sam continuou com os olhos baixos na estrada, suspirou antes de responder.

– Você não faz ideia…

– E eu sei o porquê. Não seria mais fácil me perguntar logo?

Sam a fitou com as sobrancelhas baixadas, sem entender.

– Como assim?

– Eu te respondo e acabam essas suas dúvidas que estão te corroendo.

– Ok, então você tem uma resposta salvadora, que vai resolver meus problemas, é isso?

– Tenho.

– E qual é a resposta?

– Sim, você beija bem. – Theo falou de forma séria, mas logo abriu um sorriso.

Sam a olhou confusa por uns segundos, e logo as duas já estavam rindo.

– Muito obrigada, Theo salvadora, todas as minhas angústias se foram. – Sam zombou.

– Disponha.

– E que bom que uma de nós duas consegue fazer piada com minha situação complicada.

– Sabe qual o problema? Você está dando crédito demais ao que não precisa. As pessoas fazem besteiras por impulso, acontece, supere isso. – Theo catequisava.

Sam balançou a cabeça, concordando.

– Sabe, eu estava adiando essa conversa, mas já que você tocou no assunto… Isso não vai se repetir, ok? Foi um deslize meu. – Sam falou séria.

– Eu sei.

– Sabe?

– Não foi?

– Foi.

– Então, como eu te falei ontem, não pense nisso, estas coisas acontecem com todo mundo, você é humana, também erra, não se leve muito a sério. – Theo dizia de forma descontraída.

O que era para ser um alívio, estava deixando Sam ainda mais confusa.

– Foi uma atitude irresponsável, sem pensar, não vai se repetir. – Sam insistia.

– Eu sei, é a situação toda… Você com essa pressão, prazos, longe da sua zona de conforto. Eu entendo, não pense demais, não foi nada.

Sam estava aliviada com a compreensão que Theo estava tendo com a situação. Mas por razões desconhecidas também estava decepcionada.

– Prometo que não farei mais nada do tipo, isso não acontecerá de novo. E se nenhuma de nós fizer nada, então nada acontecerá. – Sam disse.

– Da minha parte não há com o que se preocupar, eu te respeito, eu não faria nada.

– Mas você não faria nada comigo… Por respeito?

Theo ainda pensava antes de responder, mas Sam se antecipou.

– Deixa pra lá, eu nem sei mais o que estou falando. O que importa é que tudo ficou claro, nada mais vai acontecer. Eu prezo pela sua amizade e não gostaria de estragar tudo por causa de um deslize meu.

– Não vai acontecer mais nada. – Theo corroborava.

E ouvir isso a deixou em pânico, desencadeando pensamentos que ela havia bloqueado com sucesso até então. Sam recordou do beijo.

Dirigia agora mais inquieta do que nunca, as mãos suavam, os minutos passavam devagar e tentava desesperadamente pensar em outras coisas, assuntos aleatórios, a missão, Mike.

Não, era conflitante demais tentar pensar em Mike agora. Seu estômago se contorcia e algo crescente a deixava cada vez mais sufocada, a cabeça pesava. Olhou demoradamente para Theo, que recostava a cabeça no banco, de olhos fechados, o boné ainda virado para frente e um semblante tranquilo.

– Mas que droga! – Bradou e bateu com as mãos no volante, de forma violenta, despertando Theo, que pulou no banco assustada.

– O que foi?? O que aconteceu?

– Nada.

– Nada??

– Não foi nada. – Sam fez uma manobra brusca, saindo da estrada e pegando uma via inferior, parando ao lado de um terreno repleto de sucatas de carros.

– Não saia do carro. – Ordenou a Theo e bateu a porta ao sair.

Caminhou rapidamente até uma pilha de ferros retorcidos e passou a desferir chutes raivosos, fazendo estrondos metálicos. Parou apenas quando receou estragar sua prótese, tamanha a violência dos chutes que dava com ambas as pernas. Ficou alguns minutos com as mãos na cintura, contemplando o vasto pátio e as sucatas que se perdiam de vista, com a respiração ainda forte.

Voltou ao carro e pousou as mãos no volante, encarando o painel desligado do carro, tinha uma expressão desesperada, perdida.

– Você vai começar a me explicar o que está acontecendo? – Theo quebrou o silêncio algum tempo depois.

– Nada! Eu já disse, não é nada da sua conta! Me deixe em paz!

– Você disse que não me trataria assim… – Theo resmungou.

Sam baixou a cabeça lentamente, cobrindo o rosto com as mãos, os cotovelos apoiados no volante. Essa simples menção fez Sam lembrar dos dias em que Theo a deixara, piorando ainda mais sua catarse de sentimentos contraditórios.

– Desculpe… – Sam respondeu baixinho, já às lágrimas.

Theo ergueu sua mão, hesitou o movimento, mas por fim pousou nas costas de Sam, iniciando um carinho lento.

– Por favor… Não toque em mim. – Sam a repreendeu educadamente.

Theo se aproximou, e a trouxe para um abraço, inicialmente contra sua vontade, mas Sam logo deixou de relutar e correspondeu a abraçando com força, deitando seu rosto no ombro de Theo, que afagava sua cabeça.

– Meu anjo, você está sendo muito dura consigo mesma. Não se julgue dessa forma. – Theo falava num tom confortável.

– Você não faz ideia… – Sam choramingou.

– Hey, olhe para mim. – Theo ergueu sua cabeça, passando seus polegares em seu rosto. – Pare de chorar.

– Ok.

– Você não vai arder no mármore do inferno por ter me beijado, você precisa focar seus esforços e pensamentos no que realmente é importante, foque na busca, foque na missão.

– Eu sei…

– Parou de chorar?

– Parei.

– Quer que eu dirija?

Sam acabou sorrindo, voltando a ficar de frente para o volante.

– Não, eu só precisava liberar um pouco disso, às vezes acho que minha cabeça vai explodir. – Sam deu a partida no carro.

– Se estiver cansada demais paramos para dormir antes.

Meia hora depois já ajeitavam seu lugar de pernoite, nos fundos de um estacionamento.

– Aqui não é abandonado, estamos invadindo um estabelecimento, então pode aparecer alguém de repente, mantenha o ouvido alerta. – Sam a advertia, terminando de guardar os mantimentos.

– Como é aqui? – Theo já estava deitada no velho colchão no chão.

– É um espaço pequeno, paredes nuas, bastante concreto, e exaustores eólicos no teto metálico.

– Um lugar cinza.

– É sim. Vamos dormir, boa noite, Theo.

– Boa noite.

Alguns segundos se passaram e Theo estranhou que Sam ainda não havia se deitado ao seu lado.

– Você não vai dormir? – Theo perguntou, confusa.

– Vou, no carro. – Sam jogava seu travesseiro na parte de trás da caminhonete, por cima de um cobertor.

– No carro? Por que?

Sam suspirou com impaciência, e respondeu.

– Boa noite.

***

O dia seguinte foi introspectivo para Sam, passou a maior parte do tempo quieta, tentando levar seus pensamentos para longe. Mas bastava uma distração para que seu coração acelerasse, lembrando daqueles breves segundos em que beijou sua companheira de viagem.

Pela manhã Lindsay havia a elogiado por estar se mantendo afastada da tentação, ter retomado seu foco na busca. Sentia-se confiante, acreditava que havia sido um deslize momentâneo, uma fraqueza superada.

Mas essa sensação de vitória esmaecia com o passar das horas, a cada relanceada para o lado suas convicções levavam um golpe, a cada palavra trocada com Theo suas certezas viravam pequenas gotas de racionalidade num rio volumoso de sensações conflitantes.

Ao anoitecer, parou o carro numa capela de beira de estrada, aquelas construídas por populares geralmente num local de acidentes.

– Fique no carro, já volto.

Sam pedia desesperadamente aos céus que voltasse ao normal, que o mal lhe fosse arrancado de dentro do seu peito. Theo já havia desistido de questionar estes rompantes, Sam agia de forma estranha desde o dia anterior.

– O que é aqui? – Theo perguntou, algumas horas depois, Sam manobrava o carro lentamente para dentro de um pátio.

– Um hotel.

– Abandonado?

– Espero que não. Me ajude com as coisas. – Sam colocou a mão de Theo em seu braço, para conduzi-la até o quarto.

Após certificar-se que haviam duas camas no quarto, conforme exigido na recepção, a conduziu até uma delas. Além das duas camas de lençóis brancos, havia uma pequena mesa de tampo espesso e uma cadeira marrom. Uma grande janela ocupava quase toda a parede, estava parcialmente coberta por persianas, deixando a luz exterior iluminar o quarto, Sam raramente acendia a luz, para não incomodar os olhos de Theo.

– Essa é a sua cama, coloque a bolsa em cima. – A orientou.

– Hum, cama com molas, não sabia que ainda existiam delas. – Theo sentou-se e pulava testando o colchão.

Theo tirou o casaco e Sam não conseguiu impedir uma observação demorada, ela usava uma regata branca e os braços tatuados ficavam evidentes.

– Quer tomar banho primeiro? – Theo a tirou da observação silenciosa.

– Não, pode ir. Venha, vou fazer as honras com o banheiro. – Sam a conduzia para o banheiro.

– Ok, já consigo me virar, obrigada. – Theo disse já segurando a barra de sua camiseta, pronta para tirar, mas Sam não se afastou.

– Sam? Já pode sair, eu me viro aqui.

– Eu vou lá fora. – Sam disse, balançando a cabeça, incomodada.

– Vai buscar gelo?

– Ãhn… Vou.

– Ligue a TV antes de sair.

Sam saiu do quarto com perturbação, novamente suas mãos suavam e sentia algo pesando dentro do seu peito. Caminhou pelo corredor do motel simples, até um pequeno jardim mal cuidado. Recostou-se na parede e sacou seu comunicador.

– Mike? Pode falar?

– Não é bom você me ligar, eu já disse, me mande mensagens que eu ligo quando puder.

– Desculpe, eu precisava falar com você. – Sam dizia cabisbaixa, com a voz insegura.

– Aconteceu alguma coisa?

– Não, apenas queria te ouvir um pouco, estou com saudades.

– Também estou, meu amor. Mas estou ocupado agora, tive que vir naquele lugar seguro para te atender, eu estava no meio da preleção para amanhã, tem cinquenta soldados me esperando.

– Só quero te ouvir um pouco… Que me diga que tudo vai dar certo, que nos veremos em breve.

– Ah claro, entendi, você está me ligando para cobrar minha licença aqui, não é? Você parece não acreditar em mim quando digo que estou fazendo de tudo para conseguir sair e ir até você, as coisas não são simples assim.

– Eu sei… Não estou te cobrando nada. Eu… – Sam esfregava a mão na testa. – Eu só queria ter você aqui comigo, o mais rápido possível, mas eu entendo sua posição, eu te entendo…

– Samantha, você deve estar naquela fase sensível do mês, não é?

– Não… Eu só quero que saiba que te amo, eu te amo muito. Quero que isso acabe logo, que sejamos apenas nós dois, quero ser feliz ao seu lado o mais rápido possível.

– Que bom. Algo mais? Realmente preciso desligar.

– Me liga amanhã?

– Amanhã será um dia cheio, mas vou tentar te ligar. Coma um chocolate para essa sua carência diminuir, ok? Boa noite.

Sam caminhou desolada de volta ao quarto, entrou e viu Theo de pé, tentando ligar a TV.

– Em qual país você foi buscar esse gelo?

Sam seguiu muda para o banheiro, parecia chegar ao seu limite, seu semblante era puro transtorno. Trancou a porta e parou em frente à pia, tirou a arma do coldre em sua perna e a pousou num armário ao lado, fitou a arma por algum tempo. Evitava sua imagem no espelho.

– Não faça isso… Não faça isso… – Dizia a si mesma, com os olhos fechados.

– Última chance para desistir. – Finalmente encarava o seu reflexo. – Não faça isso, não estrague sua vida, não faça isso.

Lavou as mãos, lavou o rosto demoradamente. Enxugou-se e atirou a toalha na tampa do vaso, com irritação.

– Droga. – E saiu do banheiro.

Enquanto Theo tentava fazer o comunicador exibir algum programa e resmungava algo indecifrável maldizendo a tela à sua frente, Sam aproximou-se sem que ela percebesse. Transpassou as mãos pela frente do abdome de Theo, por cima da camiseta, recostando seu rosto no pescoço dela, fazendo com que ela se assustasse com aquela presença e os toques.

– Eu não aguento mais… Eu não consigo mais ficar longe de você. – Sam falou num murmúrio, em seu ouvido.

Após o susto, Theo se decidia. Tomou carinhosamente as mãos de Sam, as tirando do seu corpo, e virou-se, as soltando.

– Sam, não faça isso, você não sabe o que está fazendo. – Theo tentava impedir que aquilo fosse adiante, falava com uma voz suave.

– Eu não faço ideia, e eu não sei que diabos está acontecendo comigo. – Sam respondeu com um desespero genuíno em suas palavras.

– Não faça nada que você irá se arrepender depois.

Sam baixou a cabeça, e falou numa voz pesarosa:

– Talvez eu não tenha tempo para me arrepender. – Externar aquilo fez Sam sentir um golpe forte no peito, mais uma sensação intensa no meio de tantas que a tomavam naquele momento.

Theo aproximou-se, a procurando com sua mão estendida à frente. Segurou sua cabeça suavemente com ambas as mãos, fez um carinho em seu rosto com os polegares, queria poder focalizá-la.

– Não tem volta, Sam.

– Eu sei.

E a beijou, com cuidado, como se aquele momento fosse frágil, quebrável. Sam respondeu, e a tomou em seus braços. Pouco depois já estavam na cama, haviam cruzado a linha e era tarde demais para arrependimentos.

Sam estava por cima de Theo, absorta, mas teve uma epifania e interrompeu, a olhando cheia de dúvidas.

– Não está errado, isso não está errado! – Theo se antecipou, falando com um quase desespero.

– Não é isso, é que… – Sam balançou a cabeça, procurando as palavras, ainda com os braços apoiados na cama ao lado dela. – Por que você está fazendo isso? É por medo? Você tem medo que se não se submeter eu vou te abandonar na estrada? Você nem sabe como sou, nunca me viu.

Theo precisou de alguns segundos para assimilar o que ouvira, e começou a falar, de forma tranquila.

– Eu sempre te vi, não se enxerga somente com os olhos, eu realmente vejo você.

Sam apenas suspirou, fechando os olhos. Theo continuou.

– Eu enxergo o que importa, e gosto do que vejo. – Ergueu as mãos devagar, a procura de Sam, e pousou suas mãos nas laterais de sua cabeça, a segurando de forma suave. – E tem uma coisa que você precisa saber.

– O que?

Theo trouxe Sam para perto, e sussurrou em seu ouvido:

– Eu também quero.

Foram palavras mágicas que libertaram Sam de qualquer receio do que fazer, o coração dela bateu incrivelmente rápido, uma descarga de adrenalina a impeliu a beijá-la de forma ainda mais intensa e apaixonada que antes.

Elas seguiram mergulhadas numa catarse sem interrupções, consumidas por uma espécie de eletricidade, entrega aos prazeres. Theo deixava Sam guiar, ela iria até onde a liberdade fosse concedida, entendia o quanto aquilo era um grande passo para sua agora amante, o quanto era novo e assustador.

As horas passavam, por mais que Theo quisesse ir além, ela não tentaria. Quando Sam tirou a camisa de Theo, esta percebeu ali uma abertura, minutos depois tirou também a camisa alheia.

Sam parecia a vontade com todas as carícias recebidas, inclusive com a mão que a apalpava firmemente entre suas pernas, ora substituída pela fricção do joelho, mesmo por cima de sua calça jeans. Ela pedia mais, Theo tomou a iniciativa de tirar aquela calça que dificultava tudo, mas assim que a desabotoou, Sam parou o beijo, a encarando. Theo aguardou algum novo comando, já que não fazia ideia do semblante que Sam fazia.

– Eu não quero tirar a roupa. – Sam finalmente falou, com a voz baixa, envergonhada.

– Sam, eu não enxergo, lembra disso?

– Eu sei, é que… Não gosto de tirar a roupa.

– Nem para… Nem na cama?

– Não me sinto à vontade. – Sam parecia pesarosa, pedindo encarecidamente a compreensão de Theo.

– Você tem a sensação que está sendo observada, julgada, é isso?

O silêncio de Sam respondeu aquela pergunta. Theo colocou seus cabelos para trás das orelhas, afagou seu rosto ternamente, e a perguntou no mesmo tom terno:

– Você confia em mim?

– Confio.

– Talvez eu saiba como resolver isso. – Theo terminou de falar, girou e saiu de cima dela.

– Como?

– Deite de bruços.

– Você vai fazer uma massagem? – Sam perguntou, confusa.

– Não.

– O que você vai fazer?

– Confie em mim. Vire-se, e não olhe para o lado, feche os olhos.

Sam titubeou um instante, mas acabou virando-se, pousou o rosto no travesseiro, colocou as mãos ao lado da cabeça, e fechou os olhos. Ao seu lado, Theo tirava sua própria roupa.

– O que está fazendo? – Sam virou a cabeça, na tentativa de ver o que estava acontecendo.

– Não abra os olhos. – Theo colocou sua mão sobre os olhos dela.

Theo montou em seu quadril, abaixou-se, afastou os cabelos de Sam para o lado, e passou a distribuir alguns beijos lentos em suas costas, abaixo da nuca, corria as mãos também, sentia a pele arrepiada sob seus dedos.

– Você está tremendo… – Theo constatou, parando com os beijos, num sorriso bobo.

– Eu não sei o que vai acontecer. – Sam balbuciou, com seus olhos fechados.

Theo inclinou, e a beijou no rosto.

– Tudo o que você quiser. E somente o que você quiser.

Lhe deu mais alguns beijos em seu pescoço, e continuou:

– Esqueça o que estamos fazendo. – Theo falava com os lábios em sua orelha, com uma voz confortável. – Está sentindo meu corpo em cima do seu?

– Sim.

– Está sentindo minhas mãos em você?

Sam apenas balançou a cabeça.

– Ótimo, não pense em mais nada, apenas me sinta em você.

Desabotoou seu sutiã, o abriu devagar e passou deslizar seus lábios por toda extensão de suas costas, suas mãos a corriam sentindo as vibrações, era o jeito como Theo lia os sinais, além de ouvi-la atentamente. Cada mudança de respiração, cada suspiro ou gemido. Depois de algum tempo colocou as mãos por baixo da cintura de Sam, abrindo sua calça, e a descendo devagar, juntamente da calcinha.

Sua tática estava funcionando, Sam não se sentia exposta nem invadida, não tremia, estava apenas sentindo o corpo de Theo interagindo com o dela, sem reservas, sem se importar em ser despida.

Quando terminou de tirar a roupa, subiu e recostou todo seu corpo no agora corpo nu de Sam. Ela beijava seu pescoço, e passeava com as mãos pelas laterais e por seus braços. Entre tantos arrepios que Sam sentia, um dos maiores irrompeu quando sentiu os pelos de Theo em contato com sua pele, era a certeza que ambas estavam totalmente desprovidas de roupas, e agora, de pudores.

A mão deslizava sorrateiramente entre suas pernas, e cada vez que o fazia percebia Sam ainda mais ofegante. Interpretação de sinais. Ação e reação. Avanço.

Sam virou-se, lhe segurando com firmeza, a beijando com um desejo tão explícito que Theo sentiu-se à vontade para aprofundar suas carícias. Seus dedos brincavam e provocavam, mas não iam além, apesar dos sinais fisiológicos que lhe pareciam dar boas-vindas.

Theo ousou.

– Posso te tocar? – Theo sussurrou em seu ouvido.

Sam mal raciocinava, mas achou aquela pergunta um tanto estranha, já que Theo a tocava há horas.

– Pode. – Respondeu num sopro.

Theo a beijou com um sorriso malicioso.

– Oh meu Deus! – A frase de Sam assemelhava-se mais com um gemido alto e surpreso.

E ela entendeu a pergunta de Theo.

Sam girou para cima de Theo, que mantinha seus dedos como se os pertencessem à sua amante. Theo a provocava mais, a beijava mesmo percebendo que ela mal conseguia manter o beijo, e mantinha um esboço de sorriso satisfeito.

Então o desconhecido tornou-se estado absoluto para Sam. Seu corpo não era mais um corpo, era energia, por alguns segundos elas foram um corpo elétrico apenas. Por alguns segundos Sam viu o lado de dentro da sua alma.

Ainda com seus joelhos ao lado do quadril de Theo, Sam sentia-se paralisada com a descarga que passava por ser corpo, não se moveu, procurava sua respiração, se procurava.

Após alguns segundos abriu os olhos e se deu conta de onde estava e o que havia acontecido, seus músculos ainda se contraiam. Olhou rapidamente para Theo, que trazia um semblante curioso e alegremente apreensivo, e por fim jogou-se ao seu lado, com o rosto enfiado no travesseiro.

Theo não fazia ideia do que fazer ou falar, apenas aguardava a reação de quem talvez estivesse se dando conta de que fizera algo errado, hesitava em lhe tocar ou abordar, temia ter alguém profundamente arrependido jazendo ao seu lado, em silêncio.

Passados longos dois minutos, Theo ergueu-se, tateou a cama procurando suas roupas e vestiu-se. Nenhuma resposta de Sam, nenhum indício do que transitava em sua mente e coração agora.

Sem conter sua apreensão, a chamou.

– Sam?

O que fez com que ela desenterrasse o rosto do travesseiro, a olhando, mas nada falou.

– Está aí? Apenas me responda se está viva.

Não obteve resposta.

– Eu posso sair do quarto, se você quiser.

Mas Theo continuava apenas sendo observada silenciosamente.

– Sam, você está bem? – Theo insistiu, já ficando preocupada.

Alguns segundos depois Sam deslizou para o lado, ficando em cima de Theo, a encarando por mais alguns longos segundos.

– Eu acho que nunca me senti tão bem em toda minha vida. – Sam disse, com a voz baixa.

Um pequeno sorriso surgiu nos lábios de Theo, que pousou as mãos em seu rosto.

Sam encarou o azul sereno que estava à sua frente, os olhos brilhantes de Theo, e naquele momento seria impossível sentir algum tipo de culpa por estar ali, por ter feito o que acabara de fazer. Uma alegria interna silenciava todo o resto, um amor tão barulhento que talvez pudesse ser ouvido do lado de fora.

Inclinou-se devagar e beijou de forma suave os lábios abaixo de si, tinha um ardor juvenil lhe queimando as entranhas, era a permissividade da situação, que lhe deixava agora beijar a pessoa que tanto desejou. Ela ansiou por aquilo mesmo quando não entendia o que acontecia dentro de si, obstinou essa possibilidade de forma tão secreta que sempre evitou ter pensamentos altos com tal coisa.

Cessou o beijo e baixou seu rosto no pescoço de Theo, que a abraçou com braços fortes, envolvendo seu corpo.

Percebeu o quanto era estranhamente bom sentir os seios de Theo abaixo dos dela. “Isso é uma grande loucura.” Pensou, rindo de si mesma.

– Você deve estar me achando uma louca. – Disse a Theo, de forma abafada.

– Não. Te acho corajosa.

– Mas isso não estava em seus planos. – Sam falou, ainda atrelada de forma firme, porém relaxada, ao corpo de Theo.

– E estava nos planos de alguém?

– Impossível. – Sam ficou pensativa, então tomou um lençol no final da cama e cobriu-se, voltando a ficar aconchegada sobre Theo.

– Ainda não acredito que fiz isso. – Sam murmurou.

– Fizemos. Mas não se julgue. – Theo deu um beijo demorado em sua testa. – Essa noite é nossa, não quero que você pense em nada além dessa cama, até porque não vou te deixar sair daqui tão cedo.

Sam quase sorriu, fechou os olhos e ficou por algum tempo apenas sendo embalada pela respiração de Theo, abaixo de si. Sentindo os dedos bagunçando seu cabelo gentilmente, o ruído baixo da respiração, seu cheiro, o cheiro delas. Seria fácil bloquear o resto do mundo naquela noite.

Sam interrompeu o silêncio.

– Como você faz isso?

– O que?

– O que você fez comigo. Foi incrível. – Sam perguntava, encabulada, mas curiosa.

Theo sorriu de lado.

– Você que fez tudo, eu apenas estava no lugar certo e na hora certa.

– Então é assim que mulheres fazem? Pensei que usavam objetos.

Theo não se conteve, rindo.

– Tem várias formas, meu anjo…

– Tem?

– É diferente do sex* que você conhece, existem tantas formas de ter e dar prazer, por que se ater à uma ou outra? Acessórios são opcionais.

Sam ficou em silêncio, assimilando.

– É diferente, mas é tão… bom. – Sam falava baixinho, em seu peito.

– É só sex*, Sam.

Sam franziu a testa contrariada.

– Para mim não é só sex*. – Sam disse já saindo de cima dela.

– Hey, hey, volte aqui. – Theo a trouxe novamente para seu domínio. – Me perdoe, não foi isso que eu quis dizer, o que fizemos não foi só sex*.

Theo voltou a segurá-la, e falou num tom confessional.

– Nós fizemos amor.

– Eu nunca estive com uma mulher antes. – Sam falou com uma voz baixa, tímida.

– Eu sei. E me sinto especial por isso. – Theo a soltou. – Venha aqui, suba aqui.

Sam voltou a ficar cara a cara com Theo, com seus rostos próximos. Theo a tateou, pousando os dedos em seus lábios. E continuou falando, agora de forma carinhosa.

– Eu nem acredito que você está aqui agora, em cima de mim, e eu posso te beijar. – Theo ergueu a cabeça, a beijando.

Sam animava-se novamente, o beijo prolongava-se, avolumava-se. Interrompeu apenas para percorrer o seu pescoço. Ergueu-se, tocando seu rosto, a fitando. Algo bom e gigante acalentava seu coração.

– Você não faz ideia quantas vezes imaginei como seria beijar você. – Sam disse, enquanto afagava seu rosto.

– Correspondeu às expectativas?

– O que parece? – Sam sorriu. – Eu poderia passar meses aqui te beijando. – Por fim falou.

– Apenas beijando? – Theo deu um sorriso malicioso e virou para cima dela, a noite seria longa.

***

Aquela havia sido a quarta vez que Sam chegava ao orgasmo nas mãos de Theo, que jazia exausta embaixo dela.

– Garota, você tem energia. – Theo disse, a abraçando, ofegante.

– E você tem mãos mágicas. – Sam falou com um sorriso satisfeito.

– Ok, saia de cima de mim, nós duas estamos suadas. – Theo deu dois tapinhas em seu ombro.

– Culpa sua. – Sam saiu de cima dela, deitando ao seu lado.

– Toma banho comigo? – Theo a convidou, após se recompor.

– Tem certeza? Posso tomar depois.

– E perder a chance de ter teu corpo de quase 38 graus me esquentando? Vamos, levante. – Theo já estava de pé ao lado da cama, nua e a vontade.

Sam ergueu-se, sentando timidamente na lateral da cama enrolada no lençol, Theo estendeu a mão, mas Sam hesitou.

– O que foi?

– Deixe eu me vestir primeiro. – Sam falou, sem jeito.

– Vestir? Não precisamos de roupas para tomar banho. Ou você toma banho vestida para lavar a roupa? Nunca reparei.

Sam hesitou ainda mais, mas acabou levantando da cama, largando o lençol, e a seguindo até o box.

 

– Aaaai, que água fria! – Theo reclamou, abrindo a ducha.

– Vou aumentar a temperatura, aguente aí. Pronto. Vem cá, eu esquento você. – Sam a abraçou.

Theo deu alguns beijos demorados em seu pescoço, e falou de forma suave.

– Garota tímida, não precisa ter nenhum tipo de pudor comigo.

Sam apenas ficou em silêncio, correndo as mãos por suas costas, juntamente da água. Theo continuou.

– Em primeiro lugar, você não tem nada que eu também não tenha. – Ela conseguiu arrancar um sorrisinho de Sam.

– Em segundo lugar, eu sequer posso te enxergar, você deveria levar mais isso em conta.

– Eu sei.

– E em terceiro lugar, pelo que minhas mãos já conheceram de você, apenas tenho a dizer que você tem um belo corpo.

– Theo…

Afastaram-se um pouco, mas ainda estavam unidas embaixo do chuveiro.

– Estou falando sério, não me importaria em esquecer minhas mãos em você. – Lhe roubou um beijo. – Sam, você é deliciosamente linda.

Não levou muito tempo para vir a quinta vez, a última daquela noite, que terminava com a claridade surgindo vagarosamente.

 

Zênite: s.m.: O ponto mais elevado que se pode atingir; auge, fastígio.

Fim do capítulo


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Comentários para 16 - Capítulo 16 - Zênite:
Ana_Clara
Ana_Clara

Em: 11/12/2015

UAU! A Sam definitivamente se entregou aos prazeres da carne. Adoro! Aliás, o trouxa do Mike poderia ter escapado de ser chifrudo se tivesse dado atenção a namorada, mas como sempre um troglodita. kkkkk Se ferrou baby!!! kkkkkkk

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jake
jake

Em: 11/11/2015

ate que fimm pensei que esse dia nao chegaria nunca.....THEO VC EH PERFEITA...

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 07/09/2015

Aiii que tudoo a primeiraa vez delas! *-*

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