Capítulo 14 – Ataque surpresa
Para contrariar meus instintos os sorrisos de Izzy pra mim continuavam a aparecer, para acalmar meus pressentimentos ruins os braços dela estavam sempre a minha volta quando nos deitávamos para dormir. Para discordar da minha mente e meus pensamentos ela ainda me acordava com um sorriso. Mas no fundo eu sabia que havia algo diferente; mesmo que não conseguisse explicar.
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Jonnathan, Richard, Carlos e eu éramos a linha de frente do grupo. Éramos nós que assumíamos o possível perigo quando nos aproximávamos demais de áreas onde haviam habitações. Enquanto isso Izzy se mantinha como a retaguarda para o resto do grupo, apenas pelo simples motivo de que eu não poderia permitir ela se arriscando tanto. Talvez essa tenha sido uma parte importante do meu erro, eu tinha tanto medo de perdê-la que não a deixava se arriscar. Esquecendo-me de que ela era tão capaz e eficaz quanto eu e também de que Izzy era aquele espirito-livre que faz o que quer, mesmo quando são as coisas arriscadas.
Mas.....pode ser apenas uma desculpa que eu dou a mim mesma.....pode ser apenas uma forma de eu me culpar menos....mas quando a noite caia e ela vinha pros meus braços e conversávamos por sussurros falando dos nossos medos....nessas horas, quando ela me contava seus medos eu me sentia na obrigação de protege-la.
Eu sabia que Izzy gostava de assumir a liderança....e de ser a que dominava a situação. Eu sempre soube disso. Mas o simples fato de saber os medos dela e de ela não se impor quando queria, me fazia tomar a dianteira para cuidar dela, para manter tudo como tinha que ser....... Grande estupidez a minha...eu tinha que tê-la deixado controlar, mesmo que pra isso tivesse que passar por longos momentos de inatividade.
Ainda não tínhamos chegado ao Colorado, mas estávamos perto. Izzy, Claire, Jodie e Vivian se tornaram amigas incrivelmente rápido, para desgosto de Richard e Elizabeth, mas nenhum deles tinha coragem de brigar com Claire por que eu e Izzy a defenderíamos se o fizessem e eles sabiam disso. Eu gostada de Jodie, era uma garota calma apesar da aparência e era tão brincalhona quanto Izzy e isso me fazia ter muito carinho por ela e por Vivian que era a menor do grupo. Acho que por causa dela é que Izzy não reclamava de ficar sempre com o grupo enquanto eu e os outros nos afastávamos mais. Izzy também tinha se apegado à garotinha e Carlos adorava isso porque via que éramos uma segurança a mais para a filha dele.
Havíamos evitado diversas cidades maiores e menores pelo caminho, mas então chegamos à uma que não poderíamos desviar. Se saíssemos da estrada o risco de não a encontrarmos depois era grande porque nenhum de nós tinha um mapa nem conhecia bem a região, fora isso estava para escurecer e não queríamos passar a noite num lugar longe da estrada. Decidimos atravessar a pequena cidade. Mas eu sugeri que o fizéssemos ao anoitecer, durante o pôr do sol.
A ideia era que fossemos os mais fortes primeiro inspecionar o lugar para saber se conseguiríamos passar ou se havia algum perigo. Foi a primeira vez que Izzy se impôs para ir junto e eu não posso dizer que ela estava errada. Izzy era uma das mais ágeis de todos nós, apenas eu chegava perto da agilidade dela. Para entrar e sair de um lugar com velocidade e sem ser percebida era, sim, interessante que fosse ela. Mas o meu medo me fez discordar o que gerou uma discussão séria entre nós duas.
- Charlie, eu vou e isso não tem discussão!! – ela falou irritada me encarando de perto, eu conhecia aquele olhar melhor do que tudo, não era sensato contrariá-la.
- Izzy por favor eu....
- Charlie – ela me interrompeu segurando meus ombros – O que você quer agora é idiota. Eu vou. É o que vai ser. E se quiser brigar mais por isso a gente vai partir pra briga de verdade, mas eu, realmente, prefiro bater em outras pessoas.
Não consegui discutir, até porque ela tinha mesmo razão. Ela ERA, definitivamente, a melhor escolha pra ir. Acabei tendo que aceitar e eu, ela e Jonnathan nos preparamos para ir para a cidade. Só iriamos confirmar se não havia sinal de pessoas lá e então daríamos um sinal para que Carlos e Richard trouxessem o resto do grupo.
Tínhamos apenas 3 pistolas e um revolver, mas não queríamos usá-los. Possuíamos também algumas facas e eu ainda tinha meu canivete. Resolvemos que os que entrariam na cidade levariam apenas as facas e só Jonnathan carregaria uma das pistolas. Izzy e eu não ligamos muito para as facas, não precisaríamos delas exceto em uma situação muito complicada. Eu gostaria que tivesse sido muito menos complicada.
FlashBack on:
- Izzy, só não vá muito longe sozinha por favor – eu pedi enquanto nos aproximávamos da cidade seguindo pela borda da rodovia por entre algumas árvores menores e muito mato.
- Eu sei Charlie, não se preocupa – ela respondeu sorrindo pra mim e voltando a prestar atenção ao caminho.
Eu ainda podia ver o sol, mas sabia que com a nossa velocidade e a distancia que faltava já estaríamos na penumbra quando chegássemos perto das primeiras casas. A cidade era muito pequena e ficava à beira da estrada com algumas casas de um lado, um posto de gasolina na beira da rodovia. Haviam diversas casas e era isso o que nos preocupava.
Nos afastamos da rodovia e demos a volta por trás de uma das casas. A nossa intenção era sermos rápidos e inspecionar boa parte das casas e as que ficassem principalmente perto da rodovia por onde passaríamos. As primeiras casas estavam claramente vazias. Conforme fomos avançando para dentro da cidade os sinais de pessoas começaram a aparecer mais e isso me deixava cada passo mais preocupada.
Tínhamos seguido por toda a rodovia que cortava a pequena cidade e, apesar de alguns indícios, não encontramos ninguém. Na volta estávamos um tanto mais tranquilos. Caminhamos na direção do posto de combustível que era o único lugar que não havíamos investigado. Jonnathan ia na frente enquanto que eu e Izzy caminhávamos alguns passos atrás.
- Me desculpa – pedi em voz baixa caminhando bem ao lado dela – Você estava certa, eu não deveria ter reagido daquele jeito. Realmente sinto muito Izzy.
- Tá tudo bem Charlie – ela respondeu com um sorriso e bateu de leve o ombro no meu me fazendo sorrir também – Vamos terminar logo com isso e chamar o resto do pessoal e atravessarmos logo esse lugar – ela completa um tanto cansada.
- Sim, vamos – concordei segurando a mão dela que deu um mínimo sorriso por isso.
Assim que Jonnathan passou pela porta que levava ao que havia sido a conveniência anexa ao posto algo acertou a cabeça dele jogando-o no chão desacordado. No instante seguinte um grupo armado de pedaços de madeira, canos de metal e tacos de basebol apareceu. Um saiu de dentro da conveniência, outro de trás de um carro destruído num canto mais longe, o terceiro saiu de trás do prédio e o quarto pulou do terraço acima da conveniência caindo numa máquina de bebidas e depois pulando para o chão.
Izzy e eu não nos assustamos como o surgimento deles, apesar de o golpe em Jonnathan ter nos pegado de surpresa. A primeira coisa que ela fez foi desenrolar o lenço verde do pescoço ficando apenas com a regata e a jaqueta jeans com as mangas cortadas. Nossas facas estavam nos nossos coturnos pretos e eles viram isso de longe, mas meu canivete estava guardado no bolso do jeans.
- Boa noite meninas – disse o que havia pulado do terraço – Que grande prazer encontrar duas mulheres tão lindas por essas redondezas dessa cidadezinha pacata – ele falou se aproximando um pouco; vestia uma jaqueta de couro aberta sem camisa nenhuma por baixo, um jeans escuro, botas e tinha tatuagens pelo peito e braços.
Os outros eram um tanto menores do que ele que deveria ter algo perto de 185cm de altura, mas todos tinham músculos aparentes e parecendo intimidadores, só que não para nós. Um estava sem camisa, outro com uma regata e o quarto com uma camiseta de mangas com alguma estampa indistinguível. Todos tinham cabelos variando do castanho escuro ao preto e pele bronzeada. Não pareciam ter armas de fogo, ao menos eu não havia notado nenhuma e acredito que se tivessem as estariam exibindo.
- Eles parecem achar que foi uma coisa boa nos encontrar – comentou Izzy com um sorriso sarcástico.
- São só quarto idiotas – respondi apertando as bandagens em volta dos punhos; Izzy e eu mantínhamos o costume de usar as bandagens que costumávamos colocar antes das luvas; era algo bom e havíamos trazido as nossas quando saímos de casa.
- Hey! – um deles disse parecendo irritado – Quem vocês acham que são pra chamar a gente de idiota? Heim, vadia?
- Ele me irritou agora – comentou Izzy ficando séria.
- Vamos tentar ir com calma pequena, já é tarde e eu não estou com ânimo pra isso – comentei apenas para nos dar tempo enquanto eu analisava os quatro.
- Charlie, eu vou quebrar a cara deles tão rápido que a gente vai sair daqui rapidinho – ela disse se posicionando levemente à minha frente.
- Ora sua.....
- Quieto, cara – ordenou o maior nos encarando seriamente – Gostei da menor, acho que vou ficar com ela ele comentou sorrindo calmamente.
- Nem ferrando – falei encarando ele com uma expressão de tédio – Porque não fazemos assim, já que você nocauteou o nosso “líder” – fiz aspas com as mãos – Porque não deixamos as coisas mais justas e mais divertidas, já que vamos mesmo ter que brigar.
- Charlie não – reclamou Izzy – Eu quero bater naquele idiota.
- Vou te deixar bater nele – disse colocando uma mão sobre o ombro dela.
- Vocês tão tentando ganhar tempo, mas eu já aviso que o carinha ali vai demorar pra acordar – falou o maior ainda sorrindo e olhando para Izzy com um olhar que me irritou profundamente.
- Você é o mais forte, certo? – perguntei já com uma expressão de ódio.
- Certo, gata – ele respondeu se achando – Mas não tem que ficar com ciúmes da sua irmãzinha, eu fico contigo também.
- Desgraçado nojento – falei cuspindo no chão na direção dele; senti uma mão de Izzy na minha barriga e notei que havia avançado um passo, me controlei e me acalmei – Vou ser direta. Uma luta, você e eu sem seus amiguinhos te ajudando. Se ficar com medinho de mim a gente pega o nosso amigo e vocês podem dar o fora com todos os dentes – a expressão dele mudou para uma leve irritação.
- Tá achando que eu vou pegar leve só porque tu é uma mulher, é isso? – ele perguntou olhando os outros três e eles se moveram se afastando e indo na direção do prédio.
- Nem imagine isso – falei tocando o ombro de Izzy que começou a ir mais para trás.
- Larga a faca que eu largo o bastão – ele disse – Depois que eu acabar contigo eu vou direto pegar tua irmã.
- Você só põem essas mãos sujas nela depois de eu morrer, seu troglodita estúpido – falei jogando a faca para trás na direção de Izzy enquanto ele jogava o bastão de basebol para longe.
Fim do capítulo
E estamos em 2016!!
Pessoinhas lindas eu vim hj atualizar a fic e tambpem informar vcs que talvez eu me bagunce com as próximas atualizações ><
Espero que não fiquem xateadas cmg, terei pouco tempo esse mês (tenho um relatório de estágio E um TCC pra terminar e revisar e entregar O.O) então me desculpem se a coisa se atrapalhar aqui)
Bjs e até o próximo capítulo
;]
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Ana_Clara
Em: 09/07/2016
Eita, amei este capítulo. Esses babacas vão levar uma grande surra, certeza. rsrs E concordo, Izzy está um pouco estranha. Espero não ser nada de grave, né.
Resposta do autor:
Óbvio que levarão uma surra kkkkkkkk. Qnt a Izzy não digo nada '-'
;]
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Mag Mary
Em: 26/03/2016
Meu ano demorou um pouquinho pra me dar um sossego, só agora que conseguir voltar a acompanhar a história, e vou correr atrás do prejuízo rsrs
Bjus
Resposta do autor em 30/03/2016:
Que bom que as coisas sossegaram e vc pode voltar =]
Espero q esteja td bem com vc viu ;)
Bem, eu chamaria de lucro já q pode ler muitos capítulos sem ter que esperar hehe
Bjs ;]
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NayGomez
Em: 04/01/2016
Eu to amando esse conto, só acho que elas deveriam ser mais unida no sentido mais apaixonada, a Izzy ficou mais fria com a Charlie nunca ouvi ela chamando a Charlie de amor nem nada só sei que ela está diferente enquanto a Charlie está mais acolhedora... Bjs quero mais
Resposta do autor em 25/01/2016:
Sim, Izzy se afastou um pouco, mas logo os motivos disso ficam claros
Desculpe a demora viu, mas já voltei para saciar a curiosidade de vocês
bjs ;]
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