Capítulo 13 – O fim do mundo
Eu acreditei que depois daquilo as coisas ficariam melhores....mais calmas....mais simples. Mas sabem....quando as coisas parecem ser boas ou melhorar.....geralmente elas vão piorar logo depois.
Se alguém achava que o governo daria conta de resolver as coisas, obrigada, não fui só eu a idiota ingênua. É claro que eles não conseguiram. Resumindo o pandemônio que se seguiu, nada funcionou e os governos começaram a entrar em conflito com o que sobrava da população. O grande problema: as indústrias que tentavam produzir a cura para aquela doença falharam, mas o pior foi que falharam piorando a situação. Os testes produziram um soro que modificou o agente e permitiu sim que as pessoas sobrevivessem por mais tempo no começo. Foi isso que fez com que eles tentassem usar isso em um grupo de pessoas.
Os resultados foram desastrosos. O tempo que as pessoas resistiam aumentou consideravelmente de algumas horas para pouco mais de 20 dias, nos primeiros dias esse soro realmente reduziu os efeitos do agente e proporcionou uma melhora na qualidade de vida das pessoas infectadas. Só que a partir do 5 dia as coisas se complicavam.
Não se sabe porque, mas depois do quinto dia os sintomas, mesmo que menos graves e mais lentos, começaram a causar mudanças mentais nas pessoas. As pessoas começavam a perder a noção de tudo, quem eram, onde estavam, o que deveriam ou não fazer. Poderiam até ser chamadas de zumbis, mas isso remeteria àqueles filmes onde os mortos vivos tentam comer os vivos e etc e a coisa não era bem assim.
Centenas de milhares de pessoas morreram com isso. Quase tantas quanto o número de mortes desde o começo do surto. Os governos ficaram com uma situação insustentável nas mãos e não resistiram e caíram um a um até que não restou mais uma única instituição estatal existente no mundo com todas as formas de sociedades ruindo até o zero no que diz respeito a organização politica. Acabaram-se estados, países, repúblicas e tudo o mais relacionado à isso.
Os sobreviventes, um número incrivelmente limitado da população, ficou por si só. Isso pelo simples fato de que os exércitos, forças armadas e toda organização militar ruiu junto com os governos. Quem pode conseguiu se armar, quem não pode sofreu nas mãos dos inescrupulosos com vontade de dominação. Cidades deixaram de serem lugares seguros, radio e TV pararam de funcionar. Tudo parou. O mundo parou e se tornou um grande ringue de sobrevivência.
Izzy e eu? Primeiro de tudo fugimos da cidade. Cidades se tornaram perigosas. As pessoas, os piores tipos de pessoas, queriam as cidades e quem quisesse ficar ali acabaria tendo que obedecer ou lutar com os mais fortes. Izzy e eu poderíamos lutar, mas éramos apenas duas contra vários. Decidimos que seria melhor fugirmos. Por algumas semanas conseguimos nos manter no meu carro, mas achar combustível começou a ser difícil demais então o abandonamos e seguimos a pé.
Nossa direção era o estado onde os pais dela viviam; a ultima notícia que ela tinha tido deles era que pretendiam ir para a casa da avó dela que ficava no interior quando fosse possível. O percurso da Califórnia até o Colorado não foi lá muito fácil pra nenhuma das duas........E isso não teve haver só com a viagem. Eu sentia Izzy se afastando cada vez mais de mim, mas o comportamento dela era tão.....normal comigo que eu me enganava dizendo a mim mesma que era impressão minha.
Ela continuava a me abraçar, beijar, brincar. Claro que algumas coisas ficaram diferentes.....estávamos num mundo diferente agora, as coisas eram mais complicadas, mais perigosas, mais tensas. A verdade é que, fora meus instintos, nada mais parecia concordar com essa mudança em Izzy. E isso fez com que eu pensasse que era apenas minha imaginação e uma interpretação errada da nossa nova situação. Doce ilusão que me manteve bem comigo mesma.
Eu mudei muito com tudo o que aconteceu. Não uma mudança em si........ao menos eu creio que não......ainda era eu, mas eu me vi na necessidade de assumir uma postura diferente. Eu me tornei ainda mais séria, eu deixei de sorrir exceto nos momentos em que estávamos apenas nós duas sozinhas. Eu......ressaltei as características que nos distinguiam.
Cinco semanas depois de sairmos da Califórnia, havíamos acabado de abandonar o carro, encontramos um grupo na estrada. Eram na sua maioria pessoas mais velhas, mais de 50 anos, algumas crianças e várias pessoas com pouca força física e habilidade. Os fracos juntos se tornam fortes e eu posso dizer que isso é a realidade sim. Eles levaram dois dias para nos aceitar no grupo, não que eu quisesse isso, mas eu entendia que ter pessoas confiáveis por perto era necessário e se eu teria que arriscar confiar em alguém eu confiaria nesses que se uniam para proteger uns aos outros.
Eles não tinham destino exato, por isso quando contamos para onde queríamos e pretendíamos ir eles resolveram que viriam conosco. Jonnathan era o “líder” do grupo, ele tinha 45 anos, era relativamente forte levando-se em conta o restante e era um dos poucos que sabia usar armas; tinha cabelos negros começando a se tornarem brancos, 178cm de altura, olhos azuis e pele bem bronzeada. Haviam ainda mais 12 pessoas:
Bernard e Eleanor eram casados, ele com 53 e ela com 50 anos, um casal de estatura mediana, ambos com os cabelos já bem cinzentos, ele tinha olhos pretos e ela olhos castanhos claros, não eram fracos, mas também não eram fortes; poderia dizer que para a idade eles estavam em uma boa forma física.
Elizabeth e os filhos Richard e Claire. Ela tinha 51 anos e eles 23 e 25 respectivamente. Mãe e filho eram incrivelmente parecidos, mesmos olhos azuis claros, cabelo liso e loiro, ele sendo mais alto com algo perto dos 180cm de altura. Claire só diferia deles por ser menor que a mãe, ela tinha pouco mais de 165cm de altura, e por possuir cabelos negros e lisos que faziam um contraste gritante com os olhos claros.
Paul e Frederic eram amigos; ambos tinham 18 anos e haviam perdido o resto da família ao mesmo tempo porque os pais e irmãos eram muito próximos e haviam se reunido na mesma casa quando tudo começou, eles eram parte do primeiro surto de mortes e os dois estavam sozinhos desde então. Paul era o mais alto, 175cm mais ou menos enquanto que Frederic tinham um pouco menos que isso. Os dois tinham olhos castanhos, mas Paul era ruivo enquanto que Frederic tinha cabelos pretos.
Carlos e a filha Vivian; ele tinha perto dos 40 anos e a garota um pouco menos de 12. Eram negros, ele com o cabelo raspado baixo e ela com cachos que viviam uma bagunça, os dois com olhos negros e cabelos pretos. Ele era o segundo mais forte do grupo apesar de ter uma barriga levemente aparente, era apenas alguns centímetros menor do que Richard. Ela tinha menos de 140cm de altura e era muito magra, mas muito esperta e rápida também.
Francine era a mulher com idade mais perto da minha, tinha 32 anos e até onde sei era solteira antes de tudo isso começar. Cabelos castanhos tingidos com luzes mais claras que já começavam a desaparecer, olhos castanhos claros, 167cm de altura, magra e em boa forma física. Tinha sido professora de Educação física em uma escola.
Peter era um rapaz de 22 anos, usava óculos de grau com uma armação pequena e retangular, tinha cabelos loiros com uma franja que lhe caia sobre o rosto em grande parte do tempo, 170cm de altura e olhos verdes. Muito magro e de estatura muito fraca, era um típico garoto nerd que eu não tinha ideia do passado.
Por ultimo Jodie. Cabelos loiros com as pontas vermelhas. Olhos azuis escuros, 170cm de altura aproximadamente, estilo roqueira, mas era uma pessoa gentil. Tinha apenas 15 anos e estava com o grupo porque era vizinha de Bernard e Eleanor e havia fugido com eles quando a mãe foi morta pelo padrasto que havia se juntado a um grupo que tinha ficado na cidade.
Foi dito claramente a todo o grupo que Izzy e eu éramos um casal. Elizabeth, Richard e Francine claramente nos repudiavam e não gostavam da ideia de estarmos juntas. Bernard e Eleanor eram firmes e não viam problema. Jonnathan era uma incógnita porque nos olhava com olhares neutros e parecia ignorar o fato. Mas todos nos aceitaram pelo fato de que éramos fortes e parecíamos dispostas a respeitar e ajudar o grupo.
Quando nos juntamos a eles eu achei que isso talvez não fosse boa ideia........eu só não achava que a consequência ruim disso cairia apenas sobre mim.
Fim do capítulo
Pra encerrar o ano
Bjs pessoinhas e até 2016
;]
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rhina
Em: 18/03/2018
Bom dia Autora
Tô muito medo mas.também curiosa.
E este capítulo mostra mais um pouco do desespero dos personagens. ......
Mas vou em frente
Rhina
Resposta do autor:
Eu adorei escrever essa realidade (foi minha primeira tentativa dentro da ficção pós-apocaliptica kkkkk)
Mas que bo mque consegui passar um pouco de medo, mas na medida certa para não acabar com a curiosidade =P
;]
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Mag Mary
Em: 28/12/2015
Agora fiquei ainda mais curiosa com esse capítulo, já quero o próximo e vou ter que esperar até o ano que vem? rsrsr
Bjus
Resposta do autor em 02/01/2016:
Kkkkk Ano que vem nem demorou, já estamos nele olha só =D
E já irei sanar sua curiosidade
bjs ;]
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