X – Acidente
X – Acidente
Na sexta-feira, Théo aproveitou o intervalo para conversar com Estela e combinar sobre aquela noite. Falaria com a negra e em seguida ligaria para a loira.
- Estelinha, bom dia! Tudo bem?
- Théo, bom dia! Sim e você como vai?
- Tudo bem. Hoje eu e o Lu vamos ao barzinho que a Alex vai tocar. Você também vai?
- Eu quero ir sim, você me passa o endereço por mensagem?
- Claro que eu passo e lá é bem legal viu você vai adorar.
- Théo, acho que é seu celular tocando.
- Nossa que estranho, meu avô ligando. Ele só liga no meu aniversário (comentou olhando para o aparelho e estranhando a ligação).
Estela ficou ao lado do amigo aguardando o encerramento da chamada. Estava gostando da conversa e queria muito rever Alex. Ela assustou quando Théo começou a chorar, correu buscar uma água na lanchonete e quando voltou ele já tinha desligado o celular.
- Estela, eu preciso do Lu. Estou perplexo, me ajuda. Liga para ele!
- Calma, toma essa água e eu vou ligar.
- Eu tenho que ir ao hospital com urgência (falou entrando em pânico).
Estela não estava entendendo nada, pegou o celular de Théo e ligou para o Luiz.
- Luiz é a Estela, o Théo recebeu uma ligação começou a chorar e precisa de você. Vem rápido, ele disse que ainda precisa ir a um hospital.
Ela falou acelerada e logo desligou o celular.
- Théo algum problema com seus avós?
- Não. É com a Alex, ela sofreu um acidente (ele falou chorando muito).
Nenhum dos dois conseguia falar mais nada, eles apenas choravam. Luiz chegou em menos de quinze minutos e indagou:
- Gente o que aconteceu? Amor me explica!
- Alex sofreu um acidente, aquela moto maldita (disse Théo apavorado).
- Meu Deus! Onde ela esta?
- Meu avô disse que ligaram do hospital, como eles vão demorar um pouco para chegar a SP por conta da viagem, ele me avisou e pediu para que eu vá com urgência para lá.
- Então vamos!
Neste instante Estela também levantou e sem falar nada foi para o hospital com os dois. Ao chegar ao hospital uns vinte minutos depois, Théo pediu informações da prima.
- Bom dia! Eu quero saber notícias da minha prima, ela sofreu um acidente e foi trazida para este hospital.
- Bom dia! Qual o nome e idade da paciente?
- Alexandra Roriz Leão, 24 anos.
- Eu que liguei para os avós dela, precisamos que um parente preencha a ficha. A polícia encontrou na mochila dela os documentos e no celular o único número de parente que tinha era dos avós.
- Como ela esta?
- Em estado grave, chegou muito debilitada, mas só o médico pode dar mais detalhes, agora ela esta em cirurgia. O senhor precisa preencher esta ficha por gentileza e aguardar o doutor.
Théo estava agoniado, preencheu toda a ficha com ajuda do namorado, já Estela nada falava, parecia que estava em estado de choque. Os três já aguardavam por cerca de uma hora quando os avós de Estela e Théo chegaram.
- Meu neto, tem notícias da sua prima?
- O médico ainda não saiu para falar nada vovô;
O quinteto era só angustia. Luiz ligou para o seu trabalho e para o do namorado avisando que faltariam. Serviu água para todos e ficaram aguardando por algumas horas.
- Estela, seu celular esta vibrando (avisou Luiz).
Estela ignorou o celular e o comentário; porém, Luiz insistiu.
- Pode ser seus pais preocupados (ressaltou).
Luiz tinha razão, ela precisava atender seu telefone, mas não tinha vontade alguma, estava aflita e só queria saber de Alex. Mas como o telefone persistia em tocar, ela foi em direção ao estacionamento, tirou o aparelho da bolsa e viu cinco chamadas perdidas da sua mãe. Porém ela preferiu ligar para o seu pai.
- Alô!
- Pai.
- Filha sua mãe esta preocupada contigo. Tudo bem? Algum problema? Onde você esta?
- Pai a Alex sofreu um acidente e eu estou aqui no hospital. Foi grave e eu não vou sair daqui até ver ela.
- Meu amor vou avisar sua mãe e daqui a pouco estarei ai contigo. Envia o endereço. Um beijo e até logo.
Estela não falou mais nada encerrou a chamada, enviou a mensagem com o endereço e voltou para dentro do hospital. Em meia hora os pais de Estela chegaram ao hospital e até aquele momento nenhuma novidade sobre Alex.
Por volta das três horas da tarde um médico aparece e chama:
- Parentes de Alexandra Roriz Leão.
- Eu sou avô dela (respondi Pedro se aproximando do médico).
- Senhor meu nome é Sérgio Gonçalves e sou o médico que atendeu sua neta. A paciente foi internada devido ao acidente que sofreu nesta manhã, ela passou por cirurgia e precisamos aguardar as próximas horas para saber como ela vai reagir. Alexandra sofreu uma violenta queda, que resultou em múltiplos ferimentos, foi socorrida pela polícia militar e devido à gravidade do seu estado de saúde foi trazida por uma ambulância do SAMU para este hospital. O estado dela é de extrema gravidade, chegou desacordada, perdeu muito sangue, teve um trauma no crânio e precisou passar por intervenções cirúrgicas. Ela também passou por exames de imagem e avaliação de ortopedista. Foi constatado que ela fraturou a tíbia, passou por outra cirurgia e colocou cinco pinos na perna direita. Solicito que permaneçam aguardando e eu retorno quando tiver novas notícias.
- Doutor ela vai ficar bem? (questionou Estela desalentada).
- Precisamos aguardar as próximas horas e fizemos de tudo para salvar Alexandra.
O médico saiu deixando todos atemorizados. Dona Joana precisou ser medicada, pois a pressão da senhora de sessenta anos ficou muito alterada com a notícia.
- Joana, fica calma nossa neta esta salva e vai se recuperar.
- Pedro, eu fico com tanto medo. Os pais dela já morreram em acidente com automóvel. Quando aquela mulher te ligou mais cedo eu já pensei no pior.
- Vó já passou e felizmente a história não se repetiu. Alex é forte e vai sair dessa (garantiu Théo).
- Meu neto, eu já perdi a mãe dela e sofri tanto, não suportaria perder ela assim também.
- Vó, nós não vamos perdê-la e nunca mais deixo Alex pilotar uma moto.
- Eu também não gosto daquele treco. Hoje cedo ela estava tão feliz, estava cheia de esperanças e decidiu retornar pela manhã porque precisava escrever para aquele jornal que ela trabalha e a noite tocaria.
- Ela me avisou ontem à noite. Vó não fique nervosa, ela vai ficar bem!
Estela ouviu atentamente a conversa entre Théo e dona Joana. Ficou pensando...
Alex poderia ter morrido como seus pais e quais as esperanças que a loira tinha?
As sete pessoas reunidas na sala de espera aguardavam ansiosas. Roberto e Antônia resolveram dar suporte para Estela e em nenhum momento deixaram a jovem sozinha. Théo com o apoio de Luiz procurava acalmar seus avós, Pedro e Joana eram pura agonia.
No final do dia um policial fardado chegou na sala de espera do hospital.
- Sou o soldado Pimentel, da polícia militar e auxiliei nos primeiros socorros de Alexandra Roriz Leão.
- Obrigado por ajudar a salvar minha neta (agradeceu Pedro).
- Eu trouxe o boletim de ocorrência e preciso informar alguns detalhes do acidente para os familiares.
- O senhor pode dizer, somos todos parentes e amigos próximos dela (afirmou Théo).
- No início da manhã acompanhei a polícia rodoviária em uma ocorrência na baixada santista. Quando estava retornando para SP presenciei o acidente entre a moto e o caminhão de pequeno porte. Alexandra teve sorte, já o caminhoneiro morreu no local.
- Misericórdia (comentou Joana horrorizada).
- O senhor que conduzia o caminhão estava em alta velocidade, perdeu o controle da direção quando descia a serra e colidiu com a motocicleta que seguia em sentido contrário. Alexandra estava pilotando em uma velocidade apropriada para aquele trecho da estrada e tentou desviar, porém foi arremessada a vários metros, acionei o SAMU, ela foi atendida pelos profissionais e trazida para este hospital. Como informei o motorista do caminhão morreu na hora, o veículo foi bastante danificado e a família dele já foi avisada.
- Que fatalidade (lamentou Pedro).
- Os pertences da senhora Alexandra estão todos na mochila, abrimos apenas para pegar os documentos e a CNH dela que esta em ordem. Em seu aparelho celular também identificamos o telefone dos parentes. Como eu estava no local do acidente assinei como testemunha e das questões burocráticas a família precisa apenas verificar sobre o veículo, que foi retirado do local pelo guincho e levado para um pátio de Santos. É importante acionar o seguro, mas já aviso que pela experiência que tenho notei que a motocicleta teve perda total. Aqui esta a mochila e os documentos.
- Soldado Pimentel, agradeço toda atenção e explicação do senhor (falou Pedro estendendo a mão para o policial e pegando os pertences da neta).
Após a saída do policial o silêncio voltou a reinar na sala de espera. Por volta das vinte horas o médico retornou e conforme o combinado passou novas informações.
- Boa noite para todos, Alexandra reagiu bem as cirurgias que foi submetida. Todo o procedimento ministrado para a paciente foi classificado como bem sucedido. Como mencionei anteriormente o estado dela é de extrema gravidade e ela correu sério risco de vida, por isso vai permanecer na Unidade de Terapia Intensiva.
- Doutor Gonçalves podemos ver ela? (questionou Estela com histeria).
- Hoje não. Amanhã no período da tarde eu libero a visita de parentes. Na UTI não é permitido acompanhante e sugiro que retornem amanhã.
- Eu não vou sair daqui sem ver minha neta (afirmou Joana aflita).
- Minha senhora é necessário descansar, ela esta sendo bem assistida e os senhores não poderão fazer nada por aqui hoje, nem mesmo vê-la. Volte amanhã que irei liberar a entrada da senhora, saiba que o pior já passou.
- Então ela vai se recuperar logo? (perguntou Estela impaciente).
- Precisamos acompanhar as próximas horas e dias. Ainda não posso garantir nada, quando ela acordar faremos novos exames para verificar sobre traumas físicos e emocionais em decorrência do acidente.
- Doutor, ficamos muito gratos pela sua competência e atenção. Voltaremos amanhã, por favor, qualquer novidade peça para entrarem em contato conosco, todos os números estão na ficha que preenchemos. (informou Luiz).
O médico se despediu, Joana e Estela ficaram relutantes, não queriam ir embora, mas acabaram sendo convencidas, pois nada poderiam fazer além de aguardar.
Estela foi embora com seus pais, com o susto tinha largado seu carro no estacionamento da faculdade e sua mãe buscaria no outro dia. Antes de sair do hospital seus pais pediram para uma enfermeira medicar a jovem, pois sabiam que ela não dormiria naquela noite. Quando chegaram em casa ela esmoreceu e se entregou para um choro convulsivo. Antônia ajudou a filha a tomar banho e nunca tinha visto a moça que era tão sorridente, desesperada como naquele dia. Uma hora depois Estela estava adormecida na sua cama e seus pais vigiavam seu sono.
- Roberto, nunca vi nossa filha neste estado, fiquei penalizada.
- Antônia, essa moça precisa se recuperar, caso contrário nossa menina vai entrar em depressão.
- Ainda bem que pedimos para aplicarem um medicamento, assim ela dorme a noite inteira.
- Eu acho bom amanhã você ligar para sua amiga que é terapeuta, Estela vai precisar de nós e também de ajuda profissional. Ela não tem estrutura emocional para lidar com tudo isso.
- Pode deixar amanhã cedo eu já ligo.
Já era madrugada quando o casal dormiu. No outro lado da cidade Joana e Pedro decidiram ficar no apartamento da neta, conheciam bem aquele espaço e o hospital era próximo dali. Théo deixou os avós e foi para sua casa junto do namorado, precisava tomar banho e tentar dormir. Aquela sexta-feira foi longa e muito triste para todos.
No sábado Estela acordou com morosidade devido ao remédio da noite anterior, aos poucos foi recordando de tudo e ao lembrar que Alex tinha sofrido aquele acidente de moto, começou a chorar com compulsão.
Ao ouvir o choro da filha Antônia e Roberto correram para acalma-la, tentaram fazer com que ela se alimentasse, mas as tentativas foram em vão, tudo que ela queria era voltar para o hospital.
- Estela, eu e sua mãe já buscamos seu carro, mas nós vamos te acompanhar no hospital.
- Obrigada! Amo vocês!
A família foi para o hospital e na sala de espera já aguardavam Joana e Pedro, cumprimentaram o casal e ficaram aguardando. Meia hora depois Théo e Luiz se juntaram ao grupo.
Aproximadamente às onze horas o doutor Sérgio Gonçalves entra na sala e chama a atenção de todos.
- Bom dia! (após as respostas o médico continuou) Durante a noite não foi registrado nenhum problema e Alexandra esta fora de perigo iminente.
- Graças a Deus (comentou Joana agradecida).
- No início da manhã fiz uma reunião com os médicos que estão me acompanhando e decidimos coloca-la em coma induzido.
- Mas por qual motivo doutor? (questionou Pedro preocupado).
- O coma induzido é um procedimento médico utilizado para recuperar o cérebro de pacientes que tenham sofrido derrame ou traumatismo craniano. No caso específico da Alexandra, é devido ao trauma no crânio e a lesão provoca um inchaço, chamado edema, que comprimi os vasos sanguíneos. Com isso, o sangue para de circular na região que foi afetada. Se as células nervosas continuarem trabalhando no ritmo normal, a tendência é o edema aumentar muito, o que pode comprometer outras áreas cerebrais, por isso a necessidade do coma induzido. O paciente recebe medicamentos que diminuem a atividade celular em todo o corpo, principalmente no cérebro, deixando-o inconsciente e as funções vitais são mantidas por aparelhos.
- Doutor e quando nós vamos poder ver minha neta? (perguntou Joana agitada).
- Quem são os pais dela?
- Eles morreram quando ela era criança e nós a criamos. (explicou Pedro).
Estela ficou assustada com a revelação. Então Alex já tinha sofrido muito, perderá os pais quando era uma criança.
- Sendo assim, o senhor e a senhora podem entrar (apontou o médico para Pedro e Joana). Ela tem filhos e é casada?
- Não. (respondeu Joana).
- Algum outro parente?
- Sim, sou primo dela de primeiro grau. (afirmou Théo).
- Então hoje para o horário da visita, que começa às treze horas, vou autorizar a entrada somente dos três familiares, vai entrar um de cada vez e permanecer por exatos 15 minutos. Amanhã por ser domingo não liberamos visita para pacientes que estão na UTI, priorizamos o repouso absoluto. Já na segunda-feira ela já será transferida para o quarto pela manhã e o período de visita é das oito da manhã até às oito da noite. Até duas pessoas podem entrar no quarto. Compreendido?
- Sim doutor e novamente muito obrigada (agradeceu Joana).
No horário do almoço o grupo decidiu almoçar em um restaurante próximo do hospital. Estela mal comeu, não sentia vontade alguma. Depois do almoço retornaram e conforme o médico já tinha explicado apenas os familiares puderam entrar, para o desespero da negra. Primeiro entrou Joana, depois Pedro e por último Théo. Quando retornaram estavam melancólicos, ver Alex debilitada entristecia a todos. Por volta das duas da tarde todos foram para suas casas.
Estela ficou muito desgostosa, queria tanto ver Alex, mas não fazia parte da família da loira e fora barrada. No outro dia ficaria sem notícias e seu desalento foi ampliado ao ver a fisionomia dos parentes de Alex quando saíram da visita. Ela passou todo o sábado em seu quarto e queria que a segunda chegasse logo.
No domingo Estela acordou e não saiu do quarto, precisava ficar sozinha e por volta do meio dia seus pais invadiram seu refúgio.
- Meu bem, sabemos que quer ficar sozinha, mas só vamos sair daqui se você comer (afirmou Roberto).
- Estou sem fome.
- Filha, fiz a lasanha que você adora e trouxe também um suco de maracujá (falou Antônia estendendo a bandeja).
Passaram alguns minutos e o silêncio prevalecia no quarto.
- Estela você precisa se alimentar, sem comer você vai acabar doente e no momento você precisa ser forte (salientou Roberto).
Ela tentou comer, porém mais mexia no prato do que outra coisa. Antônia não suportava ver a filha daquele jeito, voltou a ligar para sua amiga Adriana, uma renomada terapeuta, que prometeu visita-la naquele mesmo dia.
No final da tarde Estela voltou a ouvir batidas na porta do seu quarto, porém fingiu não ouvir. Ficou surpresa quando os pais entraram acompanhados de uma estranha.
- Filha essa é a minha amiga Adriana, ela é terapeuta.
- Boa tarde! (falou Estela desanimada).
- Estela, boa tarde!
- Estelinha a nosso pedido a Adriana vai conversar um pouco contigo e é para o seu bem meu amor (esclareceu Roberto).
O casal deixou o quarto e Adriana passou horas conversando com Estela. No começo apenas a terapeuta falava, mas depois a negra foi se soltando, chorou, desabafou, conversou, reclamou e por fim se acalmou.
A visita de Adriana foi excelente para Estela, que enxergou a relevância de ser forte para conseguir aguardar e acompanhar a recuperação de Alex. A noite tomou um bom banho e desceu para comer algo, alimentou-se, deu boa noite para os pais, avisou que no outro dia iria para a faculdade, precisava ocupar a mente e que a tarde estaria no hospital. Ela demorou para dormir, pois tudo que estava vivendo abalava muito seu emocional, adormeceu lembrando do sorriso de Alex.
Na segunda-feira Théo não conseguiu ir para a faculdade e queria ir cedo para o hospital ver a prima. Já Estela permaneceu em todas as aulas, almoçou na sua casa e a tarde foi para o hospital. Tentou ver Alex, mas a enfermeira explicou que já tinha duas pessoas no quarto. Ela encontrou uma cadeira no corredor e ficou sentada por mais de uma hora.
- Estela, não é? (perguntou Pedro aproximando-se).
- Sim eu mesma e o senhor é a avô da Alex. Senhor Pedro como ela esta?
- Entre para vê-la; venha vamos ali no guichê pedir um crachá para você entrar.
Estela agradeceu muito e rapidamente entrou. Quando entrou no quarto ficou surpresa. A cabeça de Alex estava enfaixada, vários equipamentos estavam conectados nela e foi um espanto ver sua loira daquele jeito.
- Boa tarde!
- Boa tarde dona Joana, tudo bem?
- Tudo melhorando graças a Deus.
- Será que eu posso chegar perto da Alex?
- Sim. Só não pode tirar a máscara e o doutor pediu para não tocarmos nela, é uma precaução devido à sedação.
Estela ouviu tudo atentamente e chegou bem próximo da cama, analisou a loira e ficou assombrada, ela estava cheia de hematomas. Além da cabeça enfaixada, um braço e uma perna também estavam imobilizados. Não tinha uma parte do corpo que não estava arranhada. Notando a agonia da negra Joana chamou:
- Estela, sente aqui (falou apontando para o seu lado).
- Ela esta muito machucada (disse chorando).
- Infelizmente sim, mas ela vai melhorar e precisamos ter fé. Temos que agradecer muito por ela estar viva.
- A senhora tem razão. Com licença, vou lavar meu rosto.
Estela chorou mais um pouco no banheiro e voltou recomposta. No final da tarde dona Joana foi embora e despediram-se com um beijo no rosto. Estela permaneceu no hospital até às vinte horas e só foi embora porque a enfermeira solicitou sua retirada. Sua noite foi mal dormida, tinha pesadelos e muito medo de perder Alex.
Na terça-feira Estela e Théo foram para a faculdade, conversaram sobre Alex e estavam confiantes que a loira iria se recuperar em breve. Estela informou que passaria à tarde no hospital e Théo avisou que às sete da noite chegaria com Luiz.
Durante toda a semana os avós de Alex chagavam ao hospital às oito horas da manhã e saiam de lá às onze. Já Estela chegava duas horas da tarde e saia só às dezenove. Na última hora quem visitava a loira era Luiz e Théo.
Na sexta-feira, após sete dias do acidente, Estela acordou muito triste, estava saudosa, queria rever aqueles belos olhos claros de Alex. Tinha dia que era mais complicado e um daqueles dias era aquele.
Quando chegou na faculdade correu para abraçar o Théo e ele entendia muito bem o sofrimento da amiga, sua vida estava cada dia mais difícil sem ouvir a voz de Alex.
- Théo, hoje completa um mês que conheci Alex e que ela me beijou (falou chorando).
- Estelinha como passou rápido, calma não chora. Logo ela acorda e vai te beijar muito.
- Eu sonho acordada todos os dias que a qualquer momento ela vai abrir aquele par de olhos claros e em seguida vai sorrir para mim.
- Nem me fale, que saudade daquele olhar, do sorriso, dos abraços e daquela voz.
- Quero escutar de novo ela me chamando de Anjo (falou saudosa).
- Eu quero minha prima de volta (pediu Théo chorando com a amiga).
Os dois demoraram para entrar na aula naquela sexta e mal prestaram atenção no conteúdo. Estavam entristecidos e cada dia era mais complexo para todos.
A tarde Estela almoçou e correu para o hospital. Ficava mais feliz ao lado de Alex.
- Boa tarde! Alex, não sei se você pode me ouvir, hoje completa um mês que te conheci e desde que você surgiu muita coisa mudou na minha vida. Depois de trinta dias chego à conclusão que não sei mais viver sem você. Volta pra mim, por favor!
Estela ficou observando Alex e como fazia toda tarde ficaria por ali. Por volta das quatro horas Joana e Pedro entraram no quarto e cumprimentaram a negra.
- Boa tarde para os senhores e eu já vou indo (disse Estela levantando e pegando sua bolsa).
- Não precisa sair, nós não vamos demorar muito (explicou Pedro).
- Estela a enfermeira e o Théo me contaram que você vem todos os dias e passa a tarde toda aqui. (comentou Joana).
- Sim, eu saio da faculdade, vou almoçar e depois fico aqui até a hora que o Théo chega com o Luiz.
- Nossa você fica todo esse tempo aqui? (indagou a avó de Alex).
- Eu fico sim e espero que os senhores não se importem. Eu fico mais feliz quando estou aqui com a Alex, por favor, não proíbam que eu venha (pediu Estela com os olhos cheios de lágrimas).
- Estela, eu até te agradeço por você vir todos os dias. Eu e o Pedro já temos idade, não aguentamos ficar tanto tempo parados sentados nessas cadeiras e ver minha neta assim é tão triste. Eu que te peço, sempre que puder venha.
- Muito obrigada! (agradeceu contente).
- Nós sabemos que você é importante para nossa neta e ela estava feliz na sexta passada porque iria te ver. (contou Joana com carinho).
Estela sorriu e deixou algumas lágrimas escorrerem.
- Você pode ficar tranquila que jamais proibiríamos sua entrada, amamos nossa neta e sempre a respeitamos muito. Além disso, você aparenta ser uma ótima pessoa e também gostei dos seus pais, família é fundamental. Fico muito grata por saber que você não abandonou minha neta neste momento tão difícil (destacou Joana).
- Estela, eu e a Joana até deixamos na ficha da Alex que você é namorada dela, assim evitamos alguém te barrar, confesso que ficamos chateados por você não ter entrado no domingo e percebemos sua tristeza. (explicou Pedro).
Estela ficou constrangida perto dos avós de Alex, não imaginava ouvir tudo aquilo, assim como a neta eles também eram encantadores, como não sabia o que dizer tomou a liberdade de abraçar ambos e ali nascia um elo entre eles.
- Minha filha nós precisamos ir, passamos aqui agora a tarde para ver Alex porque amanhã de manhã infelizmente não vamos poder vir, precisamos ir para Santos resolver umas coisas e voltamos na segunda (avisou Pedro).
- Eu vou de coração partido, mas deixamos a casa abandonada, precisamos tomar algumas providências, buscar algumas coisas, já que decidimos ficar no apartamento de Alexandra aguardando até ela acordar. (lamentou Joana)
- Os senhores podem viajar tranquilos, eu posso vir aqui amanhã e domingo (falou feliz).
- Eu agradeço muito filha (disse Joana).
- Me deixa anotar o telefone dos senhores e eu me comprometo de ligar amanhã à noite e no domingo também para dar notícias.
Estela anotou os telefones, o casal despediu-se e a negra permaneceu até o começo da noite no hospital. Após o diálogo com os avós de Alex ela estava mais feliz e confiante, tinha esperanças que a loira acordasse logo.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
rhina
Em: 17/06/2016
Oi.
Que barra. Um acidente sério.
Mas tudo vai dar certo.
So fiquei um pouco triste porque quando li a explicação do coma induzido me fez lembrar a morte da minha amada Luana que foi colocada nela e não teve sorte.
Beijos.
Resposta do autor:
Olá! Complicado né
Sinto muito flor =/
Fica bem viu, força ;)
Beijos e abraços, May.
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lucy
Em: 30/01/2016
Santos é uma cidade linda ! Tenho que.concordar. afinal....
É minha cidade ,moro aqui rs rs
Acredito que.quando Alex acordar vai ter a visão mais bela
A linda negra Estela ali pertinho....e vai ser emocionante.... Essa.combinação
de café com leite é uma delícia rs sem dúvidas.....
Bjs
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Mille
Em: 31/12/2015
Ola querida May tudo bem?
Nesse Ano Novo te desejo:
Felizes momentos que permaneçam ternos por toda a tua vida.
Estrelas brilhantes que irradiem luz deixando que todos vejam, como é intenso o seu brilho.
Liberdade para voar e alcançar os seus mais lindos sonhos.
Incrível visão do certo e errado.
Compreensão e sabedoria presentes em todos os seus momentos.
Igual respeito ao outro assim como o outro a ti.
Dádiva de viver da maneira mais íntegra possível.
Amor puro e verdadeiro.
Desejo de lutar sempre pelo melhor.
Esperança como chave da tua sabedoria.
Saúde para viver intensamente.
Feliz Ano Novo!
Resposta do autor em 31/12/2015:
Olá! Querida Mille, muito obrigada e que você continue me acompanhando no próximo ano.
Feliz 2016 para nós! Que seja doce, repleto de paz e amor. Que a poesia se faça sempre presente em nossas vidas.
Um grande abraço e beijos!
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188
Em: 29/12/2015
Que tristeza vendo alex nesse estado,
Torcendo muito para alex ficar boa logo...
Que bom que a estela vai cuidar dela,assim ela acorda,
Autora nao demora taaaa.
Tou quase botando ovo aqui rsrsr
Feliz ano novo bby.
Resposta do autor em 31/12/2015:
Olá! Muito obrigada! Um maravilhoso 2016 para nós! Beijos
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Mille
Em: 29/12/2015
Ola querida May tudo bem?
Nossa que coisa, infelizmente por causa de pessoas sem responsabilidade acontece acidentes com pessoas inocentes, ainda bem que a situação da Alex esta melhorando 100%.
Na hora que a avô dela falou Alexandra, pensei que ver ela ira acordar agora implicando.
Aguardar o próximo capitulo, ainda teremos capitulos antes do final de ano?
Bjus de leonina para outra leonina. kkkk
Resposta do autor em 29/12/2015:
Olá!
Mille, sim tudo bem e em paz felizmente. E você como vai?
Que legal, duas leoninas então rs =D outro beijão para você querida.
Então o X ficou até mais longo que o normal, fiquei mal com o acidente da Alex e foi mais difícil encerrar este episódio, que avós mais fofos né
Confesso que estou apaixonada pelas personagens, sou fã da Alexandra e estou gostando muito da Estela, depois que ela saiu do armário ganhou minha simpatia kkk
Respondendo sua pergunta: eu pretendo subir o XI amanhã antes de viajar, mas ainda preciso finalizar e revisar. Não prometo, mas farei o possível. Já o penúltimo e último capítulo ficaram para 2016 ;)
Até breve! Beijos e abraços, May.
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