As Cores do Paraíso - Capítulo 24

No Paraíso.

-- Ah! -- Talita resmungou sacudindo a mão, fez uma careta de dor e saiu pulando pela areia -- Sua louca! Você quase esmagou o meu dedo.

-- Sou boa nos pinceis, no martelo, sou péssima -- sentou na areia e jogou o martelo longe.

-- Só depois de quase amputar o meu dedão é que fala isso. Estilo Gabi de martelar: Mira, fecha os olhos, coloca meio metro de língua para fora e bate -- também sentou na areia -- Só podia dar nisso mesmo.

Gabriela assim que viu Larissa descendo do carro, levantou a mão acenando para chamar a sua atenção.

-- Ei amor -- levantou e deu uma sambadinha -- Olha eu aqui.

A ruiva andou um pouco mais e começou a sorrir; mesmo ao longe. Depois de um dia cheio de problemas na construtora, estar com Gabriela era como tomar uma injeção de ânimo. Aquele sorriso lindo, aquele jeitinho fofo e carinhoso já fazia parte do seu cotidiano. Cada dia que passava só tinha mais certeza de que ela era a razão do seu viver, a razão do seu existir.

-- Oi amor. Estava com tanta saudade de você -- Gabriela a puxou para mais perto dela, virou o seu rosto e lhe deu um beijo na boca.

-- Pensei que fosse endoidar de tanta saudade -- passou a mão pelo rosto dela, afastando um cachinho de cabelo que teimava em cair sobre o rosto da loirinha.

Talita levantou e bateu com a mão na parte de trás da calça que estava cheia de areia.

-- Vocês não estavam juntas hoje pela manhã? Credo que grude.

-- Não dê ouvidos a ela Lari, isso tudo é inveja. Talita sempre foi assim, olho gordo.

Larissa sorriu e olhou para a tenda montada na praia.

-- Vocês que fizeram isso? Olha, é inacreditável - deu uma volta ao redor e com um balanço de cabeça, aprovou o trabalho.

-- Esse vai ser o motel ao ar livre da Talita. Show de bola.

-- Às vezes eu tenho vontade de te matar Gabi. Criaturinha sem noção.

-- Falando nisso, posso dizer o que escrever no tumulo conforme cada profissão?

-- NÃO - Larissa e Talita responderam juntas, já caminhando em direção a casa.

-- Mas vou dizer mesmo assim - correu e ficou na frente das duas - Se for espirita escreva: Volto já. Alcoólatra: Enfim, sóbrio. Arqueólogo: Enfim, fóssil. Assistente social: Alguém aí, me ajude! Mano: Fui. Cartunista: Partiu sem deixar traços. Ecologista: Entrei em extinção. Funcionário Público: É no túmulo ao lado. Hipocondríaco: Eu não disse que estava doente?!?! Humorista: Isto não tem a menor graça. Psicanalista: A eternidade não passa de um complexo de superioridade mal resolvido. Sanitarista: Sujou!!! Viciado: Enfim, pó! E advogado: Disseram que morri.... Mas vou recorrer!!! Gostaram?

-- No seu tumulo amor, vou mandar escrever: Agora, só a terra vai comer.

Talita caiu na gargalhada.

-- Essa foi boa Larissa...Kkkkkk... - continuava rindo.

-- E no seu Talita, vou mandar escrever: Dura como sempre.

Pronto. Talita ficou emburrada e entrou batendo a porta.

Samanta estava deitada na cama mexendo em seu celular, enquanto Luísa assistia um programa qualquer na televisão.

-- Interessante né Luísa, nunca mais encontramos o meu antigo celular.

-- Será que você realmente perdeu em casa?

-- Tenho certeza absoluta. Lembro-me como se fosse hoje. Você nunca acreditou em mim, quando falava que era o Tobias quem carregava as coisas de dentro de casa. Então, quando o vi passar com o seu vidro de perfume na boca, não pensei duas vezes, comecei a gravar...depois aconteceu tudo aquilo e....

-- Entendo - Luísa percebeu que a esposa de repente ficou triste e pensativa - Eu pedi para que a Gabi procurasse pela casa, mas você sabe né, a Gabi é devagar quase parando.

-- Deixa ela. Agora que você me deu esse smartphone, o outro nem vai fazer falta - sorriu olhando para o moderno aparelho em sua mão - Obrigada amor!

Samanta sorriu e beijou a esposa na boca.

No apartamento de Larissa.

Gabriela estava na cozinha conversando com Mauricio. O rapaz preparava um prato com petiscos.

-- Eu nunca tomei banho em uma banheira de hidromassagem.

-- Sério? Você nunca foi a um motel?

-- Fui, mas lá em Pomerode os motéis não têm hidro. Mal tem um chuveiro com água fria.

-- Que chato. O banho de hidromassagem é um dos variados métodos para aliviar as tensões e o stress do dia-a-dia. Um banho de hidromassagem relaxa os músculos, reduz a ansiedade e estimula a produção de endorfina (substância produzida pelo organismo que promove uma sensação de relaxamento e prazer).

-- Você e o seu namorado sempre tomam banhos juntos?

-- Quem te disse que eu tenho namorado?

-- Ninguém. É que seus olhos brilharam quando falou em sensação de relaxamento e prazer.

Larissa entrou na cozinha com o celular na mão.

-- Vou ligar para a minha mãe, amor. Preciso perguntar pelo meu pai. Ele não está muito bem de saúde.

Gabriela segurou o rosto da ruiva com ambas as mãos e beijou seus lábios com suavidade.

-- Vai lá amor. Liga para ela e procura se inteirar de tudo.

Larissa olhou para Mauricio e pediu com o olhar mais sacana do mundo.

-- Enche a banheira. Deixa a água em uma temperatura bem agradável. Não esqueça da produção romântica - piscou para ele e foi para o escritório.

-- Pode deixar - Mauricio adorava tudo isso. Era o momento em que podia se exibir e mostrar toda a sua criatividade - Você fica aqui na sala enquanto eu vou fazer o que a Larissa pediu - colocou uma taça de champanhe na mão da garota e saiu.

Na praia do Encanto Talita conversava com Alice pelo telefone.

-- Não Alice, não vai ter mais ninguém, é só nós duas mesmo.

-- Estou avisando Talita, se a Gabi e a Larissa estiverem aí, eu dou meia volta e venho embora...

-- Pode confiar em mim. As duas não estarão em casa.

-- Então tá. Chegarei no horário combinado. Beijo Tali...

-- Beijo Alice, até amanhã, então.

Talita desligou o telefone e saiu dançando pela sala. Seria a sua grande chance de conquista-la. Não perderia essa oportunidade por nada desse mundo!

No Apartamento de Larissa.

A banheira de hidromassagem era gigante, realmente enorme. Mauricio havia colocado velas coloridas por toda a volta da hidro, espalhado pétalas de rosas vermelhas por todo o redor, um incenso de especiarias indianas e uma pequena mesa de mármore preto com taças de vinho tinto. Um prato com queijos, salame, patê e bolachas.

Gabriela apagou todas as luzes, deixando apenas os leads da sanca acesos, pareciam estrelas piscando no céu, hora em tom azul, hora amarelas e hora vermelhas. A loira ligou a hidro e a espuma começou a se formar. Esperou alguns minutos e a desligou, pois já havia espuma o suficiente. Tirou toda a roupa e entrou na banheira.

Larissa desligou o celular e foi para o quarto. No CD player, um dos quatro CDs que preparou para a noite, já estava tocando.

Vestiu um conjunto de calcinha rendada tipo shortinho, e uma blusinha de cetim toda vazada com renda no meio. Caminhou pé por pé até o banheiro, não queria que ela a visse ainda. Então abriu apenas um pouco da porta de vidro, e viu que Gabriela estava com seus olhos fechados. A brincadeira ficaria melhor do que imaginava.

Entrou no banheiro com um lenço preto de seda e vendou os olhos dela.

Tateando com os dedos, ela tocou o rosto da ruiva.

-- Humm!!! Que delicia que deve estar essa banheira - A ruiva beijou seus lábios deliciosamente.

-- Está faltando você - carinhosamente segurou o rosto de Larissa com suas mãos e seus dedos atrás de seus cabelos e a beijou delicadamente, sua língua percorre por toda a boca, um calor toma conta de seus corpos, e a intensidade do beijo aumenta, assim como o ritmo dos corações que parecem querer pular do peito.

-- Que tesão!!! - Larissa despiu-se e entrou na banheira que estava bem cheia, a água bastante agradável... sentou sobre ela, devagarinho.

Gabriela forçou a cabeça para frente para beija-la, morder e lamber. Ficaram por um bom tempo se beijando, abraçando, acariciando, e se tocando mutuamente.

Larissa desamarra o lenço, Gabriela olha fixamente para ela, para seu corpo.

-- Os Deuses do Olimpo devem estar zangados por você estar aqui com uma simples mortal...

Larissa sorriu e tornou a beija-la, suas mãos acariciavam o corpo da loira.

-- Você está me deixando completamente louca !!! - Gabriela puxou seu cabelo em sua direção, a abraçando devagar, com muito carinho e muitos beijos.

Gabriela sentou-se na banheira flexionando levemente as pernas. Larissa sentou sobre ela, de costas. A loira a abraçou por trás, apertando os seus seios com ambas as mãos. Ela massageava as suas costas com as mãos ensaboadas e deslizava sobre as suas costas e nas coxas. Beijava a sua nuca, e a ruiva esfregava o seu corpo no dela para a excitar....

As respirações estavam tão ofegantes, os corações tão descompassados, que mal conseguiam ouvir a música que tocava neste momento.

Se afastaram, depois de um longo e delicioso beijo.

-- Vamos sair amor? - Larissa passou a mão toda ensaboada pelo rosto da garota.

-- Vamos linda.

Secaram-se e vestiram o roupão.

Larissa abriu a porta com Gabriela a abraçando por trás, agarrada as suas costas, beijando a nuca, a orelha, o pescoço, só a largou para retirarem o roupão.

Deitaram na cama e retomaram do zero, todas as carícias das preliminares que começaram na banheira.

Gabriela beijou cada centímetro do corpo da empresaria, começando pelo rosto, pescoço, seios, barriga, coxa, perna, tornozelo, calcanhar e lambeu, beijou e sugou cada dedo do seu pé, a levando a loucura. Voltou, e começou a fazer o melhor sex* oral que ela teve na vida. Lambeu, sugou e acariciou com maestria toda a extensão interna e externa da sua vagin*.

Seus músculos reagiam a isto e começou a gem*r muito, bem baixinho, mas gem*ndo bastante, estava quase goz*ndo. Percebeu que Gabriela também estava a ponto de goz*r, isto lhe excitava de tal forma, que não conseguiu segurar e quando começou a ter um orgasmo, ela lhe apertou contra o seu corpo, e goz*ram juntas e demoradamente.

Larissa não conseguiu evitar, e o turbilhão de emoções e sensações que aquele momento lhe proporcionou, fez com que ela começasse a chorar, as lágrimas escorriam em seu rosto.

Ter aquele anjo em cima do seu corpo dizendo o quanto a amava, que era a mulher de sua vida, a impedia de se recuperar, e ficaram assim, nesta posição durante minutos. Até começarem tudo de novo, e de novo, e de novo até as oito horas da manhã, quando levantaram e foram tomar um café delicioso preparado por Mauricio. 

-- Vai ser um longo dia mona - Mauricio sentou de frente para Larissa.

-- Nem me fale. Ainda bem que eu sou a chefe. Se não, estava morta - deitou a cabeça sobre a mesa. Estava caindo de sono.

Gabriela entrou na cozinha. Estava com os cabelos molhados e uma roupa emprestada por Larissa.

-- A gente podia ir dar uma volta na praia, amor.

A empresária a olhou levantando as sobrancelhas.

-- Gabi, eu trabalho, amor. Mesmo sendo a dona da construtora eu preciso estar presente.

-- Entendo... deixa para outro dia então - falou decepcionada.

Larissa ficou com o coração partido. Queria muito poder passar o dia com a sua loira. Mas, Alice havia pedido o dia de folga, então nem pensar em não ir para a construtora.

-- Antes de ir trabalhar, te deixo em casa.

-- Vai ser bom eu ficar em casa hoje. Assim ajudo a Talita com a Alice.

Larissa ficou preocupada.

-- Gabi. Acho melhor você vir passar a noite aqui comigo.

-- Não amor. A Talita vai precisar de mim. E tem mais, você vai estar muito cansada.

-- Prefiro que venha...

-- Não amor...

Larissa sentiu pena da Talita. Gabriela vai estragar tudo.

-- Promete que não vai se meter no luau delas. Mesmo que seja para ajudar.

-- Não se preocupe amor. Eu nunca faria isso...

Próximo Capítulo...

Gabriela correu e trancou a porta do banheiro pelo lado de fora. Enquanto lá dentro Fernanda gritava desesperada.

-- Socorrrrrooo...fiquei presa no banheiro.

-- Diga-me Manoel, tua mulher faz sex* com você por amor ou por interesse?

-- Olha Joaquim eu acho que é por amor...

-- Como é que você sabe?

-- Porque ela não demonstra nenhum interesse!!!

Fim do capítulo